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Questões de processo civil IV - Ordem dos processos nos tribunais, incidente de assunção de competência, de arguição de inconstitucionalidade e conflito de competência

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QUESTÕES P1 PROCESSO CIVIL IV
Acadêmica JEOVANA LIMA GAVILAN
7º semestre
Como os processos chegam aos tribunais? Dê o conceito e finalidade.
Os processos podem chegar aos tribunais de 3 formas: 1) recurso; 2) remessa necessária; 3) competência originária.
O recurso é o ato processual voluntário que visa, diante de inconformismo com prejuízo, impugnar uma decisão. Sua finalidade é de modificar (ou seja, alterar parcialmente) ou impugnar (ou seja, alterar totalmente) uma decisão de processo, dando continuidade, apontando argumentos plausíveis. Seus efeitos são os já citados: caso seja procedente, modifica ou impugna uma decisão judicial. As espécies de recurso estão previstas no art. 994 do CPC.
A remessa necessária (reexame necessário) é condição de eficácia da sentença, que exige o envio (haja apelação ou não, de ofício ou a requerimento da parte) de decisão judicial para o tribunal superior ao qual está vinculado o juiz que proferiu tal decisão. Para os doutrinadores que entendem que ela não é tipo de recurso, entendem que, enquanto a sentença não for reapreciada/reanalisada, não transita em julgado. Contudo, há doutrinadores que entendem ser recurso necessário. Tem a finalidade assegurar os interesses do Estado, pois sua razão de ser é a de representar o povo. Possui efeito suspensivo, salvo no caso de mandado de segurança. Os casos de necessidade e desnecessidade da remessa necessária estão previstos no art. 496 do CPC.
Já a competência originária é a competência para conhecer e julgar a causa pela 1ª vez, aquela que faz o 1º exame da causa. No caso das cortes superiores, a CF prevê em seus arts. 102 (STF) e 105 (STJ).
	RECURSO – REEXAME NECESSÁRIO – PROCESSO DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA
Quais são os casos de remessa necessária e competência originária?
Quais são as fases dos processos nos tribunais?
“Em geral, o procedimento no tribunal tem 2 fases distintas: uma perante o relator, a quem se atribui a função de praticar todos os atos até a sessão de julgamento, e a outra, de competência do colegiado, que tem por finalidade o debate e o julgamento do caso.” (DIDIER)
Quais são os procedimentos de entrada dos processos nos tribunais? Qual a importância de cada um deles?
Os processos serão registrados no protocolo do dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribuição (at. 929, caput, CPC).
O protocolo é fator determinante para a verificação do fenômeno da prevenção (art. 930, parágrafo único, CPC). 
O parágrafo único do art. 929 do CPC prevê que os serviços de protocolo poderão ser descentralizados, a critério do tribunal, mediante delegação a ofícios de justiça de 1º grau. Tem a mesma finalidade (descentralização) a previsão do art. 1.017, § 2º, inciso II, do CPC, que permite que o agravo de instrumento, que é recurso interposto diretamente no tribunal, seja protocolado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias.
- O protocolo é importante, como já dito acima, para fins de verificação da prevenção.
- O registro tem finalidade estatística, histórica, administrativa, processual e garantia da publicidade (arts. 5º, inciso LX, e 93, inciso IX, da CF; art. 11 do CPC).
- A secretaria tem sua importância diante do dever de ordenação e imediata distribuição dos autos, sendo esta uma garantia constitucional (art. 93, XV, da CF; art. 929, do CPC).
- A descentralização também é importante, pois trata-se de medida que tende a garantir o mais amplo acesso aos órgãos jurisdicionais de 2º grau, na medida em que os órgãos de 1º grau de jurisdição ficam autorizados a receber mediante protocolo os recursos e petições endereçados ao tribunal (art. 5º, XXXV, da CF – acesso ao Poder Judiciário).
Como se realiza o processo de distribuição nos tribunais? Qual a importância do princípio da publicidade na distribuição? Explique.
Cabe ao Regimento Interno de cada tribunal regulamentar a forma de distribuição dos recursos, processos de competência originária e reexame necessário de sua competência. A liberdade de tais regimentos internos, entretanto, não é absoluta, já que as regras de distribuição devem respeitar:
- a alternatividade;
- o sorteio eletrônico;
- a publicidade.
Ou seja, o art. 930, caput, do CPC, deve ser lido à luz do art. 285, também do CPC.
É importante que sejam observados tais requisitos pois, além de se prestar a garantir o respeito ao princípio do juiz natural, a distribuição aleatória e alternativa garante a partilha quantitativa e qualitativa do trabalho jurisdicional, devendo, então, NÃO discriminar as espécies de processo.
Haverá distribuição dirigida no caso de o Tribunal ter seções ou órgãos fracionários com competência absolta em razão de pessoa ou da matéria, mas entre esses órgãos a distribuição ao relator será alternativa e aleatória.
O princípio da publicidade é essencial, pois:
- permite o controle das partes, apesar de não estarem presentes fisicamente no ato da distribuição, e
- resguarda o Poder Judiciário de eventuais acusações de distribuição dirigida.
Diferencie “conexão” de “prevenção”, e apresente a relevância, os fundamentos legais e seus efeitos.
A conexão é o fenômeno que determina a reunião de ações objeto (pedido) ou causa de pedir iguais. Segundo Didier, haverá conexão quando houver identidade de um dos elementos objetivos da demanda.
Desse conceito, extraem-se 2 conclusões:
1. basta que um dos pressupostos esteja presente;
2. a identidade das partes é desnecessária para fins de conexão (diferentemente do que previa o CPC/73).
Sua finalidade/relevância é evitar decisões contraditórias, além da economia processual.
Sua previsão legal está no art. 55 do CPC.
Quando há conexão, ocorrerá como efeito a reunião das ações semelhantes, que pode ser determinada de ofício pelo juiz, ou requerida por qualquer das partes (essa reunião não é obrigatória, segundo o STJ; art. 55, § 3º, do CPC).
Já a prevenção trata-se de critério de confirmação e manutenção da competência do juiz que conheceu a causa em 1º lugar, perpetuando a sua jurisdição e excluindo possíveis competências concorrentes de outros juízos. Por se tratar de matéria de ordem pública, NÃO se sujeita à preclusão, podendo ser alegada a qualquer tempo.
Importante:
- Sendo juízes de mesma competência territorial, se considerará prevento o que despachou em 1º lugar (arts. 58, 59 e 312 do CPC);
- Sendo competência territorial diversa (comarcas distintas), se considerará prevento o juiz do processo que realizou a citação em 1º lugar (art. 240 do CPC).
A reunião das ações só será possível se não ocorrer hipótese de competência absoluta dos órgãos julgadores e se as ações ainda estiverem pendentes de julgamento, tramitando no mesmo grau de jurisdição.
No CPC/73 não havia previsão de prevenção perante os tribunais. Atualmente, há previsão no art. 930, parágrafo único, que prevê que a prevenção se fixa pelo protocolo do recurso no tribunal, independentemente da data do julgamento, sendo irrelevante a data do protocolo do recurso em grau inferior ou a postagem pelo correio.
Conceitue “voto”, “julgamento colegiado”, “acórdão” e “ementa”, bem como aborde a relevância da decisão colegiada.
Voto é a manifestação dada pelo julgador, apresentando como ele se manifesta acerca de determinado tema, de forma fundamentada.
Julgamento colegiado é a conjunção dos votos proferidos de todos os ministros (membros do órgão julgador), antecedendo o acórdão.
A decisão colegiada é aquela oferecida pelo tribunal composto por órgãos colegiados, ou seja, por vários juízes. A decisão é relevante porque um órgão colegiado oferece maior precisão na interpretação do Direito.
O acórdão é a lavratura do que foi julgado anteriormente, ou seja, é o julgamento proferido pelos tribunais. Não é resumo, pois o resumo fica na ementa. O termo “acórdão” vem de “concordância”, daí unir todos os votos dos ministros e ver em que os mesmos concordam.
É, então, a materialização do julgamento com a redução a escrito da solução dada pelo órgão colegiado. Prevista no art. 204 doCPC. São elementos essenciais do acórdão os mesmos da sentença (art. 489 do CPC). Quem lavra o acórdão é o relator.
Já quanto à ementa, trata-se do resumo de toda discussão do acórdão. Facilita a identificação do precedente, tendo como função a divulgação deste (art. 943, § 1º, do CPC).
Dê a definição de “decisão plural”, explicando o que é ratio decidendi (holding) e obiter dictum.
Decisão plural é decisão que, embora haja maioria em relação ao resultado, dela não há como extrair ratio decidendi, visto que nenhum dos fundamentos são sustentados pela maioria. Isso impede a formação de precedente.
A ratio decidendi (razão de decidir) é a regra de direito que foi posta como fundamento da decisão, enquanto obiter dicta (ou, no singular, oibter dictum) são as afirmações e argumentações que, embora possam ser úteis para a compreensão da decisão, não constituem parte de seu fundamento jurídico.
Importante deixar claro que a ratio decidendi não se confunde com a coisa julgada material descrita no dispositivo, que dá segurança jurídica às partes, nem com a fundamentação; é uma regra extraída da interpretação de um conteúdo mais amplo, que abarca todas as informações de fato e direito da decisão.
O que é e qual a função do voto concorrente?
Voto concorrente é aquele que discorda dos motivos dos demais votos. O voto concorrente possui dupla função:
- demonstrar que há melhor fundamento para obtenção do mesmo resultado;
- impedir a formação da ratio decidendi e, consequentemente, do precedente e formação de fundamento determinante.
Quais são as funções do relator, bem como seus poderes?
Tem como funções estudar, examinar, elaborar o relatório com fundamentos determinantes para influenciar os demais membros do órgão colegiado, levar o caso a julgamento etc.
Seus poderes estão previstos no art. 932 do CPC, inclusive poder instrutório de intimar a parte para que corrija defeito processual sanável que impeça o exame do mérito, conforme art. 932, parágrafo único. Observe-se que são exemplos de erros sanáveis: falta de assinatura, falta de procuração, falta de peça obrigatória no agravo de instrumento etc.; e são exemplos de vícios insanáveis: intempestividade, perda do direito de recorrer etc.
 Como se dá a produção de provas no tribunal?
Pode haver produção de provas a cada novo fato, mas deve estar garantido o contraditório e a ampla defesa.
O art. 435 do CPC prevê que elas podem ser produzidas a qualquer tempo.
Os arts. 342, inciso I, 493 e 1.014 preveem que há possibilidade de produção de provas quando houver fato novo superveniente.
A prova oral também pode ser produzida, conforme dispõe o art. 972 do CPC.
Nos tribunais superiores, o próprio relator coleta as provas (art. 932, inciso I, do CPC).
Contudo, conforme arts. 10 e 933, §§ 1º e 2º, há proibição de decisão surpresa, devendo ser respeitado o contraditório e a ampla defesa.
 Explique como ocorre o julgamento nos tribunais.
Nos tribunais, a colegialidade é a regra, sendo o Regimento Interno do Tribunal que prevê se o presidente proferirá voto válido ou se somente presidirá a sessão. Por exemplo, no STF, o presidente tem voto de qualidade (ou seja, de desempate).
Alguns tribunais podem constituir câmaras para decidir sobre assuntos específicos, como é o caso dos TRFs (art. 107, § 1º, da CF), dos TRTs (art. 115, § 2º, da CF) e dos TJs (art. 125, § 6º, da CF), ocorrendo, dessa forma, descentralização das decisões, o que tem relevância para a garantia do pleno acesso à justiça (art. 5º, XXXV, da CF).
O julgamento também pode ocorrer após convocação de outros juízes para composição do quórum de julgamento.
O NCPC aboliu a figura do revisor, de modo que, após a apresentação do relatório pelo relator, os autos serão encaminhados ao presidente, a quem caberá designar a data do julgamento e proceder à publicação da pauta no diário oficial (art. 934).
A sessão de julgamento deve ocorrer depois de decorrido, pelo menos, 5 dias da publicação da pauta na imprensa. A inobservância desse prazo e o julgamento sem a presença das partes importa nulidade (Súmula 117 do STJ).
Observadas essas formalidades, o julgamento se dará na forma que prevê o art. 937 do CPC, podendo a sustentação oral se dar por videoconferência (art. 937, § 4º, do CPC).
Importante observar que o CPC não exige que o advogado realize previamente a sua inscrição para realizar sustentação oral, razão pela qual o presidente, obrigatoriamente, concederá a palavra ao recorrente e ao recorrido.
Negócios processuais sobre sustentação oral: as partes podem convencionar que não haja sustentação oral. Isso com base em, especialmente, três aspectos:
- princípio da cooperação;
- valorização da autonomia da vontade;
- autocomposição.
Em seguida, o órgão jurisdicional passará ao julgamento, sendo a decisão tomada por maioria de votos (princípio da colegialidade), devendo as questões preliminares, se existirem, serem decididas antes do mérito (art. 938 do CPC).
Ensejam a interrupção do julgamento: constatação de vício sanável (art. 938, § 1º, do CPC) e o pedido de vista (art. 940, caput, do CPC). Observe-se que o relator não pode pedir vista, pois já viu os autos. As vistas podem ser “em mesa” (durante a sessão de julgamento, o qual é suspenso e logo é retomado), ou “em gabinete), caso em que suspende-se o julgamento por 10 dias, prorrogáveis por mais 10 (art. 940, § 1º, do CPC). O § 2º do art. 940 está fundamentado no princípio da celeridade processual.
Ao final, proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado, designando o relator ou o autor do 1º voto vencedor para redigir o acórdão (art. 941, caput, do CPC). Observe-se que o voto poderá ser alterado até o momento da proclamação do resultado (art. 941, § 1º, do CPC), e o voto vencido será necessariamente declarado e integrará o acórdão (§ 3º).
O art. 942 do CPC fala de quando o resultado não for unânime. Quando há ausência de maioria votante, acontece dispersão de votos, não havendo unanimidade de votos.
 Qual o procedimento tomado quando há ausência de maioria votante quando do julgamento de autos nos tribunais?
Ocorre dispersão de votos. Há duas formas de classificar essa dispersão: qualitativa (indica um resultado diferente, envolve o mérito da questão) e quantitativa (indica valores da condenação diferentes).
- Método quantitativo: há duas formas de se resolver pelo método quantitativo:
1. Sistema de continência: adota-se como vencedor o voto que se encontra entre as extremidades dos votos.
2. Sistema de média aritmética: essa forma não é aceita, pois, nela, não há escolha de decisão nenhuma.
- Método qualitativo: há três formas de resolução por este método, quais sejam:
1. Supervotação: exige convocação de outros juízes em número suficiente para escolha de uma das teses.
2. Opção de contagem: exige uma nova votação e, persistindo o impasse, os partidários das correntes menos votadas devem aderir a uma das mais votadas.
3. Por exclusão: colocar em votação somente duas das opiniões discordantes e proceder à votação para ver qual delas prevalece.
 O que é o incidente de assunção de competência e qual sua finalidade?
Trata-se de mecanismo criado pelo atual CPC para que questões que envolvam relevante questão de direito com grande repercussão social (requisito positivo), SEM repetição em múltiplos processos (requisito negativo), previsto no art. 947 do Códex processualista civil. Além disso, o § 4º do mesmo dispositivo especifica outra hipótese de cabimento do incidente: quando ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a prevenção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.
O recurso/reexame necessário/processo de competência originária é encaminhado para o órgão pleno que terá DUPLA função: julgar eles e fixar a tese, tendo o acórdão eficácia vinculante, conforme dispõe o art. 947, § 3º, do CPC.
Pelo fato de haver eficácia vinculante, Assumpção explica que o julgamento do incidente em questão deve seguir as regras consagradas no art. 983,caput e § 1º do CPC, abrindo-se possibilidade de intervenção de amicus curiae e da realização de audiência pública.
 Qual o procedimento inerente ao incidente de assunção de competência?
Quem pode propor tal incidente são as partes, o MP ou a DP, havendo preenchimento dos requisitos positivo e negativo para o mesmo.
Quando relator não admitir o incidente por falta de preenchimento dos requisitos, pode decidir monocraticamente. Cabe agravo interno dessa decisão, caso em que a ação irá para o pleno que, então, decidirá se realmente não foram preenchidos os requisitos
Quando o relator verifica a hipótese de assunção de competência, propõe, de ofício ou a requerimento da parte, do MP ou DP, que a ação (recurso/reexame necessário/processo de competência originária) seja julgada pelo órgão colegiado indicado pelo Regimento Interno do Tribunal.
O incidente deve ser suscitado ANTES do julgamento do recurso/reexame necessário/processo de competência originária pelo órgão originariamente competente.
Antes de decidir o mérito do incidente (pelo colegiado), caberá análise de seu cabimento, nos termos do art. 947, § 2º, do CPC.
Caso realmente caiba o incidente, ocorrerá o julgamento: 1) com a fixação da tese jurídica e 2) decisão a respeito do recurso/reexame necessário/processo de competência originária. Por haver eficácia vinculante do julgamento, devem ser observadas as regras constantes do art. 983, caput e § 1º, do CPC, ou seja, havendo possibilidade de intervenção do amicus curiae e da realização de audiência pública (conforme já explicado na questão n.º 14, acima).
Do acórdão, decidido em maioria absoluta, não cabe recurso.
Sendo suscitado o incidente, é possível que o recorrente (e até mesmo o autor da ação de competência originária, desde que o réu concorde com a desistência) desista de seu recurso, tornando prejudicado o incidente instaurado, conforme art. 200, caput, do CPC.
 O que é o incidente de arguição de inconstitucionalidade, qual sua finalidade e relevância?
Conceito: trata-se de mecanismo previsto no atual CPC para que possível inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público seja analisada perante o tribunal superior competente (grau recursal ou ações de competência originária).
Importa relembrar que, no Direito brasileiro, há 2 formas de controle de constitucionalidade:
1. Controle concentrado, de competência exclusiva do STF (art. 102, inciso I, alínea “a”, da CF), realizado por meio do processo objetivo (ADI, ADC e ADPF). O reconhecimento INCIDENTAL de inconstitucionalidade nos tribunais, além de respeitar a reserva de plenário (art. 97 da CF), deve seguir o procedimento previsto nos arts. 948 a 950 do CPC, denominado “incidente de arguição de inconstitucionalidade”.
2. Controle difuso, de competência de qualquer juízo e realizado de forma incidental em qualquer processo no qual a inconstitucionalidade se mostra como prejudicial ao julgamento do mérito. Nesse caso, resolve-se a questão em sentença como questão prejudicial, tendo efeito apenas endoprocessual, inter partes, NÃO produzindo coisa julgada material, conforme explica Assumpção, em razão do previsto no art. 503, § 1º, inciso III, do CPC.
Finalidade: tem como finalidade submeter ao tribunal análise a respeito de possível inconstitucionalidade, além de visar impedir que questões relevantes de direito encontrem divergências entre órgãos fracionados, de forma a assegurar uma solução uniforme.
 Qual o procedimento inerente ao incidente de arguição de inconstitucionalidade?
Legitimidade: Embora sua instauração esteja prevista no art. 948 do CPC, não existe previsão a respeito da legitimidade ativa para a suscitação do incidente em questão, motivo pelo qual, conforme explica Assumpção, entende-se pela legitimidade ampla, uma vez que é possível, até mesmo, instauração de ofício.
Ainda considerando explicações do doutrinador Assumpção, não há preclusão temporal para tal suscitação: a única exigência é que seja suscitado ANTES do julgamento do recurso/reexame necessário/processo de competência originária.
Recebimento: Uma vez suscitado, o relator ouvirá o MP e, após, submeterá a questão à turma ou câmara competente. Caso o próprio MP seja o suscitante, não será ouvido. Em respeito ao contraditório, as partes que não suscitaram devem ser ouvidas antes da decisão do relator. Observe-se que não há previsão de prazo para a manifestação do MP e das partes, motivo pelo qual entende-se pela aplicação do previsto no art. 218, § 3º, do CPC.
Caso o relator não admita o incidente por ser manifestamente incabível (não preencher as hipóteses previstas no art. 949, parágrafo único, do CPC), proferindo decisão unipessoal, caberá agravo interno (art. 1.021 do CPC), sendo o processo levado ao órgão colegiado para decisão.
Submissão ao órgão colegiado: Caso o relator admita, submeterá ao órgão colegiado, o qual se manifestará sobre a admissibilidade do incidente. NÃO pode o órgão fracionário decidir o mérito do incidente, pois estaria violando o art. 97 da CF (cláusula de reserva de plenário), nos termos da Súmula n.º 10 do STF. Só PODE julgar o mérito caso declare a constitucionalidade, já que para tal decisão possui competência.
Rejeição: O colegiado por rejeitar devido a duas causas: 1. Inadmissibilidade (não cabimento) e 2. Improcedência (declaração de constitucionalidade – o que NÃO pode é declarar INconstitucionalidade).
Caso haja rejeição, prossegue-se ao julgamento da ação (DUPLA função: decisão da questão prejudicial e decisão sobre o recurso/reexame necessário). Da decisão de rejeição, Assumpção entende que NÃO cabe recurso.
Acolhimento: Caso seja acolhido o incidente, o plenário ou órgão especial julgará o incidente, restando o recurso/reexame necessário SOBRESTADO até seu julgamento definitivo.
Enquanto os autos estivem no plenário ou órgão especial, antes do julgamento, todos os legitimados ativos à propositura das ações de controle concentrado de constitucionalidade (art. 103 da CF) poderão se manifestar por escrito, apresentando memoriais e juntando documentos (art. 950, § 2º, do CPC).
Nos termos do art. 950, § 3º, do CPC, há possibilidade da participação do amicus curiae.
Observação: a decisão do órgão fracionário que julga procedente a arguição declara a norma inconstitucional, mas NÃO decide essa questão, pois é incompetente.
Julgamento: é preciso a presença da maioria ABSOLUTA dos juízes que compõem o tribunal pleno ou órgão especial, mas, para a decisão, basta maioria SIMPLES (segundo Assumpção, fls. 1350 e 1351 do livro “Manual de Direito Processual Civil, vol. único).
Qualquer que seja o resultado de mérito do incidente, o órgão julgador estará vinculado a ele, considerando-se que o julgamento que declara a constitucionalidade ou inconstitucionalidade passa a fazer parte do julgamento do recurso/reexame necessário.
O acórdão é irrecorrível.
 Quais são as espécies e a natureza jurídica do conflito de competência e a partir de quando o conflito se inicia? 
O conflito de competência trata-se de incidente processual previsto no art. 66 do CPC e pode ser dar de duas formas:
- Conflito positivo: trata-se de conflito em que dois ou mais juízes se consideram competentes para o julgamento da mesma causa (inciso I do art. 66,CPC).
- Conflito negativo: quando todos ou mais juízes se declaram incompetentes (inciso II do art. 66, CPC).
O inciso III do art. 66, do CPC, é tão somente uma especificação dos outros dois incisos antecedentes.
Observe-se que o conflito somente passará a existir a partir do momento em que dois ou mais juízes tenham proferido nos autos determinações divergentes.
 É possível conflito de competência entre órgão de hierarquias diferentes?
“É evidente que NÃO se pode falar em conflito de competência em hipóteses nas quais a divergência se verifica entre dois órgãos que mantenham uma relação de superioridade/inferioridade hierárquica. Nesses casos, o órgão que seja superior hierarquicamente julgará o processo”. (ASSUMPÇÃO)
Está previsto no art. 102 da CF a competênciado STF e, no 105, do STJ.
 Complete as lacunas com os órgãos competentes para julgamento do conflito de competência entre:
1. STF + Tribunal Superior =
Resp.: STF (art. 102, inciso I, alínea “o”, da CF)
2. STJ + Tribunal de Justiça =
Resp.: Não há propriamente um conflito, em razão da posição hierarquicamente superior do STJ
3. STJ + TRF =
Resp.: Não há propriamente um conflito, em razão da posição hierarquicamente superior do STJ
4. Juízo de 1º grau + Tribunal ao qual não pertença aquele juízo =
Resp.: TRT, caso seja juiz trabalhista + juiz estadual (Súmula 180 do STJ)
5. Juiz de 1º grau + Juiz de 1º grau (vinculados à mesma Justiça) =
Resp.: Tribunal de Justiça ao qual são vinculados
6. Juizado Especial Federal + Juízo Federal da mesma seção judiciária =
Resp: TRF (Súmula 428 do STJ)
7. Juizado Especial Estadual + Juízo Estadual do mesmo Estado =
Resp.: Tribunal de Justiça do Estado (CC 100.609/MG, STJ)
8. Juízo Federal + Juízo Estadual que esteja atuando com competência delegado =
Resp.: TRF (art. 109, § 3º, da CF)
 Qual o procedimento inerente ao julgamento do conflito de competência?
Legitimidade: A legitimidade para suscitar é ampla, prevista no art. 951, caput, do CPC.
Observe-se que o MP NÃO tem intervenção obrigatória no julgamento do conflito de competência, ex vi do at. 951, parágrafo único, do CPC.
Ainda, caso a parte já tenha suscitado conflito, não mais poderá suscitar (previsão do art. 952, caput, do CPC). Contudo, isso não obsta que a OUTRA parte suscite (art. 952, parágrafo único, do CPC).
Competência para julgar: a competência do STF está prevista no art. 102, inciso I, alínea “o”, da CF; já a do STJ, no art. 105, inciso I, alínea “d”, da CF.
Julgamento: Após suscitado por alguma das partes ou ex officio, dirigido ao presidente do tribunal competente de maneira fundamentada e instruída (obs.: instrução insuficiente é vício sanável).
O presidente distribui, o relator sobrestá o feito e indica o juízo que deverá praticar atos urgentes enquanto o incidente não for decidido (tanto em caso de conflito negativo, quanto em conflito positivo). Saliente-se que nem a suscitação nem quanto a indicação de juízo para atos urgentes NÃO impedirá que os atos já praticados deixem de gerar seus efeitos.
O relator pode decidir liminarmente, de forma monocrática (art. 955, parágrafo único, do CPC), decisão sobre a qual cabe agravo interno, no prazo de 15 dias (art. 1.021, caput, do CPC), tendo o órgão colegiado como competente para seu julgamento.
Sendo caso ou não de decisão monocrática do relator, ele ouvirá os juízes, ou apenas o suscitado (caso o conflito tenha sido suscitado por um dos juízes envolvidos). O relator determina o prazo de manifestação, mas, em sendo omisso, aplica-se a regra geral do NCPC que é de 5 dias.
O MP será ouvido como fiscal da ordem jurídica no prazo de 5 dias sempre que sua presença for necessária. Mesmo sem a manifestação do MP, o procedimento prossegue seu andamento.
Após o prazo do MP, caso seja julgamento monocrático, o relator prolatará sua decisão.
Caso não seja julgamento monocrático, o relator apresentará o conflito em sessão de julgamento.
No julgamento, o tribunal declarará qual o juízo competente, podendo ser, inclusive, diferente daqueles envolvidos no conflito. Além disso, decidirá sobre a validade dos atos praticados pelo juiz incompetente, levando em consideração o princípio da instrumentalidade das formas.
O julgamento é recorrível por embargos de declaração, recurso especial ou recurso extraordinário, mas a partir do momento do 1º julgamento os autos serão encaminhados para o juízo apontado como competente, com o prosseguimento regular do procedimento.

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