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Orçamento Empresarial: Planejando o Sucesso


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Projeto Econômico Financeiro 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 3 
 
 
Professor Fernando Eduardo Kerschbaumer 
 
 
 
 
 
 
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Conversa Inicial 
Olá querido aluno, esta é a nossa terceira aula de Projeto Econômico 
Financeiro! Seja bem-vindo a mais um encontro, fique à vontade! E sempre 
retome o conteúdo que você ficar em dúvidas. 
Com os conhecimentos que já adquirimos sobre projetos e investimentos, 
agora vamos poder entender um pouco mais sobre orçamento empresarial, e a 
sua importância no contexto da análise de projetos. 
Ao longo desta aula vamos conversar sobre o orçamento empresarial, 
entendendo os seus objetivos e compreendendo suas etapas, que incluem 
gestão e o conhecimento dos cenários onde o negócio será realizado. Também 
vamos conversar sobre as etapas do processo orçamentário, que envolvem 
planejamento; marketing; suprimento, produção e estocagem; investimentos; RH 
e finanças. 
 
A etapa financeira será detalhada, para que possamos ter uma visão 
maior sobre a identificação e influência do preço de venda; gastos; custos; 
demonstrações contábeis projetadas e indicadores. Por fim, falaremos de 
controle orçamentário, para poder dar ênfase aos meios de gerenciamento que 
possibilitem utilizar todas as ferramentas que estão sendo geradas, e para que 
os resultados possam ser assegurados. 
 
Bons estudos!!! 
 
Vamos dar início a nossa aula conferindo as palavras a seguir do 
professor Fernando? Veja no material online! 
 
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Contextualizando 
Ao longo de nossas aulas anteriores conversamos sobre a estruturação 
de projetos e como eles ajudam os investidores na tomada de decisão, uma vez 
que estruturam todo o conjunto que irá levar aos resultados financeiros 
esperados. 
Ainda, vimos que esses projetos deverão ser analisados seguindo 
técnicas de avaliação de investimentos como VPL, TIR e Payback, que irão 
indicar quais as melhores propostas de projetos para o perfil do investidor. 
Para que possamos chegar aos valores que serão analisados pelo 
investidor é necessário precificar os elementos que compõem o projeto, 
chegando ao seu orçamento, que corresponde ao planejamento de todas as 
entradas e saídas de valores do projeto. 
O orçamento deve ser imparcial, ou seja, deve conter todos os valores 
que irão influenciar nos resultados, portanto, depende de uma elaboração 
criteriosa que irá englobar os planejamentos de: marketing; suprimento, 
produção e estocagem; investimentos; RH e finanças. 
A importância do orçamento é fácil de visualizar, pois irá caracterizar um 
plano financeiro que contemple todas as despesas e gastos do projeto, indicando 
também os custos diretos e indiretos, possibilitando entender a demanda por 
capital. 
O plano financeiro também gera as demonstrações contábeis projetadas, 
que permitirão compreender os resultados propostos pelo projeto, e ainda 
proporcionam o cálculo de indicadores que irão facilitar a análise e a tomada de 
decisão sobre o investimento. 
A determinação do preço de venda também será realizada com o apoio 
do orçamento, pois os custos poderão ser analisados, com suas respectivas 
influências, e as margens de contribuição poderão ser projetadas e testadas para 
garantir que os objetivos sejam realistas. 
 
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Para garantir que o orçamento realmente seja executado de acordo com 
o planejamento, após a elaboração e aprovação do orçamento deve ocorrer o 
controle orçamentário, criando meios para a avaliação de desempenho que 
permitam corrigir a execução ou mesmo erros de planejamento, considerando 
também as variações que ocorreram no ambiente externo do projeto. 
Esses elementos vão nos permitir entender que como estamos tratando 
de investimento e retorno, é preciso planejar e controlar todas as variáveis 
financeiras de nosso projeto. Com isso, poderemos ter resultados muito 
próximos do que foi projetado. 
 
O professor Fernando contextualiza a aula de hoje, acompanhe no 
material online! 
 
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TEMA 1: Orçamento empresarial 
Para dar início a esta nossa conversa, temos que responder à questão: 
O que é orçamento? 
Sempre que realizamos a estimativa de despesas e receitas com algo, 
estamos realizando um plano orçamentário. 
Isto significa que, tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem fazer um 
orçamento, pois ambas frequentemente precisam entender as receitas e 
despesas de atividades específicas. Para as organizações, o plano orçamentário 
é imprescindível para o planejamento das ações futuras, pois é ele que irá 
demonstrar a viabilidade do empreendimento, bem como irá permitir o 
aprimoramento estratégico para que os objetivos estipulados sejam atingidos. 
 
 
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Padoveze e Taranto (2009) apresentam a seguinte definição para 
orçamento: 
“Em poucas palavras, podemos definir orçamento como o ato de 
colocar à frente aquilo que está acontecendo hoje. Mais 
especificamente, é a expressão quantitativa de um plano de ação, 
que se caracteriza como um modelo de programação de atividades. 
A expressão quantitativa se dá pela quantificação máxima possível 
de todos os elementos que farão parte dos programas constantes 
do plano de ação e pela mensuração econômica desses elementos 
quantificados.” 
 
Caracterizando o orçamento como um plano de ação futura, podemos 
entender que estamos antecipando a visualização de resultados pretendidos, e 
que com isso vamos ter suporte à tomada de decisão. 
Temos ainda que o orçamento é uma extensão do planejamento, uma vez 
que o planejamento irá definir como serão executadas as atividades, e o 
orçamento, por sua vez, irá demonstrar o esforço financeiro necessário para se 
atender ao planejamento. 
Algumas outras definições de Padoveze e Taranto (2009) permitem um 
entendimento melhor para complementar o conceito de orçamento: 
“(1) é formal, pois deve atingir toda a hierarquia da empresa, desde 
a cúpula até o menor nível de comando hierárquico; (2) reproduz as 
estruturas existentes, bem como as estruturas planejadas que 
afetarão o período orçamentário; (3) deve obedecer rigidamente a 
estrutura contábil de planos de contas, centros de custos, despesas 
e receitas; (4) deve ser incorporado ao sistema de informação 
contábil por meio de lançamentos orçamentários; (5) deve 
segmentar o período anual em seus 12 meses, não devendo existir 
orçamentos trimestrais, já que a apuração de resultados 
empresariais deve ser, no mínimo, mensal; e (6) deve consolidar e 
finalizar as demonstrações financeiras básicas – demonstração de 
resultados, balanço patrimonial e fluxo de caixa -, sendo 
complementado pelas análises financeira e de rentabilidade.” 
 
Diversos termos são utilizados de maneira similar ao longo deste nosso 
conteúdo, eles ainda são similares e podem ser confundidos. Padoveze e 
Taranto (2009) os apresentam. Veja a seguir! 
 
 
 
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Previsão 
Conhecer com antecipação, prever, conjecturar. 
 
Plano 
Exposição ordenada dos objetivos de um empreendimento qualquer. 
 
Planejamento 
Determinação dos objetivos ou metas de um empreendimento, bem como 
coordenação dos meios e recursos para atingi-los. 
 
Programação 
Estabelecer um programa, um plano a ser seguido. 
 
Projeção 
Delinear a distância. 
 
Orçamento 
Cálculo dos gastos com a realizaçãode qualquer obra; cálculo prévio das 
receitas e despesas; ação de calcular, computar, estimar. 
 
Simulação 
Ação de dar aparência de realidade; de fazer o simulacro. 
 
Todas essas definições nos levam a perceber a importância do 
orçamento, como parte de um conjunto que compõe todas as informações do 
projeto, e que irá demonstrar as informações financeiras que vão impactar nos 
resultados. 
Vamos entender um pouco mais sobre este assunto com o professor Fernando 
no material online?! 
 
 
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TEMA 2: Objetivo do orçamento 
Como já vimos em nosso tema anterior, o orçamento empresarial permite 
a antecipação de visualização das informações financeiras da organização, ou 
seja, irá projetar o resultado futuro através das receitas e despesas de um 
projeto. 
É necessário que esta projeção seja feita com critérios para que o todo do 
projeto seja contemplado, formando uma sincronia entre as diversas áreas que 
influenciam nos resultados, proporcionando algo que além de ser possível de ser 
atingido, ainda terá uma progressividade em relação a um objetivo único e 
comum a todos os esforços aplicados. 
 
As funções básicas da administração são apresentadas como parte 
importante do orçamento, pois elas irão delinear todo o processo que garante o 
atingimento de objetivos. Essas funções englobam Planejamento, organização, 
direção e controle (Chiavenato, 2009). 
Esta definição das funções básicas da administração vem do termo em 
inglês PDCA: 
P- Planejar (plan). 
 
D- Executar, fazer (do). 
 
C- Monitorar, verificar (check). 
 
A- Ação, controle (act). 
 
O planejamento corresponde a uma projeção, onde vamos olhar a 
partir do momento atual, os meios para chegarmos a um momento futuro. 
Para isso é necessário que sejam estabelecidas corretamente as metas 
ou objetivos do projeto e do orçamento. 
 
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Quanto maior o nível de detalhes no planejamento, maior será o 
direcionamento a estas metas e, portanto, os riscos poderão ser interpretados e 
desviados. Como estamos olhando um cenário futuro com base no nosso cenário 
atual, precisamos desses detalhes para compreender as possíveis modificações 
que devem ocorrer. 
No planejamento vamos identificar as oportunidades e as ameaças que 
envolvem este cenário, sendo que as oportunidades correspondem aos pontos 
positivos que devemos aproveitar, e as ameaças correspondem aos pontos 
negativos, para os quais devemos criar estratégias para desviá-las. 
O planejamento irá gerar um plano de ação, que quando seguido resultará 
no objetivo do projeto, portanto deve ser elaborado de maneira clara e imparcial, 
para que seja utilizado como um guia para a execução das tarefas. Com base 
no planejamento será realizada a execução, que precisa de organização e 
direção, para que possa conduzir ao cumprimento das metas. Nesta fase as 
tarefas estipuladas devem ser realizadas de acordo com o que foi planejado. 
Para garantir que a execução aconteça de acordo com o que foi 
planejado, é necessário que se criem meios para controle e ação, onde o 
desempenho deve ser constantemente medido, para que o direcionamento 
continue rumo aos objetivos e metas estipulados. 
Na medição de desempenho, teremos o feedback ou retroalimentação, 
que é o retorno das informações dos resultados obtidos para regular as ações 
futura, ou seja, ao longo do acompanhamento podem ser identificados 
problemas na execução ou até mesmo no planejamento que precisem ser 
corrigidos. 
Os erros de execução são facilmente identificáveis, pois estamos 
comparando com a linha de base que é o planejamento. Se a execução não 
estiver exatamente de acordo com o planejamento, deve-se buscar as ações 
corretivas. 
Quanto ao planejamento, as falhas de elaboração podem ser um pouco 
mais difíceis de serem identificadas, mas precisam ser corrigidas. É importante 
 
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lembrar também que correções no planejamento podem ser necessárias em 
razão do ambiente ser dinâmico, e estar em constante transformação, portanto, 
o que foi planejado muitas vezes pode demandar melhorias em razão dessas 
modificações do ambiente. 
A figura a seguir apresenta o ciclo de vida de projetos, e nos indica esta 
sequência entre planejamento, execução e controle, gerando ações corretivas 
ou preventivas sobre a execução e o planejamento: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Com estes 
conceitos, podemos entender que para toda execução é necessário primeiro que 
ocorra um bom planejamento, que contemple todos os elementos que irão 
influenciar nos resultados, e que esta execução precisa ser monitorada e 
controlada, para que o direcionamento aos objetivos seja garantido. 
 
O professor Fernando explica melhor sobre o objetivo de orçamento, 
vamos conferir? Confira no material online! 
 
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TEMA 3: Etapas do processo orçamentário 
Agora que temos os princípios básicos sobre o orçamento e seus objetivos 
em nossas mentes, vamos entender como o orçamento é elaborado, quais as 
partes que o compõem, e a importância de cada uma delas para as respostas 
que precisamos ao final do processo orçamentário. 
Inicialmente devemos relembrar que o orçamento é decorrente de todo 
um planejamento de projeto que deve contemplar os princípios gerais do 
planejamento, as diretrizes que orientam sua elaboração, os cenários de 
mercado que são simulados para o futuro, as premissas e o pré-planejamento, 
para então chegar à etapa operacional, onde são desenvolvidos os planos para 
realização das atividades da organização, e com este ser possível elaborar o 
plano financeiro. 
 
A tabela que você confere na tela a seguir representa esta 
sequência de elaboração do orçamento. Vamos lá? 
 
 
 
 
 
 
 
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Considerando os elementos da figura anterior, percebemos que a lição de 
casa envolve as bases para a elaboração do planejamento, onde identificamos 
os elementos que envolvem as oportunidades e as ameaças previamente 
identificadas, bem como onde direcionamos os objetivos e definimos as 
premissas para a elaboração. 
No que diz respeito a cenários, é extremamente importante que o gestor 
identifique todos os elementos do ambiente externo da organização, que 
envolvam as características econômicas, tecnológicas, políticas, legais, culturais 
e demográficas, as quais influenciam nos resultados do mercado onde o projeto 
deve ser inserido. 
Desta forma, quando identificamos os elementos que podem influenciar 
o projeto, sejam eles variáveis (com dados estatísticos que permitam 
projeções) ou pré-determinados (sem valores de histórico; que serão 
apontados como possibilidades), é feita a leitura e análise desses indicadores 
para descrever como será a possibilidade de cenário futuro. 
Como esses fatores podem ocorrer ou não, a descrição de cenários é feita 
considerando três situações. Portanto, teremos o cenário mediano, o cenário 
otimista e o cenário pessimista. A análise do projeto deve ocorrer considerando 
as três situações, para que se interprete e crie estratégias para garantir os 
resultados em qualquer uma delas. 
Uma vez elaborados os elementos iniciais, a etapa operacional deve ser 
planejada, sendo esta etapa muito importante, pois é dela que são extraídas as 
informações que vão garantir o entendimento das atividades e dos custos a ser 
realizados ao longo do projeto. 
Na etapa operacionalserão abordados o plano de marketing, o plano de 
suprimento de produção e estocagem (PSPE), o plano de investimentos e o 
plano de recursos humanos. 
 
 
 
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O plano de marketing envolve todos os elementos que envolvem a venda 
dos produtos ou serviços, como quantidade, preço, posicionamento, e demais 
itens que da comercialização, que irão proporcionar o faturamento da 
organização. 
Os processos produtivos são detalhados no plano de suprimento, 
produção e estocagem (PSPE) com a finalidade de obter o custo de produção, 
suprimentos necessários, logística de entrada e saída, bem como níveis de 
estoque e estratégias de produção. Ele proporciona os custos diretos envolvidos 
no projeto. 
Para identificar os investimentos necessários à estrutura e à capacidade 
produtiva, o plano de investimentos no ativo não circulante será realizado, 
enquanto o plano de recursos humanos apresentará as demandas de pessoal e 
a estrutura organizacional com as identificações de treinamentos e outras 
necessidades, apresentando os custos com todos estes elementos, 
principalmente com salários e encargos. 
Por fim, na etapa financeira, teremos o plano que irá apresentar o cálculo 
de todos os elementos obtidos nas etapas anteriores, demonstrando os custos 
e despesas envolvidos para a produção, vendas e administração. 
A ligação de todos os elementos de custos e despesas, com as receitas 
e com os investimentos em ativos fixos proporciona a elaboração dos 
demonstrativos contábeis projetados, que vão permitir a posterior análise dos 
resultados. 
Há uma ligação muito forte do orçamento com o projeto, por isso você 
deve estar percebendo similaridade desse conteúdo com o que foi tratado 
quando falamos sobre os projetos e suas características. De fato, o projeto é a 
base que alimenta o orçamento, e o orçamento é a organização financeira dos 
elementos estruturados no projeto. 
O resultado final do processo orçamentário demonstra, portanto, todo o fluxo 
financeiro do projeto, com as respectivas entradas e saídas de valores, constituindo 
uma projeção da situação futura da organização planejada. 
 
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O professor Fernando explica no material online um pouco mais sobre as etapas 
do processo orçamentário. 
TEMA 4: Etapa financeira 
A etapa financeira é decorrente ou consequência da boa elaboração das 
demais etapas orçamentárias. Ela busca as informações dos demais 
orçamentos, para ordenar e compor os demonstrativos contábeis projetados que 
demonstram de forma monetária os elementos do projeto. 
Para que a etapa financeira seja bem-sucedida, é imprescindível atender 
ao que já viemos conversando, sobre ter imparcialidade das informações na 
composição de todas as etapas do orçamento, pois assim conseguiremos ter 
precisão no conjunto financeiro que será apresentado. 
 
Diversas são as variáveis financeiras que vão influenciar nesta 
composição, para chegar aos demonstrativos projetados, e por isso vamos 
abordar os principais itens, a fim de proporcionar uma visão mais ampla sobre a 
etapa financeira. 
 
Preço de Venda 
O preço corresponde ao elemento fundamental que irá gerar receita 
(entrada) financeira à organização, quando multiplicado pelo volume de vendas, 
gerando caixa para o pagamento dos gastos (desembolso ou saídas) de todas 
as atividades da organização. Portanto, é a referência para a negociação de 
troca dos produtos ou serviços comercializados. 
 
Quando encontramos o termo valor, precisamos cuidar para não 
confundir, pois valor é um conceito subjetivo que o cliente atribui ao produto ou 
serviço em razão de seu grau de utilidade (Dubois et. al, 2009 apud Macedo e 
Corbari 2014). 
 
 
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O preço acaba sendo uma resposta deste conceito de valor, pois 
corresponde à aceitação e ao interesse que o produto gera ao cliente. O mesmo 
produto pode ter valor diferente em condições diversas. Por exemplo, uma 
garrafa de água mineral que pode custar R$ 1,00 no supermercado, R$ 3,00 em 
uma lanchonete e R$ 5,00 em uma festa, poderia valer muito mais em um 
deserto. 
Os gestores buscam maximizar os lucros através de seu preço de venda, 
e assim aperfeiçoar o retorno sobre o capital investido. No entanto, o preço 
também é influenciado no atingimento das metas de vendas e, 
consequentemente, no melhor aproveitamento da capacidade de produção 
instalada. 
 
 
Para fixar preços, o valor deve ser entendido, pois se for levada somente 
as condições de custos da organização o preço pode acabar sendo fixado muito 
abaixo ou muito acima das possibilidades reais do mercado. A tabela a seguir 
demonstra as formas de decisão de preços: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Classificação dos gastos 
Gasto se refere a todas as saídas financeiras da organização, tanto para 
a aquisição de ativo, quanto para cobrir custos e despesas. Confira a tabela a 
seguir, de separação dos gastos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As despesas referem-se ao gasto com administração e vendas. Todos os 
gastos ligados à manutenção das atividades de gestão, e na obtenção de vendas 
entram nesta categoria, como exemplos: luz, telefonia, salários administrativos 
e de vendas, comissões, materiais de escritório, contabilidade, entre outros. 
Já os custos estão ligados diretamente ao processo produtivo, como a 
energia, a mão de obra, matéria prima, depreciação, insumos produtivos, etc. 
Outros elementos são separados desta classificação dos gastos, de 
acordo com o esquema a seguir: 
 
 
 
 
 
 
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A definição para investimento apresenta o desembolso de recursos 
financeiros para a aquisição de bens que vão proporcionar benefícios em 
períodos futuros (imóveis, máquinas, equipamentos, veículos, móveis, 
utensílios, equipamentos de informática, etc.). 
As perdas são consideradas situações excepcionais, que fogem às 
operações normais da organização, e que acabam ocorrendo sem planejamento 
e de forma involuntária, como em situações de incêndio, inundações, roubos e 
inadimplência. 
Os desperdícios estão ligados a problemas de gestão, por meio da 
ineficiência no uso dos recursos, mau aproveitamento dos recursos disponíveis, 
desperdício de material, etc. 
 
 
Classificação dos Custos 
Os custos estão diretamente ligados à aplicação no processo produtivo 
da organização. Sua classificação está ligada à sua forma de mensuração em 
relação ao produto ou serviço da organização. 
Os custos diretos são aqueles que podem ser mensurados diretamente 
a cada unidade produzida, como o exemplo de uma peça a ser aplicada no 
produto. Para cada unidade produzida teremos uma dessas peças, portanto o 
custo unitário da peça é considerado um custo direto ao produto. 
Já os custos indiretos estão ligados ao processo produtivo, mas 
independem da escala de produção, precisando de rateio de valor pelo total 
produzido para a mensuração. Como exemplo podemos citar o aluguel da 
fábrica, a depreciação ou outros custos que serão os mesmos, indiferente da 
quantidade produzida. 
 
 
 
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O entendimento visto sobre os custos nos demonstra outros modelos de 
visualização deles, que permite a mensuração com o volume produtivo: os 
custos fixos e os custos variáveis. Vamos conhecê-los: 
Os custos fixos independem do volume produtivo. Mesmo que nãoocorra produção eles permanecem os mesmos. O gráfico demonstra o 
comportamento dos custos fixos: 
 
 
 
 
 
 
Por outro lado, os custos variáveis sofrem alterações de acordo com o 
volume produtivo. A matéria prima, a embalagem e outros elementos acabam 
compondo este conceito, que se comporta de acordo com o gráfico: 
 
 
 
Há também o conceito de custos mistos, que apresenta que os custos 
podem ser semivariáveis, quando variam de acordo com o volume produtivo, 
mas possuem uma parcela fixa, ou os semifixos que têm valor constante até 
certo volume de produção. 
 
 
 
 
 
 
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Métodos de Custeio 
Existem vários métodos para identificação dos custos, sendo que o 
grande objetivo é mensurar corretamente para adequar as entradas e saídas e 
garantir o lucro. 
O custeio por absorção separa os custos das despesas, atribuindo os 
custos aos produtos para fins de valoração do estoque. Esse modelo é aceito 
pela legislação fiscal brasileira. A crítica a este modelo está no rateio que se 
torna subjetivo, uma vez que é decisão do gestor o percentual de rateio dos 
custos indiretos para as diversas produções pela empresa. 
O custeio direto ou variável apropria ao produto apenas os custos 
diretos e variáveis. Os custos indiretos ou fixos são considerados despesas no 
período. Este modelo não é aceito pela legislação fiscal brasileira. 
 
Demonstrações contábeis projetadas 
Como decorrência do conjunto orçamentário, temos as demonstrações 
contábeis projetadas, que vão demonstrar os resultados de cada período 
planejado (Demonstração de Resultados do Exercício – DRE), a evolução do 
patrimônio (Balanço Patrimonial – BP) e as entradas e saída de capital (Fluxo de 
Caixa – DFC). 
 
Indicadores financeiros 
Por fim, os resultados financeiros do orçamento proporcionam a extração 
de indicadores que irão facilitar o processo de análise e decisão. 
Os indicadores de liquidez irão representar a capacidade de pagamento 
das obrigações, sendo analisado a curto, médio e longo prazo; os indicadores 
de endividamento vão demonstrar a composição de capital; os indicadores de 
rentabilidade mostram o retorno sobre o capital investido; e os indicadores de 
atividade mostram a eficiência no uso dos recursos para o desenvolvimento das 
atividades. 
 
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Sobre o tema que voce estudou até aqui, o professor Fernando 
esclarece um pouco mais. Vamos conferir no material online! 
 
TEMA 5: Controle orçamentário 
Quando tratamos sobre o objetivo do orçamento, vimos que o método 
PDCA é aplicado ao processo orçamentário, pois teremos que planejar antes de 
executar, e durante a execução é necessário monitorar e controlar para efetuar 
correções quando ocorrerem falhas de execução ou de planejamento. 
O controle ocorre como um método para garantir que os objetivos sejam 
atendidos, tanto executando de acordo com o planejado, quanto alterando o 
planejamento quando identificadas situações que não haviam sido planejadas 
corretamente, ou que devam ser alteradas por decorrência de modificações no 
ambiente. 
Para Chiavenato (2009 p.104) controle é a função administrativa que 
consiste em medir e corrigir o desempenho da empresa, das pessoas e dos 
recursos para assegurar que os objetivos da empresa sejam plenamente 
atingidos. 
Ainda Chiavenato considera que para o controle deve ocorrer o 
estabelecimento de padrões: a avaliação de desempenho, a comparação do 
desempenho com o padrão estabelecido e a ação corretiva. 
Para a comparação do desempenho devem ser levadas em 
consideração se as variações foram significativas ou não. Variações não 
significativas são previstas dentro das margens de tolerância de cada situação. 
As variações significativas podem ser decorrentes de erros de 
informações devido a decisões administrativas, em razão de decisões não 
controláveis, embora identificadas. Ou cujas causas precisas não tenham sido 
estabelecidas (FREZATTI, 2009 apud Macedo e Corbari, 2014 p. 116 e 117). 
 
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Observa-se que cada uma dessas origens das variações irá demandar 
uma forma diferente de ação corretiva para a solução, sendo que algumas delas 
não podem ser totalmente evitadas. 
Assim, temos que utilizar o controle orçamentário sempre, porém 
devemos identificar corretamente as ações, e direcionar os esforços de maneira 
coerente para que os objetivos possam ser atingidos da melhor forma, 
proporcionando o retorno esperado sobre o investimento. 
 
Vamos entender melhor assistindo à explicação do professor Fernando? 
Confira no material online! 
 
Trocando ideias 
Vamos exercitar o conteúdo estudados, buscando ampliar nosso 
entendimento, respondendo a todos os questionamentos apresentados no início 
da nossa rota, e outras questões que devem ter surgido durante este processo 
de aprendizado, em nosso fórum, dê seu posicionamento quanto aos seguintes 
questionamentos: 
 Como elaborar um bom orçamento empresarial? 
 Porque o controle orçamentário é importante para que os objetivos sejam 
alcançados? 
 
Na Prática 
Agora é hora de ler! 
Acesse o livro da disciplina e faça a leitura do terceiro capítulo! Ele trará 
informações importantes do que estamos estudando. 
 
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Síntese 
Chegamos ao fim desta aula, vamos rever o que foi estudado?! O que 
vimos ao longo deste nosso encontro amplia nossa visão sobre a importância do 
orçamento empresarial para o processo decisório de investidores, uma vez que 
caracteriza o orçamento como um instrumento que deve ser imparcial que 
apresenta as movimentações financeiras do projeto. 
Uma extensão do planejamento é a definição que sintetiza o orçamento, 
pois para que se possa apresentar as metas e esforços financeiros, depende do 
planejamento que irá apresentar as ações e seus objetivos. 
O orçamento permite uma visualização antecipada das atividades, e serve 
como um guia para a execução das atividades, que devem ser monitoradas e 
controladas sendo realizada de acordo com o planejado, e também para que o 
planejamento possa ser revisado quando necessário. 
Para a realização do processo orçamentário é necessário que sejam 
abordados os princípios gerais do planejamento, as diretrizes, os cenários, as 
premissas e o pré-planejamento, para que então possa ocorrer a etapa 
operacional e, por fim, a etapa financeira. 
A etapa operacional compreende o plano de marketing, o plano de 
suprimento, produção e estocagem (PSPE), o plano de investimentos e o plano 
de recursos humanos, que são os elementos que indicam as movimentações 
dos recursos organizacionais. 
 
A etapa financeira é a que corresponde à transformação em linguagem 
monetária das informações que foram obtidas com os elementos da etapa 
operacional do processo orçamentário. Nela utilizaremos os conceitos de preço 
e gastos (considerando custos, despesas e demais gastos), para chegar aos 
resultados financeiros do projeto, que serão apresentados por meio de 
demonstrativos contábeis projetados. 
Por fim, vimos que todo esse aparato de informação é extremamente 
importante para garantir os resultados do projeto, mas para isso demanda o 
 
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processo de controle orçamentário, que fará a análise e comparação do 
desempenho, proporcionando as ações corretivas sobre a execução, ou o 
planejamento quando necessário. 
 
Caso você não tenha entendido algum ponto, não deixe de retomar oconteúdo! 
E agora você confere a sintetização pelo professor Fernando, acesse o 
material online! 
 
Referências 
 
MACEDO e CORBARI. Análise de projeto e orçamento empresarial. 
2014.Disponível em: 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582129647/pages
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