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AGROTÓXICOS. Situação Problema, lei 12305

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AGROTÓXICOS
Problemas/Situação:
A utilização de agrotóxicos constitui uma das características fundamentais do padrão tecnológico introduzido na agricultura brasileira dos anos sessenta, através do processo conhecido como a “Modernização Conservadora”. 
Esta denominação deve-se ao fato de que as novas técnicas de produção agrícolas, de um lado, contribuíram para reforçar a estrutura fundiária concentrada e, de outro, deterioraram as relações de trabalho no campo e na periferia das grandes cidades, provocando a destruição de recursos naturais produtivos.
A agricultura químico-industrial e o uso de agrotóxicos provocou conseqüências drásticas ao meio ambiente. Podem-se citar:
· Contaminação de alimentos;
· Poluição de rios;
· Erosão de solos e desertificação;
· Intoxicação e morte de animais;
· Extinção de várias espécies de animais.
A Agricultura Industrial, rotulada de moderna e avançada, fundamentada na economia e nos imediatos resultados à proteção das plantas cultivadas contra a ação das pragas, patógenos e ervas daninhas invasoras, tem falhado constantemente.
Os retornos esperados não foram alcançados, pois em relação à agricultura, a Natureza deve ser vista como um processo biológico, ditado pela natureza e não como mero processo físico e químico.
Para a Agricultura Industrial, o objetivo é meramente a produtividade, deixando de lado o equilíbrio ecológico, tais como: a estabilidade dos sistemas agrícolas: a conservação dos recursos naturais (água, solo e ar) e a qualidade dos alimentos.
Milionárias campanhas publicitárias patrocinadas pelas empresas multinacionais, estimulando o consumo e o uso de agrotóxicos, tiveram como conseqüência o desenvolvimento de resistências cada vez maiores das pragas, em função de mutações genéticas.
Ainda hoje, a propaganda de produtos agrotóxicos apela para esses valores, sem obviamente mencionar os riscos a que estão sujeitos o ambiente natural e a saúde pública.
O consumo de agrotóxicos gera um círculo vicioso: quanto mais se usa, maiores são os desequilíbrios provocados, e maior a necessidade de uso, em doses mais intensas, de formulações cada vez mais tóxicas.
Inicialmente, esse tipo de agricultura se desenvolveu em países temperados e, posteriormente, se expandiu para os países tropicais, não levando em conta as características ecológicas, sociais e econômicas.
Classificação pela NBR 10.004
A classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao meio ambiente é conhecido. 
A segregação dos resíduos na fonte geradora e a identificação da sua origem são partes integrantes dos laudos de classificação, onde a descrição de matérias-primas, de insumos e do processo no qual o resíduo foi gerado devem ser explicitados. 
A identificação dos constituintes a serem avaliados na caracterização do resíduo deve ser estabelecida de acordo com as matérias-primas, os insumos e o processo que lhe deu origem. A figura 1 ilustra a classificação dos resíduos sólidos quanto ao risco à saúde pública e ao meio ambiente. 
	
Os resíduos sólidos são classificados em dois grupos - perigosos e não perigosos, sendo ainda este último grupo subdividido em não inerte e inerte. 
Esta Norma NBR 10.004 estabelece os critérios de classificação e os códigos para a identificação dos resíduos de acordo com suas características.
Para os efeitos desta Norma, os resíduos são classificados em:
a) resíduos classe I - Perigosos;
b) resíduos classe II – Não perigosos;
c) resíduos classe II A – Não inertes.
d) resíduos classe II B – Inertes.
Lei 12305/2012
Geração
Os resíduos de embalagens de inseticidas e agrotóxicos enquadram-se na categoria de resíduos perigosos por conterem substâncias químicas que modificam o ambiente nas suas mais diferentes formas de vida. Além disso, comprometem de forma definitiva a cadeia natural, contaminando o solo, a água e o ar e influenciado diretamente a saúde da população, seja ela de qualquer nível social.
Os primeiros herbicidas surgiram por volta de 1900, mas o grande avanço no desenvolvimento dos agrotóxicos, de maneira geral, aconteceu por volta de 1940, com a descoberta do DDT e todos os produtos subsequentes (Revista Meio Ambiente Industrial, 2001).
O surgimento de produtos químicos empregados no combate às pragas da lavoura representou grande progresso na agricultura, sobretudo na produção em grande escala, trazendo consigo um novo conceito de produção. O conjunto de produtos químicos recebeu as denominações de defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, produtos fitossanitários ou agrotóxicos, este último termo restrito ao Brasil, por força da Lei n0 7.802/89 (Kotaka e Zambrone, 2001).
A preocupação crescente de especialistas e ambientalistas em relação ao uso de agrotóxicos é devido à grande quantidade dessas substâncias utilizadas nas práticas agrícolas que resultam em impactos ambientais pouco conhecidos, além dos inúmeros problemas relacionados à saúde pública, decorrentes de seu uso, principalmente, de forma inadequada.
Dentre os inúmeros problemas decorrentes da prática de utilização de agrotóxicos, podem ser citados:
Contaminação ambiental por uso excessivo de agrotóxicos
A contaminação do ambiente, principalmente do solo e da água, por perdas de agrotóxicos para áreas não-alvo tem provocado críticas severas ao uso desses produtos e grandes preocupações quando noticiados os efeitos nocivos que esses desperdícios provocam.
Aspectos como o tipo de aplicação, o número de tratamentos, formulação do agrotóxico aplicado, dose recomendada, tipos de equipamentos e outros fatores são parcialmente interdependentes e devem ser criteriosamente obedecidos para conseguir melhores efeitos biológicos e menos impactos ambientais. As principais fontes de contaminação direta do solo por agrotóxicos são evidenciadas no ato da aplicação, quando o produto é lançado diretamente no solo ou quando há vazamento ou derramamento do equipamento por má conservação ou uso inadequado. De forma indireta, o solo pode receber os agrotóxicos por várias fontes como, por exemplo, pela incorporação dos restos de cultura tratada, pela ação do vento e lavagem das plantas pela água de chuva ou de irrigação.
No caso da água, a contaminação direta dá-se, principalmente, pela aplicação e dispersão do agrotóxico, por fezes de animais contaminados, esgoto e despejo de restos de caldas e a lavagem de tanques de equipamentos. De uma forma indireta, a contaminação é feita pelo processo de lixiviação e pelo manuseio inadequado.
Alimentos contaminados por agrotóxicos
Com o desperdício nas aplicações dos produtos, geralmente os alimentos comercializados possuem enormes quantidades de produtos químicos que têm efeitos nocivos para a saúde da população.
Falta de EPI’S nas aplicações de agrotóxicos
A falta de informação da maioria dos agricultores da necessidade de se utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) também é um fator de grave risco quando se trata do uso de agrotóxicos, principalmente no que diz respeito a intoxicações: impacto sobre a saúde pública, com sérios riscos de desenvolvimento de câncer e podendo levar à morte. A substância química, por si só, não é totalmente má ou boa. A caracterização do risco que ela representa será conseqüência do tipo de uso, da dose utilizada e da exposição a que um indivíduo é submetido, aliado à toxicidade inerente ao produto (Kotaka e Zambrone, 2001). Portanto, a utilização dos EPI’s nas aplicações de agrotóxicos é de extrema importância para a saúde do trabalhador.
Embalagens e resíduos de agrotóxicos
Os resíduos químicos tóxicos presentes em embalagens de agrotóxicos e afins, quando abandonados no ambiente ou descartados em aterros e lixões, sob ação da chuva, podem migrar para águas superficiais e subterrâneas, contaminando o solo e lençóis freáticos (CEMPRE, 2000). A tríplice lavagem das embalagens,conforme recomendada na Lei n0 9974/00, antes do seu descarte, pode ser uma das práticas para a solução desse problema juntamente com a educação ambiental continuada sobre os perigos inerentes ao uso impróprio desses produtos.
Além disso, muitas vezes por falta de informação e educação dos agricultores (maioria sem qualificação profissional), essas mesmas embalagens são utilizadas de forma totalmente irregular como recipientes para armazenamento de água para uso domiciliar, fazendo com que os problemas de saúde pública se agravem devido à ingestão de produtos tóxicos.
Uma alternativa eficiente é a capacitação e educação ambiental transmitida aos agricultores através de orientação de fabricantes e revendedores com cartilhas e cursos. Esse tipo de orientação, além de fornecer o conhecimento do perigo que essas embalagens representam quando má utilizadas, enfatizam também a importância do descarte correto das mesmas, contribuindo de forma eficiente com a diminuição dos problemas relacionados à saúde pública e contaminação do ambiente.
Exemplos de Destinação
O uso dos agrotóxicos gera uma categoria específica de resíduos, as embalagens vazias dos mesmos. Que há um tempo eram indicadas, pela Legislação Federal, a serem depositadas em covas a camadas geologicamente estáveis. Porém, na prática imperava o erro, a maior parte das embalagens era descartada nos corpos hídricos, queimadas a céu aberto sem nenhum controle, abandonadas no local da lavoura, enterradas sem nenhum critério, inutilizando áreas férteis e possibilitando a contaminação de lençóis freáticos, quando não era reciclado sem controle ou até utilizadas por pessoas do campo sem instrução para entender os alertas dos rótulos das embalagens e evitar o reaproveitamento destas que em alguns casos eram atrativas e serviam para o acondicionamento de água e alimentos.
Responsabilidades
Segundo a Lei Federal nº 7.802/89, retificada pela Lei nº 9.974/00 e regulamentada pelo Decreto nº 4.074/02, referente às embalagens vazias de agrotóxicos definem responsabilidades a todos os setores da cadeia produtiva agrícola. Ao agricultor, cabe efetuar a tríplice lavagem ou lavagem sob pressão da embalagem vazia de agrotóxico, inutilizá-la a fim de evitar o reaproveitamento, armazená-las temporariamente na propriedade em recinto coberto, ao abrigo da chuva, ventilado, semi-aberto ou no próprio depósito das embalagens cheias, e devolvê-las na unidade de recebimento indicada na nota fiscal até um ano após a compra, após haver acumulado uma quantidade de embalagens que justifique o seu transporte de uma forma economicamente viável.
Ainda sobre a mesma lei, cabe aos canais de distribuição, ao vender o produto, indicar o local de entrega da embalagem na nota fiscal, disponibilizar e gerenciar o local de recebimento, emitir o comprovante de entrega da embalagem e orientar e conscientizar o produtor rural. 
Determina ainda a lei, que a indústria deve recolher as embalagens vazias devolvidas às unidades de recebimento, dar a correta destinação final (reciclagem ou incineração).
Formas de destinação final
Incineração
Os resíduos são incinerados por processo de combustão completa e controlada, transformando-os em cinzas inertes e em gases de natureza conhecida e ambientalmente aceitável. Apesar de ser uma alternativa técnica e ambientalmente viável, apresenta limitações econômicas, principalmente pelos elevados custos de transporte. A incineração, no entanto, deve ser preferencialmente adotada para as embalagens contaminadas que não apresentam em destino alternativo menos oneroso (MACÊDO, 2002).
Entende-se por embalagens contaminadas aquelas que “apresentam resíduos do produto incrustado, em virtude da não execução da prática da tríplice lavagem”, ou seja, que não passaram pelo processo de tríplice lavagem. 
Reciclagem
As matérias primas normalmente utilizadas nas embalagens que acondicionam agrotóxicos são potencialmente recicláveis. Porém, deve-se considerar que o contato do produto tóxico com a embalagem exige maiores cuidados, considerando as etapas de lavagem e redução de resíduos, preparação e destinação final do artefato reciclado. A reciclagem controlada é uma das alternativas mais viáveis para o destino final de embalagens vazias de agrotóxicos, pois possui a característica de ser uma opção lucrativa para o reciclador (MACÊDO, 2002).
As embalagens metálicas e as de vidro são facilmente recicláveis, sendo utilizada respectivamente pelas siderúrgicas e pelas indústrias vidreiras. Os fornos das siderúrgicas operam com temperaturas acima de 1600 ºC e as indústrias vidreiras operam com temperaturas acima de 1300 ºC, temperaturas suficientes para degradar as moléculas dos ingredientes ativos e solventes das formulações dos agrotóxicos, estando assim todas, devidamente licenciadas para esta operação.
As embalagens plásticas, não são facilmente recicláveis, sendo utilizadas apenas pelas recicladoras de plásticos. Estas recicladoras devem estar licenciadas pelo órgão fiscalizador. Estas empresas operam com temperaturas em torno de 200 ºC, não suficiente para degradar as moléculas ativas destes produtos que possam ainda estar presentes, conseqüentemente o produto final deste material poderá conter ainda resquícios do ingrediente ativo, estando por isso, limitada a sua reciclagem, não podendo ser matéria-prima para fabricação de produtos para área de alimentos ou de saúde.
Conclusão

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