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DISCIPLINA DE IMUNOLOGIA 
 
TEXTO AUXILIAR PARA O ESTUDO DOS ALOANTÍGENOS DE GRUPOS 
 
SANGUINEOS - SISTEMA ABO/Rh 
 
 
Os aglutinogénios foram descobertos pelo médico e biólogo austríaco Karl Landsteiner, 
em 1900. Na busca de uma explicação para a aglutinação que acontecia frequentemente 
após as transfusões sanguíneas, Landsteiner formulou a hipótese de os seres humanos 
pertencerem a grupos sanguíneos diferentes. De forma a poder comprovar essa teoria, 
experimentou misturar amostras de sangue pertencentes a ele próprio e aos seus 
colaboradores. Observou então o padrão de aglutinação e definiu 3 grupos, os atuais 
grupos A, B e O. Mais tarde, descobriu um quarto grupo, o grupo AB. 
Landsteiner determinou então que os eritrócitos teriam na sua superfície uma 
substância, à qual deu o nome aglutinogénio, capaz de promover a aglutinação. 
Identificou, na altura, dois tipos de aglutinogénios diferentes: o aglutinogénio A, no 
grupo A, e o aglutinogénio B no grupo B. Os indivíduos do grupo O, não apresentavam 
nem o aglutinogénio A nem o B e os indivíduos do grupo AB apresentavam ambos os 
aglutinogénios. Também constatou a existência de dois tipos de anticorpos no plasma, 
que se ligavam especificamente a um ou outro aglutinogénio. Chamou-lhes então 
aglutininas anti-A (ou aglutinina α) e anti-B (ou aglutinina β) e verificou que a ausência 
de um aglutinogénio implicava a presença da aglutinina correspondente no plasma. 
Desta descoberta nasceu o primeiro e mais importante sistema de grupos sanguíneos 
humanos, o sistema ABO. 
Desde então, foram descobertos centenas de antigénios diferentes na membrana 
dos eritrócitos e foram identificados, até à data, 36 sistemas de grupos sanguíneos 
diferentes, sendo os mais importantes o sistema ABO com quatro antigénios e o sistema 
Rh com 54 antigénios identificados. 
 
Bioquímica do Sistema ABO/Rh 
 
Os aglutinogénios podem ser glicoproteínas (açúcar + proteína) quer glicolípidos 
(açúcar + lípido). 
 
 Aglutinogénios A e B: Os aglutinogénios A e B são glicoesfingolípidos constituídos 
por um oligossacarídeo ligado a um esfingolípido membranar (lípido complexo presente 
nas membranas celulares). Ambos possuem a mesma estrutura base, ou precursor, 
chamada substância H (ou antigénio H) com a mesma sequência de carboidratos (D-
galatose, N-acetilglucosamina e L-fucose), e pelo menos 11 aminoácidos, sendo os 
resíduos mais numerosos os de serina, treonina e prolina. Tais Ag, nos eritrócitos, são 
sintetizados durante a fase de eritroblasto. 
A especificidade do aglutinogénio deve-se à natureza do último carboidrato que 
completa a cadeia oligossacarídica, sendo no caso do aglutinogénio A, a N-
acetilgalactosamina e no caso do aglutinogénio B, a D-galactose. 
A adição (glicosilação) desse último carboidrato efetua-se através de 
glicosiltransferases, proteínas codificadas por um gene, situado no cromossoma 9, que 
possui 3 alelos distintos: I
A
, I
B
 e I
O
. Os alelos I
A 
e I
B
 codificam proteínas ligeiramente 
diferentes, a α-1,3-N-acetilgalactosaminiltransferase (ou transferase A) e α-3-
galactosyl-transferase (ou transferase B) respetivamente. A transferase A adiciona N-
acetilgalactosamina à substância H convertendo-a em antigénio A e a transferase B 
adiciona D-galactose convertendo-a em antigénio B. Por sua vez, o alelo I
O 
apresenta 
uma deleção na sua sequência que faz com que a proteína não possua atividade 
transferase. 
 
Precursor dos aglutinogénios A e B: O antigénio H está presente em 99,9% 
dos eritrócitos da população mundial e é um precursor essencial do sistema ABO. 
A enzima fucosiltransferase, que adiciona L-fucose ao precursor convertendo-o em 
antigénio H, é codificada pelo alelo dominante H localizado no cromossoma 19. Os 
indivíduos recessivos para esse alelo (h/h) não produzem a enzima funcional, portanto 
aparentam ser do grupo O, apesar de geneticamente serem A, B ou AB. São “falsos O” 
(Fenótipo de Bombaim), pois não possuem nem os aglutinogénios A e B nem o 
antigénio H, e como tal produzem anticorpos (naturais) anti-A, anti-B e anti-H. 
 
Aglutinogénio D 
O aglutinogénio D (Fator Rh) é uma proteína transmembrana e é o terceiro 
aglutinogénio mais importante presente na membrana dos eritrócitos. De uma forma 
simplificada, os indivíduos que apresentam o aglutinogénio D são Rh+, caso contrário, 
são Rh- (lembrando que existem vários outros aglutinogénios no sistema Rh, que não 
serão abordados aqui). Ao contrário do que acontece com os aglutinogénios do sistema 
ABO, a ausência do aglutinogénio D não implica a presença de anticorpos anti-D 
no plasma. Os indivíduos Rh- só produzem esses anticorpos (anticorpos imunes) após 
um primeiro contato com sangue Rh+. 
 
Retirado e modificado de: http://knoow.net/ciencterravida/biologia/aglutinogenio/. Acesso em 
04/04/2018. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 http://biochimiedesproteines.espaceweb.usherbrooke.ca/3c.html 
 
 
 
 
Antígeno O (ou H) 
Antígeno A 
Antígeno B

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