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Giardia lamblia, Trichomonas, Ectoparasitos de importância médica

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Giardia lamblia
Protozoário flagelado que parasita o intestino dos mamíferos, inclusive de seres humanos. Nos seres humanos, costuma parasitar o intestino delgado, principalmente em segmentos de duodeno e jejuno. Presente em todo o mundo com maior prevalência em regiões tropicais e de clima temperado
Morfologia
As giárdias existem em duas formas: Os trofozoítos tem forma de pêra e são móveis, possuindo quatro pares de flagelos e dois núcleos, face dorsal lisa e convexa, face ventral côncava, disco ventral ventosas; enquanto os cistos são arredondados, com dois ou quatro núcleos, numero variável de fibrilas (axonema), imóveis, mas por essas condições, se tornam mais resistentes e com maior potencial patológico. 
A reprodução dos trofozoítos é assexuada - por divisão binária longitudinal- e têm a capacidade de variar as suas proteínas de superfície, evadindo o sistema imunitário.
Ciclo biológico 
Primeiramente ocorre a ingestão do cisto (forma infectante), onde inicia o seu desencistamento no estomago (meio acido) e termina no duodeno e jejuno passando para sua forma ativa, o trofozoíto. Os trofozoítos têm proteínas de adesão às células da mucosa e geralmente não são arrastados com as fezes. Estes então, colonizam o intestino delgado, fazendo diversas divisões binárias, podendo assim causar uma inflamação na mucosa intestinal, resultando em diarréia. Alguns trofozoítos transformam-se em cistos, não região do ceco, que são formas resistentes mas inativas, que são arrastadas e excretadas com as fezes. No exterior, os cistos resistem por algumas semanas até aproximadamente 2 meses.
Transmissão
- Alimento e águas contaminados com cistos maduros; Locais de aglomeração humana; Pessoa-Pessoa
Imunidade
O desenvolvimento de resposta imune tem sido sugerido a partir de evidencias, tais como: Natureza auto limitante da infecção; Detecção de anticorpos específicos ; Participação de monócitos citotóxicos na modulação da resposta; Maior susceptibilidade de indivíduos imunocomprometidos; Ocorrência de infecções crônicas em animais com resposta humoral comprometida.
Após o desencistamento, trofozoítos na luz intestinal tornam-se aderentes ao epitélio e podem invadir a mucosa quando encontram os macrófagos que são espontaneamente citotóxicos para os parasitos. 
Sintomatologia
A giardíase apresenta um espectro clinico diverso, que varia desde indivíduos assintomáticos até pacientes sintomáticos que podem apresentar um quadro de diarreia aguda e autolimitante ou um quadro de diarreia persistente com evidencias de má absorção e perda de peso. Aparentemente essa variabilidade é multifatorial e tem sido atribuída a fatores associados ao parasito (cepa, numero de cistos ingeridos) e ao hospedeiro ( resposta imune, estado nutricional, ph do suco gástrico, associação com a microbiota intestinal).
Patogenia
Maior suscetibilidade menores de 5 anos, pacientes com hipogamaglobulinemia e deficiência de IgA.
Lesão da mucosa: mecanismo não conhecido
Síndrome da má absorção: Deficiência na absorção de vitaminas B12, A, D, E, K , ferro e gorduras.
Diarreia com esteatórreia, além de desconforto abdominal, cólica, inflamação catarral do duodeno, diarréia aquosa com odor fétido.
Diagnostico
Clínico: Crianças de 8 meses até 10-12 anos diarréia com esteatorréia
Laboratorial: 
1- Parasitológico: encontro de cistos ou trofozoítos nas fezes - método de Faust e cols. , Hematoxilina férrica
2-Imunológico : ELISA, Imunofluorescência indireta.
Epidemiologia
1-Encontrada em todo o mundo; 2- No Brasil varia de 4-30% a prevalência sendo mais comum em crianças de 8 meses até 12 anos; 3- Ingestão de cistos provenientes de água da rede pública, ou água superficial de riachos ou reservatórios não tratados ou insuficientemente tratadas; 4- Cistos são muito resistentes; 5- Transmissão sexual oral-fecal; 6- Frequentemente encontradas em ambientes coletivos (Creches, enfermarias, orfanatos, domicílios); 7- Portadores assintomáticos (manipuladores de alimentos).
Profilaxia
Medidas de higiene pessoal; Saneamento básico; Proteção dos alimentos e tratamento de água; Identificação e tratamento dos doentes infectados.
Trichomonas
Trichomonas vaginalis
Protozoário flagelado causador da tricomoníase, que constitui uma doença venérea cosmopolita incidente em proporções elevadas em mulheres adultas. 
- DST não viral mais comum no mundo com mais de 170 milhões de casos novos anualmente. Sua incidência depende de fatores como idade, número de parceiros sexuais, atividade sexual. Possui maior prevalência entre grupos socioeconômicos mais baixos. Não forma cistos.
Transmissão vertical (mãe-feto)
Hbitat: trato genourinário.
Morfologia
Não possuem cistos, portanto os trofozoítos tem forma elipsóide ou oval polimórfica, possuem pseudópodes para capturar alimentos e fixação, além de 4 flagelos livres na região anterior, Membrana ondulante, Axóstilo (estrutura rígida e hialina), Núcleo próximo a região anterior. Organismo anaeróbio facultativo, não tem mitocôndria, hidrogenossomo, metabolismo: glicose, glicogênio, etc. 
Ciclo: reproduzem- se por divisão binaria longitudinal.
Transmissao:
 Transmitido através de relação sexual, podendo sobreviver mais de uma semana sob o prepúcio do homem sadio. A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto.
Água de banho, roupas molhadas, sanitários, etc
Vida média - secreção vaginal: 6hs; Água: 2hs 
Patologia
PROBLEMAS RELACIONADOS A GRAVIDEZ: Baixo peso, parto prematuro, natimorto e morte neonatal.
PROBLEMAS RELACIONADOS A FERTILIDADE: duas vezes maior risco de infertilidade em mulheres com história de tricomoníase.
Patogenia: facilitada por alterações da flora bacteriana, aumento do pH, descamação excessiva, etc. Acarretadas por alterações hormonais, inflamações, etc
a) Forma assintomática - + comum homens: subclínica e benigna
b) Forma sintomática - + comum mulheres: vaginite (corrimento vaginal fluido abundante de cor amarelo-esverdeada, de odor fétido, mais frequente no período pós-menstrual). Prurido ou irritação vulvovaginal de intensidade variável.
PESSOAS INFECTADAS POSSUEM MAIOR RISCO DE ADQUIRIR HIV –
TRANSMISSÃO DO HIV: O Trichomonas aumenta a resposta inflamatória local (linfócitos TCD4+), aumentando a chance do vírus se ligar e ganhar acesso ao corpo. Provoca pontos hemorrágicos na mucosa, permitindo o acesso direto do vírus a corrente sanguínea.
Mecanismos de patogênese 
1-Interação entre T. vaginalis com seu hospedeiro 
Adesão das moléculas de superfície ATRAVÉS de Adesinas, - cisteíno-proteases, integrinas, cell detachingfactor(CDF) e glicosidases
2- Cisteino-proteases: Citotóxicas e hemolíticas apresentado capacidade de degradar IgG, IgM e IgA. 
A expressão dessas moléculas é modulada pelos níveis de cálcio e ferro do hospedeiro.
Diagnostico
Clínico: Difícil (confundido com outras DSTs)
Laboratorial: 
1- Parasitológico (encontro de trofozoítos no material uretral ou vaginal) exames após cultivo em meios de cultura ( Johnson & Trussel, Diamond)
2-Imunológico para pacientes assintomáticos.
Trichomonas tenax
- Flagelado que habita a cavidade bucal
- Fisiologia similar ao T. vaginalis
- Menor que o T. vaginalis, três flagelos livres, núcleo arredondado.
- Vive no tártaro, nas cáries, e/ou nas lesões ulcerativas ou purulentas.
- Não patogênico
TRANSMISSÃO: Saliva
CONTROLE: Higiene dentária e pelo tratamento de cáries ou focos inflamatório
Pentatrichomonas hominis
-Flagelado que habita o trato intestinal humano
-Cinco flagelos livres, núcleo arredondado
-Menor que o T. vaginalis
-Vive no intestino delgado e grosso
-Não patogênico
TRANSMISSÃO: Ingestão de alimentos e água contaminados com trofozoítos ; Fecal-oral
Ectoparasitos de importância médica
Classe Insecta
 Ordem Anoplura (piolhos):
* Pediculus capitis, Pediculus humanus (pediculose),
* Pthirus pubis (ftirose)
 Ordem Siphonaptera (pulgas):
* Tunga penetrans (tungíase)
* Pulex irritans (pulga do homem)
* Xenopsylla cheopis (pulga do rato)
Ordem Siphonaptera(pulgas)
Medem cerca de 1 a 3 mm, possuem o corpo estreito achatado lateralmente, cor castanho, são ápteros (sem asas), aparelho bucal – picador sugador, numerosa cerdas- taxonomia, são ctenídeo (cabeça e junto ao aparelho bucal).
IMPORTANCIA: esses organismos podem atuar como parasitos provocando espoliação sanguínea, irritação da pele (picada e saliva), lesões cutâneas; como transmissores (vetores) podem veicular patógenos – bicho de pé, transmissão da Yersinia pestis, viroses e outras doenças bacterianas; como Hospedeiro intermediário – Cestoda.
Cada espécie de pulga tem um hospedeiro próprio contudo na falta podem sugar outro animal. Daí a possibilidade de transmissão de peste e outras doenças ao homem. 
Ciclo Biológico
Após a fecundação, a fêmea necessita de repasto sanguíneo para começa a ovipor. As fases evolutivas da pulga são: ovo, larva, pupa e adulto. São, portanto, insetos que possuem metamorfose completa – holometábolos. A eclosão dos ovos ocorre dentro de 1 a 3 dias em temperaturas de 23-26C e umidade relativa do ar elevada. A larva III tece um casulo em volta de si, após imobilização e esvaziamento dos intestinos para transformar-se em pupa. Em condições normais, o período de pupa ate a libertação do adulto demora cerca de 5-10 dias. 
Principais espécies 
Xenopsylla sp. : Pulga dos ratos domésticos e comensais. É cosmopolita e a principal espécie transmissora de peste bubônica (Yersinia pestis – bactéria).
Forma bubônica: linfadenomegalia; Forma pulmonar: broncopneumonia piogênica hemorrágica ; Forma septicêmica: com disseminação rápida sem sinais de localização.
Yersinia pestis
- Bacilo Gram-negativo, encapsulado e imóvel.
- Aeróbio e anaeróbio facultativo, altamente patogénico 
- Contém externamente a molécula (LPS) endotoxina levando à produção de citocinas que produzem vasodilatação excessiva com risco de choque séptico e morte.
Tunga penetrans (bicho-de-pé)
È a menor pulga (1mm). Apesar de ambos os sexos serem hematófagos, somente as fêmeas penetram na pele do hospedeiro, alimentando-se de líquidos tissulares e sangue e se enchendo de ovos (na região do abdomem), tomando uma forma hipertrofiada, denominada neosoma. Responsável pela tungiase.
- Hospedeiros: porco, homem, cão e gato
- Hábitat: chiqueiros, esterco
- Transmissao: Fêmea grávida penetra ativamente na pele do homem onde ocorre desenvolvimento dos ovos, que são eliminados como balas de canhão.
- Patogenia: Provoca irritação no local que se manifesta por prurido intenso e “agulhadas”, eventualmente a lesão pode ser foco de infecções bacterianas secundárias (abcessos e supuração) e porta de entrada para tétano e micoses.
- Tratamento: Desinfecção do local com álcool iodado e com uma agulha esterilizada fazer uma dilacerações na pele e a retirada do bicho de pé - Parasitismo múltiplo: pomada mercurial.
- Diagnostico: Inspeção da lesão: pequeno tubérculo como uma ervilha, com um pequeno ponto central característico que é o ultimo segmento abdominal da pulga.
- Controle: Limpeza no interior das habitações (chiqueiros); Métodos químicos: uso de vários inseticidas (reguladores de crescimento –IGRs, organofosforados); Calçados e luvas ao trabalhar com estercos; vacinação antitetânica.
Pulgas – controle
- Animais domésticos: Catação manual do parasito; Lavagem da pelagem; Escovação e penteação frequentes; Uso de coleiras, xampus, talcos, sabão.
- Habitações: Varreção, Uso de aspirador de pó; Lavagem piso dos domicílios; Lavagem frequente cama do animal;
- Peridomicílio: Impedir veiculação de esterco como adubo; Varreção; Manejo da vegetação e do solo; Impedir contato de animais com outros “vadios”.
- Uso de inseticidas (reguladores de crescimento –IGRs, organofosforados)
 
Ordem Anoplura (piolho)
Ectoparasitos do homem
Importância: hematofagia, dermatite (reação do hospedeiro)
Transmissão de patógenos:
Tifo exantemático: Rickettsia prowazekii (fezes e esmagamento dos piolhos)
Febre das trincheiras: Bartonella Quintana (emergente Paris, EUA, Japão – picada e fezes do
piolho do corpo)
 Febre recorrente: Borrelia recurrentis (esmagamento do inseto- dedo ou dente)
Apresentam metamorfose incompleta: paurometabolia. Fases: Ovo- Ninfa- Adulto.
Ovos (lêndeas): São postos na base dos pêlos (Pediculus capitis) e nas dobras das roupas (Pediculus humanus), Operculados, Coloração branco-amarelada 0,8 mm /0,3mm, possuem uma substancia cementante produzida pelas fêmeas. Lêndeas mortas ou eclodidas – (0,7 cm do cabelo). 
As ninfas: tem um desenvolvimento gradual, vivem no mesmo ambiente e têm o mesmo hábito alimentar dos adultos.
Adultos: presença de antenas, ápteros, possuem corpo (achatado dorso-ventralmente), cabeça tórax e abdome, Pernas fortes e Garras – pinça aderir ao pêlo.
 Pediculose
Consiste na infestação por piolhos sugadores, podendo acometer tanto o couro cabeludo quanto o corpo. 
- Agente Etiológico: P. capitis (piolho da cabeça- vive 40 dias) P. corporis (piolho do corpo ou muquirana- vive ~ 3 meses).
- Mecanismo de transmissão: Piolho da cabeça- pessoa a pessoa, Piolho do corpo – pelas roupas; Indireta: fômites (pentes, escovas, bonés, gorros, etc.) – limitada; Temperatura, odor, umidade: mudança de hospedeiro. 
- Patogenia e sintomatologia: Reação inflamatória discreta à picada do piolho, com formação de pequenas pápulas pruriginosas
P. capitis – lesões no couro cabeludo
P. corporis – lesões no dorso, axilas, nádegas e coxas.
- Prevalência: P. humanus: ↑ adultos (prostitutas, mendigos, prisioneiros); P. capitis: ↑ crianças e jovens (1- 5 anos e 6 a 13 anos).
Sexo feminino é o mais afetado. Apesar da pediculose não esta relacionada com o tamanho dos cabelos e sim com o diâmetro e espessamento entre os fios.
- Diagnóstico: Encontro dos ovos (lêndeas) ou insetos adultos (P.capitis) ou roupas (P.corporis).
- Tratamento: Pediculose do corpo - mergulhar as roupas em agua fria contendo formol; aquecimento das roupas a 70°C, por 1 hora;
 Pediculose do couro cabeludo- controle natural: catação manual, penteação frequente, ar quente, raspagem da cabeça, corte curto do cabelo – 8mm; óleos, cremes e vaselina; controle químico: Escabin (Deltametrina)
Pendiculose pubiana: 
Agente etiológico: Phtirus pubis (Chato) - Tórax e abdome com aspecto fusionado, 3 pares de pernas com ganchos, Sem asas. 
- Mecanismo de transmissão: contato sexual.
- Patogenia e sintomatologia: Irritação mecânica devido à picada do P. pubis, com intenso prurido na região pubiana.
- Diagnóstico: Encontro de P. pubis na região pubiana
Controle
P. capitis: cortar os cabelos mais curtos, favorecer a higiene (lavação), e catação, uso de secadores (matar lêndeas).
 P. humanus: mergulhar toda as roupas em água fervente ou contendo inseticida (fosforado, carbamato, piretróide)
P. pubis: reduzir o tamanho dos pêlos pubianos, lava-los bem.

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