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Constitucionalização do Direito Civil Paulo Luiz Netto Lôbo Constituição no centro da elaboração e aplicação da legislação civil; O Código passa a ser interpretado segundo a Constituição, e não a Constituição segundo o Código, como era frequente acontecer; ATENÇÃO: Isso não é a constitucionalização do Direito. Toda norma, em razão da hierarquia, deve ser interpretada de acordo com a CR. A constitucionalização é observada diante do fato de a CR ser aplicada diretamente às situações privadas, eis que trata de suas especificidades: garantias fundamentais, contrato, propriedade, famílias... Constitucionalização é o processo de elevação ao plano constitucional dos princípios fundamentais do Direito Civil; ATENÇÃO: Princípios Norteadores do Código Civil de 2002: Eticidade, Operabilidade e Sociabilidade. Eticidade: o código busca fugir do formalismo jurídico em favor da capacidade de adaptação às mudanças e valores da sociedade, bem como a adaptabilidade às questões, trazendo a ideia de que os princípios éticos devem prevalecer sob o puro formalismo jurídico. Operabilidade: princípio que busca a razoabilidade do Direito, visto que não há como regular de forma taxativa todos os fatos que o tangem. Dessa forma, o conteúdo será solucionado baseando-se no caso concreto, o que garante a proteção da Dignidade da Pessoa Humana. Sociabilidade: reconhece o prevalecimento do interesse coletivo sobre o interesse individual. Publicização X Constitucionalização; Estado Social: todos os temas sociais juridicamente relevantes foram constitucionalizados; A codificação civil liberal tinha, como valor necessário da realização da pessoa, a propriedade, em torno da qual gravitavam os demais interesses privados, juridicamente tutelados; tal patrimonialização das relações civis, que persiste nos códigos, é incompatível com os valores fundados na dignidade da pessoa humana, adotado pelas constituições modernas; [Re] personalização; Código Civil de 1916: essencialmente patrimonialista; Constitucionalização: inserção constitucional dos fundamentos de validade jurídica das relações civis; etapa mais importante do processo de transformação, ou de mudanças de paradigmas, por que passou o direito civil, no trânsito do Estado Liberal para o Estado Social. A Constitucionalização do Direito Civil: Perspectivas Interpretativas Diante do Novo Código Gustavo Tepedino Código Civil de 1916: refletia o pensamento dominante das elites europeias do século XIX, consubstanciado no individualismo e no liberalismo jurídicos; o código cuidava das relações patrimoniais por excelência; Autonomia da Vontade X Autonomia Privada (que vigora atualmente); Fim da dicotomia entre direito público e direito privado; Aumento da intervenção estatal no direito civil e em outros ramos do direito privado; Mudanças no papel do legislador; Socialização, despatrimonialização, repersonalização; Dignidade da Pessoa Humana: centro do ordenamento jurídico; Código Civil de 2002: retrógrado e obsoleto; nasce velho por não levar em conta a história constitucional brasileira e a experiência jurisprudencial, que protegem a personalidade humana mais do que a propriedade; Valorização do ser em contraposição do ter; A Descodificação e a Possibilidade de Ressistematização do Direito Civil Ricardo Luis Lorenzetti Características de um código; Era de descodificação: o código perde abrangência e centralidade, porquanto ela se desloca progressivamente; O Código é substituído pela constitucionalização do Direito Civil, e o ordenamento codificado pelo sistema de normas fundamentais. Criação dos Microssistemas Jurídicos.
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