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2 6 A SOCIOLOGIA CLÁSSICA ÉMILE DURKHEIM 1.1- VIDA: nasceu em Épinal, França(em 1858); Diplomou-se em 1882, passando a lecionar Filosofia nos liceus de Sens e Troyes; Aprofundava-se, ao mesmo tempo, nas obras de Hebert Spencer (1820-1903), do qual recebeu influência na predileção por modelos biológicos, presentes em seus primeiros trabalhos; Em 1887, Durkheim encarregado de cursos na Universidade de Bordéus. Cria-se, pela primeira vez, no ensino superior francês, uma cátedra exclusivamente dedicada à sociologia; 2- A SOCIOLOGIA COMO CIÊNCIA Pretendendo estabelecer a sociologia como disciplina rigorosamente objetiva, propôs a investigação dos fatos sociais mediante leis e não generalidades abstratas Assim, partindo da exterioridade dos fatos, Durkheim compreende a sociedade como um conjunto de ideais constantemente alimentados pelos homens que dela fazem parte. 3- OBJETO DE ESTUDO DA SOCIOLOGIA: O fato social. 4- MÉTODO DE ANÁLISE: Positivismo. 5- PRINCIPAIS OBRAS: 5.1- “As regras do método sociológico”. Objetivo: estender à conduta humana o racionalismo científico, para isso, propõe a elaboração de regras para o conhecimento dos fatos sociais; 5.1.1- Regras relativas à observação dos fatos sociais: Os fatos sociais devem ser tratados como coisa; Conceito de coisa: a coisa se opõe à idéia, identificando-se como todo objeto do conhecimento que a inteligência não penetra de maneira natural; é tudo que o espírito não pode compreender, senão por meio da observação e da experimentação; Conceito de fato social: Todo meio de agir, fixo ou não, capaz de exercer no indivíduo uma coerção externa; todo meio de agir que é geral em toda sociedade, independente de suas manifestações individuais. objetividade; afastar as pré-noções; os fatos sociais são exteriores ao indivíduo: Trata-se cada indivíduo nasce numa sociedade organizada, e que por isso lhe modela o desenvolvimento pessoal. Assim o caráter coercitivo dos fatos sociais deriva de seu caráter externo. EX: a língua falada pela comunidade...; o industrial deve assimilar as inovações técnicas de seus competidores; o uso do sistema monetário... Características do Fato social: a) Exterioridade: em relação às consciências individuais; b) Coercitividade: a coerção que o fato social exerce ou é suscetível de exercer sobre os indivíduos; c)Generalidade: a sua generalidade deve-se a sua natureza comum ao grupo ou à sociedade. 5.1.2- Regras relativas à distinção entre o normal e o patológico: a ciência deve distinguir os fatos normais dos patológicos. um fato é considerado sociologicamente normal, quando: a) ele é normal para um tipo social determinado, numa fase determinada de seu desenvolvimento, quando se produz na média da sociedade desta espécie, consideradas na fase correspondente de sua evolução; b) a generalidade de um fenômeno se prende às condições gerais da vida coletiva no tipo social determinado. Exemplo : O CRIME por outro lado, um fato é sociologicamente patológico quando representam formas excepcionais, encontradas, apenas numa minoria e não duram muito, constituindo-se exceção no tempo e no espaço. 5.1.3- Regras relativas à constituição dos tipos sociais: a morfologia social é a parte da sociologia que tem como tarefa constituir e classificar os tipos sociais. as sociedades serão, a princípio, classificadas segundo o grau de composição que apresentam, a partir da base constituída pela sociedade perfeitamente simples. sociedade simples: aquela que forma um todo não subordinado a outro. Ex.: Horda agregado social formada por um único segmento; sociedade complexa: as partes que a compõem podem formar combinações diferentes. 5.1.4- Regras relativas à explicação dos fatos sociais: para explicar um fenômeno social, deve-se buscar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que desempenha. Assim, um fato pode existir sem servir para nada, como pode mudar de função sem mudar de natureza; a causa determinante de um fato social deve ser pensada entre os fatos sociais anteriores e não nos estados de consciência individual. Portanto, a função de um fato social não pode ser senão social. 5.1.5- Regras relativas à administração das provas: o único meio de provar a causalidade é a comparação(verificar a causa comum); repetição de fatos semelhantes dedução. 5.2- “Da divisão do trabalho social” Objetivo: mostrar o papel que os agrupamentos profissionais estão destinados a preencher na organização dos povos contemporâneos; dissertação doutoral e sua primeira importante obra; mostra que a forma emergente da sociedade baseada na solidariedade orgânica envolve, necessariamente, a moralização das relações sociais, mesmo que a nova ordem entre em contradição com a antiga; solidariedade mecânica: ocorrem em sociedade onde os indivíduos diferem pouco entre si, partilhando dos mesmos valores e sentimentos. Esse tipo de sociedade tem mais coesão porque seus elementos individuais são similares; solidariedade orgânica: é presente nas sociedades mais complexas, que resultam da crescente divisão do trabalho, exigida pelas tarefas econômicas menos simples; normalidade social: é relativa a determinado grupo social, num certo momento de seu desenvolvimento; anomia social: ausência ou desintegração de normas sociais. A anomia seria característica de sociedades orgânicas desenvolvidas, sendo o seu aparecimento decorrem quando as funções sociais tornam-se frágeis. Como as sociedades complexas são baseadas na diferenciação, necessário se faz que as tarefas individuais correspondam aos desejos e aptidões; como isso nem sempre acontece, os valores ficam enfraquecidos e a sociedade é ameaçada pela desintegração. 5.3- “O suicídio” Objetivo: procurar as causas sociais para o fenômeno do suicídio; método estatístico e comparativo; o suicídio visto como um fenômeno coletivo; tipologia do suicídio: a)altruísta: não vêem mais razão de ser na vida(mulheres que se suicidam quando perdem o marido); b)egoísta: a razão está fora da própria vida(fuga); o egoísmo é a causa geradora; c)anômico: é causado pelo desregramento na vida humana(crises econômicas); 5.4 “As formas elementares da vida religiosa.” Objetivo(explícito): compreender a natureza religiosa do homem, para revelar um aspecto essencial e permanente da humanidade;(implícito): propor uma teoria sociológica do conhecimento; trata a religião como representações(simbólicas) coletivas, uma forma de apreendê-lo e expressá-lo; são imagens da realidade empírica; atrás das práticas religiosas se insere uma visão de mundo; através da análise das religiões(totemismo), Durkheim mostra como os homens encaram a realidade e constróem uma certa percepção de mundo. 6-- CONCEITOS 6.1- Consciência Coletiva: Em “A divisão do trabalho social” Durkheim define a consciência comum ou coletiva como um conjunto de crenças e sentimentos comuns ao comum dos membros de uma determinada sociedade, formando um sistema determinado com vida própria. A palavra francesa ”conscience” é ambígua, cuja sentido diz respeito à instância moral e de percepção de algo. Desse modo, as crenças, sentimentos compreendidos na consciência coletiva são, por um lado, morais e religiosos, e, por outro lado, cognitivos. 6.1.1- Representações Coletivas: Ele afirma que a vida social é feita essencialmente de representações. Estas se traduzem como estados de consciência coletiva, diferentes em natureza, dos estados de consciência individual. Elas exprimem o modo pelo qual o grupo se concebe a si mesmo em suas relações com os objetos que o afetam 6- REFLEXÕES. Durkheim - em “As formas elementares da vida religiosa” - afasta-se do chamado empirismo clássico, posto que este recusa aos conceitos a possibilidade de regular a realidade objetiva. O autor, igualmente diverge dos aprioristas, uma vez que estes percebem as categorias conceituais como logicamente anteriores à experiência. Ele defende que o conhecimento comporta atributos contraditórios(espirituais e materiais), em que a constituição mentaldo homem depende de fatores históricos e sociais.
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