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SUICIDIO CONJUNTO OU PACTO DE MORTE

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ART. 122. - INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
a) Conceito:
            Suicídio: "é a deliberada destruição da própria vida" Euclides Custódio da Silveira.
            Obs.: por razões que se prendem à impossibilidade de punição do suicídio e à política criminal (impossibilidade da dissuasão) não se incrimina a prática do suicídio. Mas é ilícito, pois atinge um bem indisponível.
            Então a lei pune quem age induzindo, instigando ou auxiliando outrem a suicidar-se.
b) Objeto jurídico: a vida humana (art. 5o., caput, da CF).
c) Sujeitos:
            1) ativo: qualquer pessoa (crime comum);
            2) passivo: qualquer pessoa, não obstante dever se tratar de pessoa determinada, não perfazendo o delito o induzimento genérico. A pessoa deverá ter discernimento, senão o crime poderá ser homicídio - o sujeito passivo deve agir voluntaria e conscientemente.
d) Tipo objetivo:
            Conduta típica: Induzir ou instigar (concurso moral) alguém ao suicídio ou prestar-lhe auxílio (concurso físico).
            Induzir: significa inspirar, incutir, sugerir, persuadir. Fazer brotar no espírito de outrem a idéia suicida. Ex. A é doente terminal. B o induz a se matar. A idéia primeira é de A, que induz.
            Instigar: é estimular, incitar, acoroçoar alguém ao suicídio. A idéia suicida preexiste. Ex. A está doente e indeciso entre a luta contra a doença e a morte. B o instiga a se matar.
            Prestar auxílio: o agente colabora fornecendo os meios necessários para que a vítima alcance o propósito de matar-se. Ex. empréstimo de arma, de veneno, de corda, etc. Ou Conselhos de como se matar. Ex. dose de veneno.
            Omissão: é discutida a possibilidade da prática deste crime por omissão.
            Parte da doutrina entende possível, por aquele que conscientemente omite ação a que estava obrigado em razão da posição de garante (art. 13, § 2º., CP).
e) Tipo subjetivo: dolo - consciência e vontade de induzir, instigar ou auxiliar outrem ao suicídio, podendo fazer de forma espontânea ou a pedido da vítima. Pode ser direto, querer, ou eventual, assumir conscientemente o risco do evento danoso.
            Para alguns há o dolo específico - elemento subjetivo do tipo ou do injusto = desejo de que a vítima morra. José Frederico Marques e Euclides Custódio da Silveira. Contra: Júlio Fabbrini Mirabete, Damásio de Jesus, Luis Regis Prado.
f) Consumação: duas correntes:
            1) consuma-se com a instigação, o induzimento ou o auxílio (delito instantâneo e de mera conduta). A aplicação da pena, todavia, está sujeita à superveniência do evento morte ou lesão corporal grave. Condição objetiva de punibilidade. Aníbal Bruno, Nelson Hungria, Galdino Siqueira.
            2) consuma-se com o resultado natural (morte ou lesão corporal da natureza grave). O resultado não é condição objetiva de punibilidade, mas elemento do tipo. Júlio Fabbrini Mirabete, Magalhães Noronha, José Frederico Marques, Damásio de Jesus, Heleno Fragoso, Euclides Custódio da Silveira.
g) Tentativa: inadmissível - não havendo o resultado morte ou lesão corporal de natureza grave o fato é atípico. Ocorrendo qualquer dos dois o delito consumou-se.
h) Formas qualificadas - PARÁGRAFO ÚNICO
            I - se o crime é cometido por motivo egoístico, que desvela desprezo pela vida alheia. Exs.: instiga ou ajuda, para recebimento der herança ou de seguro ou visa eliminar um rival.
            II - se a vítima for menor ou tem diminuída, por qualquer causa a capacidade de resistência.
i) Suicídio conjunto:
            1) pacto de morte: duas pessoas combinam se matar - caso ambos colaborem para o evento morte (abrindo a torneira de gás, vedando o ambiente) e sobrevivem = homicídio tentado; se apenas uma delas sobrevive = homicídio consumado. Se apenas uma colabora para o evento morte - se a que colaborou sobrevive = homicídio consumado (ex.: um atira no outro e depois tenta se matar, mas não morre); se a outra sobrevive = instigação (ex.: um atira no outro, que não morre, e depois, acreditando na morte do primeiro, se mata).
            b) roleta russa: arma com um só projétil, rolando o tambor. O sobrevivente comete o crime do art. 122.
            c) duelo americano: uma arma carregada, outra não. O sobrevivente comete o crime do art. 122.
            d) fraude: homicídio. Ex.: afirmar falsamente que a arma está descarregada.
            e) falta de discernimento da vítima: homicídio (induzir um louco a se matar).
j) Pena
            1) tipo simples (art. 122, caput) - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, se a vítima morre;
            2) reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos, se a vítima sofre lesão corporal de natureza grave.
            3) Tipo qualificado (parágrafo único) - a pena do caput aplicada em dobro.

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