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Para entendermos a relação entre ética e educação devemos, primeiramente, compreender algumas considerações sobre ética. Aristóteles foi o verdadeiro fundador da ética, como disciplina independente da metafísica. Questionou, veementemente, a ideia platônica de bem, considerando-a vazia por sua generalidade. Esse se preocupou com o bem, em termos do que é bom nas ações humanas. Mas, suas críticas procuraram demonstrar que a equação básica da teoria de Sócrates e de Platão – virtude (Arete) e conhecimento (logos) – é um exagero. Para ele o fundamento do conhecimento moral do homem está no desejo, na vontade e seu desenvolvimento se dá mediante uma atitude, uma disposição estável, que os escolásticos vieram a traduzir de habitus. O que mais se destaca na reflexão aristotélica é um conjunto de conceitos bem precisos acerca da finalidade da ação humana, da felicidade, da virtude, da contemplação, da arte, da moral e de suas relações com a práxis política. Agora, pergunto a você, o que ética? Ética é o estudo do significado dos valores morais e da finalidade da ação moral. Essa compreende: • A moral teórica ou ciência do bem, do dever e do fim último do homem; • A moral prática ou a adaptação dos meios, que levam à consecução do bem perfeito. O termo ética pode ainda ser compreendido sob dois aspectos: • Desprende-se que as relações entre a educação e a moral não são acidentais e sim necessárias, porque a educação é fator de moralidade, contribuindo para a atualização e desenvolvimento de valores éticos, particularmente, por meio da educação moral. • É da filosofia moral que a educação recebe os princípios e os critérios para a determinação dos fins e dos meios da ação educativa. As relações entre ética e educação são muitas e complexas; talvez, porque vivemos um período crítico, no qual os valores morais estão muito conturbados. E é justamente em situação de crise que a educação moral se faz indispensável, embora sejam bem maiores as dificuldades para praticá-la. Educar para a Cidadania Se os valores estão na base de todas as nossas ações, é inevitável reconhecer sua importância para a práxis educativa. No entanto, os valores transmitidos pela sociedade nem sempre são claramente tematizados, e até mesmo muitos educadores não baseiam suas práticas em uma reflexão mais atenta a respeito. A educação se tornará mais coerente e eficaz se os educadores forem capazes de explicitarem esses valores, ou seja, se desenvolverem um trabalho, que seja reflexivo e esclareça as bases axiológicas da educação. Ensinar virtude não deve ser entendido segundo a maneira tradicional e conservadora de “dar lições” sobre o que é justiça, temperança, piedade, coragem, etc. Mais do que ensinar conteúdos de moral, a preocupação está em enfatizar a dimensão formal e processual da constituição moral. A educação moral não se faz simplesmente pela aprendizagem intelectual das normas éticas, mas pela aquisição dos habitus, que levam à formação do senso moral. Pode ser considerada como tarefas da educação moral: • Fazer conhecer as normas éticas e saber agir corretamente; • Assegurar que a conduta do educando seja conforme as normas. Dessa forma, educar para a cidadania não é tarefa impossível. É um desafio, que não passa apenas pelos bancos escolares, devendo mobilizar o esforço de todos os envolvidos (governo, professores, pais, enfim, toda a sociedade).
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