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1 EVOLUÇÃO HISTORICA DA PSICOLOGIA JURIDICA NO BRASIL Em 1960 foram realizados os primeiros estudos entre adultos, criminosos e adolescentes, envolvendo psicólogos, advogados e religiosos. Cabe ressaltar que o trabalho do psicólogo junto ao sistema penitenciário brasileiro existia não oficialmente há pelo menos 40 anos. Com a lei de execução penal ( lei federal nr 7.210/84) que o psicólogo passou a ser reconhecido legalmente pela instituição penitenciaria . O Reconhecimento da psicologia jurídica como especialidade pelo Conselho Federal da Psicologia foi no ano de 2000 na resolução nr 014/00. Desde então o psicólogo jurídico tem atuado de forma incisiva na pratica forense. IMPORTANCIA DA DISCIPLINA DE PSICOLOGIA JURIDICA NA FORMAÇÃO DO OPERADOR DO DIREITO. Psicologia Jurídica é uma das denominações para nomear essa área da Psicologia que se relaciona com o sistema de justiça. o termo Psicologia Jurídica é o mais adotado. Entretanto há profissionais que preferem a denominação Psicologia Forense. O psicólogo jurídico pode atuar fazendo orientações e acompanhamentos, contribuir para políticas preventivas, estudar os efeitos do jurídico sobre a subjetividade do indivíduo, entre outras atividades e enfoques de atuação. O Jurista dentro de sua escolha na área de atuação poderá e deverá sempre contar com um auxiliar com conhecimentos mais profundos em relação a psicologia para instruir suas petições ou qualquer remédio jurídico que envolva essa disciplina. RELAÇÃO COM O DIREITO A Psicologia Jurídica se relaciona com o Direito da seguinte forma: • Psicologia Jurídica e o Menor. No Brasil, por causa do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, a criança passa a ser considerada sujeito de direitos. Muda-se o enfoque da criança estigmatizada por toda a significação representada pelo termo menor”. Este termo menor forjou-se no período da Ditadura para se referir à criança em situação de abandono, risco, abuso, enfim, à criança vista como carente. Denominá-la como menor era uma forma de segregá-la e negar-lhe a condição de sujeito de direitos. Em virtude disso, 2 no Brasil, denominamos assim este setor da Psicologia Jurídica e as questões da Infância e Juventude. • Psicologia Jurídica e o Direito de Família: divorcio,separação de fato, disputa de guarda, regulamentação de visitas, destituição do poder familiar, alienação parental . Neste setor, o psicólogo atua, designado pelo juiz, como perito oficial. Entretanto, pode surgir a figura do assistente técnico, psicólogo perito contratado por uma das partes, cuja principal função é acompanhar o trabalho do perito oficial. • Psicologia Jurídica e Direito Cível: casos de interdição, indenizações, entre outras ocorrências cíveis, Mediação e técnicas de negociação • Psicologia Jurídica do Trabalho: acidentes de trabalho, indenizações. • Psicologia Jurídica e o Direito Penal (fase processual): exames de corpo de delito, de esperma, de insanidade mental, entre outros procedimentos. • Psicologia Judicial ou do Testemunho, Jurado: é o estudo dos testemunhos nos processos criminais, de acidentes ou acontecimentos cotidianos. • Psicologia Penitenciária (fase de execução): execução das penas restritivas de liberdade e restritivas de direito. • Psicologia Policial e das Forças Armadas: o psicólogo jurídico atua na seleção e formação geral ou específica de pessoal das polícias civil, militar e do exército. • Vitimologia: busca-se a atenção à vítima. Existem no Brasil programas de atendimentos a vítimas de violência doméstica. Busca-se o estudo, a intervenção no processo de vitimização, a criação de medidas preventivas e a atenção integral centrada nos âmbitos psico-socio-jurídicos.Violência doméstica contra a mulher, atendimento a famílias vitimizadas. • Mediação: trata-se de uma forma inovadora de fazer justiça. As partes são as responsáveis pela solução do conflito com ajuda de um terceiro imparcial que atuará como mediador. A mediação pode ser utilizada tanto no âmbito Cível como no Criminal. • Formação e atendimento aos juízes e promotores. • Psicologia Jurídica e Magistrados: modelos mentais, variação de penalidade, tomada de decisão dos juízes, seleção de magistrados. • Proteção a testemunhas: o trabalho multidisciplinar num programa de Apoio e Proteção a Testemunhas, Vítimas da Violência e seus Familiares. . 3 CONCEITOS A Psicologia Jurídica consiste na aplicação de conhecimentos psicológicos às questões da área jurídica, constituindo-se na interface da Psicologia com o Direito. O psicólogo jurídico poderá atuar nas diversas áreas , como Infância e Juventude, Família, Trabalho, Penal entre outras. O entendimento do funcionamento psíquico, de comportamentos patológicos, transtornos de personalidade e estados psíquicos anormais podem auxiliar a compreensão da conduta de indivíduos em diversas situações como julgamentos, evento criminoso e testemunhos. TEORIAS PSICOLOGICAS O conhecimento do psiquismo humano – Teorias psicológicas O comportamento humano pode ser compreendido por referenciais teóricos que explicam a constituição de personalidade e dinâmica de funcionamento psíquico. 1. Abordagem psicanalítica Representantes: Sigmund Freud, Donald Winnicott, Jacques Lacan, Melanie Klein, Wilfred Bion. Pressupostos teóricos: desenvolvimento da personalidade dá-se em estágios psicossexuais. Motivadores inconscientes da conduta humana. Personalidade dividida em instancias: id, ego, superego. Mecanismos de defesa. 2. Abordagem comportamental Representante: B. F. Skinner. Pressupostos teóricos: desenvolvimento da personalidade dá-se por reforço positivo a comportamentos. Estuda interações entre o individuo e o ambiente. Respostas comportamentais ligadas a situações - estimulo. 3. Abordagem humanista 4 Representante: Carl Rogers Pressupostos teóricos: O homem é livre e se apresenta como um projeto permanente e inacabado, em um constante vir a ser. O ser humano tem tendência inata à autorrealização e é aberto ao desenvolvimento. Impulso a aprendizagem positiva. 4. Abordagem cognitiva Representantes: Albert Ellis e Aron Beck Pressupostos teóricos: significados das vivências estabelecidos por processos cognitivos. Crenças influenciam afetos, comportamentos e reações do individuo. PSICOPATOLOGIA Ciência que estuda os estados mensais patológicos do ser humano. A personalidade é integrada por sistemas psicológicos responsáveis por padrões de comportamento, pensamento, sentimento e emoção que compõem as características únicas de um individuo. O estado patológico determina-se com a predominância de quadros emocionais disfuncionais que prevalecem na vida do individuo, gerando sofrimento psíquico. TRANSTORNOS DE PERSONALIDADE Os transtornos de personalidade caracterizam-se pelo comprometimento de componentes psicológicos básicos e representam desvios extremos ou significativos das percepções dos pensamentos, das sensações e relações interpessoais de um individuo médio numa determinada cultura. Personalidade paranoica : Comportamento de extrema vigilância, sentimento de desconfiança e perseguição. Sensibilidade diante das contrariedades. Comportamento de ataque como forma de defesa. https://www.youtube.com/watch?v=X5eLHLvXuAY Personalidade esquizoide : Comportamento reservado e introspectivo, retraimento de contatos sociais e afetivos. Incapacidade de expressar 5 sentimentos, perceber e considerar os sentimentos dos outros.Parecem preocupados, constantemente, com sensação de vazio e tédio. Apresentam uma ideia desvalorizada de si. Personalidade psicopata : Comportamentos que transgridem as leis e regras sociais sem arrependimento ou preocupação com outras pessoas, percebidas como ferramentas para atingir objetivos. A moral é pessoal e egoísta. Baixa tolerância à frustração , tendendo a culpar os outros. Impulsividade e facilidade em agir, sem refletir ou antecipar a ação. Personalidade histriônica : Manifestações efetivas superficiais, excessivas teatralidade e dramatização. Estado emocional é oscilante e tende a demonstrar familiaridade com pessoas que acabaram de conhecer. Utilizam como estratégia a sedução sexual e o desejo constante de admiração. Personalidade obsessiva : Comportamento perfeccionista, acompanhado de impulsos repetitivos. O individuo verifica pormenores excessivamente, conduta rígida e aversão a inovações . Personalidade Bordeline : Instabilidade emocional e comportamento impulsivo e imprevisível sem considerar as consequências. Dificuldade em conter impulsos. Estabelecem relações precárias e conflituosas. Personalidade ansiosa ou esquiva : Comportamento hesitante, com recusa a estabelecer relações. Desejam ser aceitos. Baixa autoestima e hipersensibilidade a criticas. Personalidade dependente: Comportamento passivo e dependente. Sentimento de desamparo. Agem de forma submissa, com intensa dificuldade em tomar decisões. Renunciam a expressão de desejos. Suscetíveis a rejeição. Personalidade depressiva: Comportamento retraído e inseguro. Sentimento de tristeza e desanimo, preocupações e ruminações constantes. No geral, as personalidades patológicas podem apresentar comprometimentos depressivos. Personalidade narcisista: Comportamento marcado pela grandiosidade. Exploram as pessoas para atingir seus objetivos. Buscam ser admirados. Ressaltam suas próprias características. Intolerância a criticas. 6 Transtornos mistos de personalidade : Padrão de sintomas e características de vários transtornos.
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