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1 Crimes contra a Dignidade Sexual Produzido por: Giovanna Calvano Fonte: Aulas do prof. Érico Palazzo - Direito Penal (Parte Especial) para Concursos (GranCursos Online) Disposições gerais ......................................................................................................................................................... 2 Ação penal: ............................................................................................................................................................... 2 Causas de aumento de pena: ..................................................................................................................................... 2 Disposições gerais (apenas aos crimes do art. 213 ao 218-C) ...................................................................................... 3 Contra a Liberdade Sexual ............................................................................................................................................ 3 Estupro – 213 ............................................................................................................................................................ 3 Violação sexual mediante fraude (215) ..................................................................................................................... 5 Importunação sexual (215-A) ................................................................................................................................... 5 Assédio sexual (216) ................................................................................................................................................. 6 Exposição da intimidade sexual .................................................................................................................................... 6 Registro não autorizado da intimidade sexual (216-B) ............................................................................................. 6 Crimes sexuais contra vulneráveis ................................................................................................................................ 7 Estupro de vulnerável (217-A) .................................................................................................................................. 7 Corrupção de menores – 218 .................................................................................................................................. 10 Satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente (218-A) ........................................................ 10 Favorecimento à prostituição (218-B) .................................................................................................................... 11 Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia – 218-C 12 Lenocínio .................................................................................................................................................................... 13 Mediação para servir a lascívia do outro - 227 ....................................................................................................... 14 Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual – 228 ........................................................... 14 Casa de Prostituição – 229 ...................................................................................................................................... 15 Rufianismo – 230 .................................................................................................................................................... 15 Promoção de migração ilegal .................................................................................................................................. 16 Ultraje Público ao pudor ............................................................................................................................................. 16 Ato obsceno – 233................................................................................................................................................... 16 Escrito ou objeto obsceno - 234 .............................................................................................................................. 16 2 Disposições gerais • Eram chamados de crimes contra os costumes e passaram a ser chamados de crimes contra a dignidade sexual; • Crimes hediondos (sistema legal – é hediondo o que a lei diz que é); o Estupro, estupro de vulnerável e favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável; • Todos os crimes correm em segredo de justiça; • Prescrição (vítima menor de idade): art. 111, V – a prescrição só começa a correr a partir da maioridade; Ação penal: • Todos os crimes contra a dignidade sexual são de ação penal pública incondicionada (art. 225, desde a Lei nº 13.718, de 2018); • Anteriormente, a ação penal era pública condicionada – para “proteger o interesse pessoal da vítima”; • O art. 225 só fala em cap. I e II porque os demais capítulos já eram de ação penal incondicionada; • Lei penal no tempo: como a nova lei é híbrida e mais gravosa (in pejus), não retroage aos fatos anteriores; • Súmula 608/STF: perdeu o objeto pois todos os crimes são de ação penal pública incondicionada; Causas de aumento de pena: • Art. 234-A: Gravidez de metade a 2/3 (dois terços) Novatio legis in pejus Transmissão de DST (dolo ou dolo eventual) de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) Vítima idosa (60 anos) ou PCD de 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) • Incide a causa de aumento se a gravidez é: o Resultante de estupro dentro do casamento (marido contra esposa)? SIM; o Resultante de relação consentida entre autor (+18) e vítima vulnerável (-14)? SIM ▪ Exceção de Romeu e Julieta - https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a- excecao-de-romeu-e-julieta/; o Resultante de estupro praticado por mulher contra um homem? ▪ 1ª Corrente: SIM, a lei não faz essa distinção; ▪ 2ª Corrente: NÃO, pois afronta o princípio da alteridade; ▪ Essa mulher poderia praticar o aborto humanitário? NÃO, dado que ela é autora do estupro (pacífico); • Sobre a transmissão de DST: Data da prática do ato •Antes da Lei 13.718/18 •Pública condicionada Publicação da Lei •25/09/2018 Data que a vítima procura a polícia •Posterior à publicação •Não retroage, a vítima tem que representar https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a-excecao-de-romeu-e-julieta/ https://blog.ebeji.com.br/estupro-de-vulneravel-e-a-excecao-de-romeu-e-julieta/ 3 o O autor deve ter conhecimento ou pelo menos deveria ter – sob pena de responsabilidade objetiva; o Afasta a aplicação do art. 130, do CP (sob pena de bis in idem); Disposições gerais (apenas aos crimes do art. 213 ao 218-C) • Causas de aumento de pena: Concurso de agentes Aumento de ¼ Aplicável do 213 ao 218-C Ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela Metade Admite interpretação analógica Não alcança o primo; Bisavô: alcança (é ascendente - STJ, RHC 138717) Preceptor = responsável pela educação da vítima Não se aplica ao assédio sexual (superioridade hierárquica é elementar do tipo – bis in idem) Estupro coletivo 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) Aplicável ao 213 e 217-A (em detrimento do inciso I) Se um contribui para que o outro estupre (reciprocidade) = Curra Estupro corretivo 1/3 (um terço) a 2/3 (dois terços) Aplicável ao 213 e 217-A (em detrimento do inciso I) Controlar o comportamento sexual da vítima” Contra a Liberdade Sexual Estupro – 213 • Espécies (TODAS HEDIONDAS): o Lesão GRAVE ou GRAVÍSSIMA:▪ As vias de fato e as leves, por outro lado, são absorvidas; ▪ As lesões devem ter natureza preterdolosa – caso contrário, há concurso material; o A idade da vítima: ▪ Maior de 18 anos = estupro simples; ▪ Menor de 18 e maior de 14 anos = estupro qualificado; ▪ Menor de 14 anos = estupro de vulnerável; ▪ Vítima que tem exatamente 14 anos = estupro simples (????); o Morte: resultado tem que ser preterdoloso; ▪ Se matar após o estupro para ocultar o crime: homicídio QUALIFICADO (inciso V) + estupro; • Antiga redação do estupro (anterior à Lei 12.015/2009): Constranger mulher à conjunção carnal, mediante violência ou grave ameaça. Espécies Simples Caput - 06 a 10 anos Qualificado 08 a 12 anos Lesão corporal grave (sentido amplo) Menor de 18, mas maior de 14 12 a 30 anos Resultado morte 4 o Crime BIPRÓPRIO – só o homem podia ser sujeito ativo e só a mulher podia ser sujeito passivo; o Só a cópula vagínica era considerada estupro – os demais, eram ato violento ao pudor (art. 214): ex.: sexo oral, anal, masturbação etc. o Atualmente, o crime de estupro cumula as condutas de estupro e do antigo atentado violento ao pudor: ▪ Não houve abolitio criminis do atentado violento ao pudor por ausência de supressão material da conduta descrita no art. 214 → continuidade típico-normativa; ▪ Beijo lascivo: também é considerado ato libidinoso (e, consequentemente, estupro), quando praticado em contexto de violência física1; • Núcleo do tipo: CONSTRANGER – coagir; • Meios de execução: violência (vis absoluta) ou grave ameaça (vis compulsiva); o Conjunção carnal = cópula vagínica: só pode ocorrer em relações heterossexuais; o Outros atos libidinosos = bastante amplo; • Crime Pluriofensivo: viola a liberdade sexual + liberdade individual (ameaça) ou integridade física (violência); o Consunção: em relação às infrações de vias de fato, lesão corporal leve, ameaça; o Grave ameaça pode ser justa ou injusta: justa, por exemplo, seria a ameaça de denunciar um crime cometido pela vítima de estupro; • Objeto material: é a pessoa que é vítima; • Tentativa: é cabível (plurissubsistente); • Crime bicomum: pode ser praticado por homem ou mulher, assim como podem ser vítimas homens e mulheres; • Crime material: se consuma com a efetiva prática do núcleo; o A prática de um ato libidinoso no “processo” da prática de uma conjunção carnal é tentativa de estupro (o dolo é de cópula vagínica) ou é estupro consumado pela prática de ato libidinoso? ▪ No estupro de vulnerável, a consumação é com o ato libidinoso (AgRg no REsp 1629726/RS); ▪ No estupro “comum”, há duas correntes: • Estupro consumado – mesma coisa que o estupro de vulnerável, adotada pelo STJ; • Estupro tentado – o dolo era voltado para conjunção carnal; • Legítima defesa: é possível e justificável; • Pontos importantes: o O contato físico entre autor e vítima é necessário para a consumação? ▪ No caso de conjunção carnal, SIM. Nos demais casos, NÃO – pode ser que o autor venha a coagir a vítima a se masturbar; ▪ Possibilidade de estupro virtual ; o Obrigar uma pessoa a assistir uma relação sexual consentida é estupro? NÃO, mas também não é atípica; ▪ Vítima menor de 14 anos: 218-A; ▪ Vítima maior de 14 anos: constrangimento ilegal (146); o A recusa da vítima deve ser séria e objetiva; o Alternância de vontade da vítima: ▪ No início não quer e depois muda de ideia: a doutrina entende que o consentimento posterior torna atípica a conduta; ▪ No início quer e depois muda de ideia: a conduta é de estupro; 1 (REsp 1611910/MT, Rel. Ministro ROGERIO SCHIETTI CRUZ, SEXTA TURMA, julgado em 11/10/2016, DJe 27/10/2016) 5 o A prática de conjunção carnal E outros atos libidinoso configura crime único? Atualmente, para STJ e STF – em analogia ao crime de estupro de vulnerável -, SIM (tipo misto alternativo), desde que no mesmo contexto fático;2 o A questão da prostituição: se o cliente não paga, a conduta é atípica? o Entre a relação conjugal, há estupro? SIM (antigamente, o marido estaria amparado pelo exercício regular do direito, em razão do débito conjugal); o Estupro praticado por pluralidade de agentes em conluio (curra – um segura e outro estupra, em alternância de posições): respondem pelo estupro que efetivamente praticaram + o estupro praticado por cada um dos demais agentes (coautoria ou participação); Violação sexual mediante fraude (215) • Alterações trazidas pela Lei nº 12.015, de 2009: o Mudança de nomenclatura: se chamava posse sexual mediante fraude; o Passou a englobar o art. 216, que foi revogado (atentado ao pudor mediante fraude): continuidade típico-normativa; o O termo “mulher honesta” foi suprimido; • Alto potencial ofensivo (02 a 06 anos); • “Impeça ou dificulte a livre manifestação de vontade”: Não há supressão total da manifestação de vontade da vítima → caso contrário, é estupro de vulnerável; • Não se exige que o agente PRATIQUE algum ato – pode ser que a vítima incorra em erro sozinha e o autor apenas se aproveite do erro; • Exemplos clássicos: o Irmão que finge ser o outro gêmeo; o Toques íntimos desnecessários fingindo serem exames; • Não é hediondo nem equiparado; • Elemento subjetivo: DOLO apenas; • Fraude ou outro meio que impeça ou dificulte: interpretação analógica em relação aos meios; o agente não se vale de V/GA; • Crime material – efetiva prática de conjunção carnal ou atos libidinosos; • Crime plurissubsistente – cabe tentativa; • Crime bicomum: o Qualquer um, desde que a vítima seja maior de 14 anos; o Prostituta pode ser vítima – inclusive, é o caso da pessoa que contrata e não paga (autor tem a intenção de obter vantagem econômica: 215, § único); Importunação sexual (215-A) • Observações: o Frotteurismo (sarrada não consentida) é importunação; o Até 2018 (Lei nº 13.718, de 2018), era uma contravenção – art. 61 da LCP: Continuidade típico-normativa; o Nasceu em um contexto de práticas frequentes e dificuldade de subsunção à conduta do art. 61 (ejaculação no ônibus); • Crime subsidiário (se o ato não constituir crime mais grave); • Médio potencial ofensivo: 01 a 05 anos; o Cabe SCP (suspensão condicional do processo); o O delegado NÃO PODE arbitrar fiança (só o juiz); • Crime bicomum: 2 (HC 212.305/DF, Rel. Ministra MARILZA MAYNARD (DESEMBARGADORA CONVOCADA DO TJ/SE), SEXTA TURMA, julgado em 24/04/2014, DJe 05/05/2014) 6 o Lembrando que, se praticado contra menor de 14 anos, é estupro de vulnerável; o Deve ser praticado contra pessoa específica: ex.: pessoa se masturbando na praça sem focar em ninguém é ato obsceno • Elemento subjetivo: dolo específico (satisfazer sua lascívia ou de terceiro); • Crime plurissubsistente – cabe tentativa; Assédio sexual (216) • Constrangimento (é no sentido de importunação, não coerção); o Não necessariamente é acompanhado de ameaça ou promessa de (des)favorecimento; o O flerte, por si só, não é crime; • Prevalência de superioridade hierárquica (administração pública) ou ascendência (direito privado); • IMPO – 01 a 02 anos de detenção (Cabe transação); • Causa de aumento de pena: contra menor de 18 anos; o Entre 14 e menos de 18 anos, sob pena de ser estupro de vulnerável; o A fração de aumento é ATÉ 1/3 – sem patamar mínimo, de forma que a doutrina adota 1/6, por ser a menor fração do CP; o Passa a ser de elevado potencial ofensivo (não cabe mais SCP); • Elemento subjetivo: dolo; • Classificação: o Crime formal – se consuma com o constrangimento; o Plurissubsistente – cabe tentativa; o Crime instantâneo (mas parte da doutrina entende que é habitual – minoritária); o Bipróprio – superior hierárquico → subordinado: ▪ O contrário (subordinado → superior) não configura 216; ▪ Professor → aluno: • 1ª Corrente: NÃO, na medida em que a relação de emprego/função seria entre faculdade x professor. Era a dominantena jurisprudência e ainda prevalece na doutrina • 2ª Corrente: SIM, embora não haja superioridade hierárquica, há um domínio (Info 658/STJ - 2019). ▪ Líderes religiosos → fiéis: NÃO (por ausência de hierarquia), mas pode configurar violação sexual mediante fraude; ▪ Pessoas de mesma hierarquia hierárquica (ex.: juiz x juíza): NÃO configura assédio por ausência de hierarquia; Exposição da intimidade sexual Registro não autorizado da intimidade sexual (216-B) • Registro por qualquer meio (inclusive uma pintura, desenho); • Ausência de consentimento é elementar do tipo; • Inclui nudez, não apenas ato sexual ou libidinoso – de caráter ÍNTIMO e PRIVADO (ou seja, em lugar público não configura 216-A); • A consumação não exige a divulgação; • Conduta equiparada – fazer montagem; • Bem jurídico – intimidade sexual; • Elemento subjetivo – dolo; o Atipicidade da conduta de filmagem de câmera de segurança que acaba registrando; • Há consunção com o 218-C? NÃO, dado que os momentos consumativos são diferentes; • Classificação: 7 o IMPO; o Plurissubsistente – cabe tentativa; o Tipo misto alternativo (Produzir, fotografar, filmar ou registrar); o Crime bicomum, desde que o sujeito passivo seja maior de idade; ▪ Se praticado contra menor de 18 anos: 240, ECA; Crimes sexuais contra vulneráveis Estupro de vulnerável Corrupção de menores Satisfação de lascívia Favorecimento de prostituição Divulgação de cena 217-A 218 218-A 218-B 218-C Menor de 14 anos Menor de 14 anos Menor de 14 anos Menor de 18 anos Vítima maior de 18 anos (vulnerável ou não) Pessoa que não tem discernimento em razão de enfermidade ou deficiência mental Pessoa que não tem discernimento em razão de enfermidade ou deficiência mental Pessoa que não tem discernimento em razão de enfermidade ou deficiência mental Pessoa em situação que não pode oferecer resistência Pessoa em situação que não pode oferecer resistência Estupro de vulnerável (217-A) • Todas as espécies são hediondas; • Inserido pela lei nº 12.015, de 2009; o Como era antes da lei? Estupro ou ato violento ao pudor c/c art. 224 (Revogado - Presume-se a violência, se a vítima: a) não é maior de catorze anos); • Quem é vulnerável? o Critério ETÁRIO (vulnerabilidade absoluta): Menor de 14 anos (caput); ▪ 14 anos exatos (estupro do 213); ▪ Sujeito ativo é menor de 18 anos: ato infracional análogo ao estupro de vulnerável; ▪ Sujeito ativo e passivo menores de 14 anos: estupro bilateral; o Critério BIOPSICOLÓGICO (vulnerabilidade relativa): Pessoa que, por enfermidade ou deficiência mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato (enfermidade + falta de discernimento); ▪ A finalidade da norma não é inviabilizar a vida sexual da pessoa portadora de doença mental; o Critério RESIDUAL: Pessoa que, por qualquer outra causa, não pode oferecer resistência (em coma, em overdose, dopada); • Núcleo do tipo: ter ou praticar – não é necessário que haja constrangimento; o Norma penal explicativa (§5º) e Súmula 593/STJ: o consentimento ou a existência de vida sexual ativa prévia; o Presunção absoluta de violência; o Dispensa a prática de V/GA, mas, se houver ameaça ou lesão corporal leve, o autor responde em cúmulo material; o Exceção de Romeu e Julieta: relacionamento amoroso + consentimento + diferença de idade até 05 anos (13 e 18 anos); 8 ▪ Alguns tribunais adotam essa linha de raciocínio, mas o STJ não adota; • Elemento subjetivo: dolo; o E se o autor NÃO SOUBER da idade ou vulnerabilidade? Erro de tipo ESSENCIAL INCRIMINADOR (pode ser escusável – exclusão do dolo e da culpa ou inescusável – exclusão do dolo apenas); • Qualificadoras: morte ou lesão corporal grave (preterdolo); • Bem jurídico: dignidade sexual do vulnerável; • Objeto material: o vulnerável; • Sujeitos: crime comum em relação ao ativo e próprio em relação ao passivo; • Classificação: o Material; o Plurissubsistente – cabe tentativa; Desnecessidade de contato físico “A conduta de contemplar lascivamente, sem contato físico, mediante pagamento, menor de 14 anos desnuda em motel pode permitir a deflagração da ação penal para a apuração do delito de estupro de vulnerável.” STJ. 5ª Turma. RHC 70.976-MS, julgado em 2/8/2016 (Info 587). Comprovação da idade “Nos crimes sexuais contra vulnerável, quando inexiste certidão de nascimento atestando ser a vítima menor de 14 anos na data do fato criminoso, este Superior Tribunal tem admitido a verificação etária a partir de outros elementos de convicção colacionados aos autos. Na hipótese, embora inexista certidão civil, os laudos periciais, as declarações das testemunhas, a compleição física das vítimas e as declarações do próprio acusado suprem satisfatoriamente a ausência daquela prova documental.” (AgRg no AREsp 12.700/AC, julgado em 10/03/2015) Ato libidinoso como etapa da conjunção carnal: crime autônomo ou estupro tentado? “O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento de que o momento consumativo do crime de estupro de vulnerável ocorre com a prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal, consistentes, no caso, em mostrar o pênis e passar as mãos na genitália das duas menores - por baixo da roupa de uma e dentro da fralda da outra -, além de tentar beijar uma das vítimas na boca.” AgRg no REsp 1629726/RS, 19/04/2018. “A consumação do delito de estupro de vulnerável (art. 217-A do Código Penal) se dá com a prática de atos libidinosos diversos da conjunção carnal. No caso, o recorrido deitou-se por cima da vítima com o membro viril à mostra, após retirar-lhe as calças, o que, de per si, configura ato libidinoso para a consumação do delito de estupro de vulnerável. Impossibilidade de desclassificação do delito para sua forma tentada. (STJ, REsp 1353575/PR, julgado em 05/12/2013) Tipo misto alternativo “As jurisprudências do STF e do STJ consolidaram-se no sentido de que o crime previsto art. 217-A, do Código Penal - CP, é de tipo misto alternativo. Ou seja, quando as condutas correspondentes a "conjunção carnal" e a "outro ato libidinoso" forem praticadas em um mesmo contexto fático, contra a mesma vítima, permitem o reconhecimento da ocorrência de crime único.” HC 306085/SP, 09/08/2016 e AgRg no HC 252144/SP, 07/03/2017. Vítimas diversas e continuidade delitiva simples “O fato de os crimes haverem sido praticados contra vítimas diversas não impede o reconhecimento do crime continuado, notadamente quando os atos houverem sido cometidos no mesmo contexto fático. A jurisprudência desta Corte Superior decidiu que, nas hipóteses de crimes de estupro ou de atentado violento ao pudor praticados com violência presumida, não incide a regra do concurso material nem da continuidade delitiva específica. (REsp 1602771/MG, julgado em 17/10/2017) Desclassificação para importunação sexual (215-A) Tem prevalecido no Superior Tribunal de Justiça a impossibilidade de desclassificação da figura do estupro de vulnerável para o art. 215-A do Código Penal, uma vez que referido tipo penal é praticado sem violência ou grave ameaça, e o tipo penal imputado ao agravante (art. 217-A do Código Penal) inclui a presunção absoluta de violência 9 ou grave ameaça, por se tratar de menor de 14 anos. AgRg na RvCr 4.969/DF, STJ, 2019 Desclassificação para contravenção Para determinadas idades, a conotação sexual é uma questão de poder, mais precisamente de abuso de poder e confiança. No caso concreto, estão presentes a conotação sexual e o abuso de confiança para a prática de ato sexual. Logo, não há como desclassificar a conduta do agente para a contravenção de molestamento (que não detém essa conotação sexual). O art. 227, § 4º, da CF/88 exige que a lei imponha punição severa à violação da dignidade sexual da criança e do adolescente.Além do mais, a prática de qualquer ato libidinoso diverso ou a conduta de manter conjunção carnal com menor de 14 anos se subsome, em regra, ao tipo penal de estupro de vulnerável, restando indiferente o consentimento da vítima. STF. 1ª Turma. HC 134591/SP, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1/10/2019 (Info 954). Crime comissivo por omissão Muito embora uma irmã mais velha não possa ser enquadrada na alínea "a" do art. 13, §2, do CP, pois o mero parentesco não torna penalmente responsável um irmão para com o outro, caso caracterizada situação fática de assunção da figura do "garantidor" pela irmã, nos termos previstos nas duas alíneas seguintes do referido artigo ("b" e "c"), não há falar em atipicidade de sua conduta. Hipótese em que a acusada omitiu-se quanto aos abusos sexuais em tese praticados pelo seu marido na residência do casal contra suas suas irmãs menores durante anos. Assunção de responsabilidade ao levar as crianças para sua casa sem a companhia da genitora e criação de riscos ao não denunciar o agressor, mesmo ciente de suas condutas, bem como ao continuar deixando as meninas sozinhas em casa. (HC 603.195/PR, Rel. Ministro RIBEIRO DANTAS, QUINTA TURMA, julgado em 06/10/2020, DJe 16/10/2020) Autoria intelectual O mentor intelectual dos atos libidinosos responde pelo crime de estupro de vulnerável. O estupro de vulnerável se consuma com a prática de qualquer ato de libidinagem ofensivo à dignidade sexual da vítima. Para que se configure ato libidinoso, não se exige contato físico entre ofensor e vítima. Assim, doutrina e jurisprudência sustentam a prescindibilidade do contato físico direto do réu com a vítima, a fim de priorizar o nexo causal entre o ato praticado pelo acusado, destinado à satisfação da sua lascívia, e o efetivo dano à dignidade sexual sofrido pela ofendida. STJ. 6ª Turma. HC 478.310, Rel. Min. Rogério Schietti, julgado em 09/02/2021 (Info 685). Laudo pouco esclarecedor e condenação Não há nenhuma nulidade quando o Juiz refuta o exame pericial não esclarecedor nos crimes de estupro de vulnerável sem conjunção carnal, para, acolhendo as demais provas, principalmente o depoimento da vítima e das testemunhas, concluir pela condenação do réu, porque no sistema jurídico penal brasileiro vigora o princípio do "livre convencimento motivado" do julgador. (AgRg nos EDcl no RHC 127.089/MG, Rel. Ministro NEFI CORDEIRO, SEXTA TURMA, julgado em 24/11/2020, DJe 27/11/2020) Competência Quem julga o crime de estupro de vulnerável praticado por pai contra filha de 4 anos: vara criminal “comum” ou vara de violência doméstica e familiar contra a mulher? Se o fator determinante que ensejou a prática do crime foi a tenra idade da vítima fica afastada a vara de violência doméstica e familiar? Ex: estupro de vulnerável praticado por pai contra a filha, de 4 anos. • SIM. Posição da 5ª Turma do STJ: Se o fato de a vítima ser do sexo feminino não foi determinante para a caracterização do crime de estupro de vulnerável, mas sim a tenra idade da ofendida, que residia sobre o mesmo teto do réu, que com ela manteve relações sexuais, não há que se falar em competência do Juizado Especial de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 1020280/DF, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 23/08/2018. • NÃO. Julgado recente da 6ª Turma do STJ: A idade da vítima é irrelevante para afastar a competência da vara especializada em violência doméstica e familiar contra a mulher e as normas protetivas da Lei Maria da Penha. STJ. 6ª Turma. RHC 121.813-RJ, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 20/10/2020 (Info 682). 10 Corrupção de menores – 218 • Induzir = incutir na mente; o 03 figuras diferentes: o indutor (proxeneta), o menor e o beneficiário (voyeur); • Crime de elevado potencial ofensivo (02 a 05 anos); • Crítica ao nomen iuris: o A descrição da conduta típica é a mesma do art. 227, que se chama “mediação para servir a lascívia de outrem”: dessa maneira, o 218 deveria adotar nomenclatura na mesma linha; o Existe fato típico com mesmo nome (244-B) no ECAA e que não tem NADA a ver com a questão sexual (praticar crime acompanhado de criança ou adolescente); • Satisfação da lascívia: para que o indutor se mantenha nesse fato típico, o terceiro beneficiário só pode OBSERVAR a criança, sob pena de praticar ESTUPRO DE VULNERÁVEL; • E se a cena erótica for registrada pelo beneficiário? Responde pelo art. 240 do ECA (caput) e o indutor reponde pelo §1º se tiver conhecimento de que haverá registro; • SUJEITO PASSIVO PRÓPRIO: menor de 14 anos (não inclui outras espécies de vulnerável – tipo pessoa com deficiência mental); • Elemento subjetivo: DOLO; • Dispensa presença física - Pode ser praticado pela internet! (ex.: Skype) • Classificação: o Crime comum em relação ao sujeito ativo; o Crime material; o Crime Transeunte – não deixa vestígios; o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; Satisfação da lascívia mediante presença de criança ou adolescente (218-A) • Voyeurismo às avessas; • Elemento objetivo: DOLO específico (para satisfazer lascívia própria ou de outrem); o Não é fato típico quando a criança/adolescente acidentalmente presencia, ainda que por negligência ou imprudência dos pais; • Duas condutas: o Praticar na presença; ou o Induzir a presenciar; • SUJEITO PASSIVO PRÓPRIO: menor de 14 anos (não inclui outras espécies de vulnerável – tipo pessoa com deficiência mental); • Pode ser praticado por meio virtual? SIM; • É necessário que o ato sexual ocorra ao vivo? (Ex.: incorre nesse crime reproduzir um filme pornográfico) NÃO, não precisa ser em tempo real; Indutor •Fato típico - 218, CP (corrupção de menores) Vítima •Menor de 14 anos Beneficiário •É quem contempla a situação; Conduta ATÍPICA Indutor •Fato típico - 217-A, CP (estupro de vulnerável), em participação Vítima •Menor de 14 anos Beneficiário •É quem ultrapassa a contemplação •Responde pelo 217-A (autoria) 11 • Classificação: o Crime comum em relação ao sujeito ativo; o Crime material; o Crime Transeunte – não deixa vestígios; o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; Favorecimento à prostituição (218-B) • Hediondo – caput e parágrafos; • Núcleo: o Incentivar: Submeter, induzir, atrair, facilitar; o Dificultar a saída: impedir ou dificultar que a abandone o É uma forma especial do art. 228, do CP; • Exploração sexual: o Prostituição: exige contato físico; o Turismo sexual: pessoas que viajam para outro lugar para; o Tráfico para fins sexuais: 149-A; o Pornografia: 240 e 241, 241-A e 241-E, do ECA; • Considerações: o Quem ingressa por vontade própria pode ser sujeito passivo? SIM, mas só em relação às condutas de impedir ou dificultar o abandono; ▪ ANÁLISE DO GRAU DE VOLUNTARIEDADE: No art. 218-B do Código Penal não basta aferir a idade da vítima, devendo-se averiguar se o menor de 18 (dezoito) anos ou a pessoa enferma ou doente mental, não tem o necessário discernimento para a prática do ato, ou por outra causa não pode oferecer resistência. STJ. 5ª Turma. HC 371.633/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/03/2019 (Info 645). o Dispensa a intenção de lucro, mas, SE HOUVER, ao agente é imputada multa (§1º); o Conduta EQUIPARADA: ▪ Quem pratica conjunção/ato libidinoso com maior de 14 anos e menor de 18 que esteja em situação de exploração sexual; ▪ Pode ser que o “consumidor” seja punido ainda que não haja a figura de um intermediário - A leitura conjunta do caput e do § 2º, I, do art. 218-B do Código Penal não permite identificar a exigência de que a prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com adolescente de 14 a 18 anos se dê por intermédio de terceira pessoa. Basta que o agente, mediante pagamento, convença a vítima, dessa faixa etária, a praticar comele conjunção carnal ou outro ato libidinoso.3 ▪ Há divergência entre doutrina e jurisprudência quando se trata do adolescente que está na atividade de prostituição, mas não é vítima do 218-B: Cezar Roberto Bitencourt4 STJ Importante relembrar o aspecto da relatividade da condição de vulnerável do maior de quatorze anos e menor de dezoito. Considerando-se que a vulnerabilidade constitui uma elementar normativa do tipo (desde que se considere o nomen juris como integrante do tipo), deve-se demonstrar, cabalmente, sua configuração, pois sua ausência afasta a tipicidade da conduta, mesmo que se O cliente que conscientemente se serve da prostituição de adolescente, com ele praticando conjunção carnal ou outro ato libidinoso, incorre no tipo previsto no inciso I do § 2º do art. 218-B do CP (favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de criança ou adolescente ou de vulnerável), ainda que a vítima seja atuante 3 STJ. 6ª Turma. REsp 1490891/SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 17/04/2018. 4 Tratado de Direito Penal, v. 04, 14ª Edição, p. 161 e 162. 12 comprove a prática de ato de libidinagem. Essa circunstância permite-nos afirmar que nem toda prática de conjunção carnal ou ato libidinoso diverso com menor de dezoito anos em prostíbulos ou similares configura o crime descrito no inciso que ora examinamos, mas somente naquelas hipóteses em que restar comprovada a condição de vulnerabilidade do ofendido, e desde que, adequadamente, descrita na denúncia na prostituição e que a relação sexual tenha sido eventual, sem habitualidade. STJ. 6ª Turma. HC 288.374-AM, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 5/6/2014 (Info 543). IDADE Incentiva/Dificulta a saída Prática de Ato lib./Conj. Carnal Prática de Ato lib./Conj. Carnal c/ vítima do 218-B Menor de 14 anos 218-B, caput 217-A 217-A 14 anos exatamente 218-B, caput Fato atípico Fato atípico Maior de 14 anos e menor de 18 anos 218-B, caput Fato atípico (doutrina) 218-B, §2º (STJ) 218-B, §2º ▪ Proprietário, o gerente ou o responsável: apenas se a pessoa tiver conhecimento da situação que está ocorrendo; • Efeito obrigatório da condenação: cassação da licença de localização e de funcionamento do estabelecimento. • Classificação: o Crime material – mas há quem sustente que a efetiva prática dos atos é dispensável (crime formal); ▪ De qualquer maneira, se houver induzimento, a conduta será típica (pode ser tentada ou consumada), mesmo que não haja o efetivo ingresso; o Crime plurissubsistente – cabe tentativa; o Crime comum em relação ao sujeito ativo e próprio em relação ao sujeito passivo: ▪ Menor de 18 anos; ▪ Vulnerável por enfermidade ou deficiência mental; o Crime instantâneo (pra incentivar) e permanente (pra impedir que saia); Divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia – 218-C • “Revenge porn” – pornô de vingança; • Crime inserido em 2018, pela lei nº 13.718/2018; • Crime subsidiário e de médio potencial ofensivo (cabe SCP); • Independe se a obtenção da cena foi de maneira lícita ou ilícita; • O tipo traz a maior amplitude possível de condutas; • Em várias situações, guarda vinculação com o 216-B; o Há consunção? NÃO, os momentos consumativos são diferentes e o agente responde pelo cúmulo material; • Elemento Subjetivo: dolo; • Tipo misto ALTERNATIVO; • Quem recebe e não apaga, comete crime? o Se a vítima é maior de idade: NÃO – fato atípico; o Se a vítima é menor de idade: SIM – fato TÍPICO (214-B, ECA); • Sujeito Passivo: MAIOR de 18 anos, apenas; 13 Divulgação de imagem Estupro Estupro de vulnerável Cena de sexo, nudez ou pornografia Vítima maior de idade 218-C 218-C (vulnerável por impossibilidade de oferecer resistência ou por enfermidade mental) 218-C Vítima menor de idade 240 e 241, 241-A e 241-E, do ECA 240 e 241, 241-A e 241-E, do ECA 240 e 241, 241-A e 241- E, do ECA • Causas de aumento: 1 a 2/3 o Relação íntima de afeto prévia com a vítima; o Com fim de vingança ou humilhação; • Exclusão de ilicitude: o Publicação de natureza jornalística, científica, cultural ou acadêmica; e o Recurso que impossibilite a identificação da vítima – salvo se houver autorização (ex.: revistas e filmes pornográficos); Lenocínio Art. 227 – Satisfação da Lascívia Art. 228 – Favorecimento à prostituição Art. 230 – Rufianismo Ascendente Ascendente Ascendente - Padrasto ou madrasta Padrasto ou madrasta Descendente - - Irmão Irmão Irmão - Enteado Enteado Cônjuge ou companheiro Cônjuge ou companheiro Cônjuge ou companheiro Tutor ou curador Tutor ou curador Tutor ou curador - Preceptor ou empregador Preceptor ou empregador Pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda Pessoa que assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância Pessoa que assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância Espécie Art. 227 – Satisfação da Lascívia Art. 228 – Favorecimento à prostituição Art. 230 – Rufianismo Forma simples 01 a 03 anos 02 a 05 anos e multa 01 a 04 anos e multa Forma qualificada pela idade 02 a 05 anos - 03 a 06 anos e multa Forma qualificada pela natureza do agente 02 a 05 anos 03 a 08 anos 03 a 06 anos e multa Violência, grave ameaça ou fraude 02 a 08 anos, além da pena correspondente à violência 04 a 10 anos, além da pena correspondente à violência 02 a 08 anos, além da pena correspondente à violência (sem multa ????????) 14 Com intuito de lucro Aplicação de multa Aplicação de multa A intenção de lucro é elementar do tipo Mediação para servir a lascívia do outro - 227 • Lenocínio; • Um intermediário induz a vítima a satisfazer a lascívia de outro; • Classificação: o Crime comum; o Crime material; o Crime plurissubsistente – cabe a tentativa; • Elemento subjetivo: Dolo; • O Proxeneta NÃO se confunde com o RUFIÃO – o proxeneta não explora a atividade (não é crime habitual). • Espécies: Conduta Pena Grau de ofensividade Forma simples (caput) 01 a 03 anos Médio potencial ofensivo Forma qualificada pela idade (§1º, primeira parte) 02 a 05 anos Elevado potencial ofensivo Forma qualificada pela natureza do agente5 (§1º, segunda parte) 02 a 05 anos Elevado potencial ofensivo Violência, grave ameaça ou fraude (§2º - resquício de vontade da vítima) 02 a 08 anos em concurso c/ a violência Elevado potencial ofensivo Finalidade lucrativa (§3º) Imposição de Multa (aplicável a todas as espécies) Atividade contemplativa Conjunção carnal ou outro ato libidinoso Maior de 18 anos Art. 227 – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem Art. 227 – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem Maior de 14 e menor de 18 Art. 227, §1º – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem qualificada Art. 227, §1º – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem qualificada Exatamente 14 anos Art. 227 – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem Art. 227 – Mediação para satisfazer a lascívia de outrem Menor de 14 anos Art. 218 – Corrupção de menores Art. 217-A – Estupro de vulnerável Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual – 228 • NÃO É CRIME HEDIONDO; • Vide comentários sobre art. 218-B; • Haja, ou não, intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente; • Espécies: 5 Ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa a quem esteja confiada para fins de educação, de tratamento ou de guarda 15 Conduta Pena Grau de ofensividade Forma simples (caput) 02 a 05 anos e multa Elevado potencial ofensivo Forma qualificada pela natureza do agente6 (§1º) 03 a 08 anos Elevado potencialofensivo Violência, grave ameaça ou fraude (§2º - resquício de vontade da vítima) 04 a 10 anos em concurso c/ a violência Elevado potencial ofensivo Finalidade lucrativa (§3º) Imposição de Multa (aplicável a todas as espécies) Casa de Prostituição – 229 • Manter, por conta própria ou de terceiro, estabelecimento em que ocorra EXPLORAÇÃO SEXUAL; o O crime é MATERIALMENTE atípico, por conta da adequação social? Para o STJ, a conduta é TÍPICA, embora haja tolerância social (HC 238688/RJ); o CONTUDO, é necessário que haja exploração sexual – ou seja, o mero fato de haver prostituição (sem exploração) não configura esse crime; • Sujeito passivo = coletividade; • Crime habitual = não admite tentativa; o Polêmica: alguns doutrinadores (Greco e Masson) entendem que cabe; Rufianismo – 230 • É a pessoa que tira proveito da prostituição alheia – a prostituição, POR SI SÓ, não é crime: o crime é se aproveitar da prostituição alheia; • Crime de médio potencial ofensivo = 01 a 04 anos; • Rufianismo x Favorecimento à prostituição c/ intuito de lucro: RUFIANISMO FAVORECIMENTO À PROSTITUIÇÃO Art. 230 Art. 228, §3º Crime habitual Crime instantâneo Existe uma permanência na atuação do rufião O agente atrai da vítima e se distancia Consunção: se as duas condutas forem praticadas no mesmo contexto fático, entendeu o STJ que o rufianismo absorve o favorecimento da prostituição. HC 8914/MG, julgado em 16/11/1999. • Espécies: Conduta Pena Grau de ofensividade Forma simples (caput) 01 a 04 anos e multa Médio potencial ofensivo Forma qualificada pela idade (§1º, primeira parte) 03 a 06 anos e multa Elevado potencial ofensivo Forma qualificada pela natureza do agente7 (§1º, segunda parte) 03 a 06 anos e multa Elevado potencial ofensivo 6 Ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância 7 Ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância 16 Violência, grave ameaça ou fraude (§2º - resquício de vontade da vítima) 02 a 08 anos em concurso c/ a violência Elevado potencial ofensivo Promoção de migração ilegal • Erro legislativo – não tinha por que estar nesse título; • Migração = Gênero (imigração e emigração): mas o migrante NÃO comete crime; o Brasileiro que vai para o exterior (caput); o Estrangeiro que vem para o Brasil (caput); o Estrangeiro que vai para o exterior (§1º); • Elemento subjetivo: Dolo específico (com o fim de obter vantagem econômica); o Se houver finalidade de exploração sexual – art. 149-A, V; • Competência: Justiça FEDERAL; • Causa de aumento de pena: 1/6 a 1/3; o Mediante violência; o Submissão à condição desumana ou degradante; Ultraje Público ao pudor Ato obsceno – 233 Lugar Público Lugar aberto Lugar exposto ao público Qualquer pessoa tem acesso Há alguma restrição de entrada, mas é público O local é privado, mas pessoas de fora podem ver Praça, praia Cinema, teatro Varanda de apartamento • Elemento subjetivo: dolo de praticar ato obsceno, não exige dolo de ATENTAR contra a moralidade pública; • Ato obsceno: varia de acordo com o local, época (elemento normativo); o O princípio da adequação NÃO excluiu o crime, mas serve como um termômetro para avaliar se o comportamento, dentro do contexto no qual foi praticado, é ou não ato obsceno; o Fazer xixi na rua pode ser considerado ato obsceno – contudo, os Tribunais têm entendido que só é crime quando há uma atitude mais deliberada de constranger, de ultrajar terceiros com o despudor8 • Crime de MERA CONDUTA – não há resultado naturalístico previsto; • Crime de menor potencial ofensivo (IMPO; Escrito ou objeto obsceno - 234 • Várias das condutas foram abolidas pelo princípio da adequação social (atipicidade material); o Ex.: Sex shop, revistas pornográficas; • Se houver criança ou adolescente nesse contexto – crimes previstos no ECA; 8 tjrj.jus.br/noticias/noticia/-/visualizar-conteudo/5111210/7047772 https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/campanhas-e-produtos/direito-facil/edicao-semanal/urinar-na-rua
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