Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
30/11/2015 1 Resistência das plantas daninhas Como a planta “morre”? Ação dos herbicidas 2 3 Susceptibilidade Tolerância –Característica da espécie –Existe antes do uso do herbicida Suscetibilidade é uma característica inata de uma espécie, em que há alterações marcantes no crescimento e desenvolvimento da planta, como resultado de sua incapacidade de suportar a ação do herbicida (Christoffoleti et al., 2000). 2- Definições Tolerância é uma característica inata da espécie em sobreviver a aplicação de herbicidas na dose recomendada, que seria letal a outras espécies, sem alterações marcantes em seu crescimento e desenvolvimento. É uma característica que existe nas plantas antes mesmo da primeira aplicação do herbicida (Christoffoleti, 2004). 2- Definições Resistência é a capacidade adquirida de uma planta em sobreviver a determinados tratamentos herbicidas que, em condições normais controlam os integrantes da população (Vargas et al., 1999). Fatores: mutação, genes pré-existentes 30/11/2015 2 2- Definições Biótipo: um grupo de indivíduos dentro de uma espécie, com carga genética semelhante, porém pouco diferenciado da maioria dos indivíduos da população, que no caso de plantas daninhas resistente a herbicidas é caracterizado, normalmente, apenas pela característica genética que confere a característica da resistência (Kissmann, 2003). Mecanismo de ação: é a forma específica pela qual um herbicida interfere de modo significativo em determinado processo biológico (Christoffoleti et al., 2000). Resistência cruzada ocorre quando biótipos de plantas daninhas são resistentes a dois ou mais herbicidas, devido a um só mecanismo de resistência, portanto, resistente a todos os herbicidas que apresentam um mesmo mecanismo de ação (Christoffoleti, 2004). Tipos de resistência Resistência múltipla ocorre quando um indivíduo possui um ou mais mecanismo de resistência distintos que conferem o comportamento resistente a herbicidas com mecanismo de ação diferenciado (Christoffoleti, 2004). R R S S S S S S R R R R Chlorimuron Nicosulfuron Imazethapyr Test. 70 g/ha Test. Test.100 g/ha 100 mL/ha Fonte: Lopes-Ovejero, 2006 Resistência cruzada Resistência múltipla Leiteiro ALS e EPSPs - cloransulam-methyl, imazamox, imazaquin imazethapyr - glyphosate Trapoeraba Tolerante ao glyphosate ALGUMAS ESPÉCIES TOLERANTES A HERBICIDAS Losna-brava Leiteiro 30/11/2015 3 Capim-colchão Poaia-branca p Erva-quente Tolerante ao Roundup Corda-de-viola CRITÉRIOS PARA RELATO DE CASO DE RESISTÊNCIA 1. Atender a definição de Resistência; 2. Confirmação com protocolos com base cientifica; 3. Caracterização da herdabilidade da resistência; 4. Demonstração do impacto prático no campo; 5. Identificação botânica da espécie. Aplicação de herbicidas por vários anos Fonte: Adaptado de Santhakumar, 2003. Suscetível (99,009%) Resistente (0,001%) População inicial da espécie “X” População final da espécie “X” Suscetível (0,001%) Resistente (99,009%) 247 espécies 461 biótipos 86 culturas 103 monocotiledôneas 144dicotiledôneas 157 herbicidas 66 países 30/11/2015 4 30/11/2015 5 30/11/2015 6 Brasil 33Fonte: Adaptado de Heap, 2015Anos N ú m er o d e b ió ti p o s Chloris elata ORIGEM E EVOLUÇÃO DA RESISTÊNCIA - Gene pré-existente ou mutação - Pressão de seleção - Frequência gene - Herbicidas: residual, mecanismo.... - Práticas: rotação cultura e mecanismos. Previsão de evolução na taxa de resistência de azevem a glyphosate 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 Glyphosate todos os anos Glyphosate alternado com paraquat F re q ü ê n c ia d e r e s is tê n c ia FATORES FAVORÁVEIS A SELEÇÃO DE ESPÉCIES RESISTENTES (planta) - Diversidade genética - Dormência das sementes - Grande produção de propágulos - Densidade da planta daninha 30/11/2015 7 - Uso repetido do mesmo mecanismo herbicida - Herbicidas altamente específicos - Herbicidas com residual FATORES FAVORÁVEIS A SELEÇÃO DE ESPÉCIES RESISTENTES (produtos) PRESSÃO DE SELEÇÃO - Dose - Número de aplicações Herbicidas X pressão de seleção A Inhibition of acetyl CoA carboxylase (ACCase) B Inhibition of ALS (acetolactate synthase) C1 Inhibition of photosynthesis at photosystem II (Triazines) C2 Inhibition of photosynthesis at photosystem II (Ureas) C3 Inhibition of photosynthesis at photosystem II (Nitriles) D Photosystem-I-electron diversion E Inhibition of (PPO) protoporphyrinogen oxidase F1 Bleaching: Inhibition of carotenoid biosynthesis at the PDS F2 Bleaching: Inhibition of 4-hydroxyphenyl-pyruvate-dioxygenase F3 Bleaching: Inhibition of carotenoid biosynthesis (unknown target) G Inhibition of EPSP synthase H Inhibition of glutamine synthetase I Inhibition of DHP (dihydropteroate) synthase K1 Microtubule assembly inhibition K2 Inhibition of mitosis K3 Inhibition of cell division L Inhibition of cell wall (cellulose) synthesis M Uncoupling (Membrane disruption) N Inhibition of lipid synthesis - not ACCase inhibition O Synthetic auxins (action like indoleacetic acid) P Inhibition of indoleacetic acid action Z Unknown alta baixa Número de anos para desenvolver resistência MANEJO DA RESISTÊNCIA Herbicidas: alternar e associar mecanismos Planejar o controle (no ano e próximos anos) Rotação de culturas Usar outros métodos de controle (palhada) Modificação no sítio de ação Metabolização Absorção Translocação Super expressão da enzima Compartimentalização 7- Mecanismos que conferem a resistência 30/11/2015 8 7.1- Alteração do local de ação Alteração no DNA; Alteração do ponto de acoplamento. 7.1- Alteração do local de ação Planta suscetível Planta resistente Herbicida Enzima Herbicida Enzima 7.1- Alteração do local de ação Planta suscetível Planta resistente Herbicida Enzima Herbicida Enzima Exemplos: Euphorbia heterophylla Bidens pilosa Brachiaria plantaginea Cyperus difformis 7.2- Metabolização do herbicida Decomposição da molécula rapidamente pela planta resistente; Formas: hidrólise, oxidação e conjugação. Where R= Ala. Val. Leu. Asp. Glu. Phe. Trp. O CH2 C R O Cl Cl Amino acid conjugation O CH2 C R O Cl Cl OH Cl Cl ?? O CH2 C OH O Cl Cl side-chain oxidation sugar conjugation O CH2 C O O Cl Cl O OH OH OH CH2OH Glucose ester of 2,4 -D 2,4 - D2,4 - Dichlorophenol NIH Shift 2,4 - D -hydroxylase O CH2 C OH O Cl OH Cl 2,5 - D, 4 - OH sugar conjugation O CH2 C OH O Cl O Cl Glucose 2,5 - D, 4 - -glucoside O CH2 C OH O Cl OH Cl sugar conjugation O CH2 C OH O Cl O Cl glucose 2,3 - D, 4 - OH 2,3 - D, 4 - -glucoside METABOLISMO DE MOLÉCULAS HERBICIDAS 30/11/2015 9 P450 Herb Herb-OH Retículo endoplasmático UDP-glicose UDP Herb-O-glicose Herb-O-glicose GT Herb-Z GSH Herb-GS H Herb-GS ATP ADP+Pi GST VACÚOLO Cyt P450 MONOXIGENASE GLUTATIONA TRANSFERASE (GST) INIBIDORES DA ACCase INIBIDORES DA ALS FOTOSSISTMA II AUXINAS SINTÉTICAS EPSPs COOH-CH2-NH-P-OH O OH GLYPHOSATE NH2-CH2-P-OH O OH AC AMINOMETILFOSFÓNICO AMPA NH2-CH3 METILALANINA C-P LIASE C O H H FORMALDEIDO METILALANINA DEHIDROGENASE7.3- Redução da concentração no local de ação Armazenamento em locais inativos como vacúolo (compartimentalização); Quantidade que atinge o local de ação é reduzida, não sendo letal (absorção e translocação). Procópio et al. (2002) Cera epicuticular Estômato Euphorbia heterophyla Absorção 1 - volatilizar, 2 - permanecer sobre a superfície, 3 - penetrar, 4 e 5 – transporte. Translocação Translocação no biótipo resistente Translocação no biótipo suscetível Translocação 30/11/2015 10 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Folha de aplicação Perfilho plincipal Perfilho 2 Perfilho 3 Raízes Exsudação radicular 14 C- Gl yp ho sat e ( %) Resistente Sensível Ferreira et al (2006) Translocação de glyphosate em azevém resistente e suscetível. Detalhe de uma planta de azevém resistente, tratada com 2.280 g e.a. ha-1 de glyphosate, rebrotando aos 60 dias após tratamento com o herbicida – Vacaria/RS, 2004. Vargas et al., 2005 Folha de Aplicação 0 20 40 60 80 100 6 12 36 72 Tempo (horas) 14 C -G ly ph os at e (% ) R S DISTRIBUIÇÃO DO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE BUVA SUSCETÍVEL E RESISTENTE AO GLYPHOSATE Ferreira et al (2008) Caule 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 6 12 36 72 Tempo (horas) 14 C -G ly ph os at e (% ) S R DISTRIBUIÇÃO DO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE BUVA SUSCETÍVEL E RESISTENTE AO GLYPHOSATE Ferreira et al (2008) Parte aérea 0 5 10 15 20 25 6 12 36 72 Tempo (horas) 14 C -G ly ph os at e (% ) S R DISTRIBUIÇÃO DO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE BUVA SUSCETÍVEL E RESISTENTE AO GLYPHOSATEFerreira et al (2008) Raízes 0 5 10 15 20 25 6 12 36 72 Tempo (horas) 14 C -G ly ph os at e (% ) S R DISTRIBUIÇÃO DO GLYPHOSATE EM BIÓTIPOS DE BUVA SUSCETÍVEL E RESISTENTE AO GLYPHOSATE Ferreira et al (2008) 30/11/2015 11 Dinelli et al. (2006): Conyza canadensis translocação diferenciada do glyphosate entre os biótipos resistentes e suscetíveis super produção da enzima EPSPs rebrota das gemas Baerson et al. (2002) e Lorraine-Colwill et al (2002): Lolium rigidum Translocação diferenciada Super produção da enzima EPSPs DIAGNÓSTICO DA RESISTÊNCIA A CAMPO Produto, dose, época ou estádio de aplicação, calibração, volume de calda, adjuvantes, tipo de bicos e condições ambientais foram adequados? As falhas de controle foram para uma espécie apenas? As plantas não são resultado de reinfestação? O controle insatisfatório de plantas daninhas não significa que seja resistência. Histórico da área, herbicida….? O herbicida em questão vem perdendo eficiência? Há casos de plantas resistentes a este herbicida? O herbicida não perdeu eficiência sobre outras espécies? Produto Dose Bicos Falhas Inicialmente ocorrem “falhas” na forma de reboleiras Falhas Mesma espécie? Conyza bonariensis Planta resistente Planta suscetível 30/11/2015 12 Conyza bonariensis Planta suscetível Planta resistente Aplicação de glyphosate em mistura com graminicidas para controle de biótipo resistente de Lolium multiflorum. Capão bonito/RS - 2004 Galli et al., s.d Quadro 4 – Risco de evolução da resistência, de acordo com as práticas de cultivo Risco de resistência Opção de manejo Baixo Médio Alto Mecanismo herbicida usado Mais que dois Dois mecanismos Um mecanismo Mistura de herbicidas Mais que dois mecanismos Dois mecanismos Um mecanismo Método de controle Cultural, mecânico e químico Cultural e químico Químico Rotação de cultura Completa Limitada Nenhuma Infestação Baixa Média Alta Controle nos últimos três anos Bom Declinando Ruim Fonte: Adaptado de HRAC (1998d). Estratégias para o manejo da resistência de plantas daninhas a herbicidas Rotação de culturas; Manejo apropriado dos herbicidas; Prevenção da disseminação de sementes através do uso de equipamentos limpos; Evitar a introdução de sementes de plantas daninhas resistentes; Monitoramento da evolução inicial da resistência; Controle de plantas daninhas suspeitas de resistência antes que as mesmas produzam sementes; Seguir as instruções constantes na bula com relação a dose e época de aplicação; Utilizar outros métodos de controle, além do uso de herbicidas; Adoção de cultivares transgênicas; Empregar sementes certificadas; Utilização de herbicidas não seletivos na pré-colheita; Utilizar técnicas de agricultura de precisão para mapear as áreas com a presença de plantas daninhas; Utilizar o MIPD. Predição do surgimento da resistência de plantas daninhas aos herbicida “A” e “B” quando aplicados continuamente isolados, em rotação ou em misturas Fonte: Powles et al., 1997 citado por Merotto Jr, 1998
Compartilhar