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Dirceu Grasel * * Economia e Ambiente Prof. Dr. DIRCEU GRASEL ECONOMIA/UFMT * Dirceu Grasel * * * Visão tradicional I – Processo Linear, ambiente com papel secundário: Atribuem ao ambiente a função única e exclusiva de fornecedora de matéria prima; Figura 1 – Economia: Esfera Dominante Ambiental Social Econômico Fonte: adaptada de Benakouche e Cruz (1994:92) Dirceu Grasel * * * Visão tradicional Não consideram que do processo produtivo resultam resíduos e que os recursos naturais podem ser esgotáveis; 1) Resultando num processo linear: a) Onde se considera apenas a função de fornecedor de matérias primas; b) Mas desconsidera-se a função de assimilação de resíduos; Figura 2 - Sistema de Produção Fonte: adaptada de Pearce e Turner (1991:36) Consumo Produção Recursos Naturais Dirceu Grasel * * * O que mudou? II – O modelo de produção e consumo de massas 1) O modelo Fordista-Keynesiano (1930): a) Definiu novas condições de reprodução do capital e estabeleceu novos padrões e estratégias de competição, baseados na: Busca da eficiência produtiva; Com aumento da escala de produção; Para reduzir os custos de produção; Dirceu Grasel * * * O que mudou? II – O modelo de produção e consumo de massas b) Desencadeando um: Processo de produção e consumo de massas (grande escala); Quanto maior o consumo maior o nível de atividade econômica; Maior a utilização dos recursos naturais; Dirceu Grasel * * * O que mudou? II – O modelo de produção e consumo de massas c) De outro lado, a intensificação da competição entre as empresas, resultante de sucessivas crises de superprodução, conduziram á mudanças nos hábitos e costumes das pessoas em direção da instantaniedade e descartabilidade, aumentando as externalidades (ex. resíduos): A empresa de sucesso é aquela que cria necessidades permanentes. Assim, um copo não pode mais ser de vidro deve ser descartável: criando imediatamente uma nova necessidade. Dirceu Grasel * * * O que mudou? II – O modelo de produção e consumo de massas d) Fazendo com que o otimismo sobre a possibilidade de esgotamento dos recursos naturais se transformasse em pessimismo: O relatório Meadows (década de 70), que realizou um estudo sobre os limites do crescimento e se baseou na análise e projeção de cinco grandes variáveis (estoque de capital industrial, a população, a poluição, a oferta de alimentos e a disponibilidade de recursos naturais não renováveis) concluiu que, mantidas as tendências atuais sobre o comportamento destas cinco variáveis, os limites do crescimento em nosso planeta seriam atingidos nos próximos 100 anos; Dirceu Grasel * * * Um consumo desigual entre países Dirceu Grasel * * * Dirceu Grasel * * * O que mudou? II – O modelo de produção e consumo de massas 2) Gerando um consenso sobre: a) A insustentabilidade do atual padrão de produção e consumo: O sistema produtivo não otimiza o uso dos recursos naturais e nem minimiza a geração de rejeitos; Existe uma incompatibilidade entre a intensidade do uso dos recursos naturais, sua reprodução e as externalidades decorrentes; A mesma estrutura produtiva que proporciona os recursos para a sobrevivência do homem, ameaça a sua existência; Dirceu Grasel * * * Modelo Insustentável CRÍTCAS À KEYNES E AO MODO DE PRODUÇÃO E CONSUMO (GALBRAITH): 1) Não observou que, com o desenvolvimento econômico, o poder passa do consumidor para o produtor; 2) Conseqüentemente, não previr as divergências crescentes entre os objetivos do setor de planejamento e as necessidades do público; 3) Portanto, o desenvolvimento torna-se desigual, o meio ambiente é ameaçado, o consumidor é sacrificado e a inflação torna-se incontrolável pelos remédios Keynesianos; Dirceu Grasel * * * Nova Visão III - Na nova visão (o processo circular): A necessidade de definição de novos padrões de desenvolvimento (o desenvolvimento sustentável) definiu uma nova visão sobre o ambiente: O ambiente aparece executando três funções básicas: 1) Fornecedor de recursos naturais; 2) Assimilador de resíduos; 3) Fonte direta de utilidades; Dirceu Grasel * * * Nova Visão 1 ) A função de fornecedor de recursos naturais; 1.1 - Os recursos naturais podem ser: a) Renováveis: Podem se exaurir se a taxa de colheita for maior do que a taxa de regeneração; b) Não renováveis: Tendem a se exaurir, pelo simples fato de sua utilização, porque a taxa de colheita é superior a taxa de regeneração que é igual a zero; Dirceu Grasel * * * Nova Visão 2) A função de assimilar resíduos: a) Existem três estágios de geração de resíduos: Na extração do recurso natural. Produto orgânico de fácil absorção; Na transformação do recurso natural em produto intermediário ou final; No consumo; Dirceu Grasel * * * Nova Visão 2) A função de assimilar resíduos: b) Destino dos resíduos: Uma parte é reciclada e retorna como insumo; Outra parte não reciclada é absorvida pelo ambiente, caracterizando a sua função de absorção de resíduos; c) A poluição: Ocorre quando a emissão de rejeitos é maior do que a capacidade de assimilação; Dirceu Grasel * * * Nova Visão 3) Fonte direta de utilidade: a) A poluição degrada o ambiente: Prejudicando a sua função estética; Prejudicando a sua utilidade enquanto conforto paisagístico; Em síntese: prejudicando a sua terceira função; Dirceu Grasel * * * Dirceu Grasel * * * Nova Visão IV – A sustentabilidade está: 1) Na utilização de recursos naturais menor ou igual a sua taxa de regeneração: Utilização racional; 2) Não permitindo que emissão de rejeitos seja maior do que a capacidade de assimilação: Reciclagem; Dirceu Grasel * * * Nova Visão V – Porque não se faz isso? 1) A lógica do processo produtivo é o lucro a qualquer custo: A lógica individual é diferente da coletiva; O processo de reciclagem tem se mostrado excessivamente oneroso; 2) Para a tecnologia disponível ocorre uma perda qualitativa de energia: Os produtos reciclados perdem qualidade; Dirceu Grasel * * * Nova Visão VI – O que deve ser feito 1) Fiscalização eficiente, para fazer incidir o custo das externalidades sobre os responsáveis pela sua geração; 2) Transformar as externalidades numa oportunidade de negócio; 3) A preservação ambiental deve ser economicamente interessante; Dirceu Grasel * * * Nova Visão VI – O que deve ser feito 4) Estamos num sistema de mercado, portanto, não devemos operar contra o mercado, mas servi-lo, induzindo-o a exigir mudanças através da educação dos consumidores; As pressões exercidas sobre a indústria são de diversos setores sociais, dos quais destacam-se: a opinião pública, os consumidores e a legislação. Dirceu Grasel * * * Nova Visão VI – O que deve ser feito 5) Na prática, o consumidor é que vai mudar ou determinar essa situação: ex: o selo verde, nos países desenvolvidos, não é raro que produtos que não apresentam o selo verde sejam rejeitados pelos consumidores; Na Suécia e na Dinamarca a mudança em processos ou produtos, em resposta a esse tipo de pressões, já atinge 100%. Dirceu Grasel * * * Nova Visão VII – A crescente evidência do ambiente 1) As fases da evolução: a) De ofensivo à sobrevivência do homem; b) Inobservância das questões ambientais; c) Diferencial competitivo: Oportunidade de negócio; d) Exigência competitiva: Fator competitivo indispensável; Dirceu Grasel * * * Nova Visão VIII – Ambiente e exigência competitiva 1) A nova visão do ambiente não é modismo administrativo, veio para ficar: a) A evolução é mais ou menos acelerado de acordo com a consciência dos consumidores de cada país; Dirceu Grasel * * * Nova Visão VIII – Ambiente e exigência competitiva b) Pesquisa realizada por Pereira e Alperstedt (1996), identifica que as empresas investem em causas ambientais, para: Manter a competitividade; Melhorar a imagem da empresa perante seus clientes; Estabelecer um fator de diferenciação; Cumprir com a responsabilidade ambiental e social; Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável IX – Evolução das Preocupações Ambientais a) A Suécia, preocupada com a chuva ácida, poluição nos bálticos, foi quem primeiro propôs uma discussão global do problema; b) Em 1972 a conferência das nações unidas e Meio ambiente Humano, estabeleceu o primeiro diálogo entre os países ricos e pobres (Comissão Brundland que tratou de): População; Alimentos; Assentamentos Humanos; Água; Desertificação; Ciência e Tecnologia e Energia Renovável; Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável IX – Evolução das Preocupações Ambientais c) O encontro mundial de 1987, produziu o relatório “Nosso futuro comum”; d) No RJ, em 1992, a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), produziu o documento “Agenda 21”, que estabelece como objetivo: Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável IX – Evolução das Preocupações Ambientais Na questão social, uma visão de sociedade com enfoque na coletividade, através de medidas de distribuição de renda e recursos mais justa; Na questão econômica: a busca da alocação eficiente dos investimentos, gestão adequada dos recursos naturais e avaliação de eficiência macroeconômica; Na questão ecológica: o prolongamento de todos os recursos naturais, através do uso racional, com o mínimo de desperdício; Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável X – Aspectos Conceituais a) A ONU define sustentabilidade como o processo de desenvolvimento que atende as necessidades do presente, sem comprometer a satisfação das gerações futuras; b) A sustentabilidade identifica quatro dimensões básicas: Ética ou preocupação com as gerações futuras; Temporal ou a necessidade de planejar para o longo prazo; Social ou a conscientização de que a pobreza e a miséria são grandes entraves da sustentabilidade; Prática ou o reconhecimento da necessidade de mudanças nos hábitos de consumo e de comportamento; Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável X – Aspectos Conceituais c) A interpretação dessas dimensões sugere combinações que resultam em dinâmicas sócio-ambientais de sustentabilidade: Ecológica; Ambiental; Demográfica; Cultural; Social; Política e; Institucional; Dirceu Grasel * * * Desenvolvimento Sustentável X – Aspectos Conceituais d) Com isso o conceito de sustentabilidade desdobra-se em 4 vertentes: Crescimento Econômico; Eqüidade Social; Eqüidade Regional e; Equilíbrio Ecológico; e) Induzindo a uma nova dimensão ética e política que considera o desenvolvimento como: Um processo de mudança social; Com conseqüente democratização: - Do acesso dos Recursos Naturais e; - Distribuição eqüitativa dos custos e benefícios do desenvolvimento; Dirceu Grasel * * * BIBLIOGRAFIA AGENDA 21. Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento. Rio de Janeiro: Centro De Informações Das Nações Unidas No Brasil, 1993 (Resumo/Mimeo.). ALTVATER, E. Ilhas de Sintropia e Exportação de Entropia: Custos Globais do Fordismo Fossilístico. Pará: Cadernos NAEA, n. 11, novembro de 1993. BENAKOUCHE, R. E CRUZ, R. S. Avaliação Monetária do Ambiente. São Paulo: Makron, 1994. CMMAD (Comissão Mundial sobre o Ambiente e Desenvolvimento). Nosso Futuro Comum. Rio de Janeiro: FGV, 1991. D’AVIGNON, A. Norma Ambiental ISO 14000: Como Podem Influenciar sua Empresa. Rio de Janeiro: CNI/DAMPI, 1995. GRASEL, D. Novos padrões ambientais e investimento: os casos das indústrias de revestimento cerâmico e da agroindústria de carnes. In, Revista de estudos sociais da FAECC (RES). Cuiabá/MT: EdUFMT, ano 2, n. 4, p. 48-64, 2000. Dirceu Grasel * * * BIBLIOGRAFIA MEADOWS, D. H. et. al. The limits to growth. New York: Universe, 1972. PEARCE, D. W. E TURNER, R. K. Economics of Natural Resources and the Environment. Great Britain: Johns Hopkins University Press, 1991. PEREIRA, M. F. e ALPERSTEDT, G. D. Inovação tecnológica: um fator impulsionador do desenvolvimento sustentável. In Anais do XIX Simpósio de Gestão e Inovação Tecnológica. Sbragia, R. et. al. (org.). São Paulo: USP/PGT/FIA/PACTO, p. 1689-1702, 1996. PNUD. Informe Sobre Desarrollo Humano 1996. Espanha: Ediciones Mundi-Prensa, 1996. SACHS, I. Estratégias de Transição Para o Século XXI. In Para Pensar o Desenvolvimento Sustentável. Bursztyn, M. (Org.), São Paulo: Brasiliense, 1994.
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