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Aula 12
Conforme Novo CPC p/ TRTs
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
1. DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA CERTA 
³&RLVD� FHUWD´�� VHJXQGR� D� OHL� p� DTXHOD� LQGLYLGXDOL]DGD� H� GHWHUPLQDGD��
quando proposta a execução. O procedimento da execução para entrega de 
coisa certa, fundada em título extrajudicial, vem regulado nos arts. 806 e 
seguintes. A lei prevê que do mandado de citação constará ordem para imissão 
na posse ou busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, 
cujo cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a 
obrigação no prazo que lhe foi designado. 
O art. 806 do CPC/15 prevê o prazo de quinze dias para que o devedor 
satisfaça a obrigação, entregando a coisa. Desse modo, se o executado 
entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e considerada satisfeita a 
obrigação, prosseguindo-se a execução para o pagamento de frutos ou o 
AULA 12: Continuação da Aula 11 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo XII: Continuação da Aula 11. Ao final serão trabalhadas questões sobre todos os 
temas ministrados em nosso curso. 02 
2. Resumo 36 
3. Questões comentadas 40 
4. Lista das questões apresentadas 110 
5. Gabarito 129 
 CAPÍTULO XII: Continuação da Aula 12 
 ESPÉCIES DO PROCESSO DE EXECUÇÂO 
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ressarcimento de prejuízos, se houver. Se a coisa quando já litigiosa for 
alienada, será expedido mandado contra o terceiro adquirente, que somente 
será ouvido após depositá-la. 
 
Procedimento (artigos 806 a 810): 
1- O devedor de obrigação de entrega de coisa certa, constante de título 
executivo extrajudicial é citado para satisfazer a obrigação em 15 (quinze) 
dias. 
- Se o executado entregar a coisa, será lavrado o termo respectivo e 
considerada satisfeita a obrigação, prosseguindo-se a execução para o 
pagamento de frutos ou o ressarcimento de prejuízos, se houver. 
- Ao despachar a inicial, o juiz pode fixar multa por dia de atraso no 
cumprimento da obrigação, ficando o respectivo valor sujeito a alteração, caso 
2- Do mandado de citação constará ordem para imissão na posse ou 
busca e apreensão, conforme se tratar de bem imóvel ou móvel, cujo 
cumprimento se dará de imediato, se o executado não satisfizer a obrigação 
no prazo que lhe foi designado. 
- Alienada a coisa quando já litigiosa, será expedido mandado contra o 
terceiro adquirente, que somente será ouvido após depositá-la. 
3- O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da 
coisa, quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou 
não for reclamada do poder de terceiro adquirente. 
- Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua 
avaliação, o exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento 
judicial. 
- Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos. 
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- Havendo benfeitorias indenizáveis feitas na coisa pelo executado ou por 
terceiros de cujo poder ela houver sido tirada, a liquidação prévia é obrigatória. 
- Havendo saldo: I - em favor do executado ou de terceiros, o exequente o 
depositará ao requerer a entrega da coisa; II - em favor do exequente, esse 
poderá cobrá-lo nos autos do mesmo processo. 
 
2. DA EXECUÇÃO PARA A ENTREGA DE COISA INCERTA 
³&RLVD� LQFHUWD´� p� GHWHUPLQiYHO� SHOR� JrQHUR� H� TXDQWLGDGH�� TXDQGR� D�
execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e pela quantidade, o 
executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe couber a escolha. 
De outro modo, se a escolha couber ao exequente, esse deverá indicá-la na 
petição inicial, art. 811 CPC/15. A particularidade no procedimento da 
execução para entrega de coisa incerta é a necessidade de individualização da 
coisa. Sendo assim o art. 244 do Código Civil dispõe que ³nas coisas 
determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao 
devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não 
poderá dar a coisa pior, nem será obrigada a prestar a melhor´� 
 
Procedimento (arts 811 a 813): 
1- Se a escolha cabe ao executado, ele é citado para entregá-la 
individualizada. Se a escolha cabe ao exequente, este irá indicá-la na petição 
inicial. 
2- Qualquer das partes pode, no prazo de 15 (quinze) dias, impugnar 
a escolha feita pela outra parte, e o juiz decidirá de plano ou, se necessário, 
ouvindo perito de sua nomeação. 
3- Aplica-se à execução para entrega de coisa incerta, no que couber, 
as disposições relativas à entrega de coisa certa. 
 
 
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3. DA EXECUÇÃO DAS OBRIGAÇÕES DE FAZER OU DE NÃO FAZER 
As obrigações de fazer são aquelas em que o devedor compromete-se 
a realizar uma prestação, consistente em atos ou serviços, de natureza 
material ou imaterial. Sendo que há obrigações de fazer fungíveis embora 
assumidas pelo devedor, podem ser cumpridas por qualquer pessoa, pois não 
levam em conta qualidades pessoais [do devedor, imanentes a ele]; e 
infungíveis aquelas que só o devedor pode cumprir. 
O CPC/15 prevê que quando o objeto da execução for obrigação de 
fazer, o executado será citado para satisfazê-la no prazo que o juiz lhe 
designar, se outro não estiver determinado no título executivo. Sendo que se o 
executado não satisfizer a obrigação no prazo designado, é lícito ao exequente, 
nos próprios autos do processo, requerer a satisfação da obrigação à custa do 
executado ou perdas e danos, hipótese em que se converterá em indenização. 
Com a juntada aos autos do mandado de citação começa o prazo, 
aquele assinalado no título ou fixado pelo juiz, para que a obrigação seja 
cumprida. Mesmo que seja fungível, é possível que o juiz, de ofício ou a 
requerimento da parte, fixe multa periódica, para o não cumprimento. 
Se o devedor não cumprir a obrigação fungível, o credor poderá 
requerer que outra pessoa a cumpra, no seu lugar e às suas expensas,conforme prevê o art. 817 do CPC/15 se a obrigação puder ser satisfeita por 
terceiro, é lícito ao juiz autorizar, a requerimento do exequente, que 
aquele a satisfaça à custa do executado. O exequente deverá apresentar 
proposta para a prestação e adiantará as quantias previstas na proposta que, 
ouvidas as partes, o juiz houver aprovado. Uma vez realizada a prestação, o 
juiz ouvirá as partes no prazo de 10 (dez) dias e, não havendo impugnação, 
considerará satisfeita a obrigação. Sendo que se o terceiro contratado não 
realizar a prestação no prazo ou se o fizer de modo incompleto ou defeituoso, 
poderá o exequente requerer ao juiz, no prazo de 15 (quinze) dias, que o 
autorize a concluí-la ou a repará-la à custa do contratante. 
A execução de obrigação de não fazer ocorre quando o devedor pratica 
o ato do qual, por força do título executivo, estava obrigado a abster-se. A 
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obrigação, que tem conteúdo negativo, acaba adquirindo caráter positivo, 
porque, se o devedor a descumprir, será obrigado a desfazer aquilo a que, por 
força do título, não deveria ter realizado. Sendo que não há propriamente 
execução de obrigação de não fazer; mas, sim, de desfazer aquilo que foi 
indevidamente feito. E o desfazer não pressupõe inércia do devedor, mas ação. 
No art. 822 do CPC/15, prevê-se que se o executado praticou ato a cuja 
abstenção estava obrigado por lei ou por contrato, o exequente requererá ao 
juiz que assine prazo ao executado para desfazê-lo. 
 
4. DA EXECUÇÃO POR QUANTIA CERTA 
A execução por quantia certa realiza-se pela expropriação de bens do 
executado, sendo que a expropriação consiste em: 
I ± adjudicação: é a forma indireta de satisfação do credor, que se dá 
pela transferência a ele ou aos terceiros legitimados, da propriedade dos bens 
penhorados. A adjudicação pode ter por objeto bens móveis ou imóveis, e só 
pode ser feita pelo valor de avaliação. Depois que o bem tiver sido avaliado, os 
legitimados poderão requerer a adjudicação a qualquer tempo, enquanto não 
tiver sido realizada a alienação particular ou a hasta pública. O art. 876 do 
CPC/15 prevê que é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da 
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. Requerida 
a adjudicação, o executado será intimado do pedido: 
- pelo Diário da Justiça, na pessoa de seu advogado constituído nos 
autos; 
- por carta com aviso de recebimento, quando representado pela 
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos; 
- por meio eletrônico, quando, sendo o caso do § 1o do art. 246, não 
tiver procurador constituído nos autos. 
II ± alienação: é o ato pelo qual o titular transfere sua propriedade a 
outro interessado, sendo que é uma forma voluntária de perda da propriedade. 
A alienação far-se-á: 
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Conforme previsão do art. 880 do CPC/2015, não efetivada a 
adjudicação, o exequente poderá requerer a alienação por sua própria iniciativa 
ou por intermédio de corretor ou leiloeiro público credenciado perante o órgão 
judiciário. 
A alienação far-se-á em leilão judicial se não efetivada a adjudicação 
ou a alienação por iniciativa particular, sendo que o leilão do bem penhorado 
será realizado por leiloeiro público. Ressalvados os casos de alienação a cargo 
de corretores de bolsa de valores, todos os demais bens serão alienados em 
leilão público. Não sendo possível a sua realização por meio eletrônico, o leilão 
será presencial. 
 
5. DA EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA 
De acordo com o CPC/15 na execução fundada em título extrajudicial, 
a Fazenda Pública será citada para opor embargos em 30 (trinta) dias. Sendo 
que, não opostos embargos ou transitada em julgado a decisão que os rejeitar, 
expedir-se-á precatório ou requisição de pequeno valor em favor do exequente, 
observando-se o disposto no art. 100 da Constituição Federal. 
 Constituição/1988 
Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, 
Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão 
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à 
conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas 
nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. 
Nos embargos, a Fazenda Pública poderá alegar qualquer matéria que 
lhe seria lícito deduzir como defesa no processo de conhecimento. 
 
 
 
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6. DA EXECUÇÃO DE ALIMENTOS 
Na execução fundada em título executivo extrajudicial que contenha 
obrigação alimentar, o juiz mandará citar o executado para, em 3 (três) dias, 
efetuar o pagamento das parcelas anteriores ao início da execução e das que 
se vencerem no seu curso, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de 
fazê-lo. Ao despachar a inicial, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao 
empregador, determinando, sob pena de crime de desobediência, o desconto a 
partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo 
do ofício. 
Não requerida a execução nos termos GHVWD�³([HFXomR�GH�$OLPHQWRV´, 
observar-se-á o disposto na execução por quantia certa, com a ressalva de 
que, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo aos 
embargos à execução não obsta a que o exequente levante mensalmente a 
importância da prestação. 
O art. 528 do CPC/15 cuida do cumprimento de sentença que 
reconheça a exigibilidade de obrigação de prestar alimentos. Estabelece que o 
cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia 
ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do 
exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, 
pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for 
aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial, irá decretar-
lhe a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. A prisão será cumprida em 
regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. O 
cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações 
vencidas e vincendas. Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o 
cumprimento da ordem de prisão. 
 
 
 
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A ação rescisória consiste em ação autônoma de impugnação que se 
volta contra a decisão de mérito transitada em julgado, a ação rescisória ocorre 
quando presente pelo menos uma das hipóteses previstas no art. 966 do 
CPC/2015, quais sejam: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da 
parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de 
fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada; 
V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em 
processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova 
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe 
assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
É uma ação de caráter desconstitutivo ou também conhecida como 
constitutiva negativa, já que objetiva o desfazimento da coisa julgada material 
formada em outro processo. 
 ³$�DomR�UHVFLVyULD�QmR�p�UHFXUVR��SRU�DWHQGHU�j�UHJUD�GD�
taxatividade, ou seja, por não estar prevista em lei como 
recurso. (...) Eis porque a ação rescisória ostenta 
natureza jurídica de uma ação autônoma de impugnação: 
seu ajuizamento provoca a instauração de um novo 
SURFHVVR��FRP�QRYD�UHODomR�MXUtGLFD�SURFHVVXDO�´��'LGGLHU� 
 AÇÃO RESCISÓRIA 
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Para a admissão da ação rescisória, é necessário, além das condições 
da ação e dos pressupostos processuais, os seguintes requisitos [já 
antecipamos quase todos, mas vamos revê-los conjuntamente]: 
a) Existência de uma decisão de mérito transitada em julgado; 
b) A configuração de um dos fundamentos de rescindibilidade previstos no 
art. 966 do CPC/2015; e 
c) O prazo decadencial de 2 anos previsto no art. 975 do CPC/2015 - O 
direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em 
julgado da última decisão proferida no processo. 
Dúvida: É necessário esgotar todos os meios recursais para impetrar a 
ação rescisória? Pessoal, é de suma importância sabermos que não se inclui 
entre os requisitos de admissibilidade da ação rescisória a necessidade de 
esgotamento de todos os recursos. O que se deve ter em conta é a 
impossibilidade de interposição de recurso, uma vez que escoado in albis 
[inteiramente] o prazo recursal. 
Mais uma dúvida: E o que significa in albis? Pois bem, a expressão 
³in albis´� YHP� GR� ODWLP� H� VLJQLILFD� ³HP� EUDQFR´�� 'HVVD� IRUPD�� SUD]R� LQ� DOELV�
sLJQLILFD�TXH�R�SUD]R�³SDVVRX�HP�EUDQFR´�RX��FRPR�QR�GLWDGR�SRSXODU��³SDVVRX�
HP�EUDQFDV�QXYHQV´��7UDQVFXUVR��LQ�DOELV´�RFRUUH�TXDQGR�R�SUD]R�SDUD�D�SUiWLFD�
de algum ato processual termina sem nenhuma manifestação das partes, seja 
pela inércia, seja pelo decurso do prazo recursal. Quando isso ocorre, dizemos 
que o prazo para manifestação transcorre em branco, in albis. 
Depois desse parêntese para explicar a expressão in albis, que 
costuma ser utilizada em concurso, voltamos à explicação de que não se faz 
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necessário o esgotamento de todos os recursos para a admissibilidade da ação 
rescisória. Vejamos o que determina a 6~PXOD� ����67)�� ³Admite-se ação 
rescisória contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não se 
tenha esgotado todos os recursos´� 
Dessa forma, podemos concluir que a ação rescisória é admitida para 
atacar a sentença transitada em julgado mesmo que contra ela não se tenha 
usado todos os recursos permitidos em Lei. Sabemos que a decisão transitada 
em julgado não é aquela que foi impugnada por todos os recursos possíveis, 
mas sim a que não admite mais impugnação, sendo, portanto, irreformável 
(característica da ação transitada em julgado). 
A
çã
o 
R
es
ci
só
ria
 
 
Ação rescisória tem natureza jurídica de ação autônoma de impugnação e se volta contra a decisão de 
mérito transitada em julgado. Caráter descontitutivo ou constitutivo negativo. 
Seu ajuizamento provoca a instauração de um novo processo, com nova relação jurídica processual. 
Pode ser proposta quando 
presente pelo menos uma das 
hipóteses elencadas no art. 966 
do CPC/2015. 
Para admissão: condições da ação; 
pressupostos processuais; decisão 
de mérito transitada em julgado; 
fundamentos de rescindibilidade 
previstos no art. art. 966 do 
CPC/2015; dentro do prazo 
decadencial de 2 anos previsto no 
art. 975 do CPC/2015. 
Não é necessário esgotar todos 
os meios recursais para 
impetrar a ação rescisória. 
 
Recorde-VH�TXH�³WUkQVLWR�HP�MXOJDGR´�p�DTXHOH�LQVWLWXWR�TXH�LQGLFD�TXH�
não cabe mais recurso contra decisão judicial, seja porque as partes não 
apresentaram o recurso no prazo legal, seja porque a sequência de recursos 
cabíveis se exauriu. 
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Feita essas considerações em relação ao conceito da ação rescisória, 
passamos a análise individualizada dos requisitos de admissibilidade da 
referida ação. 
2. REQUISITOS PARA A PROPOSITURA DA AÇÃO RESCISÓRIA 
Já sabemos que para admissibilidade da ação rescisória, é preciso 
preencher as condições da ação, os pressupostos processuais e os seguintes 
requisitos: 
A. Existência de uma decisão de mérito transitada em julgado, desde 
que contenha um dos elementos do art. 966 que a tornem impugnável pela 
rescisória. 
O art. 966 do CPC/2015 dispõe que a decisão de mérito transitada em 
julgado pode ser objeto de rescisão quando: 
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou 
corrupção do juiz; 
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente 
incompetente; 
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da 
parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de 
fraudar a lei; 
IV - ofender a coisa julgada;V - violar manifestamente norma jurídica; 
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em 
processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória; 
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova 
cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe 
assegurar pronunciamento favorável; 
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. 
 
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É fundamental sabermos que o novo CPC consagrou a possibilidade 
do ajuizamento da ação rescisória contra decisões interlocutórias de mérito. O 
que isso significa? Significa, meus caros, que, além das sentenças e dos 
acórdãos, as decisões interlocutórias de mérito, desde que transitadas 
materialmente em julgado, poderão ser objeto de rescisão. Isso tem a ver com 
a sistemática atual que permite a decisão interlocutória fazer coisa julgada 
material. Uma questão que encontra resistência em parte da doutrina. 
 
B. Os fundamentos de rescindibilidade 
Se fizermos um cotejamento com o Código de 1973, veremos que o 
artigo 966 ampliou as hipóteses de cabimento da ação rescisória, passando a 
admiti-la nos casos, por exemplo, de coação da parte vencedora em detrimento 
da vencida e de simulação entre as partes com o objetivo de fraudar a lei 
(inciso III). Por outro lado, o CPC/2015 suprimiu a rescisória prevista no inciso 
VIII do CPC/73 ± quando houver fundamento para invalidar confissão, 
desistência ou transação, em que se baseou a sentença. 
Contudo, o referido inciso suprimido era criticado por se tratar, em 
verdade, de hipótese de cabimento de ação anulatória, que foi disciplinada no § 
4º do art. 966 do CPC/2015, a saber: 
 
§ 4º Os atos de disposição de direitos, praticados pelas partes ou por 
outros participantes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos 
homologatórios praticados no curso da execução, estão sujeitos à anulação, 
nos termos da lei. 
 
Vale ressaltar, também, que o § 2º do art. 966, admite que, nas 
hipóteses previstas nos incisos do caput, seja rescindível a decisão transitada 
em julgado que, embora não seja de mérito, impeça: 1 - nova propositura da 
demanda; ou 2 - admissibilidade do recurso correspondente. Então, 
percebam que, a ação rescisória é cabível em regra contra decisões de mérito, 
mas há exceções: previstas no § 2º do art. 966, exatamente, os dois casos que 
acabamos de falar. 
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Merecem menção as disposições do § 3º do art. 966, que 
H[SUHVVDPHQWH�GLVS}HP�TXH� ³a ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 
(um) capítulo da decisão´��2�GLVSRVLWLYR��DVVLP��SHUPLWH�TXH�D�DomR�UHVFLVyULD�
seja parcial, ou seja, direcionada a apenas um dos capítulos da decisão 
rescindenda. 
2� †� �ž� GR� DUW�� ���� GLVS}H� TXH� ³os atos de disposição de direitos, 
praticados pelas partes ou por outros participantes do processo e homologados 
pelo juízo, bem como os atos homologatórios praticados no curso da 
execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei´�� 
 
C. O prazo decadencial de 2 anos 
Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados 
do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo. 
Dúvida: Quando se inicia o prazo de 2 anos para o ajuizamento da ação 
rescisória? Perceba-VH�TXH�D�OHL�SUHYr�³2 (dois) anos contados do trânsito em 
julgado´��&XPSUH�HQWmR�LQGDJDU��HP�TXH�PRPHQWR�VH�Gi�R�WUkQVLWR�HP�MXOJDGR"�
Pessoal, há trânsito em julgado quando não mais cabe recurso. Assim, o 
trânsito em julgado ocorre no dia imediatamente seguinte ao último dia do 
prazo para o recurso em tese cabível contra a decisão proferida na causa que 
se sujeite ao trânsito em julgado. 
Dúvida: Cabe prorrogação do prazo da ação rescisória quando cair em 
dia não útil? Ressalte-se que, se o termo final do prazo para o ajuizamento da 
ação rescisória recair em dia de não funcionamento da secretaria do Juízo 
competente, será então prorrogado para o primeiro dia útil subsequente, 
apesar de se tratar de prazo decadencial. Vejamos o § 1º do art. 975 do 
CPC/2015: Prorroga-se até o primeiro dia útil imediatamente subsequente o 
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prazo a que se refere o caput, quando expirar durante férias forenses, recesso, 
feriados ou em dia em que não houver expediente forense. 
Mais uma dúvida: Quando o autor obtiver, posteriormente ao 
trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde 
fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável, o prazo 
começará a ser contado a partir de que data? Se fundada a ação no que 
determina o inciso VII do art. 966 (obtiver o autor, posteriormente ao trânsito 
em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de que não pôde fazer uso, 
capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável) o termo inicial do 
prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o prazo máximo de 
5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão proferida no 
processo. 
Uma última dúvida: E nas hipóteses de simulação ou de colusão das 
partes, quando começa a correr o prazo? Faça quantas perguntas quiser, sinta-
se à vontade. O prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o 
Ministério Público, que não interveio no processo, a partir do momento em que 
tem ciência da simulação ou da colusão. 
 
 
O direito da remição confere à pessoa a possibilidade de eximir bens 
onerados ou sujeitos à execução, do ônus que lhes pesa ou do estorvo que 
padecem. 
No CPC/73 o instituto da remição era regulado pela lei nº 11.382/06, 
que previa na adjudicação (forma indireta de satisfação do credor, que se dá 
pela transferência a ele ou aos terceiros legitimados, da propriedade dos bens 
penhorados) a possibilidade de que antes de adjudicados ou alienados os 
bens, poderia o executado, a todo tempo, remir a execução, pagando ou 
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consignando a importância atualizada da dívida, maisjuros, custas e 
honorários advocatícios, art. 651 da lei nº 11.382/06. Sendo que os embargos 
poderiam ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento, 
enquanto não transitada em julgado a sentença e, no processo de execução, 
até cinco dias depois da arrematação, adjudicação ou remição, mas sempre 
antes da assinatura da respectiva carta. Sendo que na sistemática da lei 
5.925/73 o benefício da remição poderia ocorrer em diversas oportunidades. 
O CPC, Lei nº 13.105/15, prevê o direito a remição no § 3º do art. 877 
estabelecendo que no caso de penhora de bem hipotecado, o executado 
poderá remi-lo até a assinatura do auto de adjudicação, oferecendo preço igual 
ao da avaliação, se não tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido. 
Sendo que na hipótese de falência ou de insolvência do devedor hipotecário, o 
direito de remição previsto no § 3º será deferido à massa ou aos credores em 
concurso, não podendo o exequente recusar o preço da avaliação do imóvel, 
parágrafo 4º do citado art 877. 
O art. 902 do CPC/15 também prevê que no caso de leilão de bem 
hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de 
arrematação, oferecendo preço igual ao do maior lance oferecido. No caso de 
falência ou insolvência do devedor hipotecário, o direito de remição será 
deferido à massa ou aos credores em concurso, não podendo o exequente 
recusar o preço da avaliação do imóvel. 
A remição da execução é o direito garantido ao executado visando a 
poupá-lo da execução iniciada e em curso contra si, pagando ou consignando o 
valor da dívida ou da obrigação exequenda, computados os juros, custas e 
demais despesas judiciais. Portanto, definimos a remição da execução como o 
resgate da execução, resultante do pagamento de todo valor dela. Sendo 
assim, não é um resgate de imóveis nem de liberação de bens arrecadados ou 
penhorados para cumprimento da execução, mas sim um pagamento acurado 
da quantia ou do crédito, objeto da execução, para seu término. 
 Satisfeita a obrigação pelo pagamento da importância total do valor 
exequendo, a execução deixa de ter sua própria razão, uma vez que sua 
finalidade está cumprida. 
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A remição da execução, prevista no art. 877, parágrafos 3º e 4º do 
CPC/15 poderá ser intentada depois de transcorrido o prazo de 5 (cinco) dias, 
contado da última intimação, e decididas eventuais questões, o juiz ordenará a 
lavratura do auto de adjudicação, sendo que, no caso de penhora de bem 
hipotecado, o executado poderá remi-lo até a assinatura do auto de 
adjudicação, oferecendo preço igual ao da avaliação, se não tiver havido 
licitantes, ou ao do maior lance oferecido. 
 O CPC/15 inovou, pois apenas o executado, exclusivamente, poderá 
promover a remição, §3º do art. 877, com exceção para o § 4º, que estende à 
massa ou aos credores em concurso o direito à remição, sendo que estes 
deverão efetuar o pagamento ou resgatar o imóvel, pelo valor da avaliação ou 
pelo preço da arrematação ou adjudicação. 
Qualquer outro interessado (ascendentes, descendentes, cônjuges, 
adquirentes) terá direito apenas à adjudicação, conforme previsão do art. 876 § 
5º do CPC/15 é lícito ao exequente, oferecendo preço não inferior ao da 
avaliação, requerer que lhe sejam adjudicados os bens penhorados. Idêntico 
direito pode ser exercido por aqueles indicados no art. 889, incisos II a VIII, 
pelos credores concorrentes que hajam penhorado o mesmo bem, pelo 
cônjuge, pelo companheiro, pelos descendentes ou pelos ascendentes do 
executado. 
A remição da hipoteca é o direito proporcionado a determinadas 
pessoas para que possam liberar o imóvel de ônus hipotecários, resgatando, 
assim, a obrigação que, pela hipoteca, se garantia. 
A remição da hipoteca representa a quitação do ônus hipotecário pelo 
executado que poderá remir o bem até a assinatura do auto de arrematação. O 
direito da remição é atribuído, para resgate do ônus hipotecário, também, à 
massa ou aos credores em concurso, conforme o art. 902 do CPC/15 expressa. 
 
 
 
 
 
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TUTELA PROVISÓRIA 
 
1. CONCEITO 
³&RQMXQWR� GH� WpFQLFDV� TXH� SHUPLWH� DR� PDJLVWUDGR�� Qa presença de 
GHWHUPLQDGRV�SUHVVXSRVWRV��TXH�JUDYLWDP�HP�WRUQR�GD�SUHVHQoD�GD�³XUJrQFLD´�
RX�GD�³HYLGrQFLD´��SUHVWDU� WXWHOD� MXULVGLFLRQDO��DQWHFHGHQWH�RX� LQFLGHQWDOPHQWH��
com base em decisão estável (por isto, provisória) apta a assegurar e/ou 
satisfazer, dHVGH�ORJR�D�SUHWHQVmR�GR�DXWRU�´��&DVVLR�6FDUSLQHOOD�%XHQR���� 
A tutela provisória é uma tutela jurisdicional sumária e não definitiva. 
Os sistemas de tutelas provisórias estão previstos entre os artigos 294 
e 311 do CPC/2015. 
Dúvida: O que é sumária? Dizemos sumária porque se funda em 
cognição sumária, ou seja, no exame menos aprofundado da causa. Na tutela 
provisória exige-se apenas um juízo de probabilidade e não um juízo de 
certeza, como há na tutela definitiva. 
Livro V ± Parte Geral: Tutela Provisória Gênero 
 
Título I: Disposições Gerais 
 
Título II: Tutela de Urgência 
 Espécies 
 Título III: Tutela de Evidência 
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E por que não é definitiva? Porque, a qualquer tempo, pode ser 
revogada ou modificada. A tutela provisória normalmente não dura para 
sempre e pode ser substituída por outra tutela. 
As tutelas provisórias são concedidas pelo Poder Judiciário em juízo de 
cognição sumária, que exigem, necessariamente, confirmação posterior, 
através de sentença, proferida mediante cognição exauriente. 
Dúvida: O que vem a ser cognição sumária e exauriente? Primeiro 
vejamos o que diz Kazuo Watanabe sobre cognição: ³$� FRJQLomR� p�
prevalentemente um ato de inteligência, consistente em considerar, analisar e 
valorar as alegações e as provas produzidas pelas partes, vale dizer, as 
questões de fato e as de direito que são deduzidas no processo e cujo 
resultado é o alicerce, o fundamento do judicium do julgamento do objeto 
litiJLRVR�GR�SURFHVVR�´ 
Essa técnica pode ser analisada no plano vertical e horizontal. Aqui, 
nos interessa o plano vertical, já que a cognição pode ser classificada, de 
acordo com o grau de profundidade, em exauriente (completa) e sumária 
(incompleta). Exauriente quando ao juiz só é lícito emitir seu provimento 
baseado num juízo de certeza. É o que normalmente acontece no processo de 
conhecimento. A cognição sumária ocorre quando o provimentojurisdicional 
deve ser prolatado com base num juízo de probabilidade, assim como ocorre 
ao se examinar um pedido de antecipação de tutela ± Tutela de Urgência 
Antecipada (satisfativa). 
Vamos lá... Vimos o conceito de tutelas provisórias. Agora passamos a 
sua análise detalhada. Atenção às próximas linhas que teceremos alguns 
pontos importantes em relação a esses sistemas. 
Das tutelas provisórias, que são o gênero, derivam duas espécies: a 
tutela provisória de urgência e a tutela provisória da evidência. O próprio nome 
das espécies já nos permite diferenciá-las: a de urgência, como o nome mesmo 
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determina, exige uma urgência na concessão do direito. A de evidência exige 
uma evidência por óbvio. 
Determina o art. 300 do CPC/2015 que a tutela de urgência será 
concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito 
e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. Assim, exige-se, 
para a concessão da tutela de urgência: demonstração de probabilidade do 
direito e perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
Por lógico, podemos concluir que a tutela da evidência independe de 
WDLV�UHTXLVLWRV��YLVWR�TXH�p�XPD�WXWHOD�GH�FDUiWHU�³QmR�XUJHQWH´��3RUWDQWR��XPD�
primeira forma de distingui-las é pensar sempre que uma delas, a de urgência, 
depende da premência do tempo; já a outra, a da evidência, não há essa 
necessidade. 
A tutela da evidência está prevista no art. 311 do CPC/2015 é será 
concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de 
risco ao resultado útil do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou 
em súmula vinculante (neste caso, o juiz poderá concedê-la liminarmente); 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental 
adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de 
entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa (neste caso, o juiz 
poderá concedê-la liminarmente); 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos 
fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de 
gerar dúvida razoável. 
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Aqui é importante falar que, é verdade que ela é chamada de 
provisória, mas, o CPC/2015 criou a possibilidade de estabilização da tutela 
(nesta hipótese, concedida a tutela, se não houver recurso, ela ficará como 
definitiva), mas sem resolução de mérito, portanto, sem fazer coisa julgada. 
 
2. TEORIA GERAL 
A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. A 
tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, poderá, conforme 
parágrafo único do artigo 294 do CPC/2015, ser concedida em 
caráter antecedente ou incidental, sendo que essa modalidade de tutela em 
caráter incidental independe do pagamento de custas. 
A tutela provisória, vale dizer, conserva sua eficácia na pendência do 
processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada. Inclusive, 
salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia 
durante o período de suspensão do processo. 
Para efetivação da tutela provisória o juiz poderá determinar as 
medidas que considerar adequadas, observando as normas referentes ao 
cumprimento provisório da sentença, no que couber. Quando houver de 
conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz deverá motivar 
seu convencimento de modo claro e preciso. 
Essa exigência de que cada uma das decisões judiciais seja motivada 
atende a uma disposição constitucional e é um aspecto fortalecido no novo 
código. 
No âmbito das tutelas de urgência, houve simplificação do uso das 
tutelas cautelares, ao unificar, sob o título de tutelas de urgência, a tutela 
cautelar e a tutela satisfativa, exigindo pressupostos como a probabilidade do 
direito e perigo de dano, ou risco ao resultado útil do processo, para a 
concessão. 
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou 
evidência. 
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Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou 
antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental. 
Relativamente à tutela de evidência ± um instituto defendido pelo 
Ministro Luiz Fux, quem presidiu a Comissão de elaboração do CPC/2015 ± 
convém assinalar que sua finalidade é atribuir um novo critério para a 
concessão da tutela de urgência. 
Assim, passou-se a admitir que o juiz de imediato concedesse a tutela 
requerida, diante de um pedido cuja prova inquestionavelmente apoiasse as 
alegações do pleiteante, aplicando-se em alguns casos, inclusive, o modelo 
excepcional de contraditório postecipado, adiado. 
A razão para a novidade não é complexa, consiste em reduzir o ônus a 
ser suportado por aquele que tem a evidência a seu favor, mas que até então o 
aparato burocrático tendia a prejudicá-lo. Se a evidência está com a parte que 
demandou o instituto, caberá à contraparte o ônus de produzir novas provas e 
afastar aquelas provas que se apresentaram irrefutáveis, num primeiro 
momento, a favor do demandante. 
Exige-se para a sua concessão a prova inequívoca e verossimilhança 
da alegação. 
A prova inequívoca é a prova clara, evidente, contra a qual não se 
pode levantar dúvida razoável. 
E é verossimilhante a alegação quando fundada em argumentos 
objetivos, facilmente verificáveis, sem a dependência de uma análise subjetiva, 
pessoal. 
Esses requisitos subsidiam as tutelas de urgência, seja por causa do 
perigo de ineficácia da decisão tardia, seja pela probabilidade de haver o 
direito. Nesse tipo de tutela, não há mitigação do contraditório ou da ampla 
defesa, mas a concessão daquilo que foi requisitado pela parte em 
caráter temporário. Há a possibilidade inclusive de concessão da tutela em 
caráter liminar, para a realização do contraditório e da ampla defesa em 
momento posterior. Estamos diante, nessa situação, do contraditório 
postecipado, diferido, ou adiado. 
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Estrutura básica do princípio do contraditório: 
 
Estrutura do contraditório diferido: 
 
Nesse sentido, importante citar o artigo 9º do CPC/2015, segundo o 
qual: 
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela 
seja previamente ouvida. 
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: 
I - à tutela provisória de urgência; 
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, 
incisos II e III; 
III - à decisão prevista no art. 701. 
 
(TCU) A mitigação do contraditório e da ampla defesa, direitos 
constitucionalmente garantidos, é admitida em processos judiciais 
quando há prova inequívoca do direito do autor ou quando o juiz se 
convence da verossimilhança das alegações. 
Como vimos, erra a questão ao considerar que o contraditório foi 
mitigado, quando o certo é que foi adiado, mas não enfraquecido ou atenuado. 
Gabarito: Errado 
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 O que significa liminar? A liminar refere-se ao momento de 
concessão da tutela, no início do litígio, início da instalação de um determinado quadro 
processual (liminarmente a uma etapa processual) que pode ser tanto antecipada 
quando cautelar, a depender se é conservativa ou satisfativa, como também pode ser 
relativo ao momento de interposição de uma Tutela de Evidência (teor do parágrafo único 
e incisos II e III do art. 311), significando aqui também se procederá inaudita altera pars, 
ou seja sem a oitiva da parte contrária. 
 
3. TUTELAS DE EVIDÊNCIA 
A tutela de Evidência não têm uma classificação formal em 
subespécies, mas é possível verificar que a sua concessão (conforme previsão 
dos quatro incisos e parágrafo único do artigo 311 do CPC/2015) é concedida 
segundo dois critérios/requisitos básicos, que não são acumulativos (presente 
um ou outro já se admite a tutela): 
1) o direito material da parte que pleiteia a tutela tem de ser evidente, 
contra a qual não haveria dúvida razoável; 
2) a conduta protelatória da parte em face da qual se solicita a tutela. 
Perceptível quando alguma das partes está manifestamente protelando o 
processo ou abusando do exercício do direito de defesa. Nesse caso, a tutela 
da evidência está vinculada não necessariamente à evidência do direito 
material pleiteado, mas à evidência de que é preciso pôr um fim ao processo. 
Art. 311. A tutela da evidência será concedida, 
independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao 
resultado útil do processo, quando: 
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto 
propósito protelatório da parte; 
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II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas 
documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova 
documental adequada do contrato de depósito, caso em que será 
decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de 
multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente 
dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova 
capaz de gerar dúvida razoável. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá 
decidir liminarmente. 
 
 
 
 
 
 
 ESPÉCIES: A TUTELA PROVISÓRIA PODE SER DE URGÊNCIA OU DE EVIDÊNCIA. 
1. Tutela provisória: é uma 
tutela jurisdicional sumária e não 
definitiva. 
1.1. Tutela de urgência: exige-
se periculum in mora (perigo na 
demora). 
Pode ser cautelar e antecipada. 
1.1.1. Tutela cautelar: quando for 
conservativa. 
1.1.2. Tutela antecipada: quando 
for satisfativa. 
1.2. Tutela de evidência: não se 
exige periculum in mora. 
 
Observação nº 1 
No CPC/2015 não existe mais processo 
cautelar autônomo nem estão mais 
expressamente previstos os procedimentos 
cautelares específicos (arresto, sequestro, busca 
e apreensão, etc.), embora seu cabimento esteja 
previsto. 
O pedido continua ser de arresto, sequestro, MAS 
não há um procedimento específico e NÃO 
existirão requisitos próprios. 
 
Há, a partir do CPC/2015, o poder geral de 
cautela. 
Art. 301 CPC/2015: A tutela de urgência de 
natureza cautelar pode ser efetivada mediante 
arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro 
de protesto contra alienação de bem e qualquer 
outra medida idônea para asseguração do direito. 
Observação nº 2 
Com o CPC/2015 NÃO se utiliza mais a tutela 
cautelar para atribuir efeito suspensivo a recurso. 
No CPC/2015 não precisa de uma medida 
cautelar, basta pedir ao relator o efeito 
suspensivo ao recurso. 
A tutela de urgência incidental 
(no curso do processo) pode 
ser cautelar (quando for 
conservativa) ou antecipada 
(quando for satisfativa). 
Quando se tratar de tutela 
concedida em momento 
antecedente (anterior à 
proposição da ação principal) 
poderá ser unicamente de 
urgência. 
 
 
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4. TUTELAS DE URGÊNCIA 
As tutelas de urgência encontram seu fundamento constitucional no 
direito fundamental à jurisdição efetiva (art. 5º, inciso XXXV da CF/88) e no 
princípio da isonomia, visto que as tutelas de urgência promovem um 
reequilíbrio de forças. Fala-se em reequilíbrio de forças porque o ônus do 
tempo concerne à pessoa que provavelmente não tem o direito. Regra geral, o 
ônus do tempo recai sobre o autor; mas, no caso da tutela de urgência, caso o 
juiz a defira, o ônus do tempo recairá sobre o réu. 
As tutelas de urgência são divididas em mais duas (sub) espécies: a 
tutela provisória de urgência antecipada, também conhecida como satisfativa e 
a tutela provisória de urgência cautelar. 
Façamos uma inicial e simples distinção entre essas duas espécies: as 
tutelas provisórias antecipadas asseguram a efetividade do direito material e as 
cautelares asseguram a efetividade do direito processual. 
Na tutela antecipada é preciso demonstrar para o magistrado que, para 
mais da urgência, o direito material está sob pena de risco se não for obtida a 
concessão da medida. Por sua vez, na tutela provisória de urgência cautelar é 
preciso asseverar, além da emergência, que a efetividade de um futuro 
processo estará em risco se a medida não for obtida de imediato. 
No caso da tutela antecipada, se a concessão da medida for obtida, 
não haveránecessidade de nada mais, além de sua mera confirmação. Isto 
porque, em si, a tutela antecipada já satisfaz o direito material. Um exemplo, 
que ocorre no nosso dia a dia e que bem ilustra a tutela antecipada, seria o 
pedido de internação para a realização de cirurgia emergencial. Nesses casos, 
a pessoa precisa ser internada imediatamente e não pode esperar pelo 
surgimento de uma vaga, sob pena de falecimento. 
Vejamos... Uma vez concedida a internação para que a cirurgia se 
realize (tutela cautelar pleiteada), o direito material restará satisfeito, visto que, 
internada e operada a pessoa terá conquistado o direito solicitado. Precisará, 
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somente, da confirmação da tutela, que deverá ser transformada de provisória 
em definitiva para saber-se se o plano de saúde, de fato, deverá suportar as 
GHVSHVDV�FRP�D�FLUXUJLD��3HUFHEDP��TXH�D�QRPHQFODWXUD� ³DQWHFLSDGD´� UHIHUH-
se à antecipação do pedido veiculado na tutela definitiva, em caráter satisfativo, 
mas não definitivo. 
Na tutela cautelar, podemos ter como exemplo, a seguinte situação: a 
credora de uma dívida e pretende ajuizar ação de cobrança contra o devedor. 
A credora verificou que o devedor, inadimplente, está vendendo os únicos bens 
que possui e que poderiam garantir o pagamento da dívida demandada por ela. 
Na situação citada, antes de o juiz reconhecer o direito de crédito da 
credora, é preciso tomar alguma medida que garanta a efetividade da 
sentença, caso essa seja favorável. De nada adiantaria vencer a ação de 
cobrança de um credor que não mais possui bens que possam garantir o 
pagamento do crédito. Assim, a credora propõe uma tutela provisória de 
urgência cautelar, no intuito de tornar indisponível o patrimônio do devedor e, 
com isso, garantir o futuro pagamento da ação de cobrança que ainda será 
proposta. 
Neste caso, a indisponibilidade do patrimônio tem o condão de 
assegurar o processo judicial de cobrança que ainda será ajuizado. Podemos 
concluir que as tutelas cautelares não garantem a si mesmas, estando sempre 
condicionadas a garantir o resultado útil do processo. 
Ressalte-se que no exemplo citado fica evidente a relação de 
interdependência entre o pedido cautelar e o pedido principal. De um lado, 
temos a tutela cautelar, que torna indisponíveis os bens do devedor e que, se 
considera de maneira isolada, de nada valerá (ao contrário do que vimos no 
exemplo da internação e da cirurgia). De outro lado, tampouco valerá uma 
sentença condenatória em ação de cobrança promovida contra um devedor 
sem bens. 
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As tutelas 
provisórias 
antecipadas 
e cautelares 
DISTINÇÃO... A distinção entre as medidas é que a tutela cautelar é conservativa (apenas 
assegura e apenas permite que o direito seja satisfeito um dia. Ex. Arresto) enquanto a tutela 
antecipada é satisfativa (já satisfaz o direito). 
³a tutela cautelar garante para satisfazer, já a tutela antecipada satisfaz para garantir´��
(Pontes de Miranda) 
Conforme parecer-geral do Senador Valter Pereira, relativo ao projeto da Câmara pode-
se considerar que: 
x São medidas satisfativas as que visam a antecipar ao autor, no todo ou em parte, 
os efeitos da tutela pretendida. 
x São medidas cautelares as que visam a afastar riscos e assegurar o resultado útil 
do processo. 
 
5. FUNGIBILIDADE 
Pode o magistrado converter a tutela antecipada inadequada em 
tutela cautelar adequada e vice-versa? Sim, o juiz pode converter a medida 
considerada inadequada na considerada adequada. Para o projeto da Câmara, 
alterado no Senado, não se tratava de fungibilidade, usando a expressão 
³FRQYHUWLELOLGDGH´��SRLV�QmR�p�R�VLPSOHV�DSURYHLWDPHQWR�GH�XPD�HP�RXWUD��PDV�
sim a conversão de uma em outra. 
Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela 
cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição 
sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao 
resultado útil do processo. 
Parágrafo único. Caso entenda que o pedido a que se refere o caput 
tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303 (tutela 
antecipada). 
Questionamentos que devem ser considerados. 
a) A fungibilidade é uma via de mão dupla (da antecipada para a 
cautelar ± fungibilidade regressiva ± e da cautelar para a antecipada ± 
fungibilidade progressiva)? 
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CPC/2015: Sim, a fungibilidade é uma via de mão dupla, pois os 
requisitos da antecipada e da cautelar são os mesmos. 
 
b) A fungibilidade se dá com cautelar antecedente? 
CPC/2015: Sim, a fungibilidade pode se dar com cautelar antecedente, 
pois tanto a tutela antecipada como a tutela cautelar podem ser antecedentes 
(preparatórias). 
 
c) A fungibilidade se dá com cautelar nominada? 
CPC/2015: Sim, a fungibilidade se dá com cautelar nominada, pois não 
existem mais requisitos próprios para os procedimentos especiais específicos. 
Então, não há mais procedimento cautelar específico. 
 
6. REQUISITOS 
Nas tutelas antecipada e cautelar, os requisitos são apenas dois 
(art.300 do CPC/2015): A tutela de urgência será concedida quando 
houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano 
ou o risco ao resultado útil do processo. A distinção entre os requisitos da 
concessão para a tutela cautelar e para a tutela satisfativa de urgência ficou 
superada com o caput do artigo supracitado. Não se tem mais que discutir o 
grau de ocorrência dos requisitos para uma ou outra subespécie. 
São requisitos: Fumus boni juris e Periculum in mora. 
1. Fumus boni juris: consiste na probabilidade da existência do direito 
(faz-se um juízo de probabilidade, e não de certeza, razão pela qual a cognição 
do juiz é sumária). 
2. Periculum in mora: consiste no perigo de dano ou risco ao 
resultado útil do processo. 
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 Periculum in mora 
Periculum in mora da tutela cautelarRisco ou perigo iminente à efetividade do 
processo (perigo de infrutuosidade ± pericolo da 
infruttuosità). 
Um exemplo já citado: O devedor está dilapidando o 
patrimônio e então o autor faz o pedido de arresto (há um 
perigo quanto à efetividade do processo, pois se não 
existirem bens para ser alienado ou penhorado o credor 
não terá satisfeito o seu pedido). 
Periculum in mora da tutela antecipada 
Risco ou perigo iminente ao próprio direito 
material (perigo de morosidade ou de retardamento ± 
pericolo de tardività). 
Um exemplo já citado: Um plano de saúde que não 
autoriza a cirurgia e então o autor faz um pedido de 
tutela antecipada. Se não for concedida a tutela 
antecipada a pessoa pode morrer porque não houve a 
cirurgia. 
 
7. REQUISITO PRÓPRIO DA TUTELA ANTECIPADA 
É requisito próprio da tutela antecipada, a ausência do perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão (art. 300, § 3º, CPC/2015). Não 
podendo ter o risco de irreversibilidade fática. Há nesse caso, verdadeira 
hipótese de pressuposto negativo para que se conceda a tutela. Diante da 
verificação da irreversibilidade, não se concede a tutela antecipada. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida 
quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
Exemplos: 1) O juiz concede uma tutela antecipada para demolir o 
prédio. Após ser demolido, não pode o magistrado revogar essa tutela; 2) O 
juiz concede uma tutela antecipada para que se proceda à destruição de 
documentos. Uma vez destruídos, a tutela se torna irreversível. 
FFPC 419: não é absoluta a regra que proíbe a tutela provisória com 
efeitos irreversíveis. 
Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode exigir uma caução, 
real ou fidejussória, como uma espécie de contracautela (garantia do juiz). Se a 
tutela cautelar ou antecipada for revogada haverá uma responsabilidade 
objetiva do requerente, qual seja, a de devolver. 
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Dúvida: A caução pode ser dispensada por negócio jurídico processual? O 
art. 190 do CPC/2015 diz ser lícito, as partes plenamente capazes, estipular 
negócio jurídico processual. Assim, podemos concluir que é possível a 
dispensa da caução mediante negócio jurídico processual. 
 
8. TUTELA DE URGÊNCIA SEM OUVIR A OUTRA PARTE 
Para começar o tema, façamos o seguinte questionamento: É possível 
a concessão da tutela de urgência inaudita altera pars (sem ouvir a outra 
parte)? Já antecipamos a questão no início do capítulo, mas vamos falar dele 
com mais detalhamento. 
O CPC/2015 exige, em regra, que o magistrado faça previamente a 
oitiva das partes. Essa regra decorre do princípio da cooperação e um dos 
deveres da cooperação é o dever de consulta, em que o juiz não pode analisar 
qualquer questão, de fato ou de direito, sem ouvir as partes, inclusive matéria 
de ordem pública. Um exemplo: quando o juiz verifica que existe uma 
incompetência absoluta, deve ele ouvir previamente as partes para depois 
emitir a decisão. 
Contudo, há uma exceção a essa regra. Quando a matéria for de 
urgência. Art. 9º, parágrafo único, inciso I, CPC/2015: não se proferirá decisão 
contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. O disposto no 
caput não se aplica, plenamente, à tutela provisória. Dessa forma, PODE o 
juiz conceder tutelar de urgência sem ouvir as partes. 
Dúvida: Pode o juiz conceder tutela de urgência de ofício? Art. 302. 
 Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo 
prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; 
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não 
fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 
(cinco) dias; 
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III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese 
legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da 
pretensão do autor. 
Parágrafo único. A indenização será liquidada nos autos em que a 
medida tiver sido concedida, sempre que possível. 
Como vimos da leitura do artigo, existe uma responsabilidade objetiva 
do requerente se a tutela de urgência for revogada e a parte pode não querer 
se submeter a essa responsabilidade, não requerendo a tutela de urgência. 
 
Possui legitimidade para requer a tutela de urgência (antecipada e 
cautelar): 
a) Autor; 
b) Réu (em ações dúplices ou na reconvenção); 
c) Ministério Público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A tutela de urgência (tutela antecipada e tutela cautelar) é admissível em QUALQUER 
PROCEDIMENTO, inclusive nos procedimentos especiais. 
Exemplo: Passou 1 ano e 3 dias do prazo para a parte entrar com ação possessória. Passado este tempo, a 
parte não tem mais o direito da liminar da possessória, MAS a ela será possível pedir a tutela antecipada do 
art. 300 do CPC/2015. Será possível até mesmo na execução. Note-se que a execução provisória nada mais é 
que uma antecipação de tutela. 
 Art. 300 do CPC/2015: A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória 
idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a 
parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade 
dos efeitos da decisão. 
 
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Justificação prévia consiste na oitiva de testemunha ou da própria parte 
demandante, em alternativa aos casos em que a documentação (prova documental, estudo técnico 
ou ata notarial) para a concessão de tutela de urgência não é suficiente para demonstrar o 
preenchimento dos pressupostos na petição inicial. 
 
 
A cautelar antecedente tem procedimento próprio, constituído por duas 
fases, de acordo com os artigos 305 a 310 do CPC/2015. Vejamos cada uma 
dessas duas fases: a fase preliminar e a principal. 
Fase preliminar: 
Petição inicial com indicação da lide e o seu fundamento (causa de 
pedir e pedidos principais); 
Deve conter a exposição sumáriado direito que se pretende garantir e 
o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (fumus boni juris e o 
periculum in mora), assim como a indicação do valor da causa, conforme o 
pedido principal (para o cálculo das custas judiciais). 
Logo após, passa-se a análise. Se a medida adequada for à tutela 
antecipada, ocorrerá a fungibilidade e o réu será citado para contestar 
(somente o pedido cautelar) em um prazo de cinco dias. Devendo o réu indicar 
as provas. 
Caso não ocorra a contestação, ocorrerá a confissão ficta ± é aquela 
que é deduzida de algum fato ou do modo de agir do confitente. Exemplo: o 
não-comparecimento do réu para depor, aceitando tacitamente os fatos que lhe 
são imputados. 
Havendo contestação, será observado o procedimento comum. 
 
Nos juizados especiais É CABÍVEL a antecipação de tutela e a tutela cautelar. 
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Fase principal: 
1) Efetivada a medida cautelar, o pedido principal será formulado pelo 
autor, no prazo de 30 dias, podendo-se aditar a causa de pedir (mesmo prazo 
do CPC/73). 
2) Apresentado o pedido principal, as partes serão intimadas para a 
audiência de conciliação ou de mediação, sem necessidade de nova citação. 
3) Não havendo autocomposição, conta-se o prazo de 15 dias para a 
contestação, na forma do art. 335 do NCPC. 
Obs.: cessa a eficácia da medida cautelar nas hipóteses do art. 309 do CPC. 
Ex. Se o autor não deduziu o pedido principal em 30 dias. 
 
 (TCU) A mitigação do contraditório e da ampla defesa, direitos 
constitucionalmente garantidos, é admitida em processos judiciais 
quando há prova inequívoca do direito do autor ou quando o juiz se 
convence da verossimilhança das alegações. 
Erra a questão ao considerar que o contraditório foi mitigado, quando o 
certo é que foi adiado, mas não enfraquecido ou atenuado. 
A prova inequívoca é a prova clara, evidente, contra a qual não se 
pode levantar dúvida razoável. 
E é verossimilhante a alegação quando fundada em argumentos 
objetivos, facilmente verificáveis, sem a dependência de uma análise subjetiva, 
pessoal. 
Esses requisitos subsidiam as tutelas de caráter provisório, seja por 
causa do perigo de ineficácia da decisão tardia, seja pela probabilidade de 
haver o direito. Nesse tipo de tutela, não há mitigação do contraditório ou da 
ampla defesa, mas a concessão daquilo que foi requisitado pela parte em 
caráter temporário, para realização do contraditório e da ampla defesa em 
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momento posterior. Estamos diante, nessa situação, do contraditório diferido, 
ou adiado. 
Gabarito: Errado 
 
VALOR DA CAUSA 
Ao valor da causa, o CPC/2015 dedicou um título próprio, que se 
compõe de três artigos. O código também o menciona em outros 18 artigos. 
O valor da causa (expresso em moeda nacional) continua, como no 
código anterior, elencado como requisito da petição inicial, da ação e da 
reconvenção, do pedido de tutela antecipada requerida em caráter 
antecedente, cuja ausência pode levar ao indeferimento da medida. 
A toda causa deve ser atribuído valor certo, ainda que não tenha 
conteúdo econômico imediatamente aferível. O valor da causa deve constar na 
petição inicial ou na reconvenção e será correspondente: 
1. - na ação de cobrança de dívida: a soma monetariamente corrigida do 
principal, dos juros de mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até a 
data de propositura da ação; 
2. - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, o 
cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição ou a rescisão de ato 
jurídico: o valor do ato ou o de sua parte controvertida; 
3. - na ação de alimentos: a soma de 12 (doze) prestações mensais 
pedidas pelo autor; 
4. - na ação de divisão, de demarcação e de reivindicação: o valor de 
avaliação da área ou do bem objeto do pedido; 
5. - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano moral: o valor 
pretendido; 
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6. - na ação em que há cumulação de pedidos: a quantia 
correspondente à soma dos valores de todos eles; 
7. - na ação em que os pedidos são alternativos: o de maior valor; 
8. - na ação em que houver pedido subsidiário: o valor do pedido 
principal. 
O réu pode divergir do valor da causa apresentado, podendo 
impugnar, em preliminar da contestação, o valor atribuído à causa pelo 
autor, sob pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo, se for o 
caso, a complementação das custas. 
 
 
x Quando se pedirem prestações vencidas e vincendas, considerar-se-á o valor 
de umas e outras. 
x O valor das prestações vincendas será igual a uma prestação anual, se a 
obrigação for por tempo indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e, 
se por tempo inferior, será igual à soma das prestações. 
x O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar 
que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito 
econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento 
das custas correspondentes. 
 
 
 
- Da execução para a entrega de coisa certa: é aquela individualizada e 
determinada, quando proposta a execução. 
- Da execução para a entrega de coisa incerta: é determinável pelo gênero e 
quantidade, quando a execução recair sobre coisa determinada pelo gênero e 
pela quantidade, o executado será citado para entregá-la individualizada, se lhe 
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couber a escolha. De outro modo, se a escolha couber ao exequente, esse 
deverá indicá-la na petição inicial, art. 811 CPC/15. 
- Da execução das obrigações de fazer ou de não fazer: são aquelas em 
que o devedor compromete-se a realizar uma prestação, consistente em atos 
ou serviços, de natureza material ou imaterial. 
- Da execução por quantia certa: realiza-se pela expropriação de bens do 
executado, sendo que a expropriação consiste em: I ± adjudicação: é a forma 
indireta de satisfação do credor, que se dá pela transferência a ele ou aos 
terceiros legitimados,

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