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DIREITO FINANCEIRO E TRIBUTÁRIO I
Professor: Rivalino Cardoso
rivalino@outlook.com
 
____________________________________AULA -06 
UNIDADE 6. 
EMENTA: 6. Poder de tributar. 6.1 Competência tributária. 6.1.1 Conceito. 6.1.2. Atributos. 6.1.3 Espécies. 6.1.4 Conflitos. 6.2 Capacidade tributária ativa.
6. PODER DE TRIBUTAR
Relação de Poder x Relação Jurídica
O Poder de tributar como aspecto da soberania estatal
6.1 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA. 
6.1.1 CONCEITO
Para Luciano Amaro, em síntese, Competência Tributária é a aptidão de criar tributos de cada ente politico, dentro de critérios estabelecidos pela própria Constituição Federal. 
Hugo de Brito, assim conceitua: “Ao poder tributário juridicamente delimitado e, sendo o caso, dividido dá-se o nome de competência tributária.’
6. PODER DE TRIBUTAR
6.1.1.a. Nota distintiva:
Competência para legislar sobre matéria tributária 
É o poder constitucionalmente atribuído para editar leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. Trata-se de competência genérica para traçar regras sobre o exercício do poder de tributar.
Competência para instituir tributo
Poder constitucionalmente atribuído de editar leis que instituam tributos. 
Competência para legislar sobre matéria tributária 
A quem compete estabelecer normas gerais em Direito Tributário? 
 À União (art. 24, §1º, da CF/88)
A quem compete suplementar as normas gerais da União, mediante lei própria? Aos Estados e Distrito Federal (art. 24, §2º, da CF/88)
Não existindo normas gerais da União, qual será o papel dos Estados e Distrito Federal? Exercerão a competência legislativa plena, editando leis de normas gerais próprias, que lhes obrigarão, em caráter exclusivo. É o caso do IPVA, cuja competência legislativa foi constitucionalmente exercida pelos Estados da Federação, à falta de normas gerais (art. 24, §3º, da CF/88)
E se, no caso anterior, sobrevier lei federal sobre normas gerais? Será suspensa a eficácia da lei estadual ou do Distrito Federal, naquilo que lhe for contrário. Trata-se de suspensão, e não revogação, pois não há hierarquia entre as leis. (art. 24, §4º, da CF/88)
6. PODER DE TRIBUTAR
Desdobramentos do exercício da competência
Capacidades de: 
Instituir, 
Legislar, 
Fiscalizar* e
 Arrecadar* 
6. PODER DE TRIBUTAR
6.1.2. ATRIBUTOS ou CARACTERÍSTICAS
Instituir, Legislar, Fiscalizar* e Arrecadar* 
Facultatividade
Cada ente político decide, discricionariamente sobre instituir ou não tributos de sua competência. (Exceção: ICMS – guerra fiscal)
Indelegável e Irrenunciável (art. 7º do CTN)
O titular não pode transferi-la no todo ou em parte, nem renunciá-la
Não é patrimônio absoluto da pessoa política que a titulariza. 
A competência Tributária exercida desaparece com a lei.
Incaducável ou imprescritível
Perdura no tempo  incaducabilidade da função legislativa  Aptidão para criar in abstrato (lei)  Legislar sobre tributos  função legislativa. Não se pode impedir o legislativo de legislar. A Constituição Federal não limitou esta competência no tempo.
Ex.: Imposto sobre grandes fortunas.
Irrenunciável
6. PODER DE TRIBUTAR
6.1.3 ESPÉCIES
Privativa: é o poder legiferante das entidades tributantes (União, Estados, Municípios e DF) quanto à criação de tributos que lhes são genuína e exclusivamente peculiares.
Ex: IR, ICMS, ISS, IPTU 
Comum: É a atribuída a cada ente politico para impor os mesmos tributos, guardado, entretanto, o vínculo entre o tributo e o serviço prestado ou atividade exercida.
Ex: Taxas municipais e Taxas Estaduais; Contribuição de melhoria municipal e estadual
Residual: é aquela atribuída á União atinente aos outros impostos (art.154, I) e outras Contribuições para a seguridade social (art. 195, §4º) que podem ser instituídos sobre situações não previstas. Em matéria de LC não cabe MP!!!
Extraordinária: é o poder de instituição, pela União, por lei ordinária federal, do I.E.G. (art. 154, II)
Cumulativa: Autoriza-se certo ente a se legitimar à instituir tributos que a priori não seriam seus: 2 situações: art. 147 CF: Territórios e DF e Contribuições ao Regime Próprio de Previdência dos Servidores Efetivos dos Estados, Municipios e DF
Exclusiva: Contribuições Especiais.
6. PODER DE TRIBUTAR
União: II, IE, IR, IPI, IOF, ITR e IGF 
Taxas e Contribuições de Melhoria 
Impostos (e contribuições á seguridade) Residuais e I. Extraordinários de Guerra 
Contribuições Especiais 
Cumulativa: 
Estados e DF: ITCMD, IPVA e ICMS, 
Taxas e Contribuições de Melhoria 
Contribuições – Regime próprio de Previdência do Servidor Efetivo
Municípios: ITBI, IPTU e ISS, 
Taxas e Contribuições de Melhoria
Contribuições – Regime próprio de Previdência do Servidor Efetivo 
Contribuições para o custeio do serviço de iluminação pública (COSIP)
6. PODER DE TRIBUTAR
Isenção heterônoma:
Cada ente estatal só pode instituir e desonerar tributos de sua competência, conforme outorgado pela CF.
Art. 151. É vedado à União:
(...) III – instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
Exceção: 
Art. 156. (...)
§ 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III (ISSQN) do caput deste artigo, cabe à lei complementar: (...)
II – excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior.
6. PODER DE TRIBUTAR
6.1.4 CONFLITOS 
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
Existe conflito? 
ISS x ICMS; 
ISS x IPI; 
IPTU x ITR (art. 32 do CTN)
6. PODER DE TRIBUTAR
Distinção entre bitributação e bis in idem
Bis in idem (bitributação econômica) 
O mesmo ente institui mais de um tributo sobre o mesmo fato.
Não há proibição genérica, mas devem ser observadas as restrições dos artigos 154, I (I. Residual) e 195, §4º da CF (Contribuição à seguridade) 
Ex: PIS, COFINS e IPI/Importação, IRPJ x CSLL
Bi tributação (bitributação jurídica)
Entes distintos instituem tributos sobre o mesmo fato.
Em regra, proibido, com algumas exceções
Ex: Bitributação internacional (salvo tratados internacionais); impostos extraordinários de guerra.
 
6. PODER DE TRIBUTAR
6.2 Capacidade tributária ativa.
Capacidade tributária ativa é aptidão, criada por lei, de um sujeito ocupar o polo ativo de uma relação jurídica tributária. É exercida através de atos administrativos.
2 funções são delegáveis: Fiscalização e Arrecadação
2 funções são indelegáveis: Instituir e Legislar
Competência e Capacidade geralmente se concentram em um mesmo ente estatal.
6. PODER DE TRIBUTAR
6.2.1 Delegação das funções de Arrecadar e Fiscalizar
Atribuição de capacidade tributária ativa
(CREA, CRC, CRM, CRECI, OAB: art. 149, caput, CF)
CTN: Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Pessoa Jurídica com capacidade tributária ativa -> Sujeito ativo na Rel. Jurídica
Destino do recurso arrecadado? 
Parafiscalidade ou “sujeição ativa auxiliar”?
Conta de energia (ICMS) e água (taxa de esgoto)
I. CASO CONCRETO
A união através de lei ordinária isenta tributo do Estado sob o fundamento de que deve fomentar o desenvolvimento das microempresas e empresas de pequeno porte. 
Comente a legalidade e a Constitucionalidade da referida lei.
II. QUESTÃO OBJETIVA
Relativamente à competência tributária, assinale a alternativa incorreta.
a) A União Federal tem competência para instituir impostos extraordinários em caso de guerra.
b) Os Municípios têm competência para instituir impostos sobre a propriedade predial e territorial urbana.
c) Os Municípios não têm competência para instituir contribuições previdenciárias, pois esta competência é exclusiva da União Federal.d) As taxas e as contribuições de melhoria são consideradas, pela doutrina, tributos de competência comum.
(10/04/2014)
UNIDADE 7:
7 Fontes formais do Direito Tributário
7.1 A Constituição
7.2 O CTN
7.3 A legislação tributária
7.3.1 A lei tributária no espaço
7.3.1.1 Elementos de conexão: territorialidade e outros
7.4 Leis Complementares previstas em matéria tributária
7.5 Medidas provisórias
7.6 Demais normas tributárias
7.7 Normas Complementares
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