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Crimes contra a dignidade sexual

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1 
Crimes contra a 
Dignidade Sexual 
 
Produzido por: Giovanna Calvano 
Fonte: Aulas do prof. Érico Palazzo - Direito Penal (Parte Especial) para Concursos (GranCursos Online) 
 
Disposições gerais ......................................................................................................................................................... 2 
Ação penal: ............................................................................................................................................................... 2 
Causas de aumento de pena: ..................................................................................................................................... 2 
Disposições gerais (apenas aos crimes do art. 213 ao 218-C) ...................................................................................... 3 
Contra a Liberdade Sexual ............................................................................................................................................ 3 
Estupro – 213 ............................................................................................................................................................ 3 
Violação sexual mediante fraude (215) ..................................................................................................................... 5 
Importunação sexual (215-A) ................................................................................................................................... 5 
Assédio sexual (216) ................................................................................................................................................. 6 
Exposição da intimidade sexual .................................................................................................................................... 6 
Registro não autorizado da intimidade sexual (216-B) ............................................................................................. 6 
Crimes sexuais contra vulneráveis ................................................................................................................................ 7 
Estupro de vulnerável (217-A) .................................................................................................................................. 7 
Corrupção de menores – 218 .................................................................................................................................. 10 
Satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente (218-A) ........................................................ 10 
Favorecimento à prostituição (218-B) .................................................................................................................... 11 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia – 218-C 12 
Lenocínio .................................................................................................................................................................... 13 
Mediação para servir a lascívia do outro - 227 ....................................................................................................... 14 
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual – 228 ........................................................... 14 
Casa de Prostituição – 229 ...................................................................................................................................... 15 
Rufianismo – 230 .................................................................................................................................................... 15 
Promoção de migração ilegal .................................................................................................................................. 16 
Ultraje Público ao pudor ............................................................................................................................................. 16 
Ato obsceno – 233................................................................................................................................................... 16 
Escrito ou objeto obsceno - 234 .............................................................................................................................. 16 
 
 2 
Disposições gerais 
• Eram chamados de crimes contra os costumes e passaram a ser chamados de crimes contra a 
dignidade sexual; 
• Crimes hediondos (sistema legal – é hediondo o que a lei diz que é); 
o Estupro, estupro de vulnerável e favorecimento da prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável; 
• Todos os crimes correm em segredo de justiça; 
• Prescrição (vítima menor de idade): art. 111, V – a prescrição só começa a correr a partir da 
maioridade; 
Ação penal: 
• Todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação penal pública incondicionada (art. 225, desde 
a Lei nº 13.718, de 2018); 
• Anteriormente, a ação penal era pública condicionada – para “proteger o interesse pessoal da 
vítima”; 
• O art. 225 só fala em cap. I e II porque os demais capítulos já eram de ação penal incondicionada; 
• Lei penal no tempo: como a nova lei é híbrida e mais gravosa (in pejus), não retroage aos fatos 
anteriores; 
 
• Súmula 608/STF: perdeu o objeto pois todos os crimes são de ação penal pública incondicionada; 
Causas de aumento de pena: 
• Art. 234-A: 
Gravidez de metade a 2/3 (dois terços) 
Novatio legis in pejus 
Transmissão de DST (dolo ou dolo 
eventual) 
de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços) 
Vítima idosa (60 anos) ou PCD 
de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois 
terços) 
 
• Incide a causa de aumento se a gravidez é: 
o Resultante de estupro dentro do casamento (marido contra esposa)? SIM; 
o Resultante de relação consentida entre autor (+18) e vítima vulnerável (-14)? SIM 
▪ Exceção de Romeu e Julieta - https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a-
excecao-de-romeu-e-julieta/; 
o Resultante de estupro praticado por mulher contra um homem? 
▪ 1ª Corrente: SIM, a lei não faz essa distinção; 
▪ 2ª Corrente: NÃO, pois afronta o princípio da alteridade; 
▪ Essa mulher poderia praticar o aborto humanitário? NÃO, dado que ela é autora do 
estupro (pacífico); 
• Sobre a transmissão de DST: 
Data da prática do 
ato
•Antes da Lei 
13.718/18
•Pública 
condicionada
Publicação da Lei
•25/09/2018
Data que a vítima 
procura a polícia
•Posterior à 
publicação
•Não retroage, a 
vítima tem que 
representar
https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a-excecao-de-romeu-e-julieta/
https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a-excecao-de-romeu-e-julieta/
 3 
o O autor deve ter conhecimento ou pelo menos deveria ter – sob pena de responsabilidade 
objetiva; 
o Afasta a aplicação do art. 130, do CP (sob pena de bis in idem); 
Disposições gerais (apenas aos crimes do art. 213 ao 218-C) 
• Causas de aumento de pena: 
Concurso de agentes Aumento de ¼ Aplicável do 213 ao 218-C 
Ascendente, padrasto ou 
madrasta, tio, irmão, cônjuge, 
companheiro, tutor, curador, 
preceptor ou empregador da 
vítima ou por qualquer outro 
título tiver autoridade sobre ela 
Metade 
Admite interpretação analógica 
Não alcança o primo; 
Bisavô: alcança (é ascendente - STJ, RHC 
138717) 
Preceptor = responsável pela educação da vítima 
Não se aplica ao assédio sexual (superioridade 
hierárquica é elementar do tipo – bis in idem) 
Estupro coletivo 
1/3 (um terço) a 
2/3 (dois terços) 
Aplicável ao 213 e 217-A (em detrimento do 
inciso I) 
Se um contribui para que o outro estupre 
(reciprocidade) = Curra 
Estupro corretivo 
1/3 (um terço) a 
2/3 (dois terços) 
Aplicável ao 213 e 217-A (em detrimento do 
inciso I) 
Controlar o comportamento sexual da vítima” 
 
Contra a Liberdade Sexual 
Estupro – 213 
• Espécies (TODAS HEDIONDAS): 
 
 
o Lesão GRAVE ou GRAVÍSSIMA:▪ As vias de fato e as leves, por outro lado, são absorvidas; 
▪ As lesões devem ter natureza preterdolosa – caso contrário, há concurso material; 
o A idade da vítima: 
▪ Maior de 18 anos = estupro simples; 
▪ Menor de 18 e maior de 14 anos = estupro qualificado; 
▪ Menor de 14 anos = estupro de vulnerável; 
▪ Vítima que tem exatamente 14 anos = estupro simples (????); 
o Morte: resultado tem que ser preterdoloso; 
▪ Se matar após o estupro para ocultar o crime: homicídio QUALIFICADO (inciso V) + 
estupro; 
• Antiga redação do estupro (anterior à Lei 12.015/2009): Constranger mulher à conjunção carnal, 
mediante violência ou grave ameaça. 
Espécies
Simples Caput - 06 a 10 anos
Qualificado
08 a 12 anos
Lesão corporal grave
(sentido amplo)
Menor de 18, mas 
maior de 14
12 a 30 anos Resultado morte
 4 
o Crime BIPRÓPRIO – só o homem podia ser sujeito ativo e só a mulher podia ser sujeito 
passivo; 
o Só a cópula vagínica era considerada estupro – os demais, eram ato violento ao pudor (art. 
214): ex.: sexo oral, anal, masturbação etc. 
o Atualmente, o crime de estupro cumula as condutas de estupro e do antigo atentado violento 
ao pudor: 
▪ Não houve abolitio criminis do atentado violento ao pudor por ausência de supressão 
material da conduta descrita no art. 214 → continuidade típico-normativa; 
▪ Beijo lascivo: também é considerado ato libidinoso (e, consequentemente, 
estupro), quando praticado em contexto de violência física1; 
• Núcleo do tipo: CONSTRANGER – coagir; 
• Meios de execução: violência (vis absoluta) ou grave ameaça (vis compulsiva); 
o Conjunção carnal = cópula vagínica: só pode ocorrer em relações heterossexuais; 
o Outros atos libidinosos = bastante amplo; 
• Crime Pluriofensivo: viola a liberdade sexual + liberdade individual (ameaça) ou integridade física 
(violência); 
o Consunção: em relação às infrações de vias de fato, lesão corporal leve, ameaça; 
o Grave ameaça pode ser justa ou injusta: justa, por exemplo, seria a ameaça de denunciar um 
crime cometido pela vítima de estupro; 
• Objeto material: é a pessoa que é vítima; 
• Tentativa: é cabível (plurissubsistente); 
• Crime bicomum: pode ser praticado por homem ou mulher, assim como podem ser vítimas homens 
e mulheres; 
• Crime material: se consuma com a efetiva prática do núcleo; 
o A prática de um ato libidinoso no “processo” da prática de uma conjunção carnal é tentativa 
de estupro (o dolo é de cópula vagínica) ou é estupro consumado pela prática de ato 
libidinoso? 
▪ No estupro de vulnerável, a consumação é com o ato libidinoso (AgRg no REsp 
1629726/RS); 
▪ No estupro “comum”, há duas correntes: 
• Estupro consumado – mesma coisa que o estupro de vulnerável, adotada pelo 
STJ; 
• Estupro tentado – o dolo era voltado para conjunção carnal; 
• Legítima defesa: é possível e justificável; 
• Pontos importantes: 
o O contato físico entre autor e vítima é necessário para a consumação? 
▪ No caso de conjunção carnal, SIM. Nos demais casos, NÃO – pode ser que o autor 
venha a coagir a vítima a se masturbar; 
▪ Possibilidade de estupro virtual ; 
o Obrigar uma pessoa a assistir uma relação sexual consentida é estupro? NÃO, mas também 
não é atípica; 
▪ Vítima menor de 14 anos: 218-A; 
▪ Vítima maior de 14 anos: constrangimento ilegal (146); 
o A recusa da vítima deve ser séria e objetiva; 
o Alternância de vontade da vítima: 
▪ No início não quer e depois muda de ideia: a doutrina entende que o consentimento 
posterior torna atípica a conduta; 
▪ No início quer e depois muda de ideia: a conduta é de estupro; 
 
1 (REsp 1611910/MT, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 27/10/2016) 
 5 
o A prática de conjunção carnal E outros atos libidinoso configura crime único? 
Atualmente, para STJ e STF – em analogia ao crime de estupro de vulnerável -, SIM (tipo 
misto alternativo), desde que no mesmo contexto fático;2 
o A questão da prostituição: se o cliente não paga, a conduta é atípica? 
o Entre a relação conjugal, há estupro? SIM (antigamente, o marido estaria amparado pelo 
exercício regular do direito, em razão do débito conjugal); 
o Estupro praticado por pluralidade de agentes em conluio (curra – um segura e outro estupra, 
em alternância de posições): respondem pelo estupro que efetivamente praticaram + o estupro 
praticado por cada um dos demais agentes (coautoria ou participação); 
Violação sexual mediante fraude (215) 
• Alterações trazidas pela Lei nº 12.015, de 2009: 
o Mudança de nomenclatura: se chamava posse sexual mediante fraude; 
o Passou a englobar o art. 216, que foi revogado (atentado ao pudor mediante fraude): 
continuidade típico-normativa; 
o O termo “mulher honesta” foi suprimido; 
• Alto potencial ofensivo (02 a 06 anos); 
• “Impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade”: Não há supressão total da manifestação de 
vontade da vítima → caso contrário, é estupro de vulnerável; 
• Não se exige que o agente PRATIQUE algum ato – pode ser que a vítima incorra em erro sozinha 
e o autor apenas se aproveite do erro; 
• Exemplos clássicos: 
o Irmão que finge ser o outro gêmeo; 
o Toques íntimos desnecessários fingindo serem exames; 
• Não é hediondo nem equiparado; 
• Elemento subjetivo: DOLO apenas; 
• Fraude ou outro meio que impeça ou dificulte: interpretação analógica em relação aos meios; o 
agente não se vale de V/GA; 
• Crime material – efetiva prática de conjunção carnal ou atos libidinosos; 
• Crime plurissubsistente – cabe tentativa; 
• Crime bicomum: 
o Qualquer um, desde que a vítima seja maior de 14 anos; 
o Prostituta pode ser vítima – inclusive, é o caso da pessoa que contrata e não paga (autor tem a 
intenção de obter vantagem econômica: 215, § único); 
Importunação sexual (215-A) 
• Observações: 
o Frotteurismo (sarrada não consentida) é importunação; 
o Até 2018 (Lei nº 13.718, de 2018), era uma contravenção – art. 61 da LCP: Continuidade 
típico-normativa; 
o Nasceu em um contexto de práticas frequentes e dificuldade de subsunção à conduta do art. 
61 (ejaculação no ônibus); 
• Crime subsidiário (se o ato não constituir crime mais grave); 
• Médio potencial ofensivo: 01 a 05 anos; 
o Cabe SCP (suspensão condicional do processo); 
o O delegado NÃO PODE arbitrar fiança (só o juiz); 
• Crime bicomum: 
 
2 (HC 212.305/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), SEXTA 
TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014) 
 6 
o Lembrando que, se praticado contra menor de 14 anos, é estupro de vulnerável; 
o Deve ser praticado contra pessoa específica: ex.: pessoa se masturbando na praça sem focar 
em ninguém é ato obsceno 
• Elemento subjetivo: dolo específico (satisfazer sua lascívia ou de terceiro); 
• Crime plurissubsistente – cabe tentativa; 
Assédio sexual (216) 
• Constrangimento (é no sentido de importunação, não coerção); 
o Não necessariamente é acompanhado de ameaça ou promessa de (des)favorecimento; 
o O flerte, por si só, não é crime; 
• Prevalência de superioridade hierárquica (administração pública) ou ascendência (direito privado); 
• IMPO – 01 a 02 anos de detenção (Cabe transação); 
• Causa de aumento de pena: contra menor de 18 anos; 
o Entre 14 e menos de 18 anos, sob pena de ser estupro de vulnerável; 
o A fração de aumento é ATÉ 1/3 – sem patamar mínimo, de forma que a doutrina adota 1/6, 
por ser a menor fração do CP; 
o Passa a ser de elevado potencial ofensivo (não cabe mais SCP); 
• Elemento subjetivo: dolo; 
• Classificação: 
o Crime formal – se consuma com o constrangimento; 
o Plurissubsistente – cabe tentativa; 
o Crime instantâneo (mas parte da doutrina entende que é habitual – minoritária); 
o Bipróprio – superior hierárquico → subordinado: 
▪ O contrário (subordinado → superior) não configura 216; 
▪ Professor → aluno: 
• 1ª Corrente: NÃO, na medida em que a relação de emprego/função seria entre 
faculdade x professor. Era a dominantena jurisprudência e ainda prevalece na 
doutrina 
• 2ª Corrente: SIM, embora não haja superioridade hierárquica, há um domínio 
(Info 658/STJ - 2019). 
▪ Líderes religiosos → fiéis: NÃO (por ausência de hierarquia), mas pode configurar 
violação sexual mediante fraude; 
▪ Pessoas de mesma hierarquia hierárquica (ex.: juiz x juíza): NÃO configura 
assédio por ausência de hierarquia; 
Exposição da intimidade sexual 
Registro não autorizado da intimidade sexual (216-B) 
• Registro por qualquer meio (inclusive uma pintura, desenho); 
• Ausência de consentimento é elementar do tipo; 
• Inclui nudez, não apenas ato sexual ou libidinoso – de caráter ÍNTIMO e PRIVADO (ou seja, em 
lugar público não configura 216-A); 
• A consumação não exige a divulgação; 
• Conduta equiparada – fazer montagem; 
• Bem jurídico – intimidade sexual; 
• Elemento subjetivo – dolo; 
o Atipicidade da conduta de filmagem de câmera de segurança que acaba registrando; 
• Há consunção com o 218-C? NÃO, dado que os momentos consumativos são diferentes; 
• Classificação: 
 7 
o IMPO; 
o Plurissubsistente – cabe tentativa; 
o Tipo misto alternativo (Produzir, fotografar, filmar ou registrar); 
o Crime bicomum, desde que o sujeito passivo seja maior de idade; 
▪ Se praticado contra menor de 18 anos: 240, ECA; 
Crimes sexuais contra vulneráveis 
Estupro de 
vulnerável 
Corrupção de 
menores 
Satisfação de 
lascívia 
Favorecimento de 
prostituição 
Divulgação de 
cena 
217-A 218 218-A 218-B 218-C 
Menor de 14 anos 
Menor de 14 anos Menor de 14 anos 
Menor de 18 anos 
Vítima maior de 18 
anos (vulnerável 
ou não) 
Pessoa que não 
tem discernimento 
em razão de 
enfermidade ou 
deficiência mental 
Pessoa que não 
tem discernimento 
em razão de 
enfermidade ou 
deficiência mental 
Pessoa que não 
tem discernimento 
em razão de 
enfermidade ou 
deficiência mental 
Pessoa em situação 
que não pode 
oferecer resistência 
Pessoa em situação 
que não pode 
oferecer resistência 
 
Estupro de vulnerável (217-A) 
• Todas as espécies são hediondas; 
• Inserido pela lei nº 12.015, de 2009; 
o Como era antes da lei? Estupro ou ato violento ao pudor c/c art. 224 (Revogado - Presume-se 
a violência, se a vítima: a) não é maior de catorze anos); 
• Quem é vulnerável? 
o Critério ETÁRIO (vulnerabilidade absoluta): Menor de 14 anos (caput); 
▪ 14 anos exatos (estupro do 213); 
▪ Sujeito ativo é menor de 18 anos: ato infracional análogo ao estupro de vulnerável; 
▪ Sujeito ativo e passivo menores de 14 anos: estupro bilateral; 
o Critério BIOPSICOLÓGICO (vulnerabilidade relativa): Pessoa que, por enfermidade ou 
deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (enfermidade + 
falta de discernimento); 
▪ A finalidade da norma não é inviabilizar a vida sexual da pessoa portadora de doença 
mental; 
o Critério RESIDUAL: Pessoa que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência 
(em coma, em overdose, dopada); 
• Núcleo do tipo: ter ou praticar – não é necessário que haja constrangimento; 
o Norma penal explicativa (§5º) e Súmula 593/STJ: o consentimento ou a existência de vida 
sexual ativa prévia; 
o Presunção absoluta de violência; 
o Dispensa a prática de V/GA, mas, se houver ameaça ou lesão corporal leve, o autor responde 
em cúmulo material; 
o Exceção de Romeu e Julieta: relacionamento amoroso + consentimento + diferença de idade 
até 05 anos (13 e 18 anos); 
 8 
▪ Alguns tribunais adotam essa linha de raciocínio, mas o STJ não adota; 
• Elemento subjetivo: dolo; 
o E se o autor NÃO SOUBER da idade ou vulnerabilidade? Erro de tipo ESSENCIAL 
INCRIMINADOR (pode ser escusável – exclusão do dolo e da culpa ou inescusável – 
exclusão do dolo apenas); 
• Qualificadoras: morte ou lesão corporal grave (preterdolo); 
• Bem jurídico: dignidade sexual do vulnerável; 
• Objeto material: o vulnerável; 
• Sujeitos: crime comum em relação ao ativo e próprio em relação ao passivo; 
• Classificação: 
o Material; 
o Plurissubsistente – cabe tentativa; 
Desnecessidade 
de contato 
físico 
“A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, 
menor de 14 anos desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a 
apuração do delito de estupro de vulnerável.” STJ. 5ª Turma. RHC 70.976-MS, julgado 
em 2/8/2016 (Info 587). 
Comprovação 
da idade 
“Nos crimes sexuais contra vulnerável, quando inexiste certidão de nascimento 
atestando ser a vítima menor de 14 anos na data do fato criminoso, este Superior 
Tribunal tem admitido a verificação etária a partir de outros elementos de 
convicção colacionados aos autos. Na hipótese, embora inexista certidão civil, os laudos 
periciais, as declarações das testemunhas, a compleição física das vítimas e as 
declarações do próprio acusado suprem satisfatoriamente a ausência daquela prova 
documental.” (AgRg no AREsp 12.700/AC, julgado em 10/03/2015) 
Ato libidinoso 
como etapa da 
conjunção 
carnal: crime 
autônomo ou 
estupro 
tentado? 
“O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o momento consumativo 
do crime de estupro de vulnerável ocorre com a prática de atos libidinosos diversos 
da conjunção carnal, consistentes, no caso, em mostrar o pênis e passar as mãos na 
genitália das duas menores - por baixo da roupa de uma e dentro da fralda da outra -, 
além de tentar beijar uma das vítimas na boca.” AgRg no REsp 1629726/RS, 
19/04/2018. 
“A consumação do delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) se dá 
com a prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal. No caso, o recorrido 
deitou-se por cima da vítima com o membro viril à mostra, após retirar-lhe as calças, o 
que, de per si, configura ato libidinoso para a consumação do delito de estupro de 
vulnerável. Impossibilidade de desclassificação do delito para sua forma tentada. (STJ, 
REsp 1353575/PR, julgado em 05/12/2013) 
Tipo misto 
alternativo 
“As jurisprudências do STF e do STJ consolidaram-se no sentido de que o crime previsto 
art. 217-A, do Código Penal - CP, é de tipo misto alternativo. Ou seja, quando as 
condutas correspondentes a "conjunção carnal" e a "outro ato libidinoso" forem 
praticadas em um mesmo contexto fático, contra a mesma vítima, permitem o 
reconhecimento da ocorrência de crime único.” HC 306085/SP, 09/08/2016 e AgRg no 
HC 252144/SP, 07/03/2017. 
Vítimas 
diversas e 
continuidade 
delitiva simples 
“O fato de os crimes haverem sido praticados contra vítimas diversas não impede o 
reconhecimento do crime continuado, notadamente quando os atos houverem sido 
cometidos no mesmo contexto fático. A jurisprudência desta Corte Superior decidiu que, 
nas hipóteses de crimes de estupro ou de atentado violento ao pudor praticados com 
violência presumida, não incide a regra do concurso material nem da continuidade 
delitiva específica. (REsp 1602771/MG, julgado em 17/10/2017) 
Desclassificação 
para 
importunação 
sexual (215-A) 
Tem prevalecido no Superior Tribunal de Justiça a impossibilidade de desclassificação 
da figura do estupro de vulnerável para o art. 215-A do Código Penal, uma vez que 
referido tipo penal é praticado sem violência ou grave ameaça, e o tipo penal imputado 
ao agravante (art. 217-A do Código Penal) inclui a presunção absoluta de violência 
 9 
ou grave ameaça, por se tratar de menor de 14 anos. AgRg na RvCr 4.969/DF, STJ, 
2019 
Desclassificação 
para 
contravenção 
Para determinadas idades, a conotação sexual é uma questão de poder, mais 
precisamente de abuso de poder e confiança. No caso concreto, estão presentes a 
conotação sexual e o abuso de confiança para a prática de ato sexual. Logo, não há como 
desclassificar a conduta do agente para a contravenção de molestamento (que não detém 
essa conotação sexual). O art. 227, § 4º, da CF/88 exige que a lei imponha punição 
severa à violação da dignidade sexual da criança e do adolescente.Além do mais, a 
prática de qualquer ato libidinoso diverso ou a conduta de manter conjunção carnal com 
menor de 14 anos se subsome, em regra, ao tipo penal de estupro de vulnerável, restando 
indiferente o consentimento da vítima. STF. 1ª Turma. HC 134591/SP, rel. orig. Min. 
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1/10/2019 (Info 
954). 
Crime 
comissivo por 
omissão 
Muito embora uma irmã mais velha não possa ser enquadrada na alínea "a" do art. 
13, §2, do CP, pois o mero parentesco não torna penalmente responsável um irmão para 
com o outro, caso caracterizada situação fática de assunção da figura do "garantidor" 
pela irmã, nos termos previstos nas duas alíneas seguintes do referido artigo ("b" e "c"), 
não há falar em atipicidade de sua conduta. Hipótese em que a acusada omitiu-se quanto 
aos abusos sexuais em tese praticados pelo seu marido na residência do casal contra suas 
suas irmãs menores durante anos. Assunção de responsabilidade ao levar as crianças 
para sua casa sem a companhia da genitora e criação de riscos ao não denunciar o 
agressor, mesmo ciente de suas condutas, bem como ao continuar deixando as meninas 
sozinhas em casa. (HC 603.195/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA 
TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020) 
Autoria 
intelectual 
O mentor intelectual dos atos libidinosos responde pelo crime de estupro de 
vulnerável. O estupro de vulnerável se consuma com a prática de qualquer ato de 
libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima. Para que se configure ato libidinoso, 
não se exige contato físico entre ofensor e vítima. Assim, doutrina e jurisprudência 
sustentam a prescindibilidade do contato físico direto do réu com a vítima, a fim de 
priorizar o nexo causal entre o ato praticado pelo acusado, destinado à satisfação da sua 
lascívia, e o efetivo dano à dignidade sexual sofrido pela ofendida. STJ. 6ª Turma. HC 
478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado em 09/02/2021 (Info 685). 
Laudo pouco 
esclarecedor e 
condenação 
Não há nenhuma nulidade quando o Juiz refuta o exame pericial não esclarecedor nos 
crimes de estupro de vulnerável sem conjunção carnal, para, acolhendo as demais 
provas, principalmente o depoimento da vítima e das testemunhas, concluir pela 
condenação do réu, porque no sistema jurídico penal brasileiro vigora o princípio do 
"livre convencimento motivado" do julgador. (AgRg nos EDcl no RHC 127.089/MG, 
Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 24/11/2020, DJe 
27/11/2020) 
Competência 
Quem julga o crime de estupro de vulnerável praticado por pai contra filha de 4 anos: 
vara criminal “comum” ou vara de violência doméstica e familiar contra a mulher? Se o 
fator determinante que ensejou a prática do crime foi a tenra idade da vítima fica 
afastada a vara de violência doméstica e familiar? Ex: estupro de vulnerável 
praticado por pai contra a filha, de 4 anos. 
• SIM. Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não foi 
determinante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra 
idade da ofendida, que residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações 
sexuais, não há que se falar em competência do Juizado Especial de Violência 
Doméstica e Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, 
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/08/2018. 
• NÃO. Julgado recente da 6ª Turma do STJ: A idade da vítima é irrelevante para afastar 
a competência da vara especializada em violência doméstica e familiar contra a mulher 
e as normas protetivas da Lei Maria da Penha. STJ. 6ª Turma. RHC 121.813-RJ, Rel. 
Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682). 
 10 
 
Corrupção de menores – 218 
• Induzir = incutir na mente; 
o 03 figuras diferentes: o indutor (proxeneta), o menor e o beneficiário (voyeur); 
• Crime de elevado potencial ofensivo (02 a 05 anos); 
• Crítica ao nomen iuris: 
o A descrição da conduta típica é a mesma do art. 227, que se chama “mediação para servir a 
lascívia de outrem”: dessa maneira, o 218 deveria adotar nomenclatura na mesma linha; 
o Existe fato típico com mesmo nome (244-B) no ECAA e que não tem NADA a ver com a 
questão sexual (praticar crime acompanhado de criança ou adolescente); 
• Satisfação da lascívia: para que o indutor se mantenha nesse fato típico, o terceiro beneficiário só 
pode OBSERVAR a criança, sob pena de praticar ESTUPRO DE VULNERÁVEL; 
 
 
• E se a cena erótica for registrada pelo beneficiário? Responde pelo art. 240 do ECA (caput) e o 
indutor reponde pelo §1º se tiver conhecimento de que haverá registro; 
• SUJEITO PASSIVO PRÓPRIO: menor de 14 anos (não inclui outras espécies de vulnerável – 
tipo pessoa com deficiência mental); 
• Elemento subjetivo: DOLO; 
• Dispensa presença física - Pode ser praticado pela internet! (ex.: Skype) 
• Classificação: 
o Crime comum em relação ao sujeito ativo; 
o Crime material; 
o Crime Transeunte – não deixa vestígios; 
o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; 
Satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente (218-A) 
• Voyeurismo às avessas; 
• Elemento objetivo: DOLO específico (para satisfazer lascívia própria ou de outrem); 
o Não é fato típico quando a criança/adolescente acidentalmente presencia, ainda que por 
negligência ou imprudência dos pais; 
• Duas condutas: 
o Praticar na presença; ou 
o Induzir a presenciar; 
• SUJEITO PASSIVO PRÓPRIO: menor de 14 anos (não inclui outras espécies de vulnerável – 
tipo pessoa com deficiência mental); 
• Pode ser praticado por meio virtual? SIM; 
• É necessário que o ato sexual ocorra ao vivo? (Ex.: incorre nesse crime reproduzir um filme 
pornográfico) NÃO, não precisa ser em tempo real; 
Indutor
•Fato típico - 218, CP 
(corrupção de 
menores)
Vítima
•Menor de 14 anos
Beneficiário
•É quem contempla a 
situação;
Conduta ATÍPICA
Indutor
•Fato típico - 217-A, CP 
(estupro de 
vulnerável), em 
participação
Vítima
•Menor de 14 anos
Beneficiário
•É quem ultrapassa a 
contemplação
•Responde pelo 217-A 
(autoria)
 11 
• Classificação: 
o Crime comum em relação ao sujeito ativo; 
o Crime material; 
o Crime Transeunte – não deixa vestígios; 
o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; 
Favorecimento à prostituição (218-B) 
• Hediondo – caput e parágrafos; 
• Núcleo: 
o Incentivar: Submeter, induzir, atrair, facilitar; 
o Dificultar a saída: impedir ou dificultar que a abandone 
o É uma forma especial do art. 228, do CP; 
• Exploração sexual: 
o Prostituição: exige contato físico; 
o Turismo sexual: pessoas que viajam para outro lugar para; 
o Tráfico para fins sexuais: 149-A; 
o Pornografia: 240 e 241, 241-A e 241-E, do ECA; 
• Considerações: 
o Quem ingressa por vontade própria pode ser sujeito passivo? SIM, mas só em relação às 
condutas de impedir ou dificultar o abandono; 
▪ ANÁLISE DO GRAU DE VOLUNTARIEDADE: No art. 218-B do Código Penal 
não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor de 18 
(dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário 
discernimento para a prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer resistência. 
STJ. 5ª Turma. HC 371.633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/03/2019 (Info 
645). 
o Dispensa a intenção de lucro, mas, SE HOUVER, ao agente é imputada multa (§1º); 
o Conduta EQUIPARADA: 
▪ Quem pratica conjunção/ato libidinoso com maior de 14 anos e menor de 18 que 
esteja em situação de exploração sexual; 
▪ Pode ser que o “consumidor” seja punido ainda que não haja a figura de um 
intermediário - A leitura conjunta do caput e do § 2º, I, do art. 218-B do Código 
Penal não permite identificar a exigência de que a prática de conjunção carnal ou 
outro ato libidinoso com adolescente de 14 a 18 anos se dê por intermédio de terceira 
pessoa. Basta que o agente, mediante pagamento, convença a vítima, dessa faixa 
etária, a praticar comele conjunção carnal ou outro ato libidinoso.3 
▪ Há divergência entre doutrina e jurisprudência quando se trata do adolescente que 
está na atividade de prostituição, mas não é vítima do 218-B: 
 
Cezar Roberto Bitencourt4 STJ 
Importante relembrar o aspecto da relatividade da 
condição de vulnerável do maior de quatorze anos e 
menor de dezoito. Considerando-se que a 
vulnerabilidade constitui uma elementar normativa 
do tipo (desde que se considere o nomen juris como 
integrante do tipo), deve-se demonstrar, 
cabalmente, sua configuração, pois sua ausência 
afasta a tipicidade da conduta, mesmo que se 
O cliente que conscientemente se serve da 
prostituição de adolescente, com ele 
praticando conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso, incorre no tipo previsto no inciso I 
do § 2º do art. 218-B do CP (favorecimento da 
prostituição ou de outra forma de exploração 
sexual de criança ou adolescente ou de 
vulnerável), ainda que a vítima seja atuante 
 
3 STJ. 6ª Turma. REsp 1490891/SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018. 
4 Tratado de Direito Penal, v. 04, 14ª Edição, p. 161 e 162. 
 12 
comprove a prática de ato de libidinagem. Essa 
circunstância permite-nos afirmar que nem toda 
prática de conjunção carnal ou ato libidinoso 
diverso com menor de dezoito anos em 
prostíbulos ou similares configura o crime 
descrito no inciso que ora examinamos, mas 
somente naquelas hipóteses em que restar 
comprovada a condição de vulnerabilidade do 
ofendido, e desde que, adequadamente, descrita na 
denúncia 
na prostituição e que a relação sexual tenha 
sido eventual, sem habitualidade. STJ. 6ª 
Turma. HC 288.374-AM, Rel. Min. Nefi 
Cordeiro, julgado em 5/6/2014 (Info 543). 
 
IDADE 
Incentiva/Dificulta 
a saída 
Prática de Ato 
lib./Conj. Carnal 
Prática de Ato 
lib./Conj. Carnal c/ 
vítima do 218-B 
Menor de 14 anos 218-B, caput 217-A 217-A 
14 anos exatamente 218-B, caput Fato atípico Fato atípico 
Maior de 14 anos e 
menor de 18 anos 
218-B, caput 
Fato atípico (doutrina) 
218-B, §2º (STJ) 
218-B, §2º 
 
▪ Proprietário, o gerente ou o responsável: apenas se a pessoa tiver conhecimento da 
situação que está ocorrendo; 
• Efeito obrigatório da condenação: cassação da licença de localização e de 
funcionamento do estabelecimento. 
• Classificação: 
o Crime material – mas há quem sustente que a efetiva prática dos atos é dispensável (crime 
formal); 
▪ De qualquer maneira, se houver induzimento, a conduta será típica (pode ser 
tentada ou consumada), mesmo que não haja o efetivo ingresso; 
o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; 
o Crime comum em relação ao sujeito ativo e próprio em relação ao sujeito passivo: 
▪ Menor de 18 anos; 
▪ Vulnerável por enfermidade ou deficiência mental; 
o Crime instantâneo (pra incentivar) e permanente (pra impedir que saia); 
Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia – 
218-C 
• “Revenge porn” – pornô de vingança; 
• Crime inserido em 2018, pela lei nº 13.718/2018; 
• Crime subsidiário e de médio potencial ofensivo (cabe SCP); 
• Independe se a obtenção da cena foi de maneira lícita ou ilícita; 
• O tipo traz a maior amplitude possível de condutas; 
• Em várias situações, guarda vinculação com o 216-B; 
o Há consunção? NÃO, os momentos consumativos são diferentes e o agente responde pelo 
cúmulo material; 
• Elemento Subjetivo: dolo; 
• Tipo misto ALTERNATIVO; 
• Quem recebe e não apaga, comete crime? 
o Se a vítima é maior de idade: NÃO – fato atípico; 
o Se a vítima é menor de idade: SIM – fato TÍPICO (214-B, ECA); 
• Sujeito Passivo: MAIOR de 18 anos, apenas; 
 13 
Divulgação de 
imagem 
Estupro Estupro de vulnerável 
Cena de sexo, nudez ou 
pornografia 
Vítima maior 
de idade 
218-C 
218-C (vulnerável por 
impossibilidade de oferecer 
resistência ou por 
enfermidade mental) 
218-C 
Vítima menor 
de idade 
240 e 241, 241-A e 
241-E, do ECA 
240 e 241, 241-A e 241-E, 
do ECA 
240 e 241, 241-A e 241-
E, do ECA 
 
• Causas de aumento: 1 a 2/3 
o Relação íntima de afeto prévia com a vítima; 
o Com fim de vingança ou humilhação; 
• Exclusão de ilicitude: 
o Publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica; e 
o Recurso que impossibilite a identificação da vítima – salvo se houver autorização (ex.: 
revistas e filmes pornográficos); 
Lenocínio 
Art. 227 – Satisfação da 
Lascívia 
Art. 228 – Favorecimento à 
prostituição 
Art. 230 – Rufianismo 
Ascendente Ascendente Ascendente 
- Padrasto ou madrasta Padrasto ou madrasta 
Descendente - - 
Irmão Irmão Irmão 
- Enteado Enteado 
Cônjuge ou companheiro Cônjuge ou companheiro Cônjuge ou companheiro 
Tutor ou curador Tutor ou curador Tutor ou curador 
- Preceptor ou empregador Preceptor ou empregador 
Pessoa a quem esteja confiada 
para fins de educação, de 
tratamento ou de guarda 
Pessoa que assumiu, por lei ou 
outra forma, obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância 
Pessoa que assumiu, por lei ou 
outra forma, obrigação de 
cuidado, proteção ou vigilância 
 
Espécie 
Art. 227 – Satisfação da 
Lascívia 
Art. 228 – 
Favorecimento à 
prostituição 
Art. 230 – Rufianismo 
Forma simples 01 a 03 anos 02 a 05 anos e multa 01 a 04 anos e multa 
Forma qualificada 
pela idade 
02 a 05 anos - 03 a 06 anos e multa 
Forma qualificada 
pela natureza do 
agente 
02 a 05 anos 03 a 08 anos 03 a 06 anos e multa 
Violência, grave 
ameaça ou fraude 
02 a 08 anos, além da 
pena correspondente à 
violência 
04 a 10 anos, além da 
pena correspondente à 
violência 
02 a 08 anos, além da 
pena correspondente à 
violência (sem multa 
????????) 
 14 
Com intuito de lucro Aplicação de multa Aplicação de multa 
A intenção de lucro é 
elementar do tipo 
 
Mediação para servir a lascívia do outro - 227 
• Lenocínio; 
• Um intermediário induz a vítima a satisfazer a lascívia de outro; 
• Classificação: 
o Crime comum; 
o Crime material; 
o Crime plurissubsistente – cabe a tentativa; 
• Elemento subjetivo: Dolo; 
• O Proxeneta NÃO se confunde com o RUFIÃO – o proxeneta não explora a atividade (não é crime 
habitual). 
• Espécies: 
Conduta Pena Grau de ofensividade 
Forma simples (caput) 01 a 03 anos Médio potencial ofensivo 
Forma qualificada pela idade 
(§1º, primeira parte) 
02 a 05 anos Elevado potencial ofensivo 
Forma qualificada pela natureza do 
agente5 (§1º, segunda parte) 
02 a 05 anos Elevado potencial ofensivo 
Violência, grave ameaça ou fraude 
(§2º - resquício de vontade da vítima) 
02 a 08 anos em 
concurso c/ a 
violência 
Elevado potencial ofensivo 
Finalidade lucrativa (§3º) Imposição de Multa 
(aplicável a todas as 
espécies) 
 
 Atividade contemplativa 
Conjunção carnal ou outro ato 
libidinoso 
Maior de 18 
anos 
Art. 227 – Mediação para satisfazer a 
lascívia de outrem 
Art. 227 – Mediação para satisfazer a 
lascívia de outrem 
Maior de 14 e 
menor de 18 
Art. 227, §1º – Mediação para 
satisfazer a lascívia de outrem 
qualificada 
Art. 227, §1º – Mediação para satisfazer 
a lascívia de outrem qualificada 
Exatamente 14 
anos 
Art. 227 – Mediação para satisfazer a 
lascívia de outrem 
Art. 227 – Mediação para satisfazer a 
lascívia de outrem 
Menor de 14 
anos 
Art. 218 – Corrupção de menores Art. 217-A – Estupro de vulnerável 
 
Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual – 228 
• NÃO É CRIME HEDIONDO; 
• Vide comentários sobre art. 218-B; 
• Haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente; 
• Espécies: 
 
5 Ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de 
educação, de tratamento ou de guarda 
 15 
Conduta Pena Grau de ofensividade 
Forma simples (caput) 02 a 05 anos e multa Elevado potencial ofensivo 
Forma qualificada pela natureza do 
agente6 (§1º) 
03 a 08 anos Elevado potencialofensivo 
Violência, grave ameaça ou fraude 
(§2º - resquício de vontade da vítima) 
04 a 10 anos em 
concurso c/ a 
violência 
Elevado potencial ofensivo 
Finalidade lucrativa (§3º) Imposição de Multa 
(aplicável a todas as 
espécies) 
 
Casa de Prostituição – 229 
• Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra EXPLORAÇÃO 
SEXUAL; 
o O crime é MATERIALMENTE atípico, por conta da adequação social? Para o STJ, a 
conduta é TÍPICA, embora haja tolerância social (HC 238688/RJ); 
o CONTUDO, é necessário que haja exploração sexual – ou seja, o mero fato de haver 
prostituição (sem exploração) não configura esse crime; 
• Sujeito passivo = coletividade; 
• Crime habitual = não admite tentativa; 
o Polêmica: alguns doutrinadores (Greco e Masson) entendem que cabe; 
Rufianismo – 230 
• É a pessoa que tira proveito da prostituição alheia – a prostituição, POR SI SÓ, não é crime: o crime 
é se aproveitar da prostituição alheia; 
• Crime de médio potencial ofensivo = 01 a 04 anos; 
• Rufianismo x Favorecimento à prostituição c/ intuito de lucro: 
RUFIANISMO FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO 
Art. 230 Art. 228, §3º 
Crime habitual Crime instantâneo 
Existe uma permanência na atuação do rufião O agente atrai da vítima e se distancia 
Consunção: se as duas condutas forem praticadas no mesmo contexto fático, entendeu o STJ 
que o rufianismo absorve o favorecimento da prostituição. HC 8914/MG, julgado em 
16/11/1999. 
 
• Espécies: 
Conduta Pena Grau de ofensividade 
Forma simples (caput) 01 a 04 anos e multa Médio potencial ofensivo 
Forma qualificada pela idade 
(§1º, primeira parte) 
03 a 06 anos e multa Elevado potencial ofensivo 
Forma qualificada pela natureza do 
agente7 (§1º, segunda parte) 
03 a 06 anos e multa Elevado potencial ofensivo 
 
6 Ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância 
7 Ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou 
se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância 
 16 
Violência, grave ameaça ou fraude 
(§2º - resquício de vontade da vítima) 
02 a 08 anos em 
concurso c/ a 
violência 
Elevado potencial ofensivo 
 
Promoção de migração ilegal 
• Erro legislativo – não tinha por que estar nesse título; 
• Migração = Gênero (imigração e emigração): mas o migrante NÃO comete crime; 
o Brasileiro que vai para o exterior (caput); 
o Estrangeiro que vem para o Brasil (caput); 
o Estrangeiro que vai para o exterior (§1º); 
• Elemento subjetivo: Dolo específico (com o fim de obter vantagem econômica); 
o Se houver finalidade de exploração sexual – art. 149-A, V; 
• Competência: Justiça FEDERAL; 
• Causa de aumento de pena: 1/6 a 1/3; 
o Mediante violência; 
o Submissão à condição desumana ou degradante; 
Ultraje Público ao pudor 
Ato obsceno – 233 
Lugar Público Lugar aberto Lugar exposto ao público 
Qualquer pessoa tem acesso Há alguma restrição de entrada, 
mas é público 
O local é privado, mas pessoas de 
fora podem ver 
Praça, praia Cinema, teatro Varanda de apartamento 
 
• Elemento subjetivo: dolo de praticar ato obsceno, não exige dolo de ATENTAR contra a moralidade 
pública; 
• Ato obsceno: varia de acordo com o local, época (elemento normativo); 
o O princípio da adequação NÃO excluiu o crime, mas serve como um termômetro para 
avaliar se o comportamento, dentro do contexto no qual foi praticado, é ou não ato obsceno; 
o Fazer xixi na rua pode ser considerado ato obsceno – contudo, os Tribunais têm entendido 
que só é crime quando há uma atitude mais deliberada de constranger, de ultrajar 
terceiros com o despudor8 
• Crime de MERA CONDUTA – não há resultado naturalístico previsto; 
• Crime de menor potencial ofensivo (IMPO; 
Escrito ou objeto obsceno - 234 
• Várias das condutas foram abolidas pelo princípio da adequação social (atipicidade material); 
o Ex.: Sex shop, revistas pornográficas; 
• Se houver criança ou adolescente nesse contexto – crimes previstos no ECA; 
 
 
8 tjrj.jus.br/noticias/noticia/-/visualizar-conteudo/5111210/7047772 
https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/urinar-na-rua

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