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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 1 Projeto Econômico Financeiro Aula 3 Professor Fernando Eduardo Kerschbaumer CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 2 Conversa Inicial Olá querido aluno, esta é a nossa terceira aula de Projeto Econômico Financeiro! Seja bem-vindo a mais um encontro, fique à vontade! E sempre retome o conteúdo que você ficar em dúvidas. Com os conhecimentos que já adquirimos sobre projetos e investimentos, agora vamos poder entender um pouco mais sobre orçamento empresarial, e a sua importância no contexto da análise de projetos. Ao longo desta aula vamos conversar sobre o orçamento empresarial, entendendo os seus objetivos e compreendendo suas etapas, que incluem gestão e o conhecimento dos cenários onde o negócio será realizado. Também vamos conversar sobre as etapas do processo orçamentário, que envolvem planejamento; marketing; suprimento, produção e estocagem; investimentos; RH e finanças. A etapa financeira será detalhada, para que possamos ter uma visão maior sobre a identificação e influência do preço de venda; gastos; custos; demonstrações contábeis projetadas e indicadores. Por fim, falaremos de controle orçamentário, para poder dar ênfase aos meios de gerenciamento que possibilitem utilizar todas as ferramentas que estão sendo geradas, e para que os resultados possam ser assegurados. Bons estudos!!! Vamos dar início a nossa aula conferindo as palavras a seguir do professor Fernando? Veja no material online! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 3 Contextualizando Ao longo de nossas aulas anteriores conversamos sobre a estruturação de projetos e como eles ajudam os investidores na tomada de decisão, uma vez que estruturam todo o conjunto que irá levar aos resultados financeiros esperados. Ainda, vimos que esses projetos deverão ser analisados seguindo técnicas de avaliação de investimentos como VPL, TIR e Payback, que irão indicar quais as melhores propostas de projetos para o perfil do investidor. Para que possamos chegar aos valores que serão analisados pelo investidor é necessário precificar os elementos que compõem o projeto, chegando ao seu orçamento, que corresponde ao planejamento de todas as entradas e saídas de valores do projeto. O orçamento deve ser imparcial, ou seja, deve conter todos os valores que irão influenciar nos resultados, portanto, depende de uma elaboração criteriosa que irá englobar os planejamentos de: marketing; suprimento, produção e estocagem; investimentos; RH e finanças. A importância do orçamento é fácil de visualizar, pois irá caracterizar um plano financeiro que contemple todas as despesas e gastos do projeto, indicando também os custos diretos e indiretos, possibilitando entender a demanda por capital. O plano financeiro também gera as demonstrações contábeis projetadas, que permitirão compreender os resultados propostos pelo projeto, e ainda proporcionam o cálculo de indicadores que irão facilitar a análise e a tomada de decisão sobre o investimento. A determinação do preço de venda também será realizada com o apoio do orçamento, pois os custos poderão ser analisados, com suas respectivas influências, e as margens de contribuição poderão ser projetadas e testadas para garantir que os objetivos sejam realistas. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 4 Para garantir que o orçamento realmente seja executado de acordo com o planejamento, após a elaboração e aprovação do orçamento deve ocorrer o controle orçamentário, criando meios para a avaliação de desempenho que permitam corrigir a execução ou mesmo erros de planejamento, considerando também as variações que ocorreram no ambiente externo do projeto. Esses elementos vão nos permitir entender que como estamos tratando de investimento e retorno, é preciso planejar e controlar todas as variáveis financeiras de nosso projeto. Com isso, poderemos ter resultados muito próximos do que foi projetado. O professor Fernando contextualiza a aula de hoje, acompanhe no material online! Pesquise TEMA 1: Orçamento empresarial Para dar início a esta nossa conversa, temos que responder à questão: O que é orçamento? Sempre que realizamos a estimativa de despesas e receitas com algo, estamos realizando um plano orçamentário. Isto significa que, tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem fazer um orçamento, pois ambas frequentemente precisam entender as receitas e despesas de atividades específicas. Para as organizações, o plano orçamentário é imprescindível para o planejamento das ações futuras, pois é ele que irá demonstrar a viabilidade do empreendimento, bem como irá permitir o aprimoramento estratégico para que os objetivos estipulados sejam atingidos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 5 Padoveze e Taranto (2009) apresentam a seguinte definição para orçamento: “Em poucas palavras, podemos definir orçamento como o ato de colocar à frente aquilo que está acontecendo hoje. Mais especificamente, é a expressão quantitativa de um plano de ação, que se caracteriza como um modelo de programação de atividades. A expressão quantitativa se dá pela quantificação máxima possível de todos os elementos que farão parte dos programas constantes do plano de ação e pela mensuração econômica desses elementos quantificados.” Caracterizando o orçamento como um plano de ação futura, podemos entender que estamos antecipando a visualização de resultados pretendidos, e que com isso vamos ter suporte à tomada de decisão. Temos ainda que o orçamento é uma extensão do planejamento, uma vez que o planejamento irá definir como serão executadas as atividades, e o orçamento, por sua vez, irá demonstrar o esforço financeiro necessário para se atender ao planejamento. Algumas outras definições de Padoveze e Taranto (2009) permitem um entendimento melhor para complementar o conceito de orçamento: “(1) é formal, pois deve atingir toda a hierarquia da empresa, desde a cúpula até o menor nível de comando hierárquico; (2) reproduz as estruturas existentes, bem como as estruturas planejadas que afetarão o período orçamentário; (3) deve obedecer rigidamente a estrutura contábil de planos de contas, centros de custos, despesas e receitas; (4) deve ser incorporado ao sistema de informação contábil por meio de lançamentos orçamentários; (5) deve segmentar o período anual em seus 12 meses, não devendo existir orçamentos trimestrais, já que a apuração de resultados empresariais deve ser, no mínimo, mensal; e (6) deve consolidar e finalizar as demonstrações financeiras básicas – demonstração de resultados, balanço patrimonial e fluxo de caixa -, sendo complementado pelas análises financeira e de rentabilidade.” Diversos termos são utilizados de maneira similar ao longo deste nosso conteúdo, eles ainda são similares e podem ser confundidos. Padoveze e Taranto (2009) os apresentam. Veja a seguir! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 6 Previsão Conhecer com antecipação, prever, conjecturar. Plano Exposição ordenada dos objetivos de um empreendimento qualquer. Planejamento Determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, bem como coordenação dos meios e recursos para atingi-los. Programação Estabelecer um programa, um plano a ser seguido. Projeção Delinear a distância. Orçamento Cálculo dos gastos com a realizaçãode qualquer obra; cálculo prévio das receitas e despesas; ação de calcular, computar, estimar. Simulação Ação de dar aparência de realidade; de fazer o simulacro. Todas essas definições nos levam a perceber a importância do orçamento, como parte de um conjunto que compõe todas as informações do projeto, e que irá demonstrar as informações financeiras que vão impactar nos resultados. Vamos entender um pouco mais sobre este assunto com o professor Fernando no material online?! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 7 TEMA 2: Objetivo do orçamento Como já vimos em nosso tema anterior, o orçamento empresarial permite a antecipação de visualização das informações financeiras da organização, ou seja, irá projetar o resultado futuro através das receitas e despesas de um projeto. É necessário que esta projeção seja feita com critérios para que o todo do projeto seja contemplado, formando uma sincronia entre as diversas áreas que influenciam nos resultados, proporcionando algo que além de ser possível de ser atingido, ainda terá uma progressividade em relação a um objetivo único e comum a todos os esforços aplicados. As funções básicas da administração são apresentadas como parte importante do orçamento, pois elas irão delinear todo o processo que garante o atingimento de objetivos. Essas funções englobam Planejamento, organização, direção e controle (Chiavenato, 2009). Esta definição das funções básicas da administração vem do termo em inglês PDCA: P- Planejar (plan). D- Executar, fazer (do). C- Monitorar, verificar (check). A- Ação, controle (act). O planejamento corresponde a uma projeção, onde vamos olhar a partir do momento atual, os meios para chegarmos a um momento futuro. Para isso é necessário que sejam estabelecidas corretamente as metas ou objetivos do projeto e do orçamento. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 8 Quanto maior o nível de detalhes no planejamento, maior será o direcionamento a estas metas e, portanto, os riscos poderão ser interpretados e desviados. Como estamos olhando um cenário futuro com base no nosso cenário atual, precisamos desses detalhes para compreender as possíveis modificações que devem ocorrer. No planejamento vamos identificar as oportunidades e as ameaças que envolvem este cenário, sendo que as oportunidades correspondem aos pontos positivos que devemos aproveitar, e as ameaças correspondem aos pontos negativos, para os quais devemos criar estratégias para desviá-las. O planejamento irá gerar um plano de ação, que quando seguido resultará no objetivo do projeto, portanto deve ser elaborado de maneira clara e imparcial, para que seja utilizado como um guia para a execução das tarefas. Com base no planejamento será realizada a execução, que precisa de organização e direção, para que possa conduzir ao cumprimento das metas. Nesta fase as tarefas estipuladas devem ser realizadas de acordo com o que foi planejado. Para garantir que a execução aconteça de acordo com o que foi planejado, é necessário que se criem meios para controle e ação, onde o desempenho deve ser constantemente medido, para que o direcionamento continue rumo aos objetivos e metas estipulados. Na medição de desempenho, teremos o feedback ou retroalimentação, que é o retorno das informações dos resultados obtidos para regular as ações futura, ou seja, ao longo do acompanhamento podem ser identificados problemas na execução ou até mesmo no planejamento que precisem ser corrigidos. Os erros de execução são facilmente identificáveis, pois estamos comparando com a linha de base que é o planejamento. Se a execução não estiver exatamente de acordo com o planejamento, deve-se buscar as ações corretivas. Quanto ao planejamento, as falhas de elaboração podem ser um pouco mais difíceis de serem identificadas, mas precisam ser corrigidas. É importante CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 9 lembrar também que correções no planejamento podem ser necessárias em razão do ambiente ser dinâmico, e estar em constante transformação, portanto, o que foi planejado muitas vezes pode demandar melhorias em razão dessas modificações do ambiente. A figura a seguir apresenta o ciclo de vida de projetos, e nos indica esta sequência entre planejamento, execução e controle, gerando ações corretivas ou preventivas sobre a execução e o planejamento: Com estes conceitos, podemos entender que para toda execução é necessário primeiro que ocorra um bom planejamento, que contemple todos os elementos que irão influenciar nos resultados, e que esta execução precisa ser monitorada e controlada, para que o direcionamento aos objetivos seja garantido. O professor Fernando explica melhor sobre o objetivo de orçamento, vamos conferir? Confira no material online! CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 10 TEMA 3: Etapas do processo orçamentário Agora que temos os princípios básicos sobre o orçamento e seus objetivos em nossas mentes, vamos entender como o orçamento é elaborado, quais as partes que o compõem, e a importância de cada uma delas para as respostas que precisamos ao final do processo orçamentário. Inicialmente devemos relembrar que o orçamento é decorrente de todo um planejamento de projeto que deve contemplar os princípios gerais do planejamento, as diretrizes que orientam sua elaboração, os cenários de mercado que são simulados para o futuro, as premissas e o pré-planejamento, para então chegar à etapa operacional, onde são desenvolvidos os planos para realização das atividades da organização, e com este ser possível elaborar o plano financeiro. A tabela que você confere na tela a seguir representa esta sequência de elaboração do orçamento. Vamos lá? CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 11 Considerando os elementos da figura anterior, percebemos que a lição de casa envolve as bases para a elaboração do planejamento, onde identificamos os elementos que envolvem as oportunidades e as ameaças previamente identificadas, bem como onde direcionamos os objetivos e definimos as premissas para a elaboração. No que diz respeito a cenários, é extremamente importante que o gestor identifique todos os elementos do ambiente externo da organização, que envolvam as características econômicas, tecnológicas, políticas, legais, culturais e demográficas, as quais influenciam nos resultados do mercado onde o projeto deve ser inserido. Desta forma, quando identificamos os elementos que podem influenciar o projeto, sejam eles variáveis (com dados estatísticos que permitam projeções) ou pré-determinados (sem valores de histórico; que serão apontados como possibilidades), é feita a leitura e análise desses indicadores para descrever como será a possibilidade de cenário futuro. Como esses fatores podem ocorrer ou não, a descrição de cenários é feita considerando três situações. Portanto, teremos o cenário mediano, o cenário otimista e o cenário pessimista. A análise do projeto deve ocorrer considerando as três situações, para que se interprete e crie estratégias para garantir os resultados em qualquer uma delas. Uma vez elaborados os elementos iniciais, a etapa operacional deve ser planejada, sendo esta etapa muito importante, pois é dela que são extraídas as informações que vão garantir o entendimento das atividades e dos custos a ser realizados ao longo do projeto. Na etapa operacionalserão abordados o plano de marketing, o plano de suprimento de produção e estocagem (PSPE), o plano de investimentos e o plano de recursos humanos. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 12 O plano de marketing envolve todos os elementos que envolvem a venda dos produtos ou serviços, como quantidade, preço, posicionamento, e demais itens que da comercialização, que irão proporcionar o faturamento da organização. Os processos produtivos são detalhados no plano de suprimento, produção e estocagem (PSPE) com a finalidade de obter o custo de produção, suprimentos necessários, logística de entrada e saída, bem como níveis de estoque e estratégias de produção. Ele proporciona os custos diretos envolvidos no projeto. Para identificar os investimentos necessários à estrutura e à capacidade produtiva, o plano de investimentos no ativo não circulante será realizado, enquanto o plano de recursos humanos apresentará as demandas de pessoal e a estrutura organizacional com as identificações de treinamentos e outras necessidades, apresentando os custos com todos estes elementos, principalmente com salários e encargos. Por fim, na etapa financeira, teremos o plano que irá apresentar o cálculo de todos os elementos obtidos nas etapas anteriores, demonstrando os custos e despesas envolvidos para a produção, vendas e administração. A ligação de todos os elementos de custos e despesas, com as receitas e com os investimentos em ativos fixos proporciona a elaboração dos demonstrativos contábeis projetados, que vão permitir a posterior análise dos resultados. Há uma ligação muito forte do orçamento com o projeto, por isso você deve estar percebendo similaridade desse conteúdo com o que foi tratado quando falamos sobre os projetos e suas características. De fato, o projeto é a base que alimenta o orçamento, e o orçamento é a organização financeira dos elementos estruturados no projeto. O resultado final do processo orçamentário demonstra, portanto, todo o fluxo financeiro do projeto, com as respectivas entradas e saídas de valores, constituindo uma projeção da situação futura da organização planejada. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 13 O professor Fernando explica no material online um pouco mais sobre as etapas do processo orçamentário. TEMA 4: Etapa financeira A etapa financeira é decorrente ou consequência da boa elaboração das demais etapas orçamentárias. Ela busca as informações dos demais orçamentos, para ordenar e compor os demonstrativos contábeis projetados que demonstram de forma monetária os elementos do projeto. Para que a etapa financeira seja bem-sucedida, é imprescindível atender ao que já viemos conversando, sobre ter imparcialidade das informações na composição de todas as etapas do orçamento, pois assim conseguiremos ter precisão no conjunto financeiro que será apresentado. Diversas são as variáveis financeiras que vão influenciar nesta composição, para chegar aos demonstrativos projetados, e por isso vamos abordar os principais itens, a fim de proporcionar uma visão mais ampla sobre a etapa financeira. Preço de Venda O preço corresponde ao elemento fundamental que irá gerar receita (entrada) financeira à organização, quando multiplicado pelo volume de vendas, gerando caixa para o pagamento dos gastos (desembolso ou saídas) de todas as atividades da organização. Portanto, é a referência para a negociação de troca dos produtos ou serviços comercializados. Quando encontramos o termo valor, precisamos cuidar para não confundir, pois valor é um conceito subjetivo que o cliente atribui ao produto ou serviço em razão de seu grau de utilidade (Dubois et. al, 2009 apud Macedo e Corbari 2014). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 14 O preço acaba sendo uma resposta deste conceito de valor, pois corresponde à aceitação e ao interesse que o produto gera ao cliente. O mesmo produto pode ter valor diferente em condições diversas. Por exemplo, uma garrafa de água mineral que pode custar R$ 1,00 no supermercado, R$ 3,00 em uma lanchonete e R$ 5,00 em uma festa, poderia valer muito mais em um deserto. Os gestores buscam maximizar os lucros através de seu preço de venda, e assim aperfeiçoar o retorno sobre o capital investido. No entanto, o preço também é influenciado no atingimento das metas de vendas e, consequentemente, no melhor aproveitamento da capacidade de produção instalada. Para fixar preços, o valor deve ser entendido, pois se for levada somente as condições de custos da organização o preço pode acabar sendo fixado muito abaixo ou muito acima das possibilidades reais do mercado. A tabela a seguir demonstra as formas de decisão de preços: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 15 Classificação dos gastos Gasto se refere a todas as saídas financeiras da organização, tanto para a aquisição de ativo, quanto para cobrir custos e despesas. Confira a tabela a seguir, de separação dos gastos: As despesas referem-se ao gasto com administração e vendas. Todos os gastos ligados à manutenção das atividades de gestão, e na obtenção de vendas entram nesta categoria, como exemplos: luz, telefonia, salários administrativos e de vendas, comissões, materiais de escritório, contabilidade, entre outros. Já os custos estão ligados diretamente ao processo produtivo, como a energia, a mão de obra, matéria prima, depreciação, insumos produtivos, etc. Outros elementos são separados desta classificação dos gastos, de acordo com o esquema a seguir: CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 16 A definição para investimento apresenta o desembolso de recursos financeiros para a aquisição de bens que vão proporcionar benefícios em períodos futuros (imóveis, máquinas, equipamentos, veículos, móveis, utensílios, equipamentos de informática, etc.). As perdas são consideradas situações excepcionais, que fogem às operações normais da organização, e que acabam ocorrendo sem planejamento e de forma involuntária, como em situações de incêndio, inundações, roubos e inadimplência. Os desperdícios estão ligados a problemas de gestão, por meio da ineficiência no uso dos recursos, mau aproveitamento dos recursos disponíveis, desperdício de material, etc. Classificação dos Custos Os custos estão diretamente ligados à aplicação no processo produtivo da organização. Sua classificação está ligada à sua forma de mensuração em relação ao produto ou serviço da organização. Os custos diretos são aqueles que podem ser mensurados diretamente a cada unidade produzida, como o exemplo de uma peça a ser aplicada no produto. Para cada unidade produzida teremos uma dessas peças, portanto o custo unitário da peça é considerado um custo direto ao produto. Já os custos indiretos estão ligados ao processo produtivo, mas independem da escala de produção, precisando de rateio de valor pelo total produzido para a mensuração. Como exemplo podemos citar o aluguel da fábrica, a depreciação ou outros custos que serão os mesmos, indiferente da quantidade produzida. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 17 O entendimento visto sobre os custos nos demonstra outros modelos de visualização deles, que permite a mensuração com o volume produtivo: os custos fixos e os custos variáveis. Vamos conhecê-los: Os custos fixos independem do volume produtivo. Mesmo que nãoocorra produção eles permanecem os mesmos. O gráfico demonstra o comportamento dos custos fixos: Por outro lado, os custos variáveis sofrem alterações de acordo com o volume produtivo. A matéria prima, a embalagem e outros elementos acabam compondo este conceito, que se comporta de acordo com o gráfico: Há também o conceito de custos mistos, que apresenta que os custos podem ser semivariáveis, quando variam de acordo com o volume produtivo, mas possuem uma parcela fixa, ou os semifixos que têm valor constante até certo volume de produção. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 18 Métodos de Custeio Existem vários métodos para identificação dos custos, sendo que o grande objetivo é mensurar corretamente para adequar as entradas e saídas e garantir o lucro. O custeio por absorção separa os custos das despesas, atribuindo os custos aos produtos para fins de valoração do estoque. Esse modelo é aceito pela legislação fiscal brasileira. A crítica a este modelo está no rateio que se torna subjetivo, uma vez que é decisão do gestor o percentual de rateio dos custos indiretos para as diversas produções pela empresa. O custeio direto ou variável apropria ao produto apenas os custos diretos e variáveis. Os custos indiretos ou fixos são considerados despesas no período. Este modelo não é aceito pela legislação fiscal brasileira. Demonstrações contábeis projetadas Como decorrência do conjunto orçamentário, temos as demonstrações contábeis projetadas, que vão demonstrar os resultados de cada período planejado (Demonstração de Resultados do Exercício – DRE), a evolução do patrimônio (Balanço Patrimonial – BP) e as entradas e saída de capital (Fluxo de Caixa – DFC). Indicadores financeiros Por fim, os resultados financeiros do orçamento proporcionam a extração de indicadores que irão facilitar o processo de análise e decisão. Os indicadores de liquidez irão representar a capacidade de pagamento das obrigações, sendo analisado a curto, médio e longo prazo; os indicadores de endividamento vão demonstrar a composição de capital; os indicadores de rentabilidade mostram o retorno sobre o capital investido; e os indicadores de atividade mostram a eficiência no uso dos recursos para o desenvolvimento das atividades. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 19 Sobre o tema que voce estudou até aqui, o professor Fernando esclarece um pouco mais. Vamos conferir no material online! TEMA 5: Controle orçamentário Quando tratamos sobre o objetivo do orçamento, vimos que o método PDCA é aplicado ao processo orçamentário, pois teremos que planejar antes de executar, e durante a execução é necessário monitorar e controlar para efetuar correções quando ocorrerem falhas de execução ou de planejamento. O controle ocorre como um método para garantir que os objetivos sejam atendidos, tanto executando de acordo com o planejado, quanto alterando o planejamento quando identificadas situações que não haviam sido planejadas corretamente, ou que devam ser alteradas por decorrência de modificações no ambiente. Para Chiavenato (2009 p.104) controle é a função administrativa que consiste em medir e corrigir o desempenho da empresa, das pessoas e dos recursos para assegurar que os objetivos da empresa sejam plenamente atingidos. Ainda Chiavenato considera que para o controle deve ocorrer o estabelecimento de padrões: a avaliação de desempenho, a comparação do desempenho com o padrão estabelecido e a ação corretiva. Para a comparação do desempenho devem ser levadas em consideração se as variações foram significativas ou não. Variações não significativas são previstas dentro das margens de tolerância de cada situação. As variações significativas podem ser decorrentes de erros de informações devido a decisões administrativas, em razão de decisões não controláveis, embora identificadas. Ou cujas causas precisas não tenham sido estabelecidas (FREZATTI, 2009 apud Macedo e Corbari, 2014 p. 116 e 117). CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 20 Observa-se que cada uma dessas origens das variações irá demandar uma forma diferente de ação corretiva para a solução, sendo que algumas delas não podem ser totalmente evitadas. Assim, temos que utilizar o controle orçamentário sempre, porém devemos identificar corretamente as ações, e direcionar os esforços de maneira coerente para que os objetivos possam ser atingidos da melhor forma, proporcionando o retorno esperado sobre o investimento. Vamos entender melhor assistindo à explicação do professor Fernando? Confira no material online! Trocando ideias Vamos exercitar o conteúdo estudados, buscando ampliar nosso entendimento, respondendo a todos os questionamentos apresentados no início da nossa rota, e outras questões que devem ter surgido durante este processo de aprendizado, em nosso fórum, dê seu posicionamento quanto aos seguintes questionamentos: Como elaborar um bom orçamento empresarial? Porque o controle orçamentário é importante para que os objetivos sejam alcançados? Na Prática Agora é hora de ler! Acesse o livro da disciplina e faça a leitura do terceiro capítulo! Ele trará informações importantes do que estamos estudando. CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 21 Síntese Chegamos ao fim desta aula, vamos rever o que foi estudado?! O que vimos ao longo deste nosso encontro amplia nossa visão sobre a importância do orçamento empresarial para o processo decisório de investidores, uma vez que caracteriza o orçamento como um instrumento que deve ser imparcial que apresenta as movimentações financeiras do projeto. Uma extensão do planejamento é a definição que sintetiza o orçamento, pois para que se possa apresentar as metas e esforços financeiros, depende do planejamento que irá apresentar as ações e seus objetivos. O orçamento permite uma visualização antecipada das atividades, e serve como um guia para a execução das atividades, que devem ser monitoradas e controladas sendo realizada de acordo com o planejado, e também para que o planejamento possa ser revisado quando necessário. Para a realização do processo orçamentário é necessário que sejam abordados os princípios gerais do planejamento, as diretrizes, os cenários, as premissas e o pré-planejamento, para que então possa ocorrer a etapa operacional e, por fim, a etapa financeira. A etapa operacional compreende o plano de marketing, o plano de suprimento, produção e estocagem (PSPE), o plano de investimentos e o plano de recursos humanos, que são os elementos que indicam as movimentações dos recursos organizacionais. A etapa financeira é a que corresponde à transformação em linguagem monetária das informações que foram obtidas com os elementos da etapa operacional do processo orçamentário. Nela utilizaremos os conceitos de preço e gastos (considerando custos, despesas e demais gastos), para chegar aos resultados financeiros do projeto, que serão apresentados por meio de demonstrativos contábeis projetados. Por fim, vimos que todo esse aparato de informação é extremamente importante para garantir os resultados do projeto, mas para isso demanda o CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 22 processo de controle orçamentário, que fará a análise e comparação do desempenho, proporcionando as ações corretivas sobre a execução, ou o planejamento quando necessário. Caso você não tenha entendido algum ponto, não deixe de retomar oconteúdo! E agora você confere a sintetização pelo professor Fernando, acesse o material online! Referências MACEDO e CORBARI. Análise de projeto e orçamento empresarial. 2014.Disponível em: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582129647/pages /-2. REBELATTO, D. Projeto de Investimento. 2004. Disponível em: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520415603/pages /-22 PADOVEZZI E TARANTO. Orçamento Empresarial – novos conceitos e técnicas. 2009. Disponível em: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576051787/pages /_1 CHIAVENATO, I. Iniciação à Administração Geral. 2009. 3 ed. Disponível em: http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520427385/pages /_1