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MATÉRIA DIREITO ADMINISTRATIVO II SIA

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MATÉRIA DIREITO ADMINISTRATIVO II
AULA 1
- Responsabilidade Civil do Estado
- Tipos de Responsabilidades
- Aplicação da Responsabilidade Civil 
- Atos Legislativo e Judiciais 
- Direito de Regresso
Conceito de crédito tributário 
A responsabilidade civil funda-se na culpa, pois esta ideia está atrelada a um ato culposo;
Pressupõe que alguém deve responder por algo, ou seja, alguém será responsabilizado pelo seu ato e deverá responder por ele;
A responsabilidade do Estado com regra é objetiva, mas reconhe-se que há hipóteses de subsistência da responsabilidade subjetiva do Estado;
Ao assumir o Estado uma atividade potencialmente perigosa caracterizado estará o nexo de causalidade;
Os danos que destas decorrem têm suscitados polêmicas na doutrina e nos julgados dos Tribunais. 
Teoria do Risco Integral ou Risco Suscitado 
Terá nexo de causalidade;
Não admite excludentes de responsabilidade;
Independe de existência de culpa;
Dano nuclear, dano ambiental, entre outros.
Modalidades de responsabilidade e subsistência da responsabilidade subjetiva
A posição majoritária apregoa que responsabilidade subjetiva se configura na obrigação de indenizar alguém com base na comprovação da culpa (atos omissivos).
A trilogia: o serviço não funciona, funciona mal ou funciona atrasado, pode até mesmo ser considerado o fundamento da responsabilidade subjetiva.
Um dos pilares que sustenta a adoção da responsabilidade objetiva é a teoria da socialização dos prejuízos ou igualdade de ônus e encargos sociais, que impede que certas pessoas, individualmente ou em grupo, sofram um dano decorrente de um ato do Estado, através de seu agente público no exercício de uma função administrativa. 
A teoria administrativa tem três fundamentos básicos:
Inversão do ônus da prova, que é a sua principal característica 
Comprovação do dano 
Nexo de causalidade
Ao assumir o Estado uma atividade potencialmente perigosa, já estaria o Estado assumindo o risco da responsabilidade, não se admitindo excludente de responsabilidade.
Causas excludentes da responsabilidade civil do Estado: Força maior, fato de terceiros, caso fortuito e culpa da vítima. 
Direito de regresso
 → Conceito: O agente estatal que cometeu um dano a terceiro terá que ressarcir o Estado. 
→ Prazo: Controvérsia na doutrina no que tange a existência ou não de prazo prescricional na ação de regresso.
→ Posição do Superior Tribunal Federal: No mandado de Segurança nº 26,210, o STF adotou a tese, por maioria, da imprescritibilidade de ação de ressarcimento ao erário. 
Correntes – prescrição
Questões jurisprudenciais: 
Primeira Corrente: O Estado estaria vinculado ao prazo de 10 anos, conforme prescrito no art. 205 do Código Civil, haja vista não existir lei especifica regulando tal prescrição.
Segunda corrente: Advoga a tese da prescrição quinquenal, por meio da aplicação analógica do Decreto nº 20,910/32.
Terceira corrente: O prazo prescricional a ser aplicado é o trienal, previsto no inciso V do § 3º do art. 206 do Código Civil, a pretensão de reparação civil. 
Responsabilidade por danos causados na execução de obras
O tema é polêmico, pois a lei é propriedade omissa.
Posicionamentos do STF: 
A simples presença da obra já causa prejuízo a terceiros. De quem é a responsabilidade? Uma determinada rua fica fechada para construção do elevado. Os comerciantes da citada via pública tiveram prejuízos econômicos. Cabe indenização por parte do Estado, aplicando o art. 37 § 6º da CF – Responsabilidade objetiva.
Má execução da obra é a parte mais interessante (o art. 70 da lei 8666/93): Quem responde é o empreiteiro, o contratante, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato. 
Não exclui ou se reduz essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado. 
Divergência do STF
O STF diverge desse artigo, dizendo: O empreiteiro está agente do Estado, logo a responsabilidade é do Estado.
O art. 70 da lei de licitação atropela o art. 37 § 6º da CF.
Segundo o STF, o prejudicado pode entrar com uma ação contra o ente da federação que contratou o empreiteiro e, depois, se o ente da federação perder a ação, pleiteia ação regressiva contra o empreiteiro.
Contrato de labor ou contrato integral?
Se o contrato for de labor, ou seja, o contratado só entra com a mão na obra, e ficando provado que a má execução da obra é resultado do péssimo material fornecido pela Administração Pública, o contratante fica isento da responsabilidade.
No entanto, o contratante tem, por obrigação, recusar o péssimo material fornecido pela Administração Pública, sob pena de responsabilidade solidária. 
Responsabilidade por danos causados na execução de obras
3º - Encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais.
Se a empresa contratada pelo ente da federação deixa de pagar encargos trabalhistas, previdenciários e fiscais, a lei está dizendo que a responsabilidade é somente do contratado.
Fundamento: Art. 71, §1º, da lei 8,666/93. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, ficais e comerciais, resultantes do contrato.
Advertência: Art. 71, §1º, da lei 8,666/93 entra em choque com o Enunciado d331 do TST: “A inadimplência do contrato, com referência aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização e o uso das obras edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.”
Posição do STF: Segundo o STF, nenhum enunciado pode prevalecer sobre o texto legal. Recentemente houve a declaração de constitucionalidade do §1º do art. 71 da CF.
Votação Majoritária do STF: Durante sessão realizada, o Plenário do STF declarou a constitucionalidade do art. 71 §1º da lei 8,666/93 (lei de licitações).
Responsabilidade civil do Estado por atos legislativo
→ Regra geral: Aplica-se a Teria da Irresponsabilidade do Estado por ato normativo.
→ Argumento: 
A soberania do Poder Legislativo;
Os deputados e Senadores não são agentes públicos e, sim políticos;
Lei de efeito concreto.
Hipótese de indenização de lei de efeito concreto:
Um município, através de lei, resolve fechar um grupo de ruas no centro da cidade, tornando-as ruas exclusivas de pedestres, causando danos ao proprietário de edifício de garagem.
Preservação ambiental 
Há centenas de exemplos jurisprudenciais em matéria de preservação do meio ambiente, em que o Poder Público através de atos normativos resolve cria uma área de preservação ambiental (APA), não podendo ser explorada economicamente.
Leis inconstitucionais
Lei expressamente declarada inconstitucional, para, a posteriori, se reclamar os danos desta proveniente, causando danos a terceiros. 
Atenção: Não cabe ação regressiva em face dos agentes legislativos, mesmo causando prejuízos a terceiros, por determinação constitucional (art. 53 CF/88).
Responsabilidade civil do Estado por atos judiciais.
Os argumentos da irresponsabilidade do Poder Judiciário:
Soberania do Poder judiciário. Argumento falho porque o Poder não é soberano e, sim, autônomo;
São membros do Poder, Agentes Políticos. Argumento Falho, porque agente público abrange too e qualquer tipo de representante do Estado, inclusive, agente de fato;
O respeito e a segurança à coisa julgada transformam os atos do Poder Judiciário na Teoria da irresponsabilidade. Argumento é Falho, pois a legislação criou a ação rescisória (civil) e a ação revisional (criminal) pela qual a coisa julgada pode ser levada para comprovar-se um erro judiciário.
Responsabilidade civil do Estado por atos judiciais 
Exceções da irresponsabilidade do Poder Judiciário então expressas na CF, no art. 5º, LXXV:
Erro judiciário: Pessoa que fica presa além do tempo fixado na sentença.
Súmula Vinculante 21 do STF
Só é ilícito o uso de algemas em caso de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros,justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou de ato processual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.
Prisão ilegal – preventiva/temporária – cautelares
→ Fundamento: A prisão ilegal viola diretamente o fundamento à liberdade (CF, 5º, caput) e ao postulado constitucional da dignidade da pessoa humana (CF, 1º,III).
→ Indenização: É garantido ao cidadão o direito de ser indenizado pelo Estado, Sempre que injustamente tiver cerceado o seu direito à liberdade pessoal, e vulnerado seu status de dignidade em razão de ato determinado pelo juiz, face à ausência de autoria ou materialidade.
→ Exceção: Não caracterização da responsabilidade civil do Estado em decorrência de decretação de prisão preventiva, com posterior absolvição do acusado de provas.
AULA 2
- Função social da propriedade 
- Das modalidades de intervenção em Espécie
- Limitações Administrativas
- Servidões Administrativas
Conceito de crédito tributário
A Constituição garante o direito de propriedade, contudo, limita e condiciona o seu uso, gozo e disposição.
As limitações administrativas atingem o caráter absoluto da propriedade e são consideradas intervenções brandas do Estado na propriedade.
Limitações administrativas é toda imposição geral gratuita, unilateral e de ordem pública, condicionada do exercício de direitos ou de atividades particulares às exigências do bem-estar social.
A Constituição da República não faz referência às limitações administrativas. Entretanto, o princípio implícito da supremacia do interesse público, de um lado, e a enunciação da função social da propriedade (art. 5º, XXIII e art. 170, III, ambos da CF/88).
Nas servidões há uma obrigação de suportar, ao passo que nas limitações há um non facere, ou seja, uma obrigação de não fazer. 
Modalidades de responsabilidade e subsistência da responsabilidade subjetica 
CF/88, art. 5º 
Inc. XXII – garantia ao direito de propriedade.
Inc. XXIII – relatividade com a função social.
Competência para legislar sobre desapropriação
União – Inc. I a III, art. 22 da CF/88
Das modalidades de intervenção em espécie:
→ Restritiva: O proprietário não perde a posse nem o domínio da propriedade, sofrendo, apenas restrição do uso.
Ex. de modalidades restritivas: Limitação administrativa, servidão administrativa, requisição administrativa, ocupação temporária e tombamento.
→ Supressivas: Há transferência da posso e do domínio do bem para o Poder Público.
Ex. de modalidades supressivas: São os tipos de desapropriação admitidas em nosso ordenamento jurídico.
Limitação administrativa
→ Características:
Imposições gerais não atingindo pessoas determinadas, mas uma quantidade apenas determinável;
Sempre veiculada através de normas dotadas de generalidade – leis ou atos administrativos normativos;
Aspectos de definitividade. 
Questões jurisprudenciais
A Constituição da República não faz referência expressa às limitações administrativas.
São abrangidas pelo princípio implícito da supremacia do interesse público, e a enunciação da função social da propriedade (art. 5º XXII e art. 170, III, ambos da CF/88
Contrato de labor ou contrato integral?
→ Sujeito ativo: Impostas por qualquer ente da Federação. Particularidades:
Exercício do direito de propriedade ao desenvolvimento da política urbana local – competência reservada aos municípios (CF/88, art. 182).
Imposta com vistas a defender a incolumidade do meio ambiente, por exemplo, caberá a todos os entes tal mister (CF/88, art. 225)
→ Sujeito passivo: Por pessoas indeterminadas, mas determináveis. 
Quanto à indenização: Deve-se comprovar o dano para que haja direito à indenização. Atenção: Essa é a regra para todas as cinco formas de intervenção branda do Estado na propriedade, diferente da desapropriação. 
Tome cuidado!
Será o particular indenizado se comprovar efetivo dano causado pela atuação estatal, com fundamento no art. 37º, 6º, da CF/88.
Dica!
→ Prescrição: Prazo fatal para ação indenizatória – 5 anos
→ Exceção: Indenização por desapropriação indireta, o prazo prescricional é de 10 anos (posição do STJ).
Sujeito ativo e passivo
→ Objeto: Geralmente, a limitação administrativa atinge bens imóveis (ex. restrição ao direito de construir, pela fixação de gabaritos).
→ Particularidades: Pode atingir atividades (ex. Um determinado prefeito tentou limitar a venda de produtos de supermercados em farmácias – Essa seria uma limitação de atividade).
Divisão/classes das limitações administrativas 
→ Limitações positivas: O poder Público impõe ao particular uma obrigação de fazer (ex. o particular tem a obrigação de manter a calçada em frente à testada do seu imóvel em ordem).
→ Limitações Negativas: Impõe-se uma obrigação de não fazer (ex. Fixação de gabaritos, que obriga o particular a não construir acima de certo número de andares ou obrigação de não desmatar o terreno além do permitido).
→ Limitações de permitir: Atingem as atividades do que as construções, e se fazem mais comumente através das vistorias (ex. fiscal de salubridade das atividades, fiscal de posturas). 
Natureza jurídica
STF: Devemos encarar as limitações administrativas como espécies de manifestações do poder de polícia em sentido amplo, já que incidem especificações sobre a propriedade ou atividades que possam ser desenvolvidas nelas.
STJ: Entende que a natureza jurídica das limitações administrativas é a de leis ou atos administrativos de caráter geral que dão o contorno do próprio direito de propriedade. 
Efeitos: Produção de efeitos ex nunc – respeitando situação anterior. 
Servidão administrativa
Considerações: 
Intervenção branda sobre a propriedade do particular;
Atinge o uso exclusivo da propriedade;
O proprietário é obrigado a dividir o uso do bem com o Poder Público;
Todos os entes da Federação podem instituir servidão administrativa, especialmente porque a lei que regula a desapropriação fala da possibilidade de servidão (DL 3365, art. 40).
Objeto: Quase todos afirmam que ela só recai sobre imóveis.
Exceções
STJ: Servidão que podem recair sobre o serviço, admitindo servidão como direito pessoal em favor do Poder Público (ex. servidão administrativa instituída para o transporte gratuito de militares e carteiros uniformizados em ônibus de empresas particulares). 
STF: A servidão só recai sobre imóveis, tendo até caráter de direito real.
Indenização
→ Fundamento: Art. 40 do DL 3365 fala que o expropriante pode instituir servidão mediante indenização.
Cuidado: A servidão administrativa só vai ensejar a indenização se causar algum dano ou prejuízo ao proprietário.
Ex. de servidão: Passagem de fio de alta tensão poder terrenos particulares. Se aquilo não afeta a atividade econômica do dono do terreno, não há porque haver indenização. Se afeta, se ele tiver de interromper a exploração econômica daquela área, isso será um prejuízo, que deverá ser indenizado polo Poder Público. 
Forma: A servidão administrativa deve ser objeto de um decreto, declaração a utilidade pública de um bem, para fins de servidão. Há raros casos em que a servidão decorre de lei, como a que institui o tombamento. 
Fique ligado
→ Fundamento: DL 25/37, que trata de tombamento, diz em seu art. 18 que, com o tombamento surgem servidão do bem tombado (que será o dominante) sobre os vizinhos (que serão os servientes), que ficarão limitados em sua possibilidade de fazer obras que impeçam a visibilidade do imóvel.
Havia outro exemplo de servidão administrativa criado por lei, DL 9760/46, at. 4 º, que atinge os terrenos marginais de rios. Até 15 metros da margem, havia servidão administrativa, não para que qualquer um do povo entrasse lá, mas para que a polícia hídrica (polícia administrativa de águas públicas) pudesse agir eficazmente. 
A servidão não será autoexecutória, a Administração não poderá impô-la. Havendo dúvida sobre se há ou não indenização,ou sobre o valor da eventual indenização, a Administração terá que ir a juízo para sacramentar a servidão.
Lembrete: Servidão administrativa tem que ser levada ao Registro de Imóveis, por qualquer dos entes da Federação. 
Traços distintivos: Limitação administrativa e servidão administrativa
Quanto ao caráter de intervenção na propriedade: A servidão atinge o caráter exclusivo da propriedade, o uso exclusivo da propriedade; a limitação é mais ampla, atingindo o caráter absoluto da propriedade, abrangendo todas as faculdades da propriedade (uso, gozo e disposição). 
Quanto ao sujeito passivo: A servidão atinge em um sujeito determinado ( o dono do imóvel serviente), enquanto a limitação tem sujeito passivo indeterminado (atinge toda uma rua ou um bairro igualmente), é limitação genérica.
Quanto à forma de criação: em razão do fato de não ter sujeito passivo determinado, a limitação é instituída em regra por lei, que tem efeito genérico e abstrato. Já a servidão, tendo sujeito passivo determinado (o dono do imóvel serviente), é feita por decreto. Há exceções a isso, pois há servidões instituídas por lei, e limitações fixadas em decreto, obviamente respeitado lei autorizativa.
Quanto ao fim de cada uma delas: A limitação administrativa defende o interesse público genéricos, abstratos (melhoria da qualidade de vida, diminuição da poluição). Já a servidão te m um fim específico, voltada para uma atividade concreta (passagem de fio de alta tensão ou gasoduto, fixação de placa com nome de rua em casas de esquinas). 
AULA 3
- A importância do Tombamento
- Ocupação temporária 
- Requisição 
Conceito do crédito tributário
Tombamento reside no direito de se conhecer a história, que é fundamental para a compreensão de nosso presente, e deve ser assegurado também para os cidadãos vindouros.
No Brasil, o tombamento é um assunto que se ouve falar, mas se conhece pouco. 
Denomina-se ocupação temporária a espécie de intervenção branda na propriedade através da qual o Estado se apossa momentaneamente de bem particular (ou, com algumas restrições a mais, públicos) para executar serviço ou obra pública.
Requisição gira em torno de uma modalidade de intervenção branda na propriedade, em regra, mas que pode se converter em intervenção drástica. 
Disciplina normativa
A constituição vigente foi a primeira a se referir ao tombamento expressamente, no dispositivo anteriormente citado. Vejamos a sua redação: Art. 226 § 1 
“ O poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro, por meio de inventário, registros, vigilância, tombamento e desapropriação, e de outras formas de acautelamento e preservação”.
Competência para legislar sobre tombamento
O Decreto Lei nº 25/37 ainda é hoje o diploma legal disciplinador do tombamento (norma geral) e o procedimento está regulado pela lei federal 6292/75.
Fique de olho: Os estados, Distrito Federal e Municípios também têm competência para legislar sobre o tema, como infere do disposto no art. 24, VII e 30, I e II da CF/88
Importante! Obrigações decorrentes do tombamento: Em primeiro lugar, um non facere, consistente em não permitir que o proprietário destrua ou mutile o bem tombado e nem, se prévia autorização do IPHAN, sob pena de multa de 50% do dano causado, repare-o, pinte-o ou restaure-o (DL 25/37, art. 17). Em se tratando de bens móveis, não poderá o seu titular retirar o bem do País, senão por curto prazo, para fins de intercâmbio cultural, a juízo do Conselho Consultivo do IPHAN (DL 25/37, art. 14). 
Em segundo lugar, fica o proprietário do bem obrigado a algumas condutas positivas (facere) sempre com vistas à conservação da coida tombada. Se não dispuser de recursos necessários, deverá comunicar, no plano federal, ao Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional (IPHAN) a carência das cobras e a falta de condições para tanto, arcando a União com as despesas, se não preferir a desapropriação, com fundamento no art. 5º do (DL nº 25/37, art. 19, caput e §1º).
Em terceiro lugar, por disposição expressa do art. 20º do DL 20/37, as coisas tombadas ficaram sujeiras à vistoria da autoridade competente. 
Em quarto lugar, temos o direito de preferência dado à União, aos Estados e aos Municípios, nesta ordem, um verdadeiro direito real sobre coisa alheia, que incidirá sobre o poder de disposição do proprietário do bem tombado (art. 22º, DL 25/37)
Quanto a manifestação de vontade do sujeito passivo: 
Voluntário: Possibilidade do próprio proprietário de determinado bem, por reconhecer o seu valor histórico artístico, cultural e etc., oferecê-lo ao tombamento (DL nº 25/37, art. 7º).
Compulsório: Configura-se essa hipótese se o proprietário do bem objeto da intervenção discordar da mesma. 
Fases do procedimento 
Manifestação do órgão sobre o valor do bem para fins de tombamento;
Notificação ao proprietário para anuir ao tombamento dentro do prazo de quinze dias, a contar da data do reconhecimento da notificação ou para, se quiser, impugnar e oferecer razões dessa impugnação;
Se o proprietário anuir, por escrito, à notificação, ou não impugnar, tem-se o tombamento voluntário com a inscrição no Livro do Tombo;
Havendo impugnação, será dada vistas, no prazo de mais quinze dias, ao órgão que tiver tomado a iniciativa do tombamento, a fim de sustentar as suas a razões;
A seguir, o processo será remetido ao Conselho Consultivo do IPHAN, que proferirá decisão a respeito, do prazo de sessenta dias, a contar da data do recebimento;
Se a decisão for contrária ao proprietário, será determinada a inscrição no Livro de Tombo; se for favorável, o processo será arquivado;
A decisão do Conselho Consultivo terá que ser apreciada pelo Ministro da Cultura (lei nº 6,292/75), o qual poderá examinar todo o procedimento, anulando-o, se houver ilegalidade, ou revogando a decisão do órgão técnico, se contrária ao interesse público, ou, finalmente, apenas homologando-a.
Obs: Art. 9, III, foi revogado pelo DL – 3866/41, cabendo recurso ao Presidente da República. 
Indenização: Em regra,não há que se falar em indenização, salvo se ensejar econômico do bem (posição do STJ e do STF).
Cancelamento: STJ – Admite-se o cancelamento, razões de conveniência e oportunidade. 
Ocupação temporária: Utilização do bem por prazo certo. 
Fundamentos: Norma infraconstitucional (art. 36 do DL nº 3,365/41
Fique atento
Cuidado porque o art. 36 do DL nº 3,365/41, indica no sentido de somente os imóveis não edificado podem ser objeto de ocupação temporária. Mas não é bem assim; É possível a ocupação temporária de bem móvel; Não é correto restringir o alcance da ocupação temporária a terrenos baldios próximos à obras públicas; Nas eleições para cargos políticos, muito comum é que se utilize o Tribunal Regional Eleitoral (vide lei nº 4,737/65 CE) de prédios públicos ou particulares, geralmente escolas, clubes e outro estabelecimentos privados por ocasião das eleições. 
Não se pode negar possibilidade de se instituir ocupação temporária sobre bens imóveis edificados, autorizando o exercício, pela Administração Pública, do poder de uso da propriedade atingida por prazo certo. 
Indenização – só se causar danos ao proprietário
Um terreno não edificado em um bairro residencial, para o qual não há qualquer projeto de construção por parte do proprietário, que o tem como forma de investimento, é ocupado pelo Município para funcionar como canteiro de obra pública realizada por este último no terreno ao lado. Ao final de 1 ano, as obras terminam e, com elas, a ocupação temporária. 
Requisição: Trata-se de uma modalidade de intervenção branda na propriedade, em regra, mas que pode se converter em um a intervenção drástica. Sempre será drástica quando incidir sobre bens de consumo imediato, isto é, aqueles que se desintegram com a sua utilização normal.
Fundamento: Art. 5º, XXV “ No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houverdano” CF/88.
Competência Legislativa – Exclusivamente da União (art. 22º, III, CF/88).
→ Objeto: Poderá recair sobre a propriedade, móvel ou imóvel, ou sobre serviços particulares. 
Eis ai um caso típico de requisição, abrangendo, também, os serviços como objeto: Imagine que uma chuva forte provoque o desmoronamento de várias casas de uma determinada região, configurando uma situação de calamidade pública. Os sobreviventes ficam, além de ferido, desabrigados. Na cidade, de interior, só há um hospital, particular, com capacidade para atender à necessidades públicas e urgente que se instala. O prefeito, então requisita à empresa proprietária do hospital não só as suas instalações, como também os seus serviços médicos, para dar assistência aos feridos e demais necessitados. Note-se que a redação do dispositivo legal transcrito dá a entender que as requisições somente poderiam recair sobre os serviços; enquanto que, se a intervenção tivesse por objeto um bem, seria caso de desapropriação. Entretanto, não é esse o significado que se tem atribuído a esse diploma legal.
Decisão do STF: A superintendência Nacional do Abastecimento (SUNAB), na qualidade de órgão incumbido de aplicar a legislação de intervenção do Estado no domínio econômico, poderá, quando assim exigir o interesse público, requisitar bens ou serviços essenciais ao abastecimento da população. 
Indenização: Se houver dano efetivo à coisa, a indenização será devida. Do contrário não.
Situações do policial na busca de bandido em fuga. Se o sujeito passivo é um empresário que está se dirigindo ao aeroporto e, por conta do ato interventivo, se atrasa , perde a passagem. Valor deverá integrar o montante a ser indenizado. 
AULA 4
- Considerações 
- Natureza Jurídica e Forma de Aquisição
- Efeitos/Consequências do Decreto Expropriatório
- Objeto da desapropriação 
Análise do conceito
Pode-se conceituar desapropriação dos ensinamentos do insigne José Carlos de Moraes Salles, como “o instituto de direito público, consubstanciado no procedimento pelo qual a Administração pública, em todas as suas esferas de competência (União, Estados membros, Municípios de Distrito Federal), suas autarquias, fundações ou entidades delegadas, provenientes de autorização legal ou contratual, promovem a retirada de determinado bem de pessoa física ou jurídica, justificando-se pela necessidade, utilidade pública ou interesse social, mediante prévia e justa indenização”.
Primeira Consequência
Após a publicação do decreto expropriatório, as autoridades administrativas estarão legalmente autorizadas a adentrar no imóvel constante do decreto, mas somente para medir, fotografar, filmar, objetivando à execução da futura obra. 
Este direito inclui o auxilio da força policial, em caso de oposição do expropriado. Outro é o contexto se, a partir de atos desses agentes, resultar excesso, abuso de poder ou desvio de finalidade, casos que ensejarão a devida penalização dos expropriantes, bem como a indenização por perdas e danos aos expropriados.
Segunda consequência
A segunda consequência está contida no art. 10 do DL 3,365/41, que menciona que a Administração Pública tem prazo prescricional de cinco anos para promover a competente desapropriação, através de acordo entre as partes envolvidas ou pelas vias judiciais, sob pena de, não o fazendo, ocorrer a caducidade do referido ato legal. 
Ocorrendo a caducidade desse decreto, contará o prazo de um ano, poderá haver a publicação de novo decreto com a mesma disposição.
Quando a desapropriação versar sobre o pressuposto de interesse social, o prazo será de dois anos a partir da publicação do decreto expropriatório. Essas disposições encontram respaldo no art. 10 do DL nº 3,365/41 e da lei nº 4,132/62, respectivamente. 
Essa última consequência, a seguir, é, sem dúvida, a mais explorada em Concurso Jurídico principalmente, Procuradoria, expressa no art. 26 do DL nº 3,365/41.
Cumpre registrar que expropriação não está legalmente impedido de construir no terreno objeto do decreto expropriatório.
Súmula 23 do STF – Verificados os pressupostos legais para o licenciamento da obra, não o impede a declaração de utilidade pública para desapropriação do imóvel, mas o valor da obra não se incluirá na indenização, quando a desapropriação for efetiva. 
Anote: O tema, inclusive, foi objeto de pergunta pelo examinador – Prova para a Defensoria Pública do Rio de Janeiro. Veja: A Prefeitura Municipal de Petrópolis publicou edital, declarando de utilidade pública, para fins de desapropriação, o imóvel sito naquela cidade na rua das Acácias, nº 300. Poucos dias após a publicação do édito, o proprietário do referido imóvel requereu licença para procedes e edificações no mesmo, tendo sido negado o alvará sob o argumento de que a pretendida construção oneraria sobremodo o erário no momento do pagamento da indenização. Procurado pelo proprietário, como deve proceder Defensor Público?
Diga – O que pode ser desapropriado? A esse respeito, oportuno elencar que tanto os bens móveis quanto os imóveis, corpóreos e incorpóreos, fungíveis e infungíveis, materiais e imateriais podem ser desapropriados, desde que atendem a uma satisfação humana (“ todos dos bens” art. 2º da lei nº 3,365/41).
Subsolo e espaço aéreo 
O domínio do solo não se estenderá uma altura, ou profundidade, na qual o proprietário não tenha interesse de impedir que outros pratiquem atos ou empreendam trabalhos. Nessa altura ou nessa profundidade, o espaço aéreo e o subsolo são inúteis ao proprietário. Seria despropositado, por conseguinte, entender até a eles o domínio. Pense-se no absurdo que representaria o poder do proprietário de impedir que um avião sobrevoasse seu terreno. O direito de exclusão dever ter por medida, por conseguinte, o interesse do proprietário, que, por sua vez, é determinado pela utilidade o exercício da propriedade. 
Cuidado! Se, contudo, a intervenção do Poder Público resultar em prejuízo patrimonial ao proprietário do solo, estará a autoridade obrigada a desapropriar o bem, cumprindo às formalidades expressas em lei em favor do proprietário, sendo este legalmente indenizado pelo sacrifício que terá de suportar em razão do interesse público. 
Jazidas e demais recursos minerais e energia hidráulica
O texto constitucional aduz, em seu art. 177, incisos I e V, respectivamente, que constituem monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; e a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comercio de minérios e minerais nucleares e seus derivados.
Importante: O DL nº 3,365/41 dispõe, em seu art. 2º, § 2º, a desapropriação, em qualquer caso, ao ato deverá proceder autorização legislativa.
Vedações – Fique de olho 
Moeda corrente no país;
Bens das estatais, mediante prévia autorização do chefe do executivo;
Súmula do STF – As margens dos rios navegáveis são de domínio público, insuscetíveis de desapropriação. 
Aula 5
- Considerações;
- Pressupostos da desapropriação 
- Caráter bifásico 
- Imissão Provisória na Posse do Imóvel;
- Pagamento da Indenização
Análise do conceito
O art. 5º do DL nº 3,365/41 dispõe, em seus incisos, sobre os caso de utilidade pública para fins de desapropriação.
A desapropriação, inegavelmente, é caracterizada por um procedimento bifásico, portanto, não se extingue em um só momento.
Requisitos indispensáveis ao deferimento da imissão provisória na posse: A) a alegação de urgência; b) o depósito do valor arbitrado pela autoridade judicial.
Valor indenizatório – Em regra, prévio, justo e em dinheiro, dependendo da situação.
Importante - Caráter bifásico
	Competência DECLARATÓRIA
Declaração do decreto exploratório determinando a modalidade da desapropriação, somente pelos entes federativos. 
Essa declaração é feita por meio de Decreto (do Presidente, do governador ou Prefeito) ou por portaria expedida por autarquia.
Competência para expedir o decreto: entes federativos.
Em regra, apenas os entes políticos(União, Estados, DF e Municípios) possuem competência declaratória.
	Competência EXECUTÓRIA
É a competência para promover os demais atos necessários à desapropriação.
Competência para executar a desapropriação: 
Os entes políticos (União, Estados, DF e Municípios);
As entidades da Administração Pública indireta;
Os concessionários, permissionários, autoritários e arrendatários;
As entidades terão legitimidade no exercício da competência executória, havendo expressa autorização em lei ou contrato.
Procedimento da Lei nº 1,075/70
Essa lei incluiu em sua disciplina uma imissão provisória na posse como o tratamento diferenciado, admitindo-se a impugnação do valor depositado prévio.
DL nº 1,075/70, no seu art. 6º não é inaplicável em qualquer imóvel urbano, mas tão somente no imóvel urbano habitado pelo proprietário ou compromissário comprador. 
Desapropriação Atípica
Art. 182 da CF/88 – Plano Diretor – Pressupostos: 
Exige Lei Municipal;
Somente para as cidades com mais de vinte mil habitantes;
Importantíssimo tomar conhecimento do parágrafo 4º do art. 5, da lei 10,257/01;
Novo adquirente se sub-roga nas obrigações 
Tributo progressivo (art. 7º, lei 10,257/01), ou seja, de um ano para o outro a alíquota não pode ultrapassar a 100% do valor anterior. 
Desapropriação rural
→ Requisitos: 
Ausência da função social do imóvel
LC nº 76/93 estabelece o procedimento 
Obs: Não se admite a pequena e a média propriedade, caso o proprietário não possua outra. 
Desapropriação confiscatória
Admite-se em duas particularidades:
Bens imóveis – usado para fins de tráfico de drogas – bem será aplicado para fundos especiais, com natureza específica; 
Bens imóveis – usados para plantação de substâncias psicotrópicas e para exploração de trabalho escravo. O bem é destinado para reforma agrária e programas de habitação popular. 
Decisão do STF: Toda a propriedade será desapropriada e não somente a parte utilizada.
AULA 6
- Parcelas da indenização 
- Desistência 
- Desapropriação indireta
Analise do conceito
A transcrição do inciso XXIV do art. 5º da CF/88expropriatória contempla, na desapropriação, os seguintes itens: justeza, anterioridade e especialidade.
O caráter prévio da indenização significa que o poder expropriante deverá pagar ou depositar o valor atribuído ao bem, antes de adquirir seu domínio.
A desapropriação indireta é uma criação jurisprudencial, mantendo-se sem um devido amparo legal.
Honorários advocatícios
Súmula 617 do STF “A base de cálculo dos honorários de advogados em desapropriação é a diferença entre a oferta e a indenização, corrigidas ambas monetariamente”. 
Exemplo: a Administração Pública oferece X pela indenização da expropriação de um determinado bem. O particular, proprietário, contrata um advogado para atuar no curso do processo, contesta o valor arbitrado e prova que aquele valor oferecido não equivale a um valor justo, conseguindo alterá-lo para X + Y, se será em cima desta diferença que incidirá a base de cálculo para pagamento de seus honorários, fixados pelo competente Magistrado a percentagem desta diferença. 
Dos juros (são devidos, também, juros compensatórios e moratórios)
Os juros compensatórios destinam-se à compensação do expropriado pela privação sofrida em decorrência da imissão provisória na posse ou da desapropriação indireta. 
Súmula 164 do STF “No processo de desapropriação, são devidos juros compensatórios desde a antecipada imissão de posse ordenada pelo juiz por motivo de urgência”.
Súmula 69 do STJ: “Na desapropriação direta, os juros compensatórios são devidos desde a antecipada imissão na posse e, na desapropriação indireta, a partir da efetiva ocupação do imóvel”.
Os juros moratórios serão devidos após o trânsito em julgado da sentença que sela a ação de desapropriação em diante, incidindo na percentagem de 6% ao ano (Súmula 114 do STJ).
Há a possibilidade de acumulação de juros compensatórios e moratórios após o trânsito em julgado da ação, até o efetivo pagamento da indenização? A resposta, todavia, advém do mesmo Tribunal superior, posto que a Súmula 12 e 102 do STJ trazem a afirmativa de que é possível a acumulação. 
Da correção monetária
A correção monetária é a atualização do valor da moeda pelos índices inflacionários, evitando, assim, que perca seu poder de compra.
Há decisões do STF no sentido de que a indenização se conta da data da feitura do laudo pericial, afastando-se a incidência do art. 1º , § 2º da lei nº 6,899/81. 
Danos emergenciais e lucros cessantes
Danos emergentes: Só serão cabíveis à desapropriação para fins de utilidade pública e são danos efetivamente comprovados, ocorridos com o advento da desapropriação.
Lucros cessantes são os frutos que se produziriam no futuro. 
Fundo de comércio
Quando o proprietário do fundo de comércio é o mesmo proprietário do local expropriado, não há dúvidas de que esta valor deva integrar a indenização a ser recebida.
Se o proprietário do imóvel for pessoa distinta do comerciante, só obterá a indenização se ingressar com ação ordinária contra o poder expropriante, exigindo indenização pelo fundo de comércio (art. 26 in fine do DL 3,365/41
Quantia para o desmonte e transporte de maquinismos
O parágrafo único do art. 25 do DL 3,365/41 dispõe que: “O juiz arbitrar quantia módica para desmonte e transporte de maquinismos instalados e em funcionamento”.
Pertenças de um imóvel
Por exemplo: Uma parede de ladrilhos da época do império, um lustre de cristal, um corrimão de ouro na escada, ou seja, acessórios que valorizam o imóvel, o perito deverá levá-los em conta quando de sua avaliação, aumentando o valor da indenização.
Direito de extensão
Preciso o ensinamento do prof. José dos Santos Carvalho Filho: “Direito de extensão é o direito do expropriado de exigir que a desapropriação e a indenização alcancem a totalidade do bem, quando o remanescente resultar esvaziado de seu conteúdo econômico”.
Requisitos: Deve contemplar somente uma fração do imóvel de determinado titular. Já no momento da declaração expropriatória, o bem é a parcialmente contemplado, declarando-se de interesse público parte do imóvel. Exige-se, ainda, que o resto da propriedade, que não foi abrangido pelo decreto expropriatório perca toda ou quase toda valoração econômica. 
Decisão do STF, no julgamento do recurso extraordinário nº 79,499 / SP
“A extensão da desapropriação encontra apoio em lei específica, pois que é problema de abrangência. Em matéria expropriatória é lícito, inclusive, estender-se a desapropriação ao remanescente, se que tal envolva julgamento ultra petita”. 
Desapropriação indireta ou apossamento Administrativo
A desapropriação indireta é uma criação jurisprudencial, mantendo-se sem um devido amparo legal.
Na desapropriação indireta, o Poder Público adentra em uma propriedade particular, totalmente desprovido da intenção de se informar sobre quem seja o seu proprietário.
Por vezes, a Administração Pública pode esbulhar determinado bem. 
Fundamentos
Se a Administração construiu obra em bem de que se apossou, não pode haver restituição;
Assentou-se, em função da prevalência do interesse público sobre o particular;
Fundamento legal para a desapropriação indireta no art. 35 do DL 3,365/41;
Ações possessórias só cabíveis caso o bem não tenha a destituição pública.
Para o prazo prescricional da ação de desapropriação indireta a duas correntes:
Primeira corrente: Mesmo prazo do usucapião extraordinário, com previsão no código civil, de 15 anos, art. 1238 (Ministro Marco Aurelio do STF)
Segunda corrente: Mesmo prazo do usucapião ordinário, prazo prescricional de 10 anos. (posicionamento do STJ) Concurso vem adotando esse posicionamento. 
Fique ligado: A Súmula 119 STJ foi revogada, mencionando que a ação de desapropriação indireta prescreve em vinte anos, como de sabença, após o advento do atual código civil. 
AULA 7
- Retrocessão
- Desapropriação por zona
- Desapropriação Rural
Análise do conceito
Há possibilidade de devoluçãodo bem ao antigo proprietário em função de uma redestinação, ou seja, de um desvio de finalidade.
Na desapropriação por zona é valida a revenda, conforme doutrina majoritária.
A mudança da finalidade de uma desapropriação continuando atender ao interesse público.
Traços diferenciadores entre predestinação ilícita x predestinação lícita. As três correntes doutrinárias que se formaram em torno da retrocessão.
Desapropriação por área contínua.
Ação de desapropriação parcial da União para fins de reforma agrária.
Correntes em torno da retrocessão
1º Corrente: Direito real
2º Corrente: Direito obrigacional ou pessoal 
3º Corrente: Retrocessão como um direito real e pessoal (natureza jurídica mista).
Atenção: A predestinação do bem, por conveniência da administração pública, resguardo, de modo integral, o interesse público, não caracteriza o direito de retrocessão. 
A simples demora na utilização do bem expropriado não gera direito a retrocessão, porque a própria lei geral da desapropriação não determina prazo para que o ente expropriante utilize o bem objeto da expropriação. 
Dica
Desapropriação – Terreno não utilizado em cinco anos – Retrocessão – Impossibilidade. A simples não utilização do terreno em cinco anos contados do decreto que o declarou utilidade pública não gera ao expropriado o direito de retrocessão, uma vez que esta só é justificável quando o expropriado demonstra, inequivocadamente, a sua intenção de não se utilizar do terreno expropriado, o que somente se dá pela sua alheação, venda ou doação a terceiro (STJ – 1ª Turma – RO MS 42160 – Rei. Min. Demócrito Reinaldo).
No que tange à revenda
A desapropriação, em tais casos, tem como utilidade pública a propriedade urbana ou reurbanização e, uma vez realizada na conformidade dos planos urbanísticos correspondentes, permite a alienação das áreas e edificações excedentes das necessidades públicas a particulares dando-se preferência aos desapropriados. 
Desapropriação por zona
Hipótese que se aplica aos casos em que seja previsível, pelo Poder Público, a valorização extraordinária das zonas próximas à obra ou serviços públicos, sendo-lhe permitido, por lei declara de utilidade pública as áreas abrangidas por esta zona, para fins de desapropriação.
Reforma agrária
A CF considera cumprida a função social quando “a propriedade rural atender, simultaneamente, segundo critério e graus de exigência estabelecendo em lei, os seguintes requisitos: 
Aproveitamento racional e adequado;
Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
Observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.”
A competência para emitir a declaração de interesse social,para fins de reforma agrária,como já afirmado anteriormente, é da União, nos termos do ar. 187, caput da Constituição.
Fique de olho: Possibilidade de municípios e estados-membros promoverem desapropriação por interesse social., de imóveis rurais.
Somente a União poderá utilizar da via expropriatória a fim de resolver problemas sociais agrários. 
Antes da realização da fase executória pelo INCRA, torna-se indispensável realizar vistorias no imóvel a fim de viabilizar o levantamento técnico de dados para constatar-se a propriedade rural realizada ou não sua função social. A vistoria é tratada pela Lei 8,629, cujo art. 2º,§, in fine.

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