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Incidente de assunção de competência

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Incidente de assunção de competência:
	O Código De Processo Civil de 2015 inseriu no ordenamento jurídico brasileiro novos institutos processuais visando a uniformização da jurisprudência nacional. A uniformização da jurisprudência é providencia desejável e fundamental para segurança jurídica e para justiça, evitando que um mesmo tribunal profira decisões contraditórias sobre a mesma matéria. 
	O incidente de assunção de competência, previsto no novo código de processo civil (Art. 947) possibilita a atribuição de competência para julgamento de uma questão de direito relevante para um colegiado mais representativo integrante daquela corte. Quando houver assunção de competência de um processo que está em curso em uma turma, esse processo será levado para sessão, que reúne duas ou mais turmas de um mesmo tribunal. 
	A finalidade do incidente é tornar clara a compreensão do tribunal sobre relevante questão de direito, deixando bem definida sua posição para população e para os demais integrantes do Poder Judiciário. É cabível no caso de julgamento de recurso, remessa necessária ou processo de competência do originaria do tribunal em casos de direito com grande repercussão social. É importante saber que nesse caso, a questão de direito a ser julgada não será repetitiva. Se estiverem preenchidos os requisitos para o incidente de assunção de competência, este pode ser proposto pelo próprio relator, parte do processo, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público. 
	Essa decisão vinculará os juízes e os demais órgãos do tribunal em que foi proferida, tendo essa decisão um caráter vinculante perante aquela corte (§3° do ART. 947 NCPC). Não se trata de um recurso, sendo um incidente do procedimento recursal, visando à formação de um procedente. 
Arguição de inconstitucionalidade: 
No direito brasileiro, qualquer juiz pode recusar aplicar norma ou ato normativo do Poder Público que entender inconstitucional, ou certa interpretação de norma ou de ato normativo do Poder Público, para decidir um caso sob sua apreciação. Quando se trata de juízo singular, não há procedimento. Entretanto, quando se trata de Tribunal, o procedimento é o deste incidente. 	
	É arguido pelas partes, pelo Ministério Público ou pela Defensoria Pública, perante o relator, que submete a arguição ao órgão competente para julgar a causa ou o recurso. Há, então, o juízo de admissibilidade do incidente: rejeitado, o processo prossegue; admitido, remete-se a arguição ao pleno ou ao órgão especial que tem competência constitucionalmente atribuída para declarar incidenter tantum.	
	A arguição será submetida à Câmara ou à turma a qual competir o conhecimento do processo ou do recurso, e a seu respeito o pleno ou o órgão especial decidirá, depois de ouvido o órgão do Ministério Público, se a norma ou o ato em questão é ou não inconstitucional. Enquanto a arguição, se admitida, não tiver sido decidida, fica suspenso o julgamento do processo ou do recurso. A questão da inconstitucionalidade, evidentemente, é prejudicial em relação ao mérito, que não pode ser decidido antes ou concomitantemente àquela.
	Fundamentação: Artigos 948 a 950 o Código de Processo Civil. 
Incidente de resolução de demandas repetitivas: 	
	
O novo código de processo civil cria novo instituto jurídico intitulado “incidente de resolução de demandas repetitivas” previsto no capítulo VIII, art. 976 e seguintes do código. Trata-se de uma técnica que estabelece uma espécie de cisão na cognição do processo, estabelecendo o julgamento das questões comuns em demandas repetitivas para os juízes de segundo grau, originando uma espécie de “procedimento-modelo”. 
	A ideologia do novo CPC visa ultrapassar a mera eficácia das normas instrumentais e atingir a efetividade do processo, nessa esteira o incidente de resolução de demandas repetitivas traz como escopo uniformizar entendimentos e possibilitar a agilidade no julgamento dos processos, uma vez estabelecido o “processo-modelo” pelo segundo grau. O juízo de primeiro grau, após instalado e julgado o incidente, deverá aplicar o padrão decisório estabelecido, mas com competência e legitimidade para atender as peculiaridades de cada caso concreto.
BIBLIOGRAFIA:
Direito.net/artigos acessado em: 18 de março de 2018 
novocpcbr.blogspot.com.br acessado em: 18 de março de 2018
AGU BRASIL – Vídeos acessado em: 18 de março de 2018
marcosjps.jusbrasil.com.br acessado em: 18 de março de 2018
Livro: Incidente De Resolução De Demanda Repetitiva - Rodolfo de Camargo Mancuso

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