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AD2.2017.2.LITERATURAS AFRICANAS II

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro
Universidade Federal Fluminense
Curso de Licenciatura em Letras - UFF / CEDERJ
Disciplina: Literaturas Africanas de Língua Portuguesa II
Coordenador: Otavio Henrique Rodrigues Meloni
AD 2 – 2017. 2
Parte 1 - Assista aos vídeos indicado:
- Entrevista com Pepetela
https://www.youtube.com/watch?v=SgSsuOBU7ZQ
 
Parte 2 - Com base no vídeo assistido e em sua interpretação sobre ele, discuta, comparativa ou complementarmente, os temas abordados nas aulas de nosso Caderno Didático que se referem ao autor escolhido e às temáticas que norteiam sua obra.
RESPOSTA: 
 Através das três obras do escritor angolano, Pepetela, que tivemos a oportunidade de estudar no Caderno Didático, quais sejam: Mayombe; Yaka; e Geração da utopia foi possível observar três momentos distintos em sua produção literária. Em Mayombe (escrito em 1971) o autor descreve a guerra pela independência sob a luz da psique de seus personagens, que muitas vezes falam por si só. Na entrevista com Pepetela ele chega mesmo a citar falas que nasceram dos próprios personagens, prova viva do quanto suas parcelas de humanidades muitas vezes se sobrepuseram ao heroísmo romântico. Essa “humanidade” cheia de falhas e dúvidas foi, inclusive, o ponto em que o escritor recebeu mais crítica de seus pares angolanos. Vale lembrar que Pepetela não só escreveu sobre a guerrilha como também a viveu em plena mata africana. Este romance foi escrito e vivido ao mesmo tempo, sendo, segundo o próprio autor, muito mais um produto do sentimento experimentado do que o pensamento racional.
 Já no romance Yaka (escrito em 1984 – 14 anos depois de Mayombe) Pepetela narra a saga de uma família portuguesa que migra para Angola e que possui, dentre seus membros, portugueses já nascidos no território africano. O romance descreve as transformações das realidades sociais do país e como a família se vê dividida entre a geração originalmente europeia e a nova geração já nascida em Angola. 
 Em Geração da utopia (publicado em 1992 – 21 anos após Mayombe) o autor revisita sua história através da narrativa de um grupo de jovens estudantes que lutaram pela independência, e de como seus ideais e atitudes transformaram-se ao longo da primeira década da guerra civil. Muito da ideologia que moveu a luta pela independência foi substituída pela luta interna de poder, e pelas diferenças entre as etnias que se pretendiam ser elite a do país recém-independente. 
 Os três romances, dentre os mais de 20 que Pepetela vem pulicando no decorrer dos últimos 45 anos, destacam-se por denunciar as situações de luta, conflito e transformação a que Angola se submeteu em busca por sua independência e unificação. Pepetela mostra, através de seus personagens e histórias, a realidade em sua faceta mais humana e menos heroica. Como ele mesmo citou em sua entrevista, os guerrilheiros foram heróis em um dado momento, mas depois foram pessoas como as outras, com suas falhas e dificuldades, sonhos e pesadelos. O sonho de lutar por um país livre, independente, e o pesadelo de uma guerra civil que beirou os 30 anos de duração. Pepetela contribiu para que o angolano repensasse a colonização, lutasse pela independência, repensasse a guerra civil e construísse uma identidade baseada em personagens humanos, por tudo isso seu legado não pertence somente à Angola, senão a toda humanidade. “Talvez é não para quem quer ouvir sim e significa sim para quem espera ouvir não” (Teoria – por Pepetela).

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