DPE II AULA 23

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DOS CRIMES CONTRA O SENTIMENTO RELIGIOSO
CONSTITUIÇÃO FEDERAL: “É inviolável a liberdade de consciência e
 de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e
 garantida, na forma da lei a proteção aos locais de cultos e suas 
Liturgias (ART. 5, VI)”.
ULTRAJE A CULTO E IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE ATO A ELE RELATIVO – ART. 208 CP.
OBJ. JURÍDICA: O SENTIMENTO RELIGIOSO e A LIBERDADE DE CULTO.
SUJEITOS:
ATIVO: CRIME COMUM (INCLUSIVE OS MINISTROS E OS FIÉIS);
PASSIVO: A) NO ULTRAJE – PESSOA DETERMINADA (MINISTROS, P. EX);
		 B) NA PERTURBAÇÃO – A COLETIVIDADE RELIGIOSA.
DO ULTRAJE
ESCARNECER – ZOMBAR, RIDICULARIZAR, DESPREZAR;
O ATO DEVE SER PÚBLICO (A PESSOAS INDETERMINADAS);	
REFERENTE A CRENÇA (FÉ RELIGIOSA) OU FUNÇÃO RELIGIOSA (QUEM EXERCE OU PARTICIPA DA CELEBRAÇÃO).
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DO IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA OU CULTO
IMPEDIR – NÃO PERMITIR O INÍCIO, PROSSEGUIMENTO, ETC;
PERTURBAR – TUMULTUAR, DESORGANIZAR, PARALISAR, ETC.
CERIMÔNIAS – PRÁTICAS MAIS SOLENES (MISSAS, CASAMENTOS, ETC);
CULTOS – MENOS SOLENES (SERMÕES, ORAÇÕES, NOVENAS, ETC).
ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO GENÉRICO.
VILIPÊNDIO DE ATO OU OBJETO DE CULTO
VILIPÊNDIO – DESPREZO, INJÚRIA, ETC.
 COISA, OBJETO DE CULTO OU ATO RELIGIOSO (AMPLA).
DEVE SER CONDUTA PÚBLICA;
DOLO GENÉRICO.
DOS CRIMES CONTRA O RESPEITO AOS MORTOS.
IMPEDIMENTO OU PERTURBAÇÃO DE CERIMÔNIA FUNERÁRIA
ART. 209 CP
OBJ. JURÍDICA: O SENTIMENTO DE RESPEITO AOS MORTOS.
SUJEITOS:
ATIVO: QUALQUER PESSOA;
PASSIVO: CRIME VAGO – A COLETIVIDADE (NÃO O MORTO).
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TIPO OBJETIVO
IMPEDIR – IMPOSSIBILITAR, PARALISAR;
PERTURBAR – EMBARAÇAR, DIFICULTAR;
ENTERRO – TRANSLADO DO CORPO ATÉ O SEPULTAMENTO E INUMAÇÃO;
CERIMÔNIA FÚNEBRE – VELÓRIO, HOMENAGENS, ETC.
TIPO SUBJETIVO: DOLO GENÉRICO
CONSUMAÇÃO: COM O IMPEDIMENTO OU MERA PERTURBAÇÃO DO ENTERRO
VIOLAÇÃO DE SEPULTURA – ART. 210 CP.
OBJ. JURÍDICA: SENTIMENTO DE RESPEITO AOS MORTOS.
SUJEITOS:
ATIVO: CRIME COMUM;
PASSIVO: CRIME VAGO.
TIPO OBJETIVO
VIOLAR – ABRIR, DEVASSAR, ESCAVAR, ALTERAR, DESTRUIR, ETC;
PROFANAR – ULTRAJAR, VILIPENDIAR, AVILTAR, MACULAR, ETC.
SEPULTURA – LOCAL DE INUMAÇÃO DO CORPO, OU SEUS ORNAMENTOS.
DEVE HAVER UM CADÁVER OU SEUS DESPOJOS NO LOCAL.
TIPO SUBJETIVO: DOLO
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DESTRUIÇÃO, SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DE CADÁVER – ART. 211 CP.
OBJ JURÍDICA: O SENTIMENTO DE RESPEITO AOS MORTOS.
SUJEITOS:
ATIVO: CRIME COMUM;
PASSIVO: A COLETIVIDADE E A FAMÍLIA DO “DE CUJUS”.
TIPO OBJETIVO
DESTRUIR – FAZER DEIXAR DE EXISTIR;
SUBTRAIR – FURTAR;
OCULTAR – ESCONDER (ANTES DO SEPULTAMENTO).
OBJ. MATERIAL: O CADÁVER (AINDA COM FORMA HUMANA).
TIPO SUBJETIVO: DOLO GENÉRICO.
CONSUMAÇÃO: COM A DESTRUIÇÃO (AINDA QUE PARCIAL), SUBTRAÇÃO OU OCULTAÇÃO DO CADÁVER.
VILIPÊNDIO DE CADÁVER – ART. 212 CP
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SUJEITOS:
ATIVO: CRIME COMUM;
PASSIVO: COLETIVIDADE E OS FAMILIARES DO MORTO.
TIPO OBJETIVO
VILIPENDIAR: ULTRAJAR, DESPREZAR.
CADÁVER E CINZAS – INCLUI AS PARTES DO CORPO.
LEI 9.434/97 – REMOÇÃO DE ÓRGÃOS E TECIDOS.
TIPO SUBJETIVO: DOLO + INTENÇÃO DE ULTRAJAR.
CONSUMAÇÃO: COM A PRÁTICA DO ATO ULTRAJANTE.
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL – TÍTULO VI
 CAPÍTULO I – DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE SEXUAL.
ESTUPRO – ART. 213 CP
CONCEITO: “É um delito de constrangimento ilegal em que se visa
A prática de conjunção carnal ou atentado violento ao pudor”.
ETIMOLOGIA: “STUPRUM” – ABRANGE TODAS AS RELAÇÕES SEXUAIS.
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É CRIME HEDIONDO – ART. 8072/90.
OBJ. JURÍDICA: A LIBERDADE SEXUAL. 
DIREITO DE DISPOR DE SEU CORPO.
SUJEITO: ALGUÉM – HOMEM ou MULHER.
MARIDO X ESPOSA?
MULHER - VIRGEM OU NÃO, HONESTA OU NÃO, SOLTEIRA OU NÃO, MOÇA OU NÃO;
CO-AUTORIA NA CONJUNÇÃO CARNAL.
TIPO OBJETIVO
CONJUNÇÃO CARNAL – INTRODUÇÃO DO PÊNIS NA VAGINA, TOTAL OU PARCIALMENTE;
A CÓPULA PRELIMINAR OU VULVAR;
INDEPENDE DO ROMPIMENTO HIMENAL;
CONSTRANGIMENTO – A MULHER DEVE ATIVAMENTE SE OPOR;
AMEAÇA – DEVE SER GRAVE.
IMPRESCINDÍVEL: PROVA PERICIAL.
TIPO SUBJETIVO: DOLO + INTUITO DE MANTER RELAÇÃO CARNAL.
CONSUMAÇÃO: COM A INTRODUÇÃO DO PÊNIS NA VAGINA OU AVP.
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QUALQUER OUTRO ATO LIBIDINOSO: ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR (O ART. 214 FOI REVOGADO).
ATO LIBIDIONOSO DIVERSO DA CONJUNÇÃO CARNAL: “Toda ação atentatória ao pudor, praticada com propósito lascivo ou luxurioso” (MAGALHÃES NORONHA).
 
É ATO DE DESAFOGO DE DESEJO SEXUAL; 
CONTEMPLAÇÃO LASCIVA – PRESCINDE DO CONTATO FÍSICO;
O ATO DEVE SER OBJETIVAMENTE CONSIDERADO, POUCO IMPORTA O PUDOR DA VÍTIMA.
TIPO SUBJETIVO: DOLO
INDEPENDE DE DOLO ESPECÍFICO – EXPOSIÇÃO AO RIDÍCULO, P. EX.
 
CONSUMAÇÃO: COM A EFETIVA PRÁTICA DA CONJUNÇÃO CARNAL OU DO ATO LIBIDINOSO.
 
TENTATIVA: PODE CONFIGURAR AVP CONSUMADO, CONFIGURANDO O DELITO.
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DISTINÇÃO:
 
ESTUPRO X PERTURBAÇÃO DA TRANQUILIDADE;
ESTUPRO X IMPORTUNAÇÃO LASCIVA AO PUDOR;
ESTUPRO X ATO OBSCENO.
ESTUPRO + AVP NA MESMA SITUAÇÃO FÁTICA: CONCURSO DE CRIMES OU CRIME CONTINUADO?
PARÁGRAFOS 1º e 2º: QUALIFICADORAS PRETERDOLOSAS (RESULTADO CULPOSO, DECORRENTE TANTO DA VIOLÊNCIA QTO DA AMEAÇA):
SE DA CONDUTA RESULTA LESÃO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE OU SE A VÍTIMA É MAIOR DE 14 e MENOR DE 18 ANOS;
SE RESULTA A MORTE.
	Ressalta-se, outrossim, que o fato de se ter revogado o art. 214 do CP não acarreta um abolitio criminis no tocante aos delitos de atentado violento ao pudor; apenas ocorreu uma tipificação do mesmo comportamento proscrito em outro artigo (art. 213) e sob outra rubrica (estupro). 
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 VIOLAÇÃO SEXUAL MEDIANTE FRAUDE Art. 215. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com alguém, mediante fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade da vítima: Pena - reclusão, de 2 a 6 anos. Parágrafo único. Se o crime é cometido com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também multa. - Antes da Lei 12.015.09, tínhamos no CP os crimes de posse sexual mediante fraude e atentado violento ao pudor mediante fraude. Atualmente, os dois artigos estão fundidos no art. 215. 
OBJ. JURÍDICA: A LIBERDADE SEXUAL.
ESTELIONATO SEXUAL.
SUJEITOS:
 
ATIVO: HOMEM OU MULHER;
PASSIVO: HOMEM OU MULHER.
TIPO OBJETIVO: CONJUNÇÃO CARNAL ou AVP. 
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MEIOS: ARDIL, ARGÚCIA, EMBUSTE, ENGODO – PARA VICIAR A VONTADE DA VÍTIMA.
 
NARCÓTICOS – PODE CONFIGURAR O DELITO – IMPEDE OU DIFICULTA A LIVRE MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DA VÍTIMA.
 
TIPO SUBJETIVO: DOLO
ELEM. SUBJ. DO TIPO: INTENÇÃO DA CONJUÇÃO CARNAL OU AVP.
 
CONSUMAÇÃO: COM A INTRODUÇÃO DO PÊNIS NA VAGINA OU QUALQUER OUTRO ATO LIBIDINOSO.
 ASSÉDIO SEXUAL Art. 216-A. Constranger alguém com o intuito de obter vantagem ou favorecimento sexual, prevalecendo-se o agente da sua condição de superior hierárquico ou ascendência inerentes ao exercício de emprego, cargo ou função. Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos.
 Parágrafo único. (VETADO)
 § 2o A pena é aumentada em até um terço se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos.
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OBJ. JURÍDICA: A LIBERDADE SEXUAL.
 
SUJEITOS: CRIME “BIPRÓPRIO”
 
PODE SER HOMEM OU MULHER;
RELACIONAMENTO HETERO OU HOMOSSEXUAL.
 
TIPO OBJETIVO
 
CONDUTA – CONSTRANGER.
 
TIPO SUBJETIVO: DOLO
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: FINALIDADE DE
OBTER VANTAGEM SEXUAL.
 
CONSUMAÇÃO: COM O MERO ATO CONSTRANGEDOR.
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ESTUPRO DE VULNERÁVEL
 Art. 217-A. Ter conjunção carnal ou praticar outro ato libidinoso com menor de 14
 (catorze) anos: Pena - reclusão, de 8 (oito) a 15 (quinze) anos. § 1o Incorre na mesma pena quem pratica as ações descritas no caput com alguém que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência. § 2o (VETADO)§ 3o Se da conduta resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de 10 (dez) a 20 (vinte) anos. § 4o Se da conduta resulta morte: Pena - reclusão, de 12 (doze) a 30 (trinta) anos. 
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	O caput do artigo 217-A mantém a opção legislativa de considerar crime o ato libidinoso praticado com pessoa menor de 14 anos de idade, independentemente do consentimento da vítima.
O consentimento é tido como inválido, com presunção absoluta (presumindo
como imatura para a vida sexual a pessoa menor de 14 anos).
	Vale lembrar que parte da jurisprudência e da doutrina já aceitava certa
relativização no tocante à presunção de violência no sexo consentido praticado com menor de 14 anos. 
	O art. 217-A não fala mais em qualquer presunção, mas sim diretamente tipifica a prática de ato libidinoso com menor de 14 anos. Desse modo, ficará mais difícil uma relativização, sob o aspecto de previsão formal do delito. 
	Contudo, como o objetivo é proteger com o dispositivo a dignidade sexual da vítima se essa dignidade não é efetivamente afetada, pode-se construir um raciocínio de falta de tipicidade material. 
EX.: homem de dezoito anos que faz sexo com a sua namorada de treze com o pleno consentimento desta, tendo a mesma razoável instrução sobre a vida sexual. Seria justo ele ser condenado a uma pena de oito a quinze anos de reclusão?
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· O § 1º estabelece que também é considerando estupro de vulnerável o ato libidinoso praticado com deficiente mental assim como com pessoa que, por qualquer outra causa, não possa oferecer resistência (vítima inconsciente pela ação de drogas, por exemplo).
 · Os §§ 2º e 3º trazem modalidades qualificadas pelo resultado no tocante ao estupro de vulnerável. Tratam-se de crimes preterdolosos (dolo no antecedente e culpa no consequente).
 · O art. 1º da Lei 8.072-90 foi alterado para deixar claro que tanto o estupro comum (art. 213, caput e §§ 1º e 2º) quanto o estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1º, 2º, 3º e 4º) são crimes hediondos. 
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 CORRUPÇÃO DE MENORES 
Art. 218. Induzir alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia de outrem: Pena - reclusão, de 2 a 5 anos. Parágrafo único. (VETADO). 
HÁ SÉRIO EQUÍVOCO LEGISLATIVO. A CONDUTA PODE CONFIGURAR ESTUPRO DE VULNERÁVEL, NA MAIOR PARTE DAS SITUAÇÕES.
A Lei 12.015-2009 revogou a Lei nº 2.252-54, que tratava da corrupção de menores fora da esfera sexual, ou seja, quando alguém corrompia o(a) menor para o crime. A conduta típica antes descrita na Lei nº 2.252-54 passa a ser prevista no art. 244-B da Lei nº 8.069-90 (ECA), com a seguinte redação: Art. 244-B. Corromper ou facilitar a corrupção de menor de 18 anos, com ele praticando infração penal ou induzindo-o a praticá-la: Pena – reclusão, de 1 a 4 anos. § 1º. Incorre nas penas previstas no caput deste artigo quem pratica as condutas ali tipificadas utilizando-se de quaisquer meios eletrônicos, inclusive salas de bate-papo da internet. § 2º. As penas previstas no caput deste artigo são aumentadas de um terço no caso de a infração cometida ou induzida estar incluída no rol do art. 1º da Lei nº 8.072 / 90 (HEDIONDOS).