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125 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada Unidade IV 7 MODELO IS/LM: POLÍTICAS FISCAL E MONETÁRIA EM ECONOMIA FECHADA E IMPACTO DAS POLÍTICAS ECONÔMICAS NO MODELO IS‑LM O modelo IS‑LM é um modelo econômico que tem em seu cartesiano a relação taxa de juros (r) e renda (Y). Os juros representam o equilíbrio no mercado monetário e financeiro – o lado monetário da economia, e a renda, o equilíbrio no mercado de bens e serviços – o lado real da economia. Dentro do plano cartesiano, temos as duas curvas: a curva IS, que representa o lado real, e a curva LM, que representa o lado monetário. Portanto, dado um ponto de equilíbrio inicial IS‑LM as alterações e as variações que essas curvas sofrem têm impacto na taxa de juros e na renda, caracterizando as decisões de política econômica que, em uma economia fechada, podem ser denominadas de políticas monetária e fiscal. 7.1 Impacto das políticas econômicas no modelo IS‑LM As alterações e variações das curvas IS e LM, a partir de um equilíbrio inicial, têm impactos na taxa de juros e na renda. Veremos agora como cada curva representa uma política econômica. Analisaremos também a eficiência dessas políticas econômicas, pois toda política econômica tem o objetivo de alcançar os quatro macrofundamentos, que são: • crescimento econômico; • baixo desemprego; • baixa inflação; • distribuição equitativa da renda. Observação Os macrofundamentos estão implícitos nos modelos macroeconômicos e são os principiais objetivos das políticas econômicas adotadas. Entretanto, em alguns contextos, um objetivo poderá ser mais fundamental que o outro. Nem sempre a política econômica consegue aliar os quatro macrofundamentos ao mesmo tempo, entretanto, é importante saber que os objetivos a serem alcançados são esses e podemos vê‑los no modelo IS‑LM a partir do momento em que a renda (Y) cresce (leia‑se crescimento econômico que gera 126 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV empregos). Caso não ultrapasse o pleno emprego, podemos deduzir que há uma inflação controlada que, por sua vez, irá manter o poder aquisitivo dos agentes econômicos. 7.1.1 Política monetária A política monetária é executada pelo instrumento da taxa de juros, que é o preço do dinheiro, ou seja, se houver um excesso de moeda no mercado monetário, a taxa de juros será baixa, caso contrário, a taxa de juros será alta. Os principais instrumentos para controlar a quantidade de moeda na economia, são: a) open market; b) taxa de compulsório; c) taxa de redesconto. Com esses três instrumentos, podemos controlar a base monetária de uma economia e determinar o nível da taxa de juros. Na figura a seguir, estamos supondo que houve uma expansão monetária, ou seja, uma elevação da quantidade de moeda na economia. Veja que no plano cartesiano há um ponto de equilíbrio inicial IS‑LM determinando a taxa de juros real de equilíbrio (re) e o nível de renda de equilíbrio (Ye). Com a expansão monetária, a curva LM desloca‑se para a direita, o que faz a taxa de juros cair e a renda se elevar. Esse resultado acontece em função dos mecanismos de transmissão da política monetária, isto é, o aumento da oferta de moeda altera a taxa de juros para baixo, o que eleva o investimento e aumenta a renda de equilíbrio. re r2 Taxa de juros (r) LM LM2 IS Ye Y2 Y Figura 45 – Política monetária expansionista no Modelo IS‑LM Segundo Vasconcellos e Lopes (1998, p. 161), devemos analisar a eficácia da política monetária por meio de duas condições: O primeiro fator a afetar é a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros. Se a demanda de moeda for muito sensível à taxa de juros, uma pequena variação na taxa de juros será suficiente para ajustar o mercado de ativos. Assim, com esta pequena mudança na taxa de juros, 127 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada a maior parte da expansão monetária será retida pelo público com o que induzir‑se‑á uma pequena alteração no investimento e, portanto, na renda. Ou seja, quanto maior a elasticidade da demanda de moeda em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política monetária. O segundo condicionante da eficácia da política monetária é a elasticidade do investimento em relação a taxa de juros. Se esta elasticidade for baixa, mesmo que a ampliação da oferta de moeda gere uma grande mudança na taxa de juros, isso poderá resultar em uma pequena variação no investimento. Portanto, podemos afirmar que a curva LM é mais eficaz no caso clássico em que ela é mais inclinada ou vertical. A figura a seguir demonstra o equilíbrio IS‑LM no caso clássico. Percebemos que uma expansão monetária faz a curva LM deslocar‑se para a direita, o que resulta no aumento da renda de equilíbrio de Ye para Y2. Lembrete A elasticidade representa aqui, como na microeconomia, a sensibilidade dos agentes econômicos. Na macroeconomia, utilizamos o conceito de elasticidade para saber a eficácia das políticas econômicas. Por exemplo, caso uma pequena elevação da taxa de juros reduza a demanda por moeda, isso significa que os agentes econômicos são sensíveis à taxa de juros da economia. Taxa de juros (r) LM LM IS Ye Y2 Renda Figura 46 – Política monetária expansionista no modelo clássico (LM) Nesse caso, a demanda por moeda independe da taxa de juros (leia‑se a elasticidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros é zero). Um deslocamento da curva LM para a direita deslocou a renda (Y) na mesma proporção. Como a renda se deslocou, podemos afirmar que a política monetária foi eficaz. 128 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV 7.1.2 Política fiscal A política fiscal é executada pelos instrumentos de tributação e arrecadação do governo (T), como impostos, taxas, contribuições, entre outros, e pelos gastos públicos executados pelo Estado, como consumo e investimento públicos. A figura a seguir apresenta uma elevação dos gastos públicos, em que a curva IS desloca‑se para a direita. O primeiro ponto de equilíbrio é o ponto A e o segundo ponto de equilíbrio é o ponto B, em que há um aumento do nível de renda, mas também há um aumento da taxa de juros. O ponto B é conhecido como crowding out ou efeito deslocamento. Como o aumento dos gastos públicos elevou a renda com o equilíbrio no mercado monetário, o aumento da renda eleva a demanda por moeda em relação à oferta de moeda constante, o que faz a taxa de juros se elevar. Com o aumento da taxa de juros, há queda dos gastos privados e aumento dos gastos públicos, ou seja, há um efeito de deslocamento dos gastos do setor privado (empresas e famílias) para os gastos públicos (Estado). Caso a oferta de moeda acompanhasse o aumento dos gastos públicos, o ponto de equilíbrio seria o ponto C, em que teríamos o aumento pleno da renda, isto é, Y3, e não Y2. re r2 Taxa de juros (r) LM IS IS2 C B A Ye Y2 Y3 Renda (Y) Figura 47 – Política fiscal expansionista no modelo IS‑LM Novamente, Vasconcellos e Lopes (1998, p. 163) chamam a atenção para a eficácia da política econômica em questão; neste caso, a política fiscal: [...] podemos perceber quais são os elementos que determinam o grau de eficácia da política fiscal. O primeiro, assim como no modelo keynesiano, é o tamanho do multiplicador, que determinará de quanto se deslocará a IS. Fora este, os outros fatores que afetam são os mesmos que determinam a eficácia da política monetária: a elasticidadeda demanda de moeda em relação à taxa de juros e a elasticidade do investimento em relação aos juros. 129 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada Em relação ao primeiro determinante, quanto maior for a sensibilidade da demanda por moeda em relação à taxa de juros, maior será a eficácia da política fiscal em função de uma pequena variação na taxa de juros que eleva o nível do investimento. Entretanto, quanto maior for a sensibilidade no investimento em relação à taxa de juros, menor será a eficácia da política fiscal sobre a renda, pois qualquer mudança na taxa de juros impacta sobre o nível de investimento e não permite o pleno deslocamento da renda com o aumento de gastos do governo. Podemos analisar a eficácia da política fiscal por meio dos casos extremos, como a armadilha da liquidez e do caso clássico. Conforme a figura a seguir, no caso da armadilha, a demanda por moeda é elástica em relação à taxa de juros, em que a curva LM é horizontal. Uma política fiscal expansionista por meio do aumento dos gastos do governo irá deslocar a curva IS para a direita, cuja taxa de juros não se altera e, portanto, não há queda do nível de investimento. Muito parecido com o modelo keynesiano, no qual o efeito multiplicador é pleno e demonstra a eficácia da política fiscal. re Taxa de juros (r) LM IS IS2 Ye Y2 Renda (Y) Figura 48 – Política fiscal expansionista na armadilha da liquidez (LM) Já no caso clássico, em que a curva LM é vertical, a política fiscal é totalmente ineficaz. Veja que, na figura a seguir, houve um aumento dos gastos públicos deslocando a curva IS para a direita; perceba que a renda (Ye) não se altera, mas há uma elevação apenas da taxa de juros que, por sua vez, leva à redução do investimento privado na mesma variação do gasto público, ou seja, temos o crowding out ou efeito deslocamento. 130 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV re r2 Taxa de juros (r) LM IS IS2 Ye Renda (Y) Figura 49 – Política fiscal expansionista no modelo clássico (LM) 7.2 Eficácia relativa das políticas monetária e fiscal A partir dos quatro macrofundamentos, já temos ideia da diversidade de objetivos que uma política econômica tem que atingir. Para isso, o governo faz combinações com as políticas monetária e fiscal. A partir de um equilíbrio IS‑LM, podemos executar uma política fiscal expansionista por meio do aumento dos gastos públicos (G) ou da redução de impostos (T), cujo resultado é o aumento do nível de renda e da taxa de juros. Já uma política fiscal restritiva é o contrário: há uma redução dos gastos públicos (G) ou elevação de impostos (T), cujo resultado é a queda do nível de renda e da taxa de juros. Temos o mesmo processo no lado monetário, ou seja, uma política monetária expansionista amplia a renda, entretanto, reduz a taxa de juros. Uma política monetária restritiva reduz a renda e eleva a taxa de juros. De forma teórica, as curvas IS (política fiscal) e a curva LM (política monetária) podem ser independentes. Contudo, de forma prática, há controvérsias sobre essa independência devido ao lado real (curva IS) estar relacionado com o lado monetário (curva LM). Podemos ter uma situação em que o governo eleva a arrecadação (T) para gerar um equilíbrio fiscal em seu orçamento anual entre receitas e despesas públicas; entretanto, o Banco Central eleva a taxa de juros, fato que aumenta os gastos financeiros ou despesas do governo, ou seja, todo esforço no lado fiscal pode ser anulado por uma decisão no lado monetário. A figura a seguir demonstra as relações que as políticas econômicas possuem. Dado o equilíbrio IS‑LM, que determina o nível de renda (Ye), e a taxa de juros (re), há uma política monetária restritiva ou contracionista que é representada por um deslocamento da curva LM para a esquerda. Entretanto, há uma política fiscal expansionista que é representada por um deslocamento da curva IS para a direita. O resultado final é a manutenção do nível de renda (Ye) inicial, mas com uma taxa de juros mais elevada (r2). 131 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada re r2 Taxa de juros (r) LM LM2 IS IS2 Ye Renda (Y) Figura 50 – Política monetária contracionista e política fiscal expansionista A figura a seguir é um interessante exemplo de dependência entre as políticas monetária e fiscal. Dado o equilíbrio IS‑LM, que determina o nível de renda (Ye), e a taxa de juros (re), há uma política fiscal expansionista para elevação do nível de renda. Como o aumento do nível de renda eleva a demanda por moeda que, por sua vez, elevará a taxa de juros, o Banco Central faz o que chamamos de acomodação monetária, isto é, eleva a oferta de moeda na proporção que a demanda por moeda aumenta. O resultado é a manutenção da taxa de juros (re) e o pleno deslocamento do nível de renda (Y2). re Taxa de juros (r) LM LM2 IS IS2 Ye Y2 Renda (Y) Figura 51 – Política fiscal expansionista e acomodação monetária 7.3 Efeitos decorrentes da variação de preços no modelo IS‑LM 7.3.1 A curva da demanda agregada Consideramos, no modelo IS‑LM, o nível de preços constantes. A partir de agora, iremos considerar que há variação de preços, em que a curva da demanda agregada apresenta o quanto 132 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV de produto (Y) os agentes econômicos querem a cada nível de preços (P), como podemos ver no cartesiano preços‑renda. A variável oferta real de moeda (M/P) já apresenta o nível de preços como denominador em sua expressão matemática no modelo IS‑LM. As figuras a seguir apresentam o impacto de uma elevação no nível de preços (P). Perceba que, ao mantermos o estoque nominal de moeda (M) constante e considerarmos o aumento de P, temos uma redução da oferta real de moeda (M/P), cuja curva LM se desloca para a esquerda, levando a um aumento da taxa de juros, queda do investimento e da renda. re r2 Taxa de juros (r) LM1 (M1/P1) LM2 (M1/P2) P1 < P2 IS YeY2 Renda (Y) Figura 52 – Elevação do nível de preços ou inflação no modelo IS‑LM P2 P1 Nível de preços (P) Demanda agregada (DA) YeY2 Renda (Y) Figura 53 – Demanda Agregada e no Cartesiano IS‑LM Ao mantermos o lado real constante, isto é, os gastos autônomos, por meio da curva IS sem deslocamentos, bem como o estoque nominal de moeda (M) também constante, temos a curva da demanda agregada, em que o aumento de preços reduz o produto: quanto maior a inflação por meio do aumento de preços, menor será a demanda agregada. A redução da renda somada ao aumento da taxa de juros gera um novo ponto de equilíbrio no mercado monetário, bem como no mercado de bens e serviços. 133 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada A inclinação da curva de demanda agregada segue os determinantes da eficácia da política monetária. A inclinação da demanda agregada depende da variação da renda provocada por um deslocamento da curva LM. Portanto, quanto maior for a sensibilidade da demanda por moeda em relação ao nível da taxa de juros, mais inclinada é a curva de demanda agregada, ou seja, menor a quantidade demandada quando temos um aumento de preços. Há uma diferença entre a variação nos preços e na quantidade de moeda em relação à demanda agregada, em que a variação de preços gera movimentos ao longo da curva de demanda. Já as variaçõesna quantidade de moeda deslocam a curva de demanda. A partir de um estoque nominal de moeda (M) constante, uma queda dos preços levará a uma queda da taxa de juros e um aumento do investimento, que, por sua vez, aumentará a quantidade demandada. Perceba que, ao longo da curva de demanda agregada, o aumento do nível de renda apresenta menores taxas de juros devido à redução dos preços. Em uma ampliação do estoque nominal de moeda (M), para qualquer nível de preços, há uma queda da taxa de juros em função do aumento do estoque real de moeda, em que a curva LM se desloca para a direita da curva LM. Perceba que a curva LM não se desloca devido à queda de preços, mas, sim, pelo aumento no estoque nominal de moeda. Desse modo, há um aumento do investimento e da demanda agregada a cada elevação dos preços devido à queda da taxa de juros, que faz a curva de demanda agregada se deslocar para a direita, conforme podemos ver nas figuras a seguir. re r2 Taxa de juros (r) LM (M1/P1) LM (M2/P1) IS Ye Y2 Renda (Y) Figura 54 – Expansão monetária no modelo IS‑LM 134 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV P1 Nível de preços (r) DA 2 (M2) DA 1 (M2) Ye Y2 Renda (Y) Figura 55 – Deslocamento da demanda agregada após uma expansão monetária Veremos agora o impacto de uma política econômica fiscal expansionista no modelo IS‑LM e no cartesiano de demanda agregada. Há um deslocamento da curva IS para a direita que eleva a renda e a taxa de juros. Dado o nível de preços, o aumento dos gastos autônomos faz o nível de renda aumentar, o que, por sua vez, elevará a quantidade demandada por meio de um deslocamento da curva de demanda agregada, como pode ser visto nas figuras a seguir. r2 re Taxa de juros (r) IS2 IS LM (M1/P1) Ye Y2 Renda (Y) Figura 56 – Política fiscal expansionista no modelo IS‑LM 135 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada P1 Nível de preços (P) DA2 (G2) DA1 (G1) Ye Y2 Renda (Y) Figura 57 – Deslocamento da demanda agregada após uma expansão fiscal Percebe‑se que tanto a política monetária como a política fiscal expansionista, dado o nível de preços, eleva a quantidade demandada. Sobre o caso monetário, é importante notar a queda da taxa de juros e o aumento do investimento. Já no caso fiscal, há um aumento da taxa de juros e o efeito crowding out. 7.3.2 Outros efeitos de preços no modelo IS‑LM 7.3.2.1 O efeito riqueza ou efeito Pigou O efeito riqueza, ou efeito Pigou, parte do pressuposto de que o consumo não depende apenas da renda disponível, mas também do estoque de riqueza dos agentes econômicos, ou seja, o consumo não depende apenas dos fluxos de renda a cada mês, mas também do estoque de riqueza – a renda acumulada no tempo. Portanto, consideramos que a oferta real de moeda (M/P) é composta pelo estoque de riqueza, em que uma queda do nível de preços (P) irá ampliar o estoque dos indivíduos. Com base nas figuras a seguir, percebemos que houve uma queda de preços ao deslocarmos a curva LM para direita, o que amplia o poder aquisitivo dos agentes econômicos por meio do efeito riqueza e do aumento do consumo desses agentes, fazendo a curva IS se deslocar também para a direita. Veja na figura a seguir que a curva de demanda agregada tende a ser mais elástica ou horizontal, já que a variação do nível de preços eleva o nível de investimentos e o consumo. 136 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV r2 re Taxa de juros (r) Ye Y2Y3 Renda (Y) IS (P1) IS (P2) LM (M1/P2) LM (M1/P1) Figura 58 – Modelo IS‑LM e o efeito Pigou P1 P2 Ye Y3 Y2 Renda (Y) DA sem efeito Pigou DA com efeito Pigou Nível de preços (P) Figura 59 – Demanda agregada e o efeito Pigou 7.3.2.2 Taxas de juros nominal e real ou efeito Fisher O efeito Fisher é um importante instrumento para entendermos que variáveis presentes sofrem impactos de variáveis futuros por meio das expectativas dos agentes econômicos, ou seja, algumas decisões de política econômica são tomadas em função do cenário futuro. Podemos descrever o efeito Fisher da seguinte forma: i = r – πe Em que: i é a taxa de juros nominal. 137 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada r é a taxa de juros real. πe é a inflação esperada. Portanto, a taxa de juros nominal é a soma da taxa de juros real mais a inflação esperada, em que, caso a expectativa de inflação ou inflação esperada se eleve, haverá um aumento da taxa de juros nominal. Entretanto, dada a taxa de juros nominal, no caso de um aumento da inflação esperada, a taxa de juros real sofrerá uma queda, o que elevará o nível de investimento e deslocará a curva IS para direita. Com esse deslocamento da curva IS, percebe‑se que o nível de renda e a taxa de juros nominal sobem. Um maior nível de renda eleva a demanda por moeda que, por sua vez, eleva a taxa de juros nominal. Entretanto, a taxa de juros real está em queda, o que faz o investimento e a renda aumentarem. As expectativas de aumento da inflação elevam a renda e provocam a queda da taxa de juros real; a taxa de juros nominal se mantém constante. Caso a elevação da inflação esperada se transforme em um aumento da taxa de juros nominal, a taxa real não se altera e a renda ficará constante. r2 i2 ie = re LM IS2 (π > 0) IS (π > 0) Taxa de juros nominal (i) Ye Y2 Renda (Y) Figura 60 – O modelo IS‑LM e o efeito Fisher Novamente, voltemos aos dois casos extremos: o caso clássico e a armadilha da liquidez. No primeiro, um aumento da inflação esperada será repassado para a taxa de juros nominal, cuja taxa de juros real permanecerá constante e não terá impacto sobre a renda. Já na armadilha da liquidez, um aumento da expectativa de inflação provoca uma redução na taxa de juros real. 138 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV i2 r2 = r1 = i1 LM IS2 (π > 0) IS (π > 0) Taxa de juros nominal (i) Ye Renda (Y) Figura 61 – Modelo clássico e o efeito Fisher r2 r2 = r1 = i1 LM IS2 (π > 0) IS (π > 0) Taxa de juros nominal (i) Ye Y2 Renda (Y) Figura 62 – Armadilha e o efeito Fisher É importante lembrar que no efeito Fisher, quando há uma expectativa de deflação, em que πe < 0, ocorrerá uma queda na taxa de juros nominal e a taxa de juros real se elevará, havendo uma queda do investimento e da renda, ou seja, um deslocamento da curva IS para a esquerda. Podemos visualizar esse resultado da deflação na figura a seguir. Segundo Lopes e Vasconcellos (1998, p. 174): Esse ponto é frequentemente levantado nos debates sobre as causas da grande depressão dos anos 1930. Segundo alguns autores, a queda das taxas nominais de juros naquele período não significava uma política monetária folgada, pelo contrário, mostrava uma política monetária apertada. Com a deflação ocorrida, apesar de as taxas nominais estarem em queda, as taxas reais se elevaram significativamente, provocando a brusca queda do investimento e da renda. 139 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada r2 i2 ie = re LM IS (π = 0) IS (π < 0) Taxa de juros nominal (i) YeY2 Renda (Y) Figura 63 – Modelo IS – LM, efeito Fisher e deflação Portanto, o modelo IS‑LM, que apresentao equilíbrio entre os mercados de bens e serviços, e monetário e financeiro, tem sua base no modelo keynesiano, discutido anteriormente. Ele é uma importante ferramenta e instrumental teórico para analisar o comportamento da macroeconomia no curto prazo, com possíveis deduções de longo prazo, levando em conta as variações dos níveis de preços e as flutuações econômicas do sistema de produção capitalista. Saiba mais Caso queira aprofundar a discussão sobre o impacto da taxa de juros na economia, veja o texto de John Maynard Keynes “A teoria ex ante da taxa de juros”, disponível em: IPEA. Clássicos de literatura econômica. Textos selecionados de macroeconomia. Brasília‑DF: Ipea, 2010. p. 85. Disponível em: <http://www. ipea.gov.br/portal/images/stories/livro_classicosdeLiteratura.pdf>. Acesso em: 29 dez. 2015. 8 DETERMINAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DA RENDA AGREGADA EM KALECKI Passaremos à apresentação de um importante modelo macroeconômico, originado pelos trabalhos do economista polonês Mikail Kalecki. Sua principal preocupação estava na explicação do crescimento e dos ciclos da economia capitalista, pois julgava que a questão da realização da produção seria um importante entrave no processo de acumulação nas economias capitalistas. Segundo Lopes e Vasconcellos (2010, p. 171): Seus primeiros trabalhos datam do início da década de 1930, onde já formula seu princípio da demanda efetiva (sendo, neste sentido, anterior a Keynes), 140 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV mas, quer por ser um autor menos conhecido, quer pela própria língua em que foram publicados, eles só foram reconhecidos posteriormente. Ainda em comparação com Keynes, tal autor não parte da teoria marginalista, mas da teoria marxista para reafirmar o papel da demanda. Em sua construção teórica, Kalecki utiliza‑se dos esquemas de reprodução de Karl Marx na explicação do funcionamento das economias capitalistas, além das contribuições de Rosa Luxemburgo e Tugan‑Baranovsky. Desses dois últimos autores, absorve o debate sobre os problemas dos mercados e a necessidade dos chamados mercados externos para a reprodução do sistema econômico e o comportamento do consumo dos trabalhadores, sempre evidenciando que relevantes são os gastos dos capitalistas na dinâmica dos ciclos econômicos. Saiba mais Para entender as bases da teoria de Kalecki, recomendamos: MARX, K. O capital. São Paulo: Nova Cultural, 1985. v. II. cap. 4. LUXEMBURGO, R. A acumulação do capital: contribuição ao estudo econômico do imperialismo. São Paulo: Nova Cultural,1985. O comportamento dos gastos dos capitalistas está na base da teoria kaleckiana. A partir dessa ideia, o autor focaliza a realização da mais‑valia como fator determinante na reprodução do sistema, quer na forma de consumo quer de investimento. Assim, desenvolve uma teoria original sobre a dinâmica do sistema capitalista, uma explicação para os ciclos econômicos e uma teoria de distribuição. Com base em Lopes e Vasconcellos (2010), podemos sintetizar as principais contribuições de Kalecki: • os salários não esmagam os lucros e a queda de salário não é a cura para o desemprego; • os gastos governamentais são uma forma de combater o desemprego, pois o déficit público eleva os lucros dos capitalistas e, assim, o Estado pode afetar a demanda efetiva e os ciclos econômicos; • os trabalhadores devem gastar toda a sua renda, pois se pouparem podem contribuir para elevar o desemprego; • os capitalistas devem realizar gastos de qualquer natureza, a fim de evitar a queda dos lucros. Os lucros dependem exclusivamente da decisão de gastos dos capitalistas e independe de qualquer perfil de distribuição de renda, o que rompe com as análises de equilíbrio; • a taxa de juros não tem a função de igualar a poupança e o investimento. O investimento pode se dar independentemente da existência de poupança prévia, pois se autofinancia; 141 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada • as flutuações dos níveis de renda e emprego são inevitáveis devido ao comportamento dos gastos capitalistas. Veremos que esses pontos serão tocados na sua construção teórica. Ao mesmo tempo, Kalecki utiliza‑se das demonstrações matemáticas para evidenciar sua consistência teórica, sendo um importante subsídio para o entendimento dos encadeamentos lógicos e das principais determinações entre as variáveis econômicas. Com base nessa breve síntese, passaremos para a apresentação de seu modelo de determinação da demanda efetiva, que inclui os fatores que influenciam o surgimento dos lucros, a distribuição da renda nacional e os ciclos econômicos 8.1 A determinação da demanda efetiva – lucros e renda nacional Apresentaremos o chamado modelo kaleckiano de curto prazo. Em sua estrutura básica, como já citamos, Kalecki utiliza‑se dos esquemas de reprodução de Marx com algumas adaptações, já que Marx divide o sistema econômico em dois departamentos – um produtor de bens de capital e outro produtor de bens de consumo, e o modelo kaleckiano considera três departamentos, pois adota uma subdivisão no setor de bens de consumo entre bens de consumo dos trabalhadores e bens de consumo dos capitalistas. Desse modo, temos: • Departamento I: produtor de bens de capital; • Departamento II: produtor de bens de consumo para os capitalistas; e • Departamento III: produtor de bens de consumo para os trabalhadores. Observação Nas teorias econômicas, os departamentos podem apresentar outras denominações, por exemplo: o departamento II é denominado como produtor de bens de luxo ou bens supérfluos; o departamento III, como produtor de bens‑salário ou bens não duráveis; e o departamento I, como produtor de máquinas e equipamentos. O modelo kaleckiano também difere dos esquemas marxistas por considerar a produção de cada departamento em termos dos preços, e não em termos de valor. Ao avaliar em termos de preços, as categorias nas quais se distribui a produção consistem em lucros e salários, diferentemente de Marx, que divide em três componentes: capital constante, capital variável e mais‑valia. Na produção de cada departamento são considerados todos os bens intermediários utilizados na produção final, o que caracteriza a situação e o próprio valor adicionado nos respectivos departamentos. Diante disso, considerando inicialmente o modelo kaleckiano de economia fechada e sem governo, temos: 142 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV Produto Bruto = Renda Bruta (Y) = Lucros (P) + Salários (W) Decompondo essa equação pelos três departamentos adotados por Kalecki, temos a produção do departamento I, que produz para o investimento futuro da economia (I), a produção do departamento II, que corresponderia ao consumo dos capitalistas (Ck), e a produção do departamento III, relacionada ao consumo dos trabalhadores (Cw). Adicionalmente, os valores produzidos em cada departamento também se dividem em lucros e salários, originando as seguintes equações: I = P1 + W1 Ck = P2 + W2 Cw = P3 + W3 Conseguimos, então, derivar o lucro total da economia (P) pela soma dos lucros dos departamentos e a massa salarial, em razão da soma dos salários pagos nas três produções, sendo representados por: P = P1 + P2 + P3 W = W1 + W2 + W3 O valor da produção, ou a renda bruta da economia, pode ser obtido pela soma da produção dos três departamentos ou pela soma das categorias de renda (lucros e salários), como pode ser visto na tabela a seguir: Tabela 2 – Divisão da economia em departamentos Departamentos Total DI Bens de Capital DII Bens de Consumodos Capitalistas DIII Bens de Consumo dos Trabalhadores Lucros P1 P2 P3 P Salários W1 W2 W3 W Renda I CK CW Y Fonte: Lopes e Vasconcellos (2008, p. 125). Ressaltando que o somatório das linhas fornece as categorias de renda, e o somatório das colunas, as categorias de gasto. Podemos representar a renda de uma economia de forma algébrica como: Y = P + W ou Y = I + Ck + Cw Nesse ponto, Kalecki introduz uma de suas principais proposições, que diz respeito ao comportamento dos gastos dos trabalhadores. Ao adotar a hipótese de que os trabalhadores gastam tudo o que ganham, isso implicaria ser zero a poupança dos trabalhadores (Sw). Assim: W – CW = SW e SW = 0 143 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada Segue que: W = CW Isso ratifica que o consumo dos trabalhadores é igual ao salário pago. No caso dos capitalistas, o seu nível de poupança (Sk) será dado pela diferença entre o lucro total e a parcela consumida por eles: SK = P – CK Com isso, se deduz a poupança total da economia (S), sempre levando em questão o fato de os trabalhadores gastarem tudo que ganham. Por uma sucessão de deduções algébricas, Kalecki chega às relações entre as variáveis macroeconômicas. Começando pela poupança total (S) igual a: S = SW + SK Como a poupança dos trabalhadores (Sw) é zero, segue que: S = SK Posto isso, e com base nas informações da Tabela 2, a renda nacional Y é igual a: Y = W + P = I + CK + CK Como W = CW (trabalhadores gastam tudo que ganham), tem‑se: CW + P = I + CK + CW e P = I + CK Subtraindo Ck de ambos os lados, temos: P – CK = I E, finalmente: S = I Portanto, depois de todas as deduções matemáticas, Kalecki chega, por meio de sua análise dos departamentos da economia, à igualdade entre poupança e investimento. Entretanto, como nos alertam Lopes e Vasconcellos (2008, p. 174‑175): Notemos que, assim como no caso keynesiano, a poupança não se constitui um entrave ao investimento, pois ela aparece como um resíduo do processo 144 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV de geração de renda que é dado pelos gastos. Assim, essa igualdade deve ser lida da seguinte forma: uma vez realizado um investimento qualquer, a ele corresponderá uma poupança de igual valor, ou seja, o investimento gerará a poupança para financiá‑lo. Devemos observar que a teoria kaleckiana, ao mesmo tempo em que é uma teoria de determinação da renda, também é uma teoria de distribuição, o que diferencia a sua teorização daquela realizada por Keynes. De volta ao modelo kaleckiano, se olharmos com atenção o departamento III, no qual toda a renda gerada corresponde ao gasto dos trabalhadores, então a renda desse departamento corresponde à massa salarial da economia. Como seus gastos para gerar o produto correspondem aos salários pagos no próprio departamento, concluímos que o excedente nesse departamento, ou o lucro, corresponde ao valor dos salários pagos nos outros dois departamentos. Portanto, sendo: CW = W P3 + W3 = W1 + W2 + W3 Logo, temos que: P3 = W1 + W2 Essa última relação representa a equação de trocas entre o departamento I e II com o departamento III. Assim, os bens de consumo que sobram para os capitalistas de III, após o pagamento dos salários e dos gastos com produtos nesse mesmo setor, serão vendidos aos trabalhadores de I e II, sendo esse seu lucro. É questão de nota o fato de os salários gerarem somente demanda no departamento III. Já pela ótica do lucro, temos que o total de lucros na economia é a soma do lucro nos três departamentos: P = P1 + P2 + P3 Utilizando as informações anteriores, de que o lucro no departamento III corresponde aos salários pagos nos outros dois departamentos, temos: P = P1 + P2 + W1 + W2 Lembrando também que: P1 + W1 = I e P2 + W2 = CK Chega‑se por dedução numa relação em que: P = I + CK 145 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada Percebemos, portanto, que o lucro iguala os gastos dos capitalistas tanto em consumo quanto em investimento. Daí a famosa frase de Kalecki: “os trabalhadores gastam o que ganham e os capitalistas ganham o que gastam” (LOPES; VASCONCELLOS, 2008, p. 176). Lembrete O princípio da demanda efetiva é um conceito‑chave nas teorias macroeconômicas heterodoxas, logo, em Kalecki ou em Keynes, temos uma contraposição à teoria clássica diante da relação entre a oferta e a demanda. A mesma determinação podemos encontrar quando observamos a repartição da renda em cada departamento entre salários e lucros, sendo a parcela do salário em cada departamento dada pelas seguintes relações: w w e w1 1 2 2 3 3 = = = W I W C W CK W ; Diante disso, teremos a parcela dos lucros nos respectivos departamentos como: (1 – w1); (1 – w2); (1 – w3) Considerando o lucro no departamento III e realizando operações algébricas, podemos definir que: P3 = W1 + W2 P3 = w1I + w2CK Onde: CW = P3 + W3 P3 = CW – W3 Substituindo W3: W3 = w3CW P3 = CW – w3CW P3 = (1 – w3) + CW (1 – w3)CW = w1I + w2CK Rearranjando a equação em termos do consumo dos trabalhadores, temos: C I C W K = + − w w w 1 2 31 146 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV Logo, o próprio consumo dos trabalhadores, ou seja, a massa de salários, é determinada pelos gastos dos capitalistas, bem como o lucro, além dos fatores de distribuição que determinam a participação de salários e lucros em cada departamento. Dessa forma, a renda é determinada pelos gastos dos capitalistas e pelos fatores de distribuição: Y = I + CK + CW Correspondendo a: Y I C I C K K = + + + − w w w 1 2 31 Assim, a determinação da renda Y depende unicamente dos gastos dos capitalistas (I e CK), uma vez que os fatores de distribuição w1, w2 e w3 são dados. Os fatores que afetam a distribuição da renda, ou seja, que determinam a parcela w, só afetam o tamanho da massa salarial, uma vez que os lucros são determinados totalmente pelos gastos dos capitalistas. Portanto, ampliações nos gastos capitalistas provocam elevações na renda devido ao aumento dos lucros. 8.1.1 Determinantes da distribuição de renda: formação de preços Para analisarmos a distribuição de renda, ou os determinantes dos coeficientes w em Kalecki, devemos recorrer à sua teoria de formação de preços. Para o autor, a característica normal da economia será operar com capacidade ociosa devido ao seu grau de monopolização. Decorre disso que a produção não se dá onde o preço se iguala ao custo marginal, mas onde o lucro é máximo. Com a existência de capacidade ociosa e dadas as características da produção, a curva de custo marginal apresenta um segmento horizontal e o preço é determinado por uma margem sobre os custos de acordo com uma regra de mark‑up. p = mu + np* Sendo: p = preço do produto. p* = preços das demais empresas daquele mercado. u = custos diretos. m = margem (mark‑up sobre os custos diretos). 147 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada O preço cobrado pelas empresas depende de seus custos diretos e do preço cobrado pelos concorrentes. Devemos notar que quanto menor o porte da empresa, ou seja, quanto menor o seu poder de mercado, mais próximo de p* deverá situar‑se seu preço; o contrário verifica‑se quando a empresa domina uma grande parcelado mercado. A relação entre o preço cobrado pela empresa e seus custos diretos reflete o chamado grau de monopólio, ou poder de mercado da empresa: K p u preco custos diretos = = ç Sendo: K = grau de monopólio. Como descrito por Lopes e Vasconcellos (2008, p. 178), o grau de monopólio pode se alterar devido: • às alterações no grau de concentração econômica (empresas gigantes): quanto maior a concentração em um dado mercado, maior tende a ser o grau de monopólio; • ao desenvolvimento da publicidade: a publicidade, ao afetar as escolhas dos consumidores (preferências por marcas, criar novas necessidades etc.), pode ampliar o grau de monopólio; • aos custos indiretos (ordenados, custo do capital, tributação etc.) em relação aos custos diretos: quanto maiores forem os custos indiretos, maior será a margem que as empresas terão que colocar sobre os custos diretos para cobri‑los; • ao poder dos sindicatos: em mercados onde os sindicatos são fortes, é possível conseguir ampliar a participação dos salários, elevando os custos diretos e reduzindo o grau de monopólio. Já os custos diretos são dados pelos salários e pelos gastos com matérias‑primas: u = W + matérias‑primas u = W(1 + j) Onde: j = relação matérias‑primas/salários. O preço p será dado por: p = custos diretos + custos indiretos + lucro 148 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV Substituindo na definição de K, tem‑se: K custos indiretos lucros custos diretos − = + 1 Assim: lucros + custos indiretos = custos diretos x (K – 1) lucros + custos indiretos = W(j + 1) x (K – 1) O valor agregado de certo produto, ou valor adicionado, como definido anteriormente, corresponde a seu preço menos o custo das matérias‑primas utilizadas para produzi‑lo: Valor agregado = W + W(j + 1) (K – 1) Salários + lucros + custos indiretos Assim, a participação do salário no valor agregado (w) é dada pela seguinte expressão: w W W W j K = + + −( )( )1 1 Sendo correspondente a: w j K = + + − 1 1 1 1( )( ) Decorre disso que a parcela do salário na renda é uma função decrescente do grau de monopólio (K) e da relação matérias‑primas/salários (j). Assim, quanto maior K e j, menor será w e, portanto, maior será a parcela dos lucros. Outro fator que tem influência na distribuição de renda, segundo Kalecki, é a composição setorial da produção, uma vez que o poder de fixação dos preços pode oscilar de acordo com o setor e, além disso, existem setores que por questões técnicas utilizam mais intensivamente o fator trabalho (por exemplo, a agricultura). Para observarmos o comportamento da parcela do salário ao longo do ciclo econômico, é preciso analisar como se comportam o grau de monopólio e o preço das matérias‑primas. O grau de monopólio tende a possuir uma relação inversa com o nível de atividade econômica. Ele tende a se elevar na recessão, pois essa situação diminui o incentivo para novas empresas entrarem no mercado (elevam‑se as barreiras à entrada), fazendo com que possam ampliar a diferença entre preços e custos diretos e, com isso, a parcela salarial tenderia a se reduzir na recessão. 149 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada Observação Em toda a sua formulação, Kalecki parte do funcionamento do mercado em concorrência imperfeita, ou seja, com a ocorrência de monopólios e oligopólios que influenciam na distribuição dos lucros e da renda quando analisamos a economia de um país. Diverge, portanto, da posição da teoria clássica. Quanto aos componentes do gasto, com foco no comportamento da classe capitalista, Kalecki considera uma função consumo em que esses componentes possuem um consumo autônomo A, que pode ser tomado como constante no curto prazo, e uma parcela que oscila de acordo com os lucros de períodos anteriores (λ). Assim, a função consumo dos capitalistas pode ser expressa da seguinte forma: CKt = qPt– λ + A Essa função será incorporada na função dos lucros: Pt = It + CKt Nesse caso, os lucros são determinados basicamente pelos investimentos realizados ao longo de certo período de tempo. Tirando uma média da sequência de investimentos da fórmula acima e considerando os coeficientes (1, q, q2, q3, ...) como fatores de ponderação para obtermos o investimento médio (It‑x), onde x é o período de tempo relevante, podemos representar a função como: P I A qt t x = + − − 1 Notemos que quanto menor q, que é a propensão marginal a consumir dos capitalistas, mais rapidamente a sequência de investimentos tende a zero, fazendo com que apenas os investimentos realizados no passado próximo afetem os lucros do período atual. Assumir que q seja próximo de zero significa que os níveis de consumo dos capitalistas não se alteram rapidamente em resposta a mudanças no lucro. Isso traz uma importante consequência. Como P = I + CK, o investimento gera o lucro (renda); como o lucro praticamente não se direciona para a ampliação de consumo, CK, que permanece praticamente constante, temos que o aumento de lucro propiciará o surgimento de poupança, mostrando que o ato de investir gera a poupança e mantendo a igualdade entre as duas variáveis. Logo, a poupança não é um entrave ao investimento. Em termos de recursos monetários, o investimento pode ser avançado pela criação de crédito pelo sistema bancário ou pela própria concessão de crédito entre os capitalistas. Em termos reais, a poupança não apresenta um caráter limitador em decorrência da suposição de Kalecki de que o sistema econômico se caracteriza pela capacidade ociosa. 150 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV 8.2 O ciclo econômico e mercado de trabalho Para o entendimento do ciclo econômico em Kalecki, devemos fazer uma breve análise dos determinantes do investimento em seu modelo, base da teoria da demanda efetiva. Primeiramente, Kalecki advoga que a taxa de juros deve ser analisada em termos de curto e longo prazo. O autor considera que a taxa de juros relevante para as decisões de investimento é a de longo prazo. Essa taxa é determinada no mercado de empréstimos de longo prazo, enquanto a taxa de juros de curto prazo representaria mais um prêmio de risco pelo alongamento do prazo. A taxa de juros de curto prazo é determinada no mercado monetário e tende a ter um comportamento pró‑cíclico, isto é, eleva‑se nas expansões econômicas e retrai‑se nas contrações. A explicação para isso decorre do fato de que quanto maior a atividade econômica, maior a demanda de moeda para transações, que, sem ser acompanhada por uma acomodação monetária, levará ao aumento da taxa de juros. Já a taxa de juros de longo prazo, segundo Kalecki, apresenta uma constância ao longo do ciclo econômico, o que ocorre pelo comportamento contracíclico do prêmio de risco. Quando a economia está aquecida, o grau de confiança dos emprestadores no retorno é maior, aceitando‑se um menor prêmio pelo alongamento de prazos, e o inverso ocorre nas retrações econômicas. Lembrete Devemos ter em mente que a taxa de juros relevante para a determinação do nível de investimento, na formulação do princípio da demanda efetiva, corresponde à taxa de juros real tanto no modelo keynesiano quanto kaleckiano. Dessa forma, o prêmio de risco segue um movimento oposto ao das taxas de juros de curto prazo, fazendo com que a taxa de longo prazo permaneça estável. Dada a estabilidade dessa taxa, Kalecki descarta sua influência sobre as decisões de investimentos. Uma vez que o capitalista decide investir comparando as perspectivasde lucro contra a taxa de juros, se esta é constante, apenas o lucro tem influência. O principal limite para o montante de um determinado investimento a ser efetuado por uma firma é estabelecido – segundo Kalecki – pela dimensão do capital empresarial, isto é, o capital próprio da firma. O capital empresarial estabelece o limite do investimento por dois motivos: primeiro, determina o grau de acesso da firma ao mercado de capitais; segundo, determina o grau de risco do investimento a ser efetuado (MIGLIOLI, 1986, p. 281). Quanto maior for o capital da empresa, maior será a quantidade de empréstimos que ela conseguirá obter, pois possui uma maior quantidade de garantias para oferecer ao emprestador. Dessa forma, o tamanho da empresa limita o tamanho dos investimentos que pode realizar. Por outro lado, dado o 151 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada capital da empresa, o risco inerente a determinado investimento será tanto maior quanto maior o recurso a empréstimos, uma vez que estes envolvem pagamentos fixos, entre principal e juros, por parte das empresas. Assim, quanto maior a alavancagem da empresa, maior o risco. Em determinado momento, o acesso da empresa ao crédito será obstruído, limitando o investimento. Percebemos, portanto, que os limites ao investimento são colocados pelo mercado de crédito pelo risco associado ao financiamento, que é dependente do capital empresarial. Assim, para o agregado, concluímos que o investimento depende do estoque de capital previamente acumulado. Portanto, a variável estratégica na explicação do nível da atividade econômica, seja num ano ou seja ao longo do tempo, é o investimento. É essa variável que, através do seu efeito multiplicador, determina o volume geral dos gastos (isto é, da demanda efetiva) e, assim, a renda nacional num dado ano. É ela que, adicionada ao existente estoque de capital, amplia a capacidade produtiva e permite o crescimento econômico de longo prazo. Por fim, é essa variável que, com suas oscilações, gera os ciclos econômicos. Suas oscilações decorrem do caráter sui generis do investimento, ou seja, é o fato de que o investimento não apenas é produzido, mas também é produtor. O investimento considerado como despesa é a fonte de prosperidade e cada aumento melhora os negócios e estimula uma posterior elevação do investimento. Ao mesmo tempo, cada investimento é uma adição ao equipamento de capital. Esse equipamento novo deverá competir com a geração mais velha desse equipamento (MIGLIOLI, 1977). Para completarmos a análise kaleckiana e entendermos os impactos dos ciclos econômicos no mercado de trabalho, devemos relaxar as condições previamente estabelecidas de uma economia fechada e sem governo. Introduzindo o setor externo, temos que as exportações correspondem à venda de produtos para o exterior e, como tal, geram o pagamento dos salários necessários para se realizar essa produção e os lucros dos capitalistas que vendem para o exterior. Para Lopes e Vasconcellos (2008, p. 182): Os salários pagos neste serão gastos no departamento III, e gerarão lucro para os capitalistas deste departamento. As importações, quer sejam feitas por trabalhadores para obter bens de consumo, quer por capitalistas para investimento ou para consumo, diminuirão o lucro, uma vez que irão remunerar fatores de produção no exterior. Assim, o setor externo é acrescido à equação de lucros pelo seu saldo: um superávit externo amplia o lucro e um déficit o reduz (e, por conseguinte, também a renda). O governo pode ser considerado o setor externo: a arrecadação de impostos deve ser considerada como os pagamentos por serviços realizados por um setor externo, e os gastos públicos referem‑se a aquisições junto ao sistema econômico, gerando pagamento de salários (gastos no departamento III e, portanto, lucro nesse departamento) e lucros. Assim como o setor externo, o impacto do governo sobre os lucros se dá pelo saldo das transações: um superávit do setor público reduz os lucros e um déficit os amplia. Kalecki ressalta o papel dos gastos públicos na demanda efetiva, mas surge uma questão: os gastos públicos garantem o pleno emprego? 152 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV Saiba mais Além da formulação do princípio da demanda efetiva, Kalecki tem um interessante debate sobre os aspectos políticos e a dinâmica econômica. Leia: KALECKI, M. (1943) Os aspectos políticos do pleno emprego. In: MIGLIOLI, J. (Org.). Michal Kalecki: crescimento e ciclo das economias capitalistas. São Paulo: Hucitec, 1977. Para Kalecki, a manutenção do pleno emprego da economia teria um aspecto favorável tanto para trabalhadores como para capitalistas, garantindo mais empregos e maiores lucros. Entretanto, quanto mais esse dispositivo fosse acionado, menor seria sua eficácia devido aos aspectos políticos da oposição capitalista. No pleno emprego, os trabalhadores teriam maior poder de barganha para a negociação dos salários, logo, para os capitalistas, um certo nível de desemprego sempre será aceitável, mesmo diminuindo seus lucros em relação à situação de pleno emprego. Além disso, uma diminuição dos salários nominais é defendida como forma de fomentar um aumento dos investimentos privados, que resultam em nova diminuição da demanda agregada e da renda da economia. Desse modo, vemos que a variável de determinação do comportamento da renda são os gastos capitalistas, com destaque para o investimento, com seu caráter dual, ou seja, como componente dos gastos e como formação de capital para produção futura. No caso do setor externo e do setor público, ambos podem exercer um impacto positivo para efetivar uma demanda maior sobre o sistema econômico do que os vazamentos que ocorrem em relação a eles. Quanto aos trabalhadores, quanto menos pouparem, maior será o lucro e a renda, sendo que diminuições nos salários nominais levam a diminuições dos lucros e da renda da economia. Resumo Sobre os impactos das políticas econômicas no modelo IS‑LM, a política monetária é executada pelo instrumento da taxa de juros, que é o preço do dinheiro. Ou seja, se houver um excesso de moeda no mercado monetário, a taxa de juros será baixa, caso contrário, a taxa de juros será alta. Já a política fiscal é executada pelos instrumentos de tributação e arrecadação do governo (T), como impostos, taxas, contribuições, entre outros, e pelos gastos públicos executados pelo Estado, como consumo e investimento públicos. Podemos analisar a eficácia da política fiscal por meio dos casos extremos: da armadilha da liquidez e do caso clássico. Uma política fiscal expansionista via aumento dos gastos do governo irá deslocar a curva IS 153 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 MacroeconoMia Fechada para a direita, cuja taxa de juros não se altera e, portanto, não há queda do nível de investimento. Muito parecido com o modelo keynesiano, isto é, o efeito multiplicador é pleno e demonstra a eficácia da política fiscal. De forma teórica, as curvas IS (política fiscal) e a curva LM (política monetária) podem ser independentes. Mas de forma prática, há controvérsias sobre essa independência devido ao lado real (curva IS) estar relacionado com o lado monetário (curva LM). Há variação de preços no modelo IS‑LM e relação com a curva da demanda agregada. O efeito riqueza, ou efeito Pigou, parte do pressuposto de que o consumo não depende apenas da renda disponível, mas também do estoque de riqueza dos agentes econômicos, isto é, que o consumo não depende apenas dos fluxos de renda a cada mês, mas também do estoque deriqueza – a renda acumulada no tempo. Já o efeito Fisher é um importante instrumento para entendermos que variáveis presentes sofrem impactos de variáveis futuros por meio das expectativas dos agentes econômicos, pois algumas decisões de política econômica são tomadas em função do cenário futuro. O modelo kaleckiano busca a determinação do produto e da renda através dos esquemas de reprodução de Marx, dividindo a economia em três departamentos: departamento I de bens de capital, departamento II de bens de consumo dos capitalistas e departamento III de bens de consumo dos trabalhadores. O valor da produção dos departamentos é avaliado em termos de preços, sendo distribuído nas categorias de lucros e salários. A soma dos lucros dos três departamentos é o lucro total e a soma dos salários é a massa salarial. Já a soma da produção dos departamentos representa a renda bruta ou produto da economia. Adotando‑se que os trabalhadores gastam tudo que ganham, o lucro será igual ao gasto dos capitalistas tanto em consumo quanto em investimento. Isso ocorre porque os fatores que determinam a distribuição de renda só afetam o tamanho da massa salarial. Assim, ampliações nos gastos dos capitalistas provocam elevações na renda por causa do aumento dos lucros. O investimento compreende a variável‑chave para a determinação da renda e produto de uma economia, caracterizando os ciclos econômicos de uma certa economia. O investimento não seria determinado pela taxa de juros, mas pela capacidade de contrair empréstimos das empresas no processo de inversões produtivas. Ainda, o investimento apresenta um caráter dual, sendo ao mesmo tempo gasto e nova capacidade produtiva. 154 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Unidade IV Quanto ao mercado de trabalho e à dinâmica econômica, Kalecki defende que, por aspectos políticos, não seria interessante a situação de pleno emprego, o que daria mais poder de negociação aos trabalhadores em relação aos salários reais. Portanto, um certo nível de desemprego seria tolerado na economia. 155 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 FIGURAS E ILUSTRAÇÕES Figura 1 GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 245. Figura 2 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 108. Figura 3 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 110. Figura 4 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 112. Figura 5 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 112. Figura 6 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 114. Figura 7 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 114. Figura 8 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 115. 156 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Figura 9 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 116. Figura 10 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 116. Figura 11 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 117. Figura 12 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 121. Figura 13 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 121. Figura 14 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 124. Figura 15 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Org.). Manual de macroeconomia: básico e intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2008. p. 125. Figura 16 BLANCHARD, O. Macroeconomia. 5. ed. Rio de Janeiro: Prentice‑Hall do Brasil, 2011. p. 112. Figura 17 GREMAUD, A. P.; VASCONCELLOS, M. A. S.; TONETO JÚNIOR, R. Economia brasileira contemporânea. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 127. 157 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Figura 19 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 147. Figura 20 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 150. Figura 21 LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 154. Figura 24 ALÉM, A. C. D. de. Macroeconomia: teoria e prática no Brasil. São Paulo: Elsevier, 2010. p. 168.; LOPES, L. M.; VASCONCELLOS, M. A. S. (Orgs.). Manual de macroeconomia: nível básico e nível intermediário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2011. p. 162. Figura 25 AFONSO, J. R. R.; SOARES, J. M.; CASTRO, K. P. de. Avaliação da estrutura e do desempenho do sistema tributário brasileiro. Livro branco da tributação brasileira. IBD, 2013. p. 18. Disponível em: < https://publications.iadb.org/bitstream/handle/11319/5706/Avalia%C3%A7%C3%A3o%20da%20 estrutura%20e%20do%20desempenho%20do%20sistema%20tribut%C3%A1rio%20Brasileiro%20 0130.pdf?sequence=1>. Acesso em: 30 dez. 2015. Figura 27 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Makron; McGraw‑Hill, 1991. p. 130. Figura 29 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Makron; McGraw‑Hill, 1991. p. 135. Figura 30 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Makron; McGraw‑Hill, 1991. p. 137. Figura 32 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Makron; McGraw‑Hill, 1991. p. 147. 158 Re vi sã o: C ar la - D ia gr am aç ão : J ef fe rs on - 0 6/ 01 /1 6 Figura 33 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. Macroeconomia. 2. ed. São Paulo: Makron; McGraw‑Hill, 1991. p. 149. Figura 35 DORNBUSCH, R.; FISCHER, S. 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