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Dicionário Gaúcho 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
ber.ta sm 1. Clareira. 
Abi.chor.na.do adj. 1. Desanimado. 2. Vexado, envergonhado. 3. 
Acovardado, aniquilado. 
A.bo.che loc.adv. 1. Em grande quantidade; muito. 
A.bom.ba.do adj. 1. Impossibilitado de continuar viagem por cansaço 
devido ao calor (diz-se do cavalo). 2. Esfalfado; exausto; arquejante 
(animal, ou por extensão, pessoa). 
A.brir os pa.nos loc. V. 1. Ir-se embora; fugir; abrir-se. 
A.cha.dio adj. 1. Achadiço. 
Aci.men.ta.do adj. 1. Transformado em cimento. 
A.co.lhe.rar vtd. 1. Atrelar ou ajoujar (animais) por meio de colhera. T. D. 
E p. Unir, juntar. 
A.co.qui.nhar vtd. 1. Inquietar. 2. Amedrontar. 3. Importunar. 
A.çou.ta - ca.va.lo (s) sm 1. Árvore da família das tiliáceas (luhea 
divaricata, mart.). 
A.fer.ven.tar vtd 1. Apressar 
A.fi.cio.na.do sm 1. Amador de uma arte, jogo, esporte, etc. 
A.frou.xar vtd. 1. Deixar escapar; revelar (segredo). 
A.ga.cha.da sf. 1. Investida, arremetida; interpelação inopinada. 2. Alusão 
agressiva dirigida a alguém para provocar assunto que lhe é desagradável. 
3. Piada; remoque; saída. 4. Disparate. 
A.ga.char (-se) vp. 1. Dispor-se; principiar, começar (a fazer uma coisa). 
A.gar.ra.dei.ra sf. 1. Saliência que se faz na planta do casco do cavalo, 
com uma legra ou uma faca, a fim de que o animal tenha maior firmeza 
em terrenos úmidos ou escorregadios. 
A.gar.rar vtd. 1. Tomar (um caminho, uma direção). 
A.gua.da sf. 1. Lugar onde vão beber os animais; bebedouro. 
A.gua.xa.do sf. 1. Saturado de água. [aplica-se ao cavalo que em razão de 
muito tempo de descanso, fica tão gordo que não pode fazer marcha 
longa sem transpirar excessivamente, formando-se uma espuma branca, 
sobretudo na tábua do pescoço e no lombo.]. Fig. Diz-se do indivíduo 
destreinado para certos esforços. 
A.guen.te sm. 1. Resistência física. 
A la cri.a loc. Adv. 1. Usada com o verbo ir (ou vir): ir-se embora; ir ao 
deus-dará; cair no mundo. 
A la fresca ! (a la fres.ca) loc. Interj. Designa espanto, surpresa, 
descrença. 
A.la.ri.fa.ço adj. Superlativo de alarife. 
A.la.ri.fe adj. 1. Vivo, esperto; velhaco, trapaceiro. 2. Desordeiro, venta-
furada. [superlativo de alarifaço]. 
Al.bar.dão sm 1. Faixa de terra que se ergue entre lagunas, banhados ou 
charcos. 
 al.ça.do adj. 1. Diz-se do gado que se tornou bravio por haver fugido para 
o mato ou por ter sido deixado ao abandono. 
Al.ce sm. 1. Trégua; folga; descanso. 2. Ato de alçar ou levantar o cavalo 
por meio das rédeas. 
Al.dra.gan.te adj. E sm. 1. Tratante, vagabundo. 
Ale.gre.te sm. 1. Município em cuja região central se acha situada a 
cidade de igual nome, à margem do rio ibirapuitã. 
Ale.via.na.do adj. 1. Tornado mais leve, mais leviano. 
 a.lon.gar vt. 1. Afastar-se, alongar-se. 
A.ma.gar vt. 1. Levar (o corpo) para a frente, quando a cavalo, a fim de 
dar impulso ao animal. 
A 
 
3 
A.ma.nu.se.ar vtd. 1. Amanonsiar. 
A.ma.non.siar vt. 1. Amansar (um animal) sem montá-lo; tirar-lhe as 
manhas. 
A.mar.go sm. 1. Mate sem açúcar; chimarrão. 
A.mar.ti.lhar vtd. 1. Engatilhar, martilhar, emartilhar. 
Am.bi.cio.nei.ro adj. 1. Ambicioso. 
A me.ia es.pal.da loc.adv. 1. Aplica-se a um modo de laçar que consiste 
em prender o animal pela cernelha, pelo peito e por um dos membros 
dianteiros. 
A.mi.lha.do adj. 1. Diz-se do animal alimentado com milho. 
An.dan.te sm. 1. Viajante; transeunte. 
An.gu sm. 1. Confusão, barulho, arranca-rabo. 
A.ni.ma.la.da sf. 1. Grande número de animais cavalares. 
A.nu sm. 1. Nome de uma dança (ver fandango). 
A.par.te sm. 1. Ato de apartar ou separar o gado, para a venda ou outro 
fim. 2. Ato ou efeito de apartar, separar, pôr de parte. 
A.pe.ra.do adj. 1. Encilhado com esmero; ajaezado (cavalo). Fig. Bem 
vestido. 
A.pe.ros sm. Pl. 1. Os preparos necessários para encilhar um cavalo; 
arreios. 
A.per.ta.do sm. 1. Passagem apertada entre dois precipícios. 2. 
Desfiladeiro. 3. Lugar estreito de rio ou caminho. 
A.pi.nha.do sm. 1. Porção de coisas apinhadas; aglomeração, aglomerado. 
A.pi.nhos.car(-se) vp. 1. Juntar-se, agrupar-se, apinhar-se. 
A.plas.ta.do adj. 1. Cansado por efeito de certo esforço; abatido. 
A.plas.tar vtd. 1. Tornar aplastado; tirar as forças a. P. Tornar-se 
aplastado; perder as forças. 
A.por.rea.do adj. 1. Aplica-se ao cavalo que o domador não conseguiu 
amansar. 
A.por.rear vtd.e p. 1. Tornar aporreado. 
A.po.tra.do adj. 1. Que tem manhas de potro. 2. Fig. Irascível; grosseiro. 
A.po.trar-se vp 1. Ficar (o animal) bravio como o potro. 2. Fig. 
Embravecer, zangar-se. 
A.pron.ta.men.to sm. 1. Aparelhamento, enfeite. 
A.pu.ra.do adj. 1. Apressado; impaciente. 
A.pu.rar vtd. E p. 1. Apressar. 
A.que.ren.cia.do adj. 1. Diz-se do animal acostumado a um lugar certo, ou 
a andar junto com outros animais. 2. Aplica-se, figuradamente, às 
pessoas. 
A.ris.car(-se) vp. 1. Tornar-se arisco, esquivo; espantar-se. 
Ar.ma.da sf. 1. Roda que se faz com o laço quando se pretende atirá-lo 
para prender a rês. 
Ar.pis.ta adj. 1. Desconfiado; prevenido; assustadiço; arisco. [também se 
usa alpista.] 
Ar.pis.tar(-se) vp. 1. Mostrar-se arpista; assustar-se. [o mesmo que 
alpistar-se.] 
Ar.ran.ca-ra.bo sm. 1. Discussão, bate-boca. 2. Barulho, briga, conflito. 
Ar.ran.cha.men.to sm. 1. Casa de moradia no campo, com seus acessórios 
– currais, galpões, etc. — ou sem eles. 
Ar.rea.dor sm. 1. Relho comprido com que o campeiro toca os animais. 
Ar.re.ga.nha.do adj. 1. Aplica-se ao cavalo que, em tempo de calor 
intenso, depois de marcha imoderada, havendo bebido pouco, é 
acometido de uma espécie de espasmo que se caracteriza pela contração 
dos maxilares e das narinas e o faz perder muito em resistência. 
Ar.re.glar vtd. E p. 1. Combinar, concertar; arranjar; pôr (as coisas) em 
ordem. Td. E i. 1. Ajustar alguma coisa com alguém. 
Ar.re.glo sm. 1. Ato de arreglar. Combinação, ajuste, arranjo. 
Ar.re.ma.ta.do adj. 1. Cansado, enfadado; exausto. 
Ar.rin.co.nar vtd. E p. 1. Arrinconar, acantoar. 
Ar.ris.ca.da sf. 1. Aventura muito perigosa. 
Ar.ro.di.lhar(-se) vp. 1. Ajoelhar-se. 
 
4 
Ar.ro.lhar(-se) vp. 1. Fugir derrotado, intimidado, amedrontado. 2. 
Reunir-se, juntar-se em grupo (animais que vão em marcha ou se acham 
espalhados). 3. Reunir-se (pessoas). 
Ar.rou.ca.do adj. 1. Enrouquecido. 
Ar.ru.ir vtd. 1. Destruir, desmoronar. 
A.ru.á sm. 1. Indivíduo brigão; valentão. 
Às can.sa.das loc. Adv. 1. Depois de muita demora; com muito esforço. 
As.pas sf. Pl. 1. Chifres, guampas (quando ainda estão no animal). 
As.pa-tor.ta sm. 1. Indivíduo turbulento, desordeiro; ventana. 
As.so.lea.do adj. E sm. 1. Diz-se do, ou o animal que, por haver andado 
muito ao sol quente, fica doente do aparelho respiratório, tornando-se 
facilmente cansável. 
A.tar vtd. 1. Ajustar, contratar (carreira). 
A.ti.lhar vtd. 1. Prender com atilho. 
A.to.rar vtd. 1. Cortar, torar. 
A.tos.si.car vtd. 1. Instigar para o mal; dar mau conselho a. 
A.vi:os sm. Pl. 1. O conjunto de objetos necessários para determinados 
fins: avios de fogo — o isqueiro, a pederneira, etc.; avios de mate — a 
cuia, a bomba e a erva; avios de pescaria — o anzol, as iscas, etc.; avios de 
caça, avios de carpinteiro... 
A.zon.za.do adj. E sm. 1. Meio zonzo, meio tonto. 
A.zu.le.go adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalar ou muar cujo pêlo é de um 
azul quase preto, entremeado de pintas brancas, produzindo um reflexo 
azulado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a.gual sm. E adj. 1. Potro recém-domado. 2. Cavalo novo e 
arisco. Adj 1. Arisco; espantadiço. 2. Grosseiro, rústico. 3. Muitogrande. 
Ba.gua.la.da sf. 1. Manada de baguais. 2. Os baguais em geral. 
Ba.io sm. 1. Cigarro feito de fumo crioulo e palha de milho. 
Ba.lan.çan.te adj. 1. Que balança. 
Ba.lan.drau sm. 1. Nome dado ao poncho de pala, ou pala simplesmente, 
o qual tem no meio, como a opa, uma abertura por onde é enfiado no 
pescoço. 
Ba.las.tra.ca sf. 1. Patacão argentino ou uruguaio. 
Bam.bur.ral sm. 1. Vegetação arbustiva que viceja nos lugares úmidos e 
nas roças ou cercados abandonados. 
Ban.car(-se) vp. 1. Montar; sentar-se. 
Ban.de.ar vtd. 1. Atravessar; traspassar. P. Passar-se para o outro lado. 
Ba.nha.do sm. 1. Terreno alagadiço; pântano, brejo. 
Ba.nhei.ro sm. 1. Lugar — arroio, açude — onde se toma banho. 
Bar.ba.ri.da.de interj. 1. Exprime espanto, admiração. 
 
B 
 
5 
Bar.bi.ca.cho sm. 1. Cordão ou couro entrançado que, tendo as 
extremidades presas ao chapéu, passa por baixo do queixo, segurando 
aquele à cabeça. 
Bar.ro.so adj. 1. Diz-se do boi de cor branca amarelada. Há diversa 
tonalidades; barroso claro, barroso amarelo, barroso vermelho, barroso 
fumaça. 
Ba.ru.lhar vtd. 1. Fazer barulho ou bulha com. 
Bas.tei.ra sf. 1. Ferida produzida no lombo do animal por defeito ou mau 
estado do lombilho. 
Ba.ta.ta sf. 1. Divisa, galão. 
Ba.te-bar.bas sm. 1. Discussão acalorada; bate-boca, bate-chão. 
Ba.ter a al.ca.tra na ter.ra in.gra.ta loc. V. 1. Cair no chão. 
Ba.ter ore.lha(s) loc. V. 1. Ser igual a outro, da mesma força. 2. Ter 
destino igual ao de outro. 
Ber.za.bum sm. 1. Tumulto, balbúrdia, briga, bafafá. 
Bi.bi sf. 1. Erva da família das Iridáceas (Cypella plúmbea) Cuja raiz é 
comestível. 
Bi.cha.rá sm. 1. Poncho feito de tecido grosseiro de lã. 
Bi.chare.do sm. 1. Bicharada, bicharia. 
Bi.co.ta sf. 1. Beijoca; beijo; boquinha. 
Bi.guá sm. 1. Ave aquática de cor preta, da família dos carbonídeos (carbo 
vigua, vieill.). 
Bo.chin.cha.da sf. 1. Ato de promover bochinche ou conflito. 2. 
Pagodeira, pândega. 
Bo.chin.che sm. 1. Boliche, bodega. [acepção usual: baile reles; 
desordem, briga.] 
Bo.có¹ adj. 1. Tolo, pateta, acriançado. 
Bo.có ² sm. 1. Alforje ou bolsa de couro não curtido, ainda com o pêlo do 
animal. 
Boi.ci.nin.ga sf. 1. Nome tupi da cobra cascavel (crotalus terrificus, l.). 
Boi.gua.çu sf. 1. Cobra grande. 
Bo.la.ço sm. 1. Golpe dado com as bolas. 2. Tiro de bolas. 
Bo.lan.di.na sf. 1. Agitação, atrapalhação; azáfama. 2. Trapalhada; 
trampolinada. 
Bo.las sf. Pl. 1. Ver boleadeiras. 
Bo.le.a.dei.ras sf. Pl. 1. Aparelho que serve para prender o animal em 
campo aberto. É formado por três de pedra ou de ferro envolvidas num 
couro espesso — retorvo — ou, como envoltório, tornam uma forma 
arredondada. Essas esferas ligam-se entre si por meio de cordas de couro, 
denominadas soga das boleadeiras. Duas das bolas são de igual tamanho 
e a terceira, menor, chamada manicla ou manica, é a que empunha para 
manejar o conjunto. [o mesmo que bolas, pedras e três-marias]. 
Bo.lea.do sm. 1. Superfície boleada, torneada, arredondada. 
Bo.lea.dor sm. 1. Aquele que atira as bolas ou boleadeiras. 
Bo.le.ar vt. 1. Atirar as bolas ou boleadeiras a (o animal), para apanhá-lo. 
Bolear a perna loc.v. 1. Apear-se do cavalo. 
Bo.li.che sm. 1. Pequena casa de negócio; bodega, taberninha. 
Bo.li.chei.ro sm. 1. Proprietário de boliche. 
Bo.li.vi.a.no sm. 1. Moeda boliviana de prata, que tinha curso no rio 
grande do sul e valia, aproximadamente 800 réis. 
Bom.ba.cha sf. 1. Calças muito largas, apertadas acima dos tornozelos por 
meio de botões; muito usadas pelos campeiros. 
Bom.be.ar vtd. Int. 1. Espionar; espreitar, observar, vigiar. 
Bom.bei.ro sm. 1. Espião ou observador do campo inimigo; esculca. 
Bo.qui.nha sf. 1. Beijo, bicota. 
Bo.tei.ro sm. 1. Aquele que governa um bote. 
Bra.ça.da sf. 1. Movimento ou gesto do braço. 
Bra.ga.do adj. E sm. 1. Diz-se de, ou animal vacum ou cavalar que tem 
grandes manchas brancas pela barriga. 
Bra.si.no adj. 1. Diz-se do animal bovino ou do cão cujo pêlo é vermelho 
com listras pretas ou quase pretas. 
 
6 
Bru.a.ca sf. 1. Maleta de couro para transporte de objetos sobre animais. 
Fig. Mulher ordinária, sem pudor; rameira. 
Bu.çal sm. 1. Peça do arreio, muito complexa, feita de couro e que se põe 
na cabeça e pescoço do cavalo. Compõe-se de cabeçada, focinheira, 
fiador e cedeira. Passar o buçal em. Loc. V. 1. Enganar, lograr. 
Bu.ca.le.te sm. 1. Peça do arreio, semelhante ao bucal, porém menor do 
que este, e menos grosseira. 
Bue.na.ço adj. 1. Muito bom ou bondoso; excelente; generoso; afável. 
[também se diz buenacho. Superl. De bueno]. 
Bue.no adj. 1. Bom, bondoso. Adv. Está bem; muito bem; perfeitamente. 
Bu.ra.ca.ma sf. 1. Porção de buracos (nas estradas). 2. Série de buracos. 
Bu.tiá sm. 1. Fruto do butiazeiro. 2. Butiazeiro. 
Bu.tia.zei.ro sm. 1. Espécie de palmeira (cocos capitata, mart.), de cujo 
fruto, comestível, se faz licor. 
Bu.zi.na adj. 1. Raivoso, colérico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a.be.la.ma sf. 1. O conjunto dos cabelos ou pelos de um 
palmal, pelame. 
Ca.bor.tei.ro adj. 1. Diz-se do cavalo manhoso, infiel, arisco, velhaco. 2. 
Fig. Aplica-se à pessoa velhaca, tratante, que não merece confiança 
Ca.bos-ne.gros adj. 1. Aplica-se ao cavalo baio ou gateado que tem os 
quatro pés, a crina e a cauda pretos. 
Ca.bres.te.ar v. Int. 1. Andar conduzido pelo cabresto. 2. Obedecer 
facilmente à tração do laço. 
Ca.bres.ti.lhos sm. 1. Correias estreitas de couro, ou correntes de metal 
que prendem a espora ao pé. [também se usa no singular]. 
Ca.chim.bo sm. 1. Cálice. 
Ca.fi.fe sm. 1. Pequeno cofre, ou bandeja, em que se recolhe o barato nos 
jogos de cartas ou de víspora. 2. O barato. 
Ca.iam.bo.la sm. 1. Escravo que andava fugido, e que muitas vezes se 
açoitava em quilombos. [o mesmo que canhembora, canhambora, 
calhambora, quilombola]. 
Ca.je.ti.lha sm. 1. Sujeito presumido; janota, almofadinha. [nome dado 
pela gente do campo aos rapazes da cidade.] 
Ca.la.ve.ra (ê) sm. 1. Indivíduo velhaco, caloteiro, caborteiro. 
Ca.li.fór.nia sf. 1. Corrida de cavalos, em que tomam parte mais de dois, 
muito usada outrora no rio grande. Califórnia de Chico Pedro, sf. 1. Nome 
por que é conhecida a luta que, de fins de 1849 a 1850, travou o coronel 
Francisco Pedro de Abreu (mais tarde general e barão do Jacuí) contra as 
C 
 
7 
forças da república oriental (Uruguai), pelo fato de haver o governo desse 
país confiscado, em onerado com pesadíssimos impostos, as propriedades 
dos brasileiros ali residentes. Estes aproveitam a ocasião para lá os seus 
gados ao rio grande do sul, onde ficavam garantidos. Muitas extorsões e 
abusos se praticaram durante essa peleja, na qual foi derrotado de Chico 
Pedro. [“este vocábulo” – escreve romangueira correia – “tira sua origem, 
sem duvida, do fato de, em outros tempos, dirigir-se muita gente à 
califórnia em busca de ouro que naquele estado abundava”; e, como 
nessas corridas (califórnia), são muitos os competidores e todos – com a 
sede de ganhar, talvez daí, analogamente, tenha-se-lhes dado aquela 
denominação; assim também se explica o emprego dessa palavra para 
indicar essa luta acima referida, em que também predominava, além de 
outros sentimentos, a cobiça de lucros.”] 
Ca.lom.bo sm. 1. Espécie de uma raça bovina outrora abundante no Rio 
Grande do Sul e hoje desaparecida, na qual os touros apresentavam 
pescoço muito curto, com uma saliência volumosa (calombo) na parte 
anterior. [Simões Lopes emprega a palavra em sentido figurado, 
facilmente compreensível pelo conjunto.]. 
Cam.ba.rá sm. 1. Nome comum a várias plantas, pertencentes às famílias 
das compostas, das verbenácias e outras, e de que há muitas variedades. 
São tidas como de valor medicinal. 
Cam.bu.im sm. 1. Árvore da família das mirtáceas (Myrcia sphaerocarpa, 
d.c.). Var.De Cambuí. 
Ca.me.la.da sf. 1. Grupo de camelos. (pl. Os camelos.). 
Ca.me.lo sm. 1. Ver caramuru. 
Ca.mor.ra sf. 1. Provocação, desafio; indireta. Comprar a camorra loc. V. 
1. Reagir a uma provocação; picar-se. 
Ca.mo.te sm. 1. Namoro. 2. O namorado. 
Cam.pe.ar vtd. E int. 1. Procurar gado pelos campos. 2. Procurar, 
esquadrinhar. 
Cam.pei.ra.ço sm. 1. Campeiro muito experimentado, profundo 
conhecedor dos segredos de seu oficio. 
Cam.pei.ra.da sm. 1. Porção de campeiros. 2. Os campeiros. 
Cam.pei.re.ar v. Int. 1. Trabalhar com o gado. 
Cam.pei.ro sm. 1. Aquele que trabalha no campo com o gado. 2. Aquele 
que sabe trabalhar no campo. 
Cam.pes.tre sm. 1. Campo no meio da mata. 2. Clareira gramada. 
Ca.na de ré.dea sf. 1. Uma das correias com que fazem as rédeas. 
Ca.na.ri.nho sm. 1. Espécie de canário. 
Can.cha sm. 1. Pista para carreira de cavalos. 2. Lugar onde se realizam 
jogos. 3. Paradeiro habitual; lugar predileto. 4. Espaço; lugar. 
Can.che.ar vtd. 1. Bater as folhas de (a erva mate), depois de seca, 
reduzindo-a a pedacinhos. 2. Moer, triturar (a erva mate). 
Can.chei.ro adj. e sm. 1. Diz-se de, ou cavalo, habituado a correr na 
cancha. Sm. 1. Empregado que cuida das canchas. 
Can.don.guei.ro adj. 1. Aplica-se ao animal manhoso, que foge com a 
cabeça quando se lhe quer pôr o freio ou o bucal . 2. Fig. Diz-se de pessoa 
manhosa, arteira, esquiva. 
Can.gu.çu sm. 1. Município em cuja região central, entre as nascentes dos 
arroios poronduba, amêndoa, pantatoso e moinho , fica a cidade do 
mesmo nome. 
Ca.nha sf. 1. Aguardente de cana; cana, cachaça. 
Ca.nha.da sf. 1. Vale profundo; grande depressão; baixada. 
Ca.nho.na.ço sm. 1. Tiro de canhão. 2. Fig. Fato ou notícia que provoca 
extraordinário abalo. 
Can.ji.ca sf. 1. Espécie de sopa de milho quebrado ou pilado, ao qual se 
adiciona açúcar, leite e, ás vezes, canela; mungunzá. (pl os dentes). 
Ca.pão sm. 1. Indivíduo fraco, pusilânime, vil. 
Ca.pim-li.mão sm. 1. Erva da família das gramináceas (elionurus candidus, 
hack.) 
Ca.pin.cho sm. 1. O macho da capivara. 2. Filhote de capivara. 
 
8 
Ca.po.ro.ro.ca sf. 1. Designação omatópica de uma ave da família dos 
Anatídeos (Coscoroba coscoroba), a qual no Brasil habita apenas o Rio 
Grande do Sul. É um tipo de cisne, de corpo inteiramente branco. 
Ca.ra.ca sf. 1. Rugas que surgem na base dos chifres dos vacuns, quando 
vão envelhecendo. [diz-se também craca.]. 
Ca.ra.min.guás sm. 1. Arreios velhos e quase sem préstimo. 2. Objetos de 
pouco valor; cacarecos, badulaques. 3. Dinheiro miúdo, pouco. 
Ca.ra.mu.ru sm. 1. Denominação que os republicanos de 1835 (revolução 
farroupilha) davam aos legalistas. [o mesmo que camelo e galego.]. 
Ca.ra-vol.ta sf. 1. Meia-volta; volta instantânea para trás. 
Car.che.ar v. Int. e td. 1. Apoderar-se indevidamente de animais e coisas, 
por ocasião das revoluções sob falso pretexto de necessidades militares. 
2. Fig. Roubar, furtar. 
Car.che.io sm. 1. Ato de carchear. 2. Fig. Roubo; modo sumário como o 
roubo (o jogo, por exemplo) de apossar-se dos bens alheios. 
Car.go.se.ar vtd. 1. Importunar, perseguir; fazer corte insistente a. 
Car.go.so adj. 1. Importuno, impertinente; remitente. 
Car.guei.re.ar v. Int. 1. Trabalhar com animais cargueiros. Vtd. 1. 
Transportar em animais cargueiros. 
Car.ne.ar v.irreg. Vtd. 1. Esfolar a rês. 2. Esfolar. 
Ca.ro.na sf. 1. Peça do arreamento: manta de couro, que se põe por baixo 
do lombilho. Ir ou Es.tar pe.las ca.ro.nas loc. V. 1. Estar em situação 
difícil, penosa. 
Car.pe.ta (ê) sf. 1. Pano que cobre a mesa do jogo. 
Car.quin.cho adj. 1. Seco; enrugado, encarquilhado. 
Car.rei.ra sf. 1. Disputa entre animais de corrida em campo raso. [o 
mesmo que carreiramento.] Atar carreira loc. V. 1. Contratá-la, ajustá-la. 
Carreira grande sf. 1. A carreira principal, numa reunião para carreiras. 
Car.rei.ro sm. 1. Fileira, fila, carreira. 
Carreta sf. 1. Carro de bois. 
Car.re.ta.me sm. 1. Grande número de carretas; carretama. 
Car.re.tão sm. 1. Carreta pequena, usada para serviços leves, nas 
estâncias, e puxada por uma só junta de bois. 
Car.re.tei.ro sm. 1. Condutor de carreta. 
Car.ri.nho sm. 1. Os maxilares. [mais usado no plural.]. 
Ca.rum.bé sf. 1. Jabuti macho, em pleno desenvolvimento. 
Ca.so sm. 1. História, conto, narração. Pro caso, loc. Adv. 1. Aliás, diga-se 
de passagem; por sinal. 
Cas.te.lha.na.da sf. 1. Grupo de castelhanos(filhos do uruguai ou da 
argentina.). 
Ca.ti.vo adj. 1. Cativante, sedutor. 
Ca.tur.ri.tar v. Int. 1. Falar muito; paldrar, lagartear. 
Ca.ú.na sf. 1. Erva-caúna. 
Ca.va.lhei.ra.da sf. 1. Ação irregular; proeza, cavalaria. 
Ca.ve.rá sm. 1. Serra à margem esquerda do arroio do mesmo nome, ao 
sul do município de rosário. 
Cer.de.ar vtd. E int. 1. Cortar as cerdas do animal; tosquiar. 
Cer.no.so adj. 1. Que tem cerne espesso. 
Chá-de-cas.ca-de-va.ca sm. 1. Surra de relho. 
Chai.rar v. Int. e td. 1. Afiar a faca num afiador de aço denominado 
chaira. 
Chan.guei.ro sm. 1. Parelheiro, ou cavalo de cancha, para pequenas 
corridas; parelheiro medíocre. [diminutivo: changueirito.]. 
Cha.pe-cha.pe sm. 1. Chão-duro; terreno seco e áspero. 
Cha.pu.lhar v. Int. 1. Chapinhar. 
Char.que.a.dor sm. 1. Proprietário de charqueada. 
Char.rua adj. E sm. 1. Diz-se de, ou individuo dos charruas, tribo de índios 
que outrora habitava o rio grande, dominando o extremo sul do estado. 
Chas.que sm. 1. Mensageiro, estafeta, próprio. 
Chê! (tchê) interj. 1. Indica espanto, ou zombaria, e serve também para 
chamar a atenção da ´pessoa a quem se fala. 
Chi.co adj. 1. Pequeno. 
 
9 
Chil.ca sf. 1. Arbusto daninho, da família das compostas (europatorium 
virgatum, d.c.). [também se diz chirca] 
Chi.le.nas sf. Pl. 1. Grandes esporas, de rosetas muito grandes. 
Chi.mar.rão adj. E sm. 1. Diz-se de, ou mate sem açúcar, que se toma em 
cuia; mate amargo. Diz-se de ou animal doméstico que se tornou 
selvagem, bravo; alçado. 
Chi.na sf. 1. Descendente ou mulher de índio; cabocla. 2. Mulher morena 
de aspecto semelhante aos das chinas. 3. Mulher de vida fácil. 
Chi.na.re.do sm. 1. Grande número de chinas; as chinas [o mesmo que 
chinanerio]. 
Chi.ne.rio sm. 1. Chinaredo. 
Chi.no.ca sm. 1. Diminutivo de china, caboclinha. [o mesmo que 
pinguancha. Também se usa chininha, chinoquinha]. 
Chi.no.cão sm. 1. Chinoca bonita, fornida, vistosa. 
Chi.ri.pá sm. 1. Vestimenta sem costura, usada outrora pelos homens do 
campo: constava de um metro de fazenda, que, passando por entre as 
pernas, era presa à cintura, nas extremidades, por cinta de couro ou pelo 
tirador. 
Chi.ru sm. 1. Índio, caboclo. 
Chur.ras.co sm. 1. Carne sangrenta assada no espeto sobre as brasas ou 
labaredas. 
Chur.ras.que.ar v. Int. 1. Comer churrasco. 2. Tomar refeição ligeira. 3. 
Comer. 
Chus.pa sf. 1. Bolsinha feita com a pele do papo do avestruz, ou de outro 
couro, ou de pano, para guardar dinheiro, fumo, papel de cigarro, ou 
outras coisas. 
Chuvisqueiro sm. 1. Chuva miúda; chuvisco. 
Cin.cha sf. 1. Uma das peças do arreamento: a que aperta o lombilho. 
Cin.co man.da.men.tos loc. Sm. E pl. 1. Dos cinco dedos da mão. 2. Fig. A 
mão. 
Cli.nu.do adj. e sm. 1. Diz-se de ou animal de crinas grandes. 2. Fig. 
Aplica-se ao indivíduo cabeludo. 
Co.go.ti.lho sm. 1. Tosadura que se faz nas crinas do cavalo 
acompanhando a volta do pescoço. Meio cogotilho, loc. E sm. O que vai só 
até a metade do pescoço. 
Co.go.tu.do adj. 1. Que tem o cogote ou cangote proeminente 
pescoçudo. 
Coi.mei.ro sm. 1. O depositário da coima, isto é, da parada, no jogo no 
osso. 
Co.la sf. 1. Cauda de animal. 
Co.le.ta.ri.a sf. 1. Coletoria. 
Co.lhe.ra sf. 1. Peça de couro ou de metal come que se prende um animal 
a outro, pelo pescoço. 2. O conjunto de dois animais presos pela colhera. 
3. Fig. Aplica-se a duas pessoas muito ligadas, que andam sempre juntas. 
Co.lhu.do adj e sm. 1. Qualitativodo, ou o cavalo não castrado. 
Col.mi.lhu.do adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo de grandes comilhos e, 
portanto, velho, imprestável. 2. Fig. Aplica-se também às pessoas de 
idade avançada. 
Co.lo.ra.do adj. 1. Vermelho. 
Sm.1. Animal cavalar ou muar de cor vermelha. 
Co.lo.rea.do sm. 1. Cor vermelha. 
Co.lo.re.ar v. Int. 1. Mostrar-se, aparecer, em sua cor vermelha. 
Co.mo que.ra (é) loc. Conj. 1. Como quer que seja, seja como for; de 
qualquer modo; apesar disso; ainda assim. 
Com.pa.dra.da sf. 1. Bazófia, gabolice, fanfarronada, gauchada. 
Com.pa.nha sf. 1. Companhia. 
Con.cha.var vtd. 1. Contratar os serviços de; entrar para o serviço de uma 
estância ou de uma casa qualquer; alugar-se. 
Con.fi.an.ça sm. 1. Empregado (ou animal) de confiança, com que se pode 
contar em qualquer situação. 
Con.for.me adv. 1. Logo que. 
 
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Con.ti.nen.te sm. 1. Nome dado ao rio grande do sul desde os tempos 
coloniais até à revolução de 1835 
Con.ti.nen.tis.ta sm. 1. Antiga designação dos habitantes do Rio Grande 
do Sul e especialmente dos farroupilhas. 
Con.tra.pon.te.ar(-se) v. 1. Alterar; ter desinteligência. 
Con.tra.tar vtd. 1. Fazer contrato ou pacto com. 
Con.tra.vol.ta sf. 1. Volta, volteio, giro em sentido contrário ao do 
anterior. 
Con.vi.dan.te adj. 1. Que convida; convidativo. 
Com.vi.dar(-se) v. 1. Combinar (os corredores entre si) o começo da 
corrida, a largada. 
Co.ra.ço.na.da sf. 1. Aquilo que o coração diz; pressentimento, palpite. 
Cor.deo.na sf. 1. Gaita de seis foles; sanfona, arcodeon. 
Co.rin.cho sm. 1. Arrogância; proa; topete; fanfarronada. Quebrar o 
corincho loc. V. Acabar com a bazófia, com a arrogância (de alguém). 
Co.ro.ni.lha sf. 1. Lugarejo entre dois afluentes do rio Ibiruitã-chico, no 
município de Rosário. 2. Árvore da família das ramnáceas, também 
conhecida por espinho de touro (Scutia buxifolia, reiss); sua madeira, de 
grande densidade e extraordinária resistência, é empregada em mourões. 
Sm. e adj. 1. Fig. Indivíduo forte, resistente, valente, disposto. 
Cor.ru.ra sf. 1. Pássaro da família dos trogloditídeos (Troglodytes 
musculus), também chamado, em partes do Brasil, cambaxirra, carriça, 
garriça, garriço, garrincha, etc. 
Cor.ta.do sm. 1. Lavor que se faz, cortando; recorte. 
Cor.tar-se v. 1. Separar-se, afastar-se. 
Cor.qui.lho.so adj. 1. Muito sensível às cócegas; coceguento. 2. Fig. Que 
se melindra facilmente; suscetível. 
Cos.ti.lhar sm. 1. A região das costelas do vacum. 2. A carne que se tira 
dessa região, juntamente com as costelas, para fazer assado. 3. O assado 
feito dessa carne. 
Cou.re.ar v. Int. E t.d. 1. Tirar o couro de animal que morreu no campo, de 
peste, magreza ou desastre. 
Co.va-de-tou.ro sf. 1. Escavação que faz o touro com os chifres e as patas 
quando se prepara para a luta. 
Co.xi:lha sf. 1. Campina com pequenas e grandes elevações, espécie de 
colina geralmente coberta de pastagem, e onde se desenvolve a indústria 
pastoril. 
Co.xi.lhão sm. 1. Coxilha muito extensa. 
Cha.crá sm. 1. Onomatopeia designativa da voz da coruja. 
Cri.ou.lo sm. 1. Originário do país, da região, do lugar onde vive. 
Cru.za sf. 1. Produto de cruzamento (de raças). 
Cru.za.da sf. 1. Encruzilhada, encruzada. 2. Ato de cruzar; cruzamento. 
Cru.zei.ra sf. 1. Variedade de cobra jararaca, muito venenosa. 
Cué – pu.cha! Interj. 1. Exprime admiração, espanto. [o mesmo que cuê 
puna! E cuna!] 
Cue.ra sf. 1. Cicatrizes ou chagas no lombo do animal, provocadas pelo 
contato com os arreios. 
Cue.ru.do adj. 1. Que tem cuera ou cueras. 
Cu.la.tra sf. 1. A retaguarda de um rebanho. 
Cu.la.tre.ar vtd. 1. Seguir na culatra de (o gado), tangendo-a. 2. Fig. Ir no 
encalço de; perseguir. 
Cu.na! Interj. 1. Ver cué-pucha![forma reduzida de Ai-cuna!] 
Cu.pi.nu.do adj. E sm. 1. Qualitativo de, ou touro que tem grande cupim 
ou giba. 
Cus.ca.da sf. 1. Porção de cuscos; os cuscos. 2. Fig. Gente ordinária, fraca, 
imprestável. 
Cus.co sm. 1. Cão pequeno, de raça ordinária [também se chama 
guaipeva ou guaipé.]. 
Cu.tu.ba adj. E sm. 1. Diz-se de, ou individuo forte, valente, disposto 
destemido. [O mesmo que taura, torena ou turuna.]. 
 
 
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an.ça.ro.la sf. 1. Bailariço, dança. 
De aga.lhas loc. Adj. 1. Forte; vistoso; admirável. 
De atra.ves.sa.do loc. Adv. 1. De través, de esguelha, de lado. 
De.bo.chei.ra sf. 1. Grande troça ou deboche; zombaria, deboche. 
De bo.la.pé loc. Adv. 1. Ora nadando, ora nadando, (por estar cheio o rio, 
não permitindo que se tome pé durante toda a travessia.). [o mesmo que 
a bolapé.]. 
De ca.ra.ca.rá loc. Adv. 1. De pouco ou nenhum valor; de cacará. 
De cha.ro.la loc. Adv. 1. No andor. Fig. Carregado com adoração. 
De com.pa.nhei.ros loc. Adv. 1. Em companhia; juntos. 
De cor.po qua.dra.do loc. Adv. 1. Ver quadrar. 
De es.co.tei.ro loc. Adv. 1. A cavalo, sem impedimento, sem embaraço, 
isto é, sem conduzir animais ou sem ser acompanhado de viaturas: viajar 
de escoteiro. 
De.fun.te.ar vtd. 1. Matar. 
De já ho.je loc. Adj. 1. Há pouco, ainda há pouco. 
De jei.to loc. Adj. 1. Oportuno, propício. 
De mãos aber.tas loc. Adj. 1. Liberal, generoso, não apegado ao dinheiro. 
De mi flor adj. 1. O melhor possível; excelente. 
Den.te-se.co adj.e sm. 1. Destemido, valente, audacioso. 
De ré.dea no chão loc. Adv. E adj. 1. Inteiramente manso, fiel (cavalo). 2. 
Fig. Submisso a outrem; vencido; apaixonado. 
De.sa.bo.ti.na.do adj. 1. Estouvado, estourado; valentão, quebra. 
De.sa.pre.si.lhar vtd. 1. Desprender (o que estava apresilhado). 
Des.cas.car vtd. 1. Ver pelar. 
Des.go.ver.no sm. 1. Falta de governo, de orientação; desorientação, 
desnorteamento. 
Des.gua.ri.tar-se vp. 1. Desgarrar-se do rebanho ou do bando; extraviar-
se, perder-se. 
Des.lom.brar-se vp. 1. Extenuar-se, exaurindo-se. 
Des.ma.ne.ar vtd. 1. Tirar a maneia de (animal). 
Des.mu.nhe.car vtd. 1. Cortar a munheca a; decepar ou quebra a mão de. 
De.so.var vtd. 1. Revelar, desembuchar. 
Des.pa.ci.to adv. 1. Devagar, pouco a pouco, de espacito. 
Des.par.ra.mar-se vp. 1. Esparramar-se. 
Des.pil.cha.do adj. E sm. 1. Diz-se de, ou aquele a quem despojaram das 
pilchas – isto é, do dinheiro ou jóias, arreios, etc. – ou que delas se desfez. 
2. Que, ou aquele a que não tem pilchas; pobre. 
Des.pon.tar vtd. 1. Atravessar (um curso de água) pelas nascentes ou 
pontas, onde, sendo mesmo menor o volume do líquido, mais fácil é a 
passagem. 
Des.tor.ci.do adj. 1. Ágil, destro, desembaraçado, decidido. 
De um tu.do loc. prepos. 1. Tudo o que é necessário, ou que se pode 
imaginar; de tudo. 
Do.bla sf. 1. Dobra, antiga moeda portuguesa cujo valor e cunho variaram 
nos diversos reinados. 
Do.blão sm. 1. Dobrão, antiga moeda de ouro. 
Do.ble e luz loc. S. 1. Ver luz. 
D
 
 
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Dor.me-dor.me sm. 1. Ave de bela plumagem, da família dos ardeídeos 
(Nycticorax nycticorax hoactil). [Também se chama dorminhoco.]. 
Dor.mi.lão adj. e sm. 1. Dorminhoco. [fem.: dorminola]. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ch.ar cuen.tas de gran de ca.pi.tán 
loc. V. 1. Indica a exorbitância das 
parcelas de uma conta feita 
arbitrariamente e sem a devida justificação, 
em alusão às que Gonzálo Fernández de 
Córdoba, alcunhado “El gran capitán”, 
apresentou, depois de haver conquistado o 
Reino de Nápoles, ao Rei Fernando, O católico, a pedido deste. 
Egua.da sf. 1. Manada de éguas. 
Egua.ri.ço adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo que só acompanha éguas, na 
manada; garanhão, pastor. 
Eh pu.cha! Interj. 1. Chê – pucha! Cuna! [também se diz la pucha]. 
Elas por elas loc. Adv. 1. Uma coisa pela outra. 
Em.ba.lan.te adj. 1. Embalador. 
Em.be.le.co sm. 1. Coisa que embeleça, isto é, que cativa, que atrai. 
Em.bra.be.cer v.int. 1. Embravecer, enfurecer-se. 
Em.bre.ta.da sf. 1. Situação difícil; apuros; enrascada. 
Em.bre.ta.do v. Part. 1. Encerrado no brete, corredorque fica junto ao 
curral, ou ao banheiro carrapaticida, e pelo qual o gado passa, para ser 
pegado. 2. Metido em lugar apertado, de onde dificilmente poderá sair. 3. 
Emaranhado. 
Em.bru.lhão adj. 1. Embrulhado, complicado, confuso, atrapalhado. [fem.: 
embrulhona]. 
Em.bu.ça.lar vtd. 1. Enganar; lograr; iludir com boas maneiras. 
Em.pa.cho.la.do adj. 1. Metido a pachola; trajado como um pachola. 
Em.pan.di.lhar(-se) vp. 1. Reunir-se em pandilha. 
Em.pan.tu.far(-se) vp. 1. Encher-se, enfunar-se. 
Em.pas.ta.lha.do adj. 1. Empastado. 
Em.pe.çar vtd., int., e td. E ind. 1. Começar. 
Emu.li.tar(-se) vp. 1. Desaparecer, ocultar, encantar-se (como a mulita ao 
entrar na toca). 
Enan.car(-se) vp. 1. Montar nas ancas. (de animal). 
En.con.tros sm. E pl. 1. Parte do peito do animal entre as espáduas. 2. O 
peito do animal. 
En.cor.doa.do adj. 1. Enfileirado. “a serrania encordoada”, isto é, cujo os 
montes se acham enfileirados, seguidos, sem solução de continuidade. 
Sm. O conjunto de coisas encordoadas. 
En.cor.do.a.men.to sm. 1. O conjunto das cordas; as cordas. 
Em.cor.do.ar v. Int. E p. 1. Seguir um atrás de outro, na marcha, formando 
filas (animais e, figuradamente, pessoas). [o mesmo que encordoar 
marcha]. 
Em.cor.ren.ta.do sm. 1. Indivíduo acorrentado, encadeado. 
En.fes.ta.do adj. 1. Dobrado, reforçado, de compleição robusta. 
En.for.qui.lha.do part. Pass. 1. Preso na forquilha. 2. Fig. Montado mal a 
cavalo, com deselegância. 
En.fre.nar vtd. 1. Pôr o freio em (animal); enfrear. 
En.gam.be.la.do adj. 1. Enganado capciosamente; engabelado. 
En.ga.ta.nha.do adj. 1. Em forma de gadanho; agadanhado. 
En.gró.lio sm. 1. Embrulho, embrulhada, trapaça. 
 E 
 
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En.quar.ta.do adj. 1. Que tem os quartos fortes e cheios (animal ou, por 
extensão, pessoa). 
En.re.da.da sf. 1. Trama, enrediça. 
En.re.dar-se nas quar.tas loc. V. 1. Atrapalhar-se; perturbar-se; enredar-
se. 
En.re.di.ça sf. 1. Trama, enrediça. 
En.te.ca.do adj. 1. Trama; rede; entrançado; emaranhamento. 
 En.te.car v. Int. 1. Enfermar, enfezar-se. 
En.to.na.do adj. 1. Que tem entono; soberbo, arrogante. 
En.tre.ve.rar(-se) vp. 1. Misturar-se, confundir-se. 
En.tre.ve.ro sm. 1. Mistura, confusão de pessoas, animais ou coisas. [nos 
combates, diz-se que há entrevero quando os diversos beligerantes, no 
ardor da luta, se confundem, se misturam, sem obedecer ao comando, 
num verdadeiro corpo-a-corpo]. 
En.tro.pi.gai.ta.do adj. 1. Perturbado, confuso; tonto; embriagado; 
entupigaitado. 
En.tro.pi.lhar vtd. 1. Reunir (cavalos de mesmo pêlo) para viverem 
sempre juntos. 2. Reunir; reunir a si. 3. Reunir-se, juntar-se. 
En.vi.dar vtd. 1. Apostar, jogar, arriscar ao jogo. 
En.xu.gar vtd. 1. Matar, assassinar. 
Er.va-ca.ú.na sf. 1. Variedade de mate de qualidade inferior, e amargo 
(Ilex amara.). [Também se diz simplesmente caúna]. 
Es.ca.ra.mu.çar v. Int. 1. Fazer escaramuças, isto é, movimentos seguidos 
e repentinos de rédeas, que dão lugar a que o cavalo mude 
continuamente de direção, ora avançando, ora recuando, ora volvendo-se 
para direita ou para esquerda. 2. Fazer (o cavalo) esses movimentos para 
a frente e para a trás, à direita e à esquerda. 3. Fazer (o cão) movimentos 
análogos, geralmente como demonstração de prazer. 
Es.car.ce.ar v. Int. 1. Baixar e levantar a cabeça, briosamente. (o cavalo) 
Es.mo.lei.ro adj. 1. Que dá esmolas; caritativo, esmoler. 
Es.pi.ni.lho sm. 1. Árvore da família das leguminosas- mimosáceas (Acacia 
cavenia). 2. Árvore da família das Rutáceas (Xantoxylon precox). 
[Produzem uma flor amarela]. 
Es.pu.men.to adj. 1. Espumoso. 
Es.se sm. 1. Parte do facão entre o cabo e a lâmina, com a forma de um s. 
Es.ta.fa.réu sm. 1. Grande tumulto; caso sério; um deus-nos-acuda. 
Es.tân.cia sf. 1. Estabelecimento rural, de criação de gado; fazenda de 
criação; fazenda. 
Es.tan.ci.ei.ro sm. 1. Proprietário de estância; fazendeiro. 
Es.ta.que.a.do adj. 1. Esfaldado, estrompado, abombado, rebentado. 
Es.ta.que.ar vtd. 1. Estirar (o couro), prendendo-o ao chão por meio de 
estacas, para que seque. 2. Atar (alguém), pelos quatro membros, a 
estacas, ficando a vítima suspensa do chão e com o rosto voltado para 
cima (uso antigo). 3. Estacar; parar de repente; ficar móvel; confuso. 
Es.ti.can.te adj. 1. Que pode se esticar; que estica. 
Es.ti.car o mo.lam.bo loc. V. 1. Morrer; esticar a canela; esticar. 
Es.ti.va sf. 1. Grande quantidade, espalhada; grande quantidade. 
Es.ti.va.do adj. 1. Cheio, repleto. 
Es.tram.bó.li.co adj. 1. Forma popular de estrambólico, bastante usada. 
Es.tran.si.lha.do (z) adj. 1. Estafado, esfalpado, extenuado (cavalo e, 
figuradamente, pessoa). 
Es.trom.bar vtd. 1. Romper; rasgar; arrombar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a.cha.dão sm. 1. Ver fazer um 
fachadão. 
Fa.chu.do adj. 1. Garboso; 
elegante, distinto. 
Fa.la.baz sm. 1. Fandango. 
Fa.la-ver.da.de sm. 1. Arma de uso pessoal – facão, faca de ponta, 
pistola, etc. 
Fan.dan.go sm. 1. Designação genérica de antigas danças sapateadas (o 
anu, o balaio, o cará, o cerra-baile, a chimarrita, o feliz- amor, a galinha 
morta, o pega-fogo, a quero-mana, a recortada, a retorcida, a serrana, a 
tirana, o tatu, etc.), com duas músicas, tocadas na viola: uma para se 
bailar e outra para se cantar, nos pequenos intervalos de dança. Até 1840 
eram divertimento da alta classe – os antigos estancieiros – descendo 
depois “até as senzalas dos peães”. 
Fa.re.jar ca.tin.ga agou.ren.ta no ar loc. V. 1. Pressente incidente 
desagradável. 
Far.ra.po sm. e adj. 1. Ver farroupilha. 
Far.rou.pi.lha sm. E adj. 1. Apelido deprimente (depois tornou-se 
honroso) que os legalistas (caramurus) davam aos insurretos da revolução 
rio-grandense de 1835. [mesmo que farrapo] 
Fa.ze.dor adj. 1 que faz o bem; benfazejo. 
Fa.zer bo.ca loc. V. 1. Comer alguma coisa para que o vinho caiba melhor. 
2. Fig. Fazer alguma coisa como ponto de partida para uma ação mais 
importante. 
Fa.zer(-se) de San.cho ren.go loc. V. 1. Fazer-se de tolo, de desentendido. 
Fa.zer um fa.cha.dão loc. V.1. Fazer ótima figura, pela boa aparência, pela 
beleza ou elegância. 
Fer.vi.do sm. 1. Cozido (nome de um prato). [também se diz puchero]. 
Fes.to sm. 1. Festa, festejo, baile. 
Fia.dor sm. 1. Parte do bucal que, passando pela região jugular do cavalo, 
lhe cinge o pescoço. Ganhar de fiador: ganhar na carreira (o cavalo) só 
pela distância que vai da cabeça até a garganta. 
Fi.el sm. 1. Alça de couro no cabo do rebente ou do relho, na qual se 
introduz a mão para empunhá-los. 
Fi.la tes.ta loc. S. 1. Fila da testa, isto é, da frente, da vanguarda. 
Fla.co adj. E sm. 1. Fraco. 
Fle.cho.so adj. 1. Semelhante a uma seta ou flecha. 
Fle.te sm. 1. Cavalo bom, árdego, de bela aparência. 
Fo.ga.char v. Int. 1. Despedir fogachos; deitar fogo. 
Fo.gue.ar vtd. 1. Irradiar, despedir, lançar de si. 
Fo.lhei.ro adj. 1. De boa aparência; bem disposto. 2.desembaraçado; 
desempenado. 3. Garrido. 3. Alegre. 
For.çu.do adj. 1. Que tem muita força; robusto; vigoroso. 
Fren.te.ar vtd. E i. 1. Defrontar-se, deparar. 
Fu.ei.rar vtd. 1. Alancear; furar, espetar. 
Fu.ma.ce.ar v. Int. 1. Mostrar-se em bando numeroso e mais ou menos 
compacto. 
Fun.gu sm. 1. Feitiço, bruxaria. 
Fus.co-fus.co sm. 1. Lusco-fusco. 
 
 
 
 
 
 
F 
 
15 
 
 
a.da.ri.a sf. 1. Grande quantidade de 
gado. 2. As reses de uma estância. 
Ga.gi.no sm. 1. Galo cuja plumagem 
se assemelha à da galinha. 
Ga.lão-lar.go sm. 1. Militar de alta graduação. 
Ga.loa.do adj. 1. Agaloado. 
Ga.lo.pe.a.do sm. 1. Semelhante ao galope; que pela velocidade se 
aproxima do galope. 
Ga.lo.pe.ar v. Int. 1. Galopar. Vtd. 1. Treinar (o cavalo) para carreira. 2. 
Amansar (o potro). 
Gal.pão sm. 1. Construção destinada ao abrigo de homens e animais e à 
guarda de material, etc. [ nele em geral se reúnem para as refeiçõesde 
dormem os peões das estâncias, e agrupados em torno do fogão mateiam 
e contam “causos”]. 
Gam.be.lo sm. 1. Coisa boa, gostosa, agradável, deliciosa. 
Gam.be.ta sf. 1. Movimento desordenado que faz um animal com o 
corpo, para escapar de seu perseguidor. 
Gam.be.te.ar v. Int. 1. Fazer gambetas. 
Gan.do.la sf. 1. Peça que substitui o capote, usada por militares. 
Gan.go.li.na sf. 1. Rixa, conflito, briga. 
Ga.ni.çar v.int. 1. Ganir. 
Gan.jen.to adj. 1. Vaidoso, presumido, enganjento. 
Gar.ga.le.ja.do adj. 1. Cujo ruído lembra o do gargarejo ou gargalejo. 
Gar.gan.te.ar vtd. 1. Fazer sair o conteúdo de (uma bolsa, um saco, etc.), 
virando-os. 
Gar.rão sm. 1. Jarrete do animal (e, por extensão, das pessoas.). Aflouxar 
ou afrouxar o garrão loc.v. Dobrar as pernas, perdendo a força, ao subir 
uma lomba. 2. Fig. Acovardar-se ante o adversário; perder o ânimo; 
amendrontar-se, afrouxar. 
Gar.ras sf. e pl. 1. Arreios velhos e grosseiros. 2. Arreios. 
Ga.tea.da sf. 1. Onça (moeda de ouro). 
Ga.te.ar v. Int. 1. Andar de rastros, cautelosamente, para aproximar-se da 
caça. Td. Caçar, apanhar, usando esse ardil. 
Gau.cha.da sf. 1. Grande número de gaúchos ou guascas, isto é, homens 
do campo. 2. Os gaúchos[o mesmo que gauchagem]. 
Gau.cha.gem sf. 1. Grande porção de gaúchos ou guascas; gauchada. 
Gau.chão adj. 1. Rústico, inculto. 
Ga.ú.cho sm. 1. Designação do habitante do campo do Rio Grande do Sul, 
oriundo, na maior parte dos casos, de portugueses, espanhóis ou 
indígenas, dado geralmente à vida pastoril e notável. 
Gau.dé.rio adj. 1. Diz-se do cão sem dono, que anda errante. Adj. e sm. 1. 
Diz-se de, ou pessoa sem abrigo, sem pouso certo, como cão gaudério. 
Gen.ta.ma sf. 1. Grande quantidade de gente; multidão. 
Gi.ne.ta.ço sf. 1. Aumentativo de ginete. 
Gi.ne.te sm. 1. Bom cavaleiro; o que monta a cavalo com elegância e 
firmeza. 
Gi.ne.te.ar v. Int. 1. Cavalgar bem. 2. Andar em cavalo arisco ou xucro. 3. 
Aguentar corcovos. 
Go.la-de-cou.ro sm. 1. Soldado, milico. 
Gol.pe.a.do adj. 1. Que toma resoluções de golpe, irrefletidamente; 
leviano, impulsivo, tonto. 
Gol.pe.ar v. Int. 1. Latejar. 
Gra.xa.im sm. 1. Ver guaraxaim. 
Gua.bi.ju sm. 1. Fruta silvestre, comestível, semelhante à jabuticaba, 
porém menor. 
Gua.bi.ro.ba sf. 1. Nome comum à varias plantas da família das mirtáceas, 
de fruto comestível. 
Gua.ia.ca sf. 1. Cinto largo de couro – ordinariamente com bordados e às 
vezes enfeitado de moedas de prata e ouro – e com bolsos para guardar 
dinheiro e pequenos objetos, e uma parte em que se carregam armas. 
G 
 
16 
Guai.pe.va sm. 1. Cusco. [ formas paralelas: guaipeca, guaipé]. 
Gua.ju.vi.ra sm. 1. Árvore da família das borragináceas (patagonuta 
americana, l.), que dá excelente madeira de construção. 
Guam.pa sf. 1. Chifre, aspa. 2. Chifre preparado para servir de copo ao 
viajante, ou vasilha para guardar líquidos. 
Guam.pa.da sf. 1. Golpe dado pelo animal com as guampas, guampaço, 
chifrada. 
Guam.pu.do adj. 1. Que tem grandes chifres. 2. Diz-se do marido de 
adultera, chifrudo. 
Gua.pe.ar v. Int. 1. Resistir a ação do tempo. 2. Resistir, durar. 
Gua.ra.xa.im sm. 1. Mamífero da família dos canídeos (Canis brasiliensis): 
é variedade de raposa, que da cabo não só de aves domésticas, 
cordeirinhos, etc., como de objetos feitos de couro cru. [o mesmo que 
guaxaim, sorro e zorro]. 
Guas.ca sf. 1. Tira de couro cru, que tem muitas serventias nos misteres 
no campo. Sm. Homem do campo ou do interior; gaúcho. 2. Rio-
grandense do sul; gaúcho. 
Guas.ca.ço sm. 1. Golpe de guasca. Correada. 
Guas.que.ar vtd. E i 1. Açoitar com uma guasca. 2. Açoitar, fustigar. 
Guas.queio sm. 1. Ato de guasquear. 
Guas.quei.ro sm. 1. Aquele que trabalha com guascas. 
Guin.cha sf. 1. Égua, poldra. 2. Fig. Mulher despudorada. 
Gur.nir vtd. 1. Suportar, aguentar, curtir. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ae.do sm. 1. Coxilha situada 
na parte sul do município de 
livramento. 
Ha.ra.ga.ne.ar v. Int. 1. Andar solto 
(o animal), durante muito tempo, 
sem prestar serviço, tornando-se 
arisco, fugitivo. 2. Fig. Andar sem 
ocupação; vadiar. 
Ha.ra.ga.no adj. 1. Aplica-se ao cavalo que, por viver muito tempo solto, 
sem prestar serviços, que se torna arisco, espantadiço. 2. Esperto; 
matreiro; vivaracho. 
Hom! Interj. 1. Hum! 
 
bi.cu.í sm. 1. Rio que nasce nas imediações de Val-da-serra, no 
município de Santa Maria, e banha, além deste, os de São Gabriel, 
Rosário, Alegrete e Uruguaiana, à esquerda, e São Pedro, São 
Vicente, São Francisco de Assis e Itaqui, à direita, antes de desembocar no 
Uruguai. 
Ibi.ro.ca.í sm. 1. Arroio, tributário da margem esquerda do ibicuí; fica no 
município de alegrete, na divisa com o de uruguaiana. 
Ilha.pa sf. 1. Parte mais grossa do laço, cuja extremidade é presa à argola. 
Im.pe.ra.do.ri.ce sf. 1. Condição ou posição de imperador. 
Imun.dí.cie sf. 1. Grande quantidade, abundância. “era imundície”: existia 
em abundância. 
In.chu.me sm. 1. Inchação, tumor. 
In.dia.da sf. 1. Grande quantidade de gaúchos ou guascas (homens do 
campo). 2. Grande porção de pessoas; grupo. 
Inha.tu.im sm. 1. Arroio formado do rio cacequi; fica no município de são 
gabriel. 
Inhé sm. 1. Onomatopeia designativa da voz do sapo e de outros anuros. 
H 
 I 
 
17 
In.vi.te sm. 1. Convite para jogar; convite. 2. Oferecimento de uma coisa. 
Ixe! Interj. 1. Indica ironia ou desdém. 
 
 
 
a.cu.ba sf. 1. Bebida-pirão que se prepara com água, cachaça ou 
leite, farinha de mandioca e açúcar ou mel. 
Já.gua.né adj. E sm. 1. Diz-se de, ou animal vacum que tem o fio 
do lombo e o ventre, brancos, e os lados de cor preta ou vermelha. 
Já.gua.ti.ri.ca sf. 1. Carnívoro da família dos felídeos (Felis pardalis 
chibigonazon). [é também chamado maracajá e gato-do-mato-grande]. 
Jan.ta.ro.la sf. 1. Jantarrão; banquete. 
Je.ri.vá sm. 1. Planta da família das palmáceas (Cocos romanzoffiana) que 
dá um coquinho amarelo e doce. [o mesmo que jerivazeiro, jeribá e 
jeribazeiro]. 
Joa.ni.nha sf. 1. Designação comum dos coleópteros da família dos 
Cocinelídeos. 
João-barreiro. Sm. Ave da família dos Dendrocolaptideos (Funarius rufus) 
também chamada joão- de- barro, forneiro, pedreiro, maria- de- barro e 
amassa-barro. 
Jo.ão-gran.de sm. 1. Ave da família dos ardeídeos(ardea sacoi). [também 
conhecida por socó e cegonha]. 
Jo.go do os.so sm. 1. Está definido pelo próprio autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
a.ça.ço sm. 1. Golpe dado com 
um açoite qualquer (laço, 
corda, relho, vara, etc.). 
Laço sm. 1. Corda feita de tiras de 
couro cru, bastante comprida, 
chegando a ter quinze bragas; é de 
grande utilidade nos misteres do 
campo, e compreende quatro partes distintas: a argola, a ilhapa, o corpo 
do laço e a presilha. 2. Ponto terminal da cancha de corrida. 
La.dea.do adj. 1. Prendido para um lado; inclinado. 
La.do de la.çar sm. 1. O lado direito do animal cavalar ou vacum, por onde 
eles são laçados. [o lado esquerdo é o lado de montar]. Pelo lado de 
laçar, loc. Adv. Abruptamente; rudemente; sem rodeios. 
La.go.ão sm. 1. Lagoa grande e funda, que se forma no curso dos arroios e 
sangas. 
La.goa ver.me.lha sf. 1. Município em cuja região central, entre as 
nascentes do rio passinho e do arroio quebra-dente, fica a cidade do 
mesmo nome. 
La.go.ões sm. E pl. 1. Nome de um arroio, tributário da margem esquerdo 
do rio jaguarão, no município. 
La.mão sm. 1. Forma popular de alemão. [também se diz alamão]. 
La.men.to adj. 1. Lamacento. 
Lan.ça.ço sm. 1. Lançada; golpe de lança. 
Lan.çan.te sm. 1. Terreno em declive; vertente, pendente. 
La.vo.rar v. Int. 1. Lavrar, alastrar-se, desenvolver-se. 
Le pron. Pess. 1. Lhe. 
Le.chi.gua.na sf. 1. Vespa social (Nectarina lecheguana) , muito bravia, e 
que produz saboroso mel. 
Le.va.do da cas.quei.ra loc.Adj. 1. Traquinas, levado da breca. 
J L 
 
18 
Li.ga sf. 1. Felicidade, sorte (no jogo, em amores ou em outra coisa). 
Li.gar sm. 1. Couro cru de boi usado para proteger cargas transportadas 
por animais. 
Lin.da.ço adj. 1. Superlativo de lindo. 
Lis.tar vtd. 1. Riscar, listrar. 
Li.vre.te sf. 1. Caderno ou livro pequeno para anotações ou contas. 
Lo.bu.no adj. 1. Qualitativo de animal cavalar ou vacum que tem o pelo 
escuro, tirante a cinzento. 
Lom.ba.da sf. 1. Pequena elevação de terra; lomba. 
Lom.be.ar(-se) vp. 1. Torcer o corpo, torcer-se (de dor ou por efeito de 
cócegas). 
Lom.bi.lho sm. 1. A peça principal dos arreios, muito parecida com o 
serigote, porém mais rija; substitui o selim e a sela. 
Lom.bo-su.jo sm. 1. Apelido que se tem dado a civis que tomaram parte 
em diversas revoluções, no rio grande do sul, ao lado do governo ou 
contra ele. [no levante de 1893 os governistas ou republicanos assim 
chamavam aos rebeldes, e estes àqueles]. 
Lon.ca sf. 1. Nome dado a partes do couro do cavalar ou muar, da região 
do flanco, desde a base do pescoço até as nádegas. 
Lon.que.ar vtd. 1. Tirar, raspando com a faca, os pêlos de (o couro). 2. 
Courear. 3. Fig. Ganhar todo o dinheiro a (alguém), no jogo. 4. Espancar; 
ferir. 5. Matar. 
Lu.nan.co adj. 1. Diz-se do animal e, figuradamente, da pessoa que tem 
depressão de uma das ancas, resultante da desarticulação do osso do 
quadril. 
Lu.nar sf. 1. Lança cuja extremidade tem a forma de meia-lua. 
Luz sf. 1. Espaço entre a cauda do cavalo que vai adiante, na corrida, e a 
cabeça do que vai atrás. Dar luz loc. V. Estabelecer, como vantagem, que 
um dos cavalos saia na frente do outro ou que na chegada, haja entre os 
dois uma distancia facilmente apreciável. Ganhar de luz aberta: chegar 
ao fim da corrida (o cavalo vencedor) à frente do outro, havendo bastante 
espaço livre entre os dois. Luz e doble: dar luz e doble, quer dizer que o 
cavalo em que se joga deverá ganhar de luz e que, perdida a aposta, se 
pagará dobro da quantia apostada pelo adversário. [o mesmo que doble e 
luz]. 
 
 a.ca.nu.do adj. 1. Bom, superior, excelente. 
Ma.ce.ga sf. 1. Arbusto rasteiro que geralmente cobre os 
campos de qualidade inferior. 
Ma.ce.gal sm. 1. Terreno coberto de muita macega. 
Ma.ce.ta adj. 1. Designativo do cavalar ou muar que tem nos membros 
locomotores protuberâncias ou inchações que lhe dificultam a marcha. 
Ma.chi.nhos sm. E pl. 1. Parte delgada da pata do cavalo, que fica abaixo 
da junta da quartela. [também usado no singular]. 
Ma.co.ta adj. 1. Grande; poderoso; superior em qualquer sentido; 
macanudo. 2. Sm. Individuo poderoso, influente. 
Ma.du.rá.zio adj. 1. Bastante maduro ou idoso. 
Ma.le.va adj. 1. Mau, malfazejo, desalmado. 2. Diz-se do cavalo infiel, que 
pelo menor motivo corcoveia. [super.: malevaço]. 
Ma.le.va.ço adj. 1. Superlativo de maleva. 
Ma.lo.ca sf. 1. Bando de malfeitores, de gente de má vida. 
Ma.nan.ti.al sm. 1. Pântano, tremedal. 
Ma.na.pan.ça sf. 1. Espécie de beijo espesso de farinha de mandioca, 
temperado com açúcar e erva-doce. 
Man.ca.da sf. 1. O mesmo que polca mancada: antiga polca que se 
dançava nos bailes do campo e era geralmente acompanhada de uma 
canção popular. 
Man.car.rão adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo velho, sem valor, 
imprestável ou quase imprestável; matungo. 
Man.da-tu.do sm. 1. Pessoa de grande influência; manda-chuva. 
Ma.nea.dor sm. 1. Tira de couro cru, sovado que o campeiro conduz 
sobre o lombilho,embaixo dos pelegos, junto à cabeça do cavalo, para 
M 
 
19 
deixá-lo preso quando o põe a pastar durante a noite ou nas paradas em 
viagem. Passar os maneadores em (em alguém) loc. V. 1. Prender; 
segurar para que não fuja. 
Ma.near vtd. 1. Prender com a maneia. 2. Prender com o laço ou qualquer 
corda. 
Ma.ne.ia sf. 1. Peça formada por dois pedaços de couro ligados por uma 
argola, e com o qual se prendem as patas do cavalo. 2. Ato de manear. 
Man.gan.gá sm. 1. Designação de grandes abelhas sociais do gênero 
bombus, de corpo grosso e peludo, que produzem pouco mel e de má 
qualidade; sua picada é venenosa e provoca uma dor violenta, embora 
instantânea. [também se diz mamangaba, mangangava]. 
Man.gue.ar v. Int. 1. Ir ao encontro de uma ponta de gado e conduzi-la 
em determinada direção do rodeio ou do grosso da tropa, na direção de 
uma parte do campo onde existe aguada, etc. 
Man.guei.ra sf. 1. Curral de pau-a-pique, de tábua ou de pedra, etc., no 
qual se metem os animais para marcá-los, curá-los das bicheiras, e para 
outros fins. 
Ma.no.ta.ço sm. 1. Pancada que o cavalo ou o muar dá com um ou dois 
membros anteriores, quando tolhido ou perserguido. 2. Fig. Pancada com 
a mão; bofetada. 
Ma.no.te.ar vtd. E i. 1. Pegar, segurar, agarrar. 
Mar.ca sf. 1. Instrumento de ferro ou de bronze para marcar ou ferrar 
animais. 2. O sinal impresso no animal com a marca. Bater com a marca 
loc. V. Chicotear o cavalo, para fazê-lo apressar o passo; fazer o cavalo 
andar a toda velocidade. Estar de marca quente loc. V. Estar ressabiado; 
irritado, exasperado. 
Mar.ca.ção sf. 1. Ação de marcar ou ferrar os animais. 
Mar.re.qui.nha sf. 1. Flor de corticeira. 
Ma.te amar.go sm. 1. Mate chimarrão; amargo. 
Ma.te.ar v. Inf. 1. Tomar o mate. 
Ma.trei.ra.ço adj. 1. Superlativo de matreiro. 
Ma.tun.go adj. E sm. 1. Qualitativo de, ou cavalo velho, muito manso ou 
quase imprestável; mancarrão. 2. Diz-se de, ou cavalo manso em geral. 
Ma.tur.ran.go adj. 1. Diz-se daquele que monta mal a cavalo, que é mau 
cavaleiro. [var.: maturrengo]. 
Mau.la adj. E sm. 1. Covarde, medroso, pusilânime. 
Me.chi.fla.rias sf. E pl. 1. Bugigangas; coisas sem valor. 
Me.ia-do.bla sf. 1. Moeda cujo valor é de metade da dobla ou dobra. 
Me.lar v. Int. 1. Ir ao mato à procura de mel de abelha. 2. Apanhar o mel 
da abelha sivestre. 
Me.mó.ria sf. 1. Anel. 
Me.ne.ar vtd. 1. Dar (golpe) com a mão; executar com as mãos; manejar. 
Mer.mar vtd. E inf. 1. Diminuir de peso, valor, quantidade, velocidade, 
etc., minguar. 
Mian.go sm. 1. Pequena porção; pedacinho. 
Mi.les sm. Pl. 1. Milhas. 
Mi.li.ca.da sf. 1. Porção de milicos; os milicos. 
Mi.li.co sm. 1. Miliciano, soldado, de qualquer classe ou posto. 
Mi.lon.ga.gem sf. 1. Dengue; requebro; pieguice. 
Mi.lon.guei.ro adj. E sm. 1. Que, ou aquele que canta milongas. 2. 
Dengoso piegas. 
Mi.ni.gân.cias sf. E pl. 1. Miudezas, quinquilharias. 
Mi.nis.tra.da sf. 1. Grupo de ministérios; os ministros. 
Mi.nua.no sm. 1. Vento muito frio e seco, que sopra do sudoeste em 
meses de inverno e, eventualmente, no fim do outono e começo da 
primavera, e é quase sempre, indício de bom tempo, pois costuma vir 
depois de muitas chuvas. 
Mi.rim sf. 1. Lagoa entre os municípios de santa vitória do palmar e rio 
grande, a leste, e arroio grande, jaguarão e fronteira uruguaia, a oeste. 2. 
Abelha que produz delicioso mel. 3. O mel por ela fabricado. 
Mis.sio.nei.ro adj. E sm. 1. Diz-se de, ou aquele que realiza missões, que 
missiona; missionário. 
 
20 
Mis.tu.ra.da sf. 1. Moça mestiça – morena, cabocla ou mulata. 
Mi.tra.do adj. 1. Esperto, finório. 
Miu.ça.lha sf. 1. Criançada, miudagem. 
Miu.da.gem sf. 1. Porção de miúdos, de meninos. 
Mi.ú.do sm. 1. Menino, criança. 2. Animal pequeno, miúdo. 
Mi.xe adj. 1. Pouco desenvolvido. 2. Insignificante; sem valor. 3. Ruim. 
Mo.ça.da sf. 1. Grupo de moços ou moças; os moços, as moças. 
Mo.gan.go sm. 1. Fruto do mogangueiro, muito saboroso, e que se come, 
depois de cozido na água ou no forno, com leite, carne, etc. 
Mon.don.go sm. 1. Ver mondongo meio duro de pelar. 
Mo.ne.ar v. Int. 1. Fazer momices, trejeitos. 
Mor.da.ça sf. 1. Aparelho para mover ou amaciar tiras de couro. É um 
pedaço de madeira, de forma cilíndrica, com uns 50 centímetros de 
comprimento e uns 10 centímetros de diâmetro, e fendido 
longitudinalmente até cerca de dois terços de suaextensão. Pela fenda se 
passa o couro para sová-lo. [também se chama sovador]. 
Mor.ma.ço sm. 1. Calor, quentura. 
Mo.ro.cha sf. 1. Moça morena; morena. 
Mor.ru.do adj. 1. Grande; avultado; volumoso. 
Mos.que.ar v. Int. 1. Mover-se (a cauda de um animal) como para 
afugentar moscas. 
Mo.ta sf. 1. Aquilo que o vendedor dá de presente ao freguês. 
Mu.cha.cho sm. 1. Pedaço de pau em que descansa o cabeçalho de 
carreta, quando parada. 
Mu.çum sm. 1. Enguia do Brasil (Symbranchus marmoratus). 2. Fig. 
Indivíduo de cor preta; negro. 
Mu.lhe.ren.go adj. 1. Próprio de mulher; mulheril. 
Mu.li.ta sf. 1. Variedade de tatu muito pequeno, também chamado 
tatuíra. [Muletia hibridum]. 
Mu.nha.ta sf. 1. Nome dado à batata doce na região fronteiriça do Rio 
Grande do Sul e em alguns municípios centrais. 
Mu.qui.ra.na sf. 1. Piolho de 
roupa. [Pediculus 
vestimenti]. 
Mus.si.tar v. Int. 1. 
Murmurar, cochichar, 
segredar. 
 
 
 
 
 
 
 a es.ti.ca loc. Adv. 1. Vestido com elegância; bem vestido. 
Nam.bi adj. 1. Aplica-se ao cavalo que tem uma ou as duas 
orelhas caídas, atrofiadas ou murchas. 
Não ser tri.go lim.po loc. V. 1. Não ser boa pessoa. 2. Não ser 
de brincadeira, ser valente. 
Não va.ler um sa.bu.go loc. V. 1. Não ter nenhum valor. 
Ne.gar o es.tri.bo loc. V. 1. Negar-se o cavalo a ser montado, afastando-se 
no momento em que o cavalo ergue o pé para alcançar o estribo. 2. Fig. 
Mostrar-se esquivo, desdenhoso. 
Ne.gó.cio sm. 1. Casa de negócio. 
Nhan.du sm. 1. Ema ou avestruz dos campos. 
Nhan.du-ta.tá sm. 1. Etimologicamente; avestruz de fogo. 
Nhan.du.vai sm. 1. Árvore da família das leguminosas (Prosopis), cuja 
madeira, de grande resistência ao tempo, serve para esteios, dormentes, 
etc. [o mesmo que inhanduvá e nhanduvá]. 
Nha.nhã sf. 1. Tratamento que os escravos davam às senhoras. [o mesmo 
que iaiá]. 
Ni.nhar v. Int. 1. Andar em busca de ninhos para lhes tirar os ovos. 
N 
 
21 
No mais loc. Adv. 1. Não mais; simplesmente, unicamente, tão somente. 
[precedido de aí, ali, o no mais adquire sentido temporal, equivalendo a 
“imediatamente”, sem mais demora]. 
Nom.bra.da sf. 1. Heroísmo; rasgo. 
No ora-ve.ja loc. Adv. 1. Sem alcançar aquilo que esperava, ou que tinha 
direito; decepcionado, desiludido, logrado. 
Nó-re.pu.bli.ca.no sm. 1. Espécie de nó com que os revolucionários rio-
grandenses de 1835 atavam o lenço ao pescoço, e que servia de 
distintivo. 
Num de-re.pen.te loc. Adv. 1. Ver num repente. 
Num pen.sa.men.to loc. Adv. 1. Muito rapidamente, num instante, num 
abrir e fechar de olhos. 
Num re.pen.te loc. Adv. 1. De repente; repentinamente. [o mesmo que 
num de repente e num repedente] 
Num vá loc. Adv. 1. Num instante, num pensamento, num vu. 
Num vu loc. Adv. 1. Num vá. 
 
 
 
 
 
 
fi.cia.li.za.da sf. 1. Conjunto de oficiais; os oficiais. 
Oi.ga.lê! Interj. 1. Exprime admiração, alegria, espanto. 
[também se diz oigaté!]. 
Om.bru.do adj. E sm. 1. Que tem ombros largos; espadaúdo. 
On.de can.ta o ga.lo loc. Adv. 1. Muito em cima, bem no alto. [diz-se do 
costume de atar a cauda do cavalo de montaria muito no alto, com um nó 
generoso deixando pendente uma ponta de cada lado]. 
Ooche!(ô) interj. 1. Forma alterada da interjeição ochê, usada para 
acalmar o boi que se deseja pegar. 
Ore.ar v. Int. 1. Enxugar, secar, sob ação do 
sol ou do vento. 
Ore.lha.no adj. 1. Diz-se do animal que 
ainda não foi assinalado nem marcado. 
Ova.do adj. 1. Qualificativo do cavalo que 
tem ovas, isto é, tumores moles, 
provenientes da dilatação de certas 
membranas entre a pele e os ossos ou cartilagens. 
 
 
 
a.gos sm. E. Pl. 1. Lugar onde nasce; o rincão, a querência, o 
povoado, município onde se é natural e se reside. 
Pa.jo.nal sm. 1. Terreno coberto de palha brava, santa-fé e 
outras gramíneas. 2. Restolhada, restolhal. 
Pa.la sm. 1. Poncho leve, de brim, merino, lã até de seda de feitio 
quadrilátero e com as extremidades franjadas. 
Pa.lan.que sm. 1. Esteio grosso e rijo que se finca no chão e ao qual se ata 
o cavalo à soga, ou a qual se prende o mesmo animal pelo cabresto ou 
pelas rédeas, para domá-lo, para curá-lo de bicheira, etc. 
Pa.le.ta sf. ou pa.le.tas sf. e pl. 1. Omoplata ou espátula do animal e, por 
extensão, das pessoas.[ver ter marca de paleta, mas não ser tambeiro]. 
Pa.le.ta.da sf. 1. Choque com a pá ou paleta dos animais. 2. Fig. Investida, 
arremetida. 
Pa.le.te.ar vtd. E int. 1. Cravar as esporas no animal. 
Pa.lhe.tar vtd. E i. 1. Salpicar, mosquear, entremear. 
Pal.me.ar vtd. 1. Bater com a palma da mão em. 
Pam.pa sm. E f. 1. Nome dado, no Rio Grande do Sul e nas Repúblicas do 
Prata, a planícies cobertas de vegetação rasteira. [Simões Lopes Neto usa 
a palavra no feminino. De ordinário, porém ela é empregada – sobretudo 
modernamente, ao que parece – no masculino.]. 
O 
P 
 
22 
Pam.pia.no adj. 1. Pertence ou relativo ao pampa. 
Pan.di.lha sf. 1. Grupo de animais, ou pessoas e, particularmente, de 
malfeitores. 
Pa.ne.la sf. 1. Toca, loca, buraco, cova. 
Pan.ga.ré adj. 1. Aplica-se ao cadáver ou muar cujo pêlo é de um tom 
vermelho escuro ou mais ou menos amarelado, mostrando-se como que 
desbotado o focinho, no baixo-ventre e em algumas outras regiões. 
Pa.ra.da sf. 1. Quantia pela qual se contrata uma carreira; valor da aposta. 
De parada morta, loc. Adj. Aplica-se à carreira em que se estabelece a 
cláusula de ficar obrigado ao pagamento da importância apostada, como 
se perdesse a carreira, o apostante que por qualquer razão, mesmo 
doença, não fizer correr seu cavalo. 
Pa.ra.dei.ro sm. 1. Paradouro, parador. 
Pa.ra.dor adj. 1. Diz-se do cavalo que, quando o cavalo roda, isto é, 
quando cai para a frente, consegue cair para frente, consegue cair de pé, 
em vez de cair com ele. 
Pa.ra.dou.ro sm. 1. Lugar onde o gado manso costuma passar a noite 
[ordinariamente fica próximo da casa ou das mangueiras da estância. 
Ver.: parador]. 
Pa.rar pa.tru.lha loc. V. 1. Responder a uma agressão, a uma ofensa; 
resistir. 2. Zangar-se; aborrecer-se. 
Par.ce.ri.a sf. 1. Grupo de parceiros de jogo. 
Pa.re.lhei.ro sm. 1. Cavalo de corrida. 
Pa.re.lho adj. 1. Liso, plano. 
Pa.ren.ta.lha sf. 1. Os parentes; parentela. 
Par.ran.da sf. 1. Associação de velhacos, para burlar os incaustos; 
ladroeira. 
Par.ti.da sf. 1. Nome dado a breves corridas que se realizavam, como 
ensaio, imediatamente antes da largada dos parelheiros. 
Pas.sar lín.gua loc. V. 1. Transmitir a outrem um segredo; dar com a 
língua nos dentes. 
Pas.so sm. 1. Lugar por onde habitualmente se passa – a pé, a cavalo ou 
embarcado – nos rios ou nos arroios. 
Pas.so Fun.do sm. 1. Município em cuja parte central, à margem 
esquerda do Rio Passo, fica a cidade do mesmo nome. 
Pas.ti.çal sm. 1. Lugar em que há muito pasto; pastagem abundante. 
Pas.tor sm. 1. Reprodutor equino; garanhão, rufião. 
Pas.to.re.io sm. 1. Lugar onde se pastoreia ou pastoreja o gado. 2. O gado 
que se pastoreia. 
Pas.to.re.jar vtd. 1. Guardar, vigiar (o gado) no pasto. 2. Fig. Cortejar, 
requestar, arrastar a asa a. [o mesmo que pastorar e pastorear]. 
Pa.ta.cão sm. 1. Antiga moeda de prata, do valor de 2$000. Por deus e 
um patacão! Loc. Interj. Forma de juramento e a loc. Por deus! 
Pitorescamente refoçada. 
Pa.ta.le.ar v. Int. 1. Agitar muito as patas ou os pés; espernear. 
Pau fin.ca.do sm. 1. Povoado a sudeste do município de são vicente, na 
nascente do arroio pau fincado e na fronteira do município de santa 
maria. 
Pau.te.ar v. Int. 1. Entreter-se conversando, conversar. 
Pa.vão sm. 1. Arroio tributário da margem esquerda do Rio dos índios, 
município de Getúlio Vargas. 
Pea.lo sm. 1. Ato de pelear, isto é, de laçar o animal quando este se acha 
em movimento. 2. O laço. 
Pe.ão sm. 1. Nome dado aos empregados de classe inferior das estâncias 
ou de estabelecimentos congêneres – o tropeiro o que se dedica aostrabalhos da roça, com vencimentos diários ou mensais, o que 
acompanha viajantes, etc. [fem.: peona ou peoa. Pl.: peões ou peães]. 
Pe.cha.da sf. 1. Choque, encontrão. Às pechadas, loc. adv. Aos 
encontrões. De pechada feita, loc. Adv. Pronto para dar um encontrão. 
Pe.char(-se) v. p. 1. Dar pechada; chocar-se, abaltroar-se; encontrar-se. 
Pê.co.ra sf. 1. Moça namorada. 
 
23 
Pe.çue.los sm. E pl. 1. Espécie de alforje, repartido ao meio, em que o 
viajante conduz roupas e outras coisas. 
Pé-de-ami.go sm. 1. Sistema de peia ao cavalar ou muar: passa-lhe pelo 
grosso do pescoço, junto as cruzes, um laço, maneador ou outra corda 
qualquer, em que se dá um nó, pelo qual corre uma laçada que vai ter a 
uma das patas traseiras do animal; movimentando-se este introduz a pata 
no laço, que é então puxado e preso ao pescoço, ficando imóvel e 
impossibilitado de escoitear. 
Pe.dras sf. E pl. 1. Ver boleadeiras. 
Pe.gar o co.me.ço loc. V. 1. Começar, ter começo. 
Pei.xe-dou.ra.do sm. 1. Dourado (peixe). 
Pe.lar vtd. 1. Desembainhar (faca, facão, espada). [o mesmo que 
descascar]. 
Pe.lea.dor adj. e sm. 1. Diz-se de ou aquele que é dado a brigas ou 
peleias; pelejador. 
Pe.le.ar v. Int. 1. Brigar, lutar, combater, pelejar. 
Pe.le.char v. Int. 1. Mudar o pêlo (o animal). 
Pe.le.go sm. 1. Parte de lanígero que se costuma pôr sobre os arreios para 
tornar macio o assento do cavaleiro. Dar o pelego ou jogar o pelego, loc. 
V. Expor-se a um perigo arriscar a pele, a vida. 
 Pe.le.ia sm. 1. Briga, luta, peleja. 
Pe.lo-a-pê.lo sm. 1. Lidar contínuo e duro; trato ininterrupto e rude. 
Pe.na.ro.so adj. 1. Que causa pena, pesar; pesaroso. 2. Tomado de pena, 
de pesar; pesaroso. 
Pen.ca sf. 1. Porção, grande quantidade. 
Pen.den.te sf. 1. Vertente, declive, caída. 
Pen.te-fi.no sm. 1. Indivíduo espertalhão, pouco escrupuloso, que de tudo 
tira proveito. 
Peo.na sf. 1. Feminino de peão. (também se diz peoa). 
Peo.na.da sf. 1. Uma porção de peões; os peões. 
Pe.que.ni.ta.te adj. 1. Muito pequenino. 
Per.di.da.ço adj. 1. Superlativo de perdido. 
Per.ne.te.ar v. Int. 1. Pernear, espernear, patalear. 
Pe.sa.do adj. E sm. 1. Diz-se de, ou indivíduo de peso, importante, 
poderoso. 
Pe.ti.ço adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo ou muar pequeno, de bons 
músculos, bem proporcionado. 
Piá sm. 1. Menino descendente de índio, que nas estâncias presta 
pequenos serviços, como dar recados, auxiliar a ordenha das vacas e a 
ceva do mate, etc. 2. Menino, guri. 
Pi.ca.ço adj. E sm. 1. Qualificativo de, ou animal cavalar preto com a cara, 
ou a cara e os pés, de cor branca. [também se diz pigarço]. 
Pi.ca.da sf. 1. Caminho, em geral, estreito que se abre no mato, e por 
onde podem transitar cavaleiros e algumas viaturas rústicas. 
Pi.ca.na sf. 1. Agulhada. 
Pi.ca.nha sf. 1. Anca do animal vacum ou cavalar. 
Pi.cu.mã sm. 1. Fuligem; teias de aranha enegrecidas pela fuligem. [var. 
Pucumã]. 
Pin.guan.cha sf. 1. Chinoca. 
Pi.lho.te sm. 1. Pequena pilha. 
Pi.lo.to¹ sm. 1. Agrimensor. [Esta função era geralmente desempenhada 
por pilotos de embarcações]. 
Pi.lo.to adj. E sm. 1. Diz-se de, ou uma variedade de pano, espécie de 
briche. 
Pin.ga.ço sm. 1. Superlativo de pingo. 
Pin.go sm. 1. Cheio de pintas, mosqueado. 
Pio.la sf. 1. Cordão, barbante. 2. Barbante. 
Pi.po.que.ar v. Int. e sm. 1. Estalar, crepitar, pipocar. 
Pi.que.te sm. 1. Pequeno potreiro, onde se recolhem os animais para os 
trabalhos diários. 2. Animal que é mantido preso, pronto para ser 
encilhado a qualquer momento e utilizado nas tarefas da estância. 3. 
Tarefa de todos os dias; trabalho habitual. 
 
24 
Pi.ra.ti.nim sm. 1. Município cuja sede, a cidade de igual nome, e fica na 
região central, à margem direita da sanga da lavagem. [o nome oficial é 
Piratini]. 
Pi.so.te.ar vtd. 1. Calçar com os pés; espezinhar. 
Pi.tar v. Int. 1. Fumar. 
Plan.char(-se) vp. 1. Escorregar com os quatro pés, caindo de lado (o 
cavalo). 
Plas.ta.da sf. 1. Porção de qualquer coisa de consistência branda, 
espalhada, como que achatada, no chão, na parede, na roupa, etc; posta: 
plastada de barro, de catarro, de sangue, etc. 
Pla.ta sf. 1. Dinheiro, prata. 
Po.bre.rio sm. 1. Porção de pobres; os pobres, a pobreza. 
Pol.va.dei.ra sf. 1. Poeira, pó. Levantar polvadeira, loc. v. e Fig. Causar 
agitação, intranquilidade. 
Pol.va.rim sm. 1. Polvorinho, polvarinho. 
Pon.cha.da sf. 1. Grande quantidade (de dinheiro ou de objetos). 
Pon.che ver.de sm. 1. Arroio, afluente da margem esquerda do Rio Santa 
Maria; fica no município de Dom Pedrito. 
Pon.cho sm. 1. Espécie de capa grossa – geralmente de pano azul e 
forrada de baeta vermelha – cortada de modo arredondado e com 
pequena abertura no centro, pela qual se enfia o pescoço. 
Pon.ta sf. 1. Pequena porção ou grupo de animais e, por extensão, de 
pessoas. 
Pon.ta.ço sm. 1. Golpe que se dá com a ponta de uma arma ou 
instrumento. 
Pon.te.ar v. Int. e td. 1. Ir à frente, tomar a frente ou ponta, na marcha de 
gado ou, por extensão, de pessoas. 
Pon.tei.ro adj. 1. Aplica-se ao animal que vai à frente da tropa. 
Po.ron.go sm. 1. Planta da família das Cururbitáceas (Lagenária vulgaris). 
2. O fruto dessa planta, do qual, depois de vazios das sementes, e secos, 
se fazem cuias, que servem para depósito de água, para nelas se preparar 
e por elas se beber o mate, etc. 3. Nome dado também a essas cuias. 4. 
Cavalar porongudo. 
Po.ron.gu.do adj. 1. Designativo do cavalar que tem nos membros uma 
grande, a qual dá a impressão de um porongo. 
Por.que.ria sf. 1. Coisa nojenta, desprezível; porcaria. 
Pos.tei.ro sm. 1. Empregado de uma estância, que, morando geralmente 
nos limites ou divisas da mesma, ajuda nos rodeios e cuida do gado e das 
cercas. 
Pos.to sm. 1. Local da estância – dotado de casas de moradia, mangueira, 
etc., - onde mora o posteiro. 
Po.tra.da sf. 1. Uma porção de potros; os potros. 
Po.tran.co sm. 1. Ver potrilho. 
Po.trei.ro sm. 1. Campo cercado, onde se mantêm animais destinados aos 
serviços cotidianos da estância. 
Po.tri.lho sm. 1. Animal cavalar de poucos dias de idade, ou durante todo 
o período de amamentação – desde que nasce até dois anos. [sinônimo 
de potranco, no segundo caso. Potrilho só se usa no masculino]. 
Pre.ga.ço sm. 1. Ferimento com instrumento perfurante; pregada. 
Pren.da sf. 1. Jóia. 
Pren.dis.ta sm. 1. Fabricante de prendas ou jóias. 
Pre.pa.ro sm. 1. Nome dado a cada uma das peças que constituem os 
arreios ou aperos. Pl. O conjunto dessas peças; os aperos. 
Pri.mei.ra sf. 1. Jogo de cartas, cujos pontos maiores são o flux, 
cinquenta-e-cinco e a primeira. 
Pris.car v. Int. 1. Dar saltos súbitos para não ser pegado. Fugir, disparar. 
Pro via de loc. Prep. 1. Por causa de. 
Pua.va adj. 1. Bravio, indócil, arisco (cavalo). 
Pul.pei.ro sm. 1. Dono de pulperia, isto é, de taberna ou pequena casa de 
negócio no campo; taberneiro. 
 
 
 
25 
 
 
 
 
 
 
ua.dra sf. 1. Medida linear equivalente a 132 
centímetros. 
Qua.drar vtd. 1. Perfilar (o corpo). 2. Perfilar-se; ficar em 
posição de sentido. 
Qua.dri.lha sf. 1. Pequeno lote de cavalos de pêlos diversos, que 
acompanham a égua-marinha. 
Qua.ra.í ou qua.ra.ím sm. 1. Município cuja sede é a própria cidade de 
igual nome, a qual está situada à margem do rio assim também chamado, 
em frente à cidade uruguaia de Artigas. 
Que.bra-lar.ga.do adj. e sm. 1. Diz-se de, ou cavalo que além de quebra, 
isto é, de velhaco bravio vive a solta, o que o torna mais insubmisso. 2. 
Fig. Desordeiro, turbulento, quebralhão. 
Que.bra.lhão adj. e sm. 1. Diz-se de, ou cavalo muito quebra, isto é, muito 
velhaco, muito arisco e traiçoeiro. 2. Fig. Desordeiro, valentão. 
Que.brar a bo.ca loc. V. 1. Dar tirões, puxando fortemente pelas rédeas, 
nos queixos do potro que está sendo domado para que fique doce de 
boca, isto é, obedeça facilmente às rédeas. [o mesmo que quebrar o 
queixo].Quei.mar cam.po loc. V. 1. Mentir. 
Que.rên.cia sf. 1. Lugar onde um animal nasceu e se criou, ou onde se 
acostumou a viver, e ao qual procura sempre voltar, quando afastado. 2. 
Lugar onde nasceu, se criou ou mora alguém; os pagos. 
Que.ren.dão adj. e sm. 1. Amoroso; namorado, apaixonado. Fem. 
Querendona. 
Que.ro-que.ro sm. 1. Ave da família dos Caradriídeos (Belonopterus 
cayennensis), também conhecida por teu-téu, tetéu, tero-tero, teréu-
teréu, terém-terém, etc . 
Quin.cha sf. 1. Cobertura de casa ou de carreta, feita de santa- fé ou de 
qualquer outro capim seco. 
Quin.char vtd. e int. 1. Cobrir com quinchas. 
 
 
 
 
 
 a.bi.ca.no adj. 1. Aplica-se ao cavalo que tem na cauda fios de 
cabelos brancos. 
Ra.bios.cas sf. E pl. 1. Letras mal feitas; garatujas, rabiscos. 
Ra.bo-de-ta.tu sm. 1. Relho grosseiro, de couro trançado, com 
argola de mental na extremidade, pela qual se segura. 
Ra.ma.da sf. 1. Espécie de carramanchão coberto de ramos verdes ou de 
capim, à frente dos ranchos, dos galpões, dos boliches, para resguardo de 
pessoas e animais contra os raios de sol. 
Ran.che.ria sf. 1. Porção de ranchos; rancharia. 
Ran.cho.te sm. 1. Diminutivo de rancho. 
Ras.ga.do sm. 1. Toque de viola em que se arrastam as unhas pelas cordas 
do instrumento, sem o pontear. 
Rea.tar vtd. 1. Atar com muitas voltas; atar bem; arreatar. 
Re.ben.ta.ço sm. 1. Pancada com rebenque; rebencada. Rebencaço de 
língua, loc. Sm. 1. Descompostura, xingação. 
Re.ben.quea.dor sm. 1. Aquele que rebenqueia, que fustiga com o 
rebenque. 2. Aquilo que rebenqueia, isto é, que maltrata, que faz sofrer, 
que pelo seu grande encanto acende vira paixão. 
Q 
R 
 
26 
Re.bo.le.ar vtd. 1. Fazer que um objeto que se tem à mão descreva 
círculos no ar. Rebolear o laço, loc. verb. Fazer movimento circular com a 
armada do laço para atirá-lo. 
Re.bo.lei.ra sf. 1. Touceira de arbustos ou de ervas. 
Re.cau sm. 1. Arreio de montaria. 
Re.co.lhi.da sf. 1. Ato de recolher o gado, isto é, de arrebanhá-lo, de 
trazê-lo para o curral ou a mangueira. 
Re.de.pen.te sm. 1. Repente, relance, ímpeto. Num redepente, loc. adv. 
Ver num repente. 
Re.do.mão adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo recém-domado, que ainda 
não está bem manso. [fem.: redomona]. 
Re.fi.lão sm. 1. Lance difícil; apertura; agitação. De refilão, loc. Adv. De 
raspão de través. 
Re.fo.lhe.ar v. Int. 1. Bater repetidamente com os pés no chão. 
Re.ga.lar vtd. e i. 1. Dar de presente, oferecer. 
Re.gei.ra sf. 1. Corda – geralmente de couro torcido – que, presa à cabeça 
dos bois, com uma volta passada pela orelha , do lado externo, serve para 
o lavrador dirigi-los quando presos ao arado ou à carreta de uma só junta 
de bois. 
Re.iu.na.da sf. 1. Uma porção de cavalos reiúnos. 
Re.iu.nar vtd. 1. Tornar reiúno (o cavalo), dando-lhe um corte numa das 
orelhas. 2. Fig. Golpear, furar (alguém). 
Re.iu.no adj. E sm. 1. Diz-se de ou animal sem dono, ou cujo dono é 
desconhecido, e que aparece nas estâncias. Adj. Ruim; ordinário; de má 
qualidade. 
Re.lan.ci.na sf. 1. Rapidez, velocidade. De relancina, loc. adv. 1. De 
relance; ligeiramente, passageiramente. 
Ren.go adj. 1. Diz-se do animal, ou da pessoa, que manqueja de uma 
perna. [ver fazer-se de sancho rengo]. 
Ren.gue.ar v. Int. 1. Claudicar, coxear. 
Re.pon.tar vtd. e int. 1. Procurar as éguas, para cobrí-las; rufiar. 2. Fig. 
Procurar insistentemente uma mulher, requestá-la, com intenção de a 
possuir. 
Re.pon.te sm. 1. Ato de repontar, de manter o gado no pastoreio sob 
vigilância, a fim de que não desgarre. 
Res.so.la.na sf. 1. Soalheira forte, soalheira. 
Res.so.lha.dor adj. 1. Que costuma ressolhar. 
Res.so.lhar v. Int. 1. Resfolegar ruidosamente (o cavalo). 
Res.tin.ga sf. 1. Mata de pequenas árvores ou de arbustos, à margem de 
uma sanga ou de qualquer outro curso de água de pouca importância, 
permanente ou não. 2. Sanga ou qualquer outro pequeno curso de água 
margeado por mata daquele tipo. 
Res.va.lo.na adj. 1. Resvaladiça. 
Re.ta.co adj. 1. Diz-se de homem ou animal de pequena estatura, mas 
entroncado e forte; atarracado. 
Re.ta.lha.do adj. e sm. 1. Diz-se de, ou cavalo inteiro que, em 
consequência de uma operação, fica impossibilitado de fecundar as 
éguas, servindo apenas para trazê-las e reunido e despertar-lhes o cio, o 
que facilita o trabalho do reprodutor. 
Re.to.var vtd. 1. Cobrir com o retovo. 
Re.to.vo sm. 1. Couro com que se revestem as bolas ou boleadeiras, o 
cabo dos rebenques, etc. [como o retovo de bola tem as extremidades 
franzidas, comparam-se com ele os olhos que têm rugas aos cantos]. 
Re.tro.vir v. Int. e t.i. 1. Recuar, voltar. 
Re.vi.ra sm. 1. Tumulto, agitação, barrafunda, barulho. 
Rin.cão sm. 1. Trecho de campo onde há arroio, capões ou qualquer 
mancha de mato; recanto formado por acidente natural. [o mesmo que 
rinconada]. 
Rin.co.na.da sf. 1. Rincão. 
Rio Gran.de loc. e sf. 1. Cidade, sede do município de igual nome, na parte 
sul da Lagoa dos Patos. 
 
27 
Rio par.do loc. e sm. 1. Município cuja sede, a cidade do mesmo nome, 
fica no pontal formado pelo rio pardo ao desembocar no Jacuí. 
Ris.ca.da sf. 1. Ato de riscar, de fazer movimento rápido, ágil, como os de 
navalhista antes de dar o golpe, ou o do cavalo ao ser sofreado 
repentinamente quando vai a galope. 
Ris.car v. Int. 1. Correr a galope, disparar. 
Ro.da.da sf. 1. Queda para a frente que o cavalo dá quando a trote ou a 
galope, montado ou não. 
Ro.da.do sm. 1. Queijo circular, em forma de roda. 
Ro.de.io sm. 1. Ajuntamento de gado em campo aberto para apertar, 
contar, examinar e curar as reses porventura atacadas de peste ou de 
bicheira, etc. 2. O conjunto de gado de um rodeio. 
Ro.dei.to sm. 1. Diminutivo de rodeio. 
Ro.de.la sf. 1. Mentira, patranha. 
Ro.di.lha sf. 1. Nome dado a pequena voltas que se fazem junto à armada 
do laço, quando este é manejado. 
Ro.sá.rio sm. 1. Nome de uma sanga que é afluente da margem esquerda 
do arroio Caraí passo; fica no município de São Francisco de Assis. 
Rou.ba.da sf. 1. Ato de roubar; roubo. 
Rua.no adj. e sm. 1. Diz-se de, ou cavalo que, sendo geralmente mais 
claro do que o alazão, tem cauda, crinas, orelhas e focinho de uma 
amarelo esbranquiçado. 
Ru.far v. Int. 1. Fazer tropel. 
Ru.fi.ão sm. e adj. 1. Cavalo destinado à reprodução; garanhão, pastor. 2. 
Fig. Indivíduo dado a namoros, femeeiro. 
Ru.fi.ar v. Int. 1. Procurar éguas para a cobertura (o reprodutor cavalar). 
Rum.be.ar vti. 1. Rumar, rumear. 
Ru.me.ar vti. 1. Rumar. 
Rus.gar v.int. e ti. 1. Fazer rugas; brigar. 
Rus.si.lho.nas adj. E sf. e pl. 1. Diz-se de, ou botas de cano alto, feitas de 
couro amarelo. 
 
 
 
ai.cã sm. 1. Arroio, afluente da 
margem esquerda do rio Santa 
Maria (município de Rosário). 
Sa.la.man.ca sf. 1. Está definido pelo autor. 
Sa.la.man.quei.ro sm. 1. Prestidigitador. 
Sa.li.no adj. 1. Diz-se do boi ou do cavalo cujo pêlo é salpicado de 
pequeninas manchas brancas, vermelhas ou pretas. 
Sal.sei.ro sm. 1. Barulho, briga, conflito, rolo. 
Sam.par vtd., ti. e td e i. 1. Atirar, arremessar. 
San.cho ren.go sm. 1. Ver fazer-se de Sancho rengo. 
San.ga sf. 1. Pequeno arroio, que seca facilmente. 
San.gão sm. 1. Aumentativo de sanga. 
San.ta-fé sm. 1. Planta da família das gramíneas (Panicum rivulare), muito 
empregada em quinchas ou cobertura de ranchos. 
San.ta.fe.zal sm. 1. Terreno onde cresce em abundância a gramínea 
chamada santa-fé. 
San.ta-lu.zi.a sf. 1. Palmatória. [a palmatória tinha, comumente, na sua 
parte circular, cinco orifícios dispostos em cruz. São os “olhos da Santa-
Luzia”, a que se refere Simões Lopes Neto]. 
San.ta Ma.ri.a loc. e sf. 1. Cidade na região central do município do 
mesmo nome, entre cabeceiras do arroio cadena. 
San.ta.na sf. 1. Coxilha que atravessa de sudoeste a sudeste o município 
de Uruguaiana. 
San.ta Te.cla loc. E sf. 1. Povoado à margem direitado arroio moinho no 
município de Novo Hamburgo. 
San.to-an.to.ni.nho-on.de-te-po.rei sm. 1. Pessoa que é muito querida, 
muito animada. [o mesmo que santantoninho]. 
S 
 
28 
São Ga.bri.el sm. 1. Cidade na região central do município do mesmo 
nome, à margem esquerda do rio Vacaraí. 
Sa.pe.ca sf. 1. Sova, surra, sumanta. 
Sa.ran.di sm. 1. Arbusto muito comum no Rio Grande do Sul, e que há 
diversas variedades: o sarandi propriamente dito (Pyllantus sellovianus) e 
o sarandi-de-espinho ou sarandi-de-gargarejo (Sebastiana hippofaifolia), 
pertencentes à família das Euforbiáceas: o sarandi-amarelo (Terminália 
australis), da família das Carbretáceas; e o sarandi-mole (Cephalantus 
sarandy) da familia das Rubiáceas. 
Sa.ran.di.zal sm. 1. Extensão de terreno coberta de sarandis. 
Sar.na.gem sf. 1. Sarna, ronha cavalar. 
Se.gun.do sm. 1. Aquele que é auxiliar ou companheiro de confiança de 
alguém, a sua segunda pessoa. 
Sei.ú.da adj. f. 1. Diz-se da mulher que tem seios grandes. 
Sen.tar v. Int. 1. Parar de súbito; estacar (o cavalo que vai a galope). 
Se.re.na.da sf. 1. Chuva úmida e rápida. 2. Sereno, relento. 
Ser mon.don.go me.io du.ro de pe.lar loc. V. 1. Ser turbulento, muito 
dado a brigas. 
Ses.ma.ri.a de cam.po loc. e sf. 1. Medida correspondente a uma légua de 
frente a três de fundo, ou 13.068 hectares. 
Ses.tea.da sf. 1. Ato de sestear. 
Se.te-em-por.ta sm. 1. Jogo de cartas, variantes do monte. Joga-se com 
vinte um ou mais baralhos, em uma caixa da qual o banqueiro tira duas 
cartas, fazendo-se nestas as apostas. Não ficando reservada ao banheiro 
nenhuma carta, a vantagem dele consiste em pagar apenas 50% das 
apostas quando a carta sai em porta, quer dizer, quando é a primeira a ser 
tirada, e além disso, em ganhar, em tal caso, o total apostado na outra 
carta. 
Sil.bi.do sm. 1. Silvo, sibilo. 
Si.nue.lo sm. 1. Animal manso que serve de guia a outros, xucros, e, 
acalmando-os, os faz seguir para onde se deseja. 
So.bran.te adj. 1. Que sobra, que sobeja. 
So.brea.no sm. 1. Idade de uma rês, de pouco mais de um ano até dois 
exclusive; a rês está de soberano. 
So.bre.chin.cha sf. 1. Peça dos arreios que serve para apertar os pelegos, 
feita de uma tira de couro com uma fivela. 
So.ca.vão sm. 1. Grande socava; lapa, grupa, esconderijo. 
So.fla.gran.te sm. 1. Momento, ocasião; flagrante. No soflagrante, loc. 
Adv. No mesmo instante. 
So.fre.na.ço sm. 1. Ato de sofrenar o cavalo; sofreada. 
So.fre.nar vtd. 1. Puxar as rédeas de (o cavalo), para fazê-lo parar ou 
recuar; sofrear. 
So.ga sf. 1. Corda de couro ou de fibra vegetal, com que se prendem os 
animais à estaca, quando são postos a pastar. 2. Corda de couro torcido, 
que liga entre si as bolas das boleadeiras. 
So.le.da.de sf. 1. Município em cujo centro, entre cabeceiras do arroio 
pontão, se acha a cidade de igual nome. 
Sol.fe.rim adj. 1. De cor escarlate, ou entre escarlate e roxo. 
So.li.tá.ria sf. 1. Célula de penitenciária, onde se isola o sentenciado 
turbulento ou perigoso. Célula de qualquer prisão, onde o detento fica 
isolado. 
So.li.to adj. 1. Sozinho, sem companhia. 
So.nar v. Int. 1. Soar; ressoar. 
So.que.te sm. 1. Cozido acompanhado de pirão. 2. Cozido. 
Sor.ro sm. 1. Zorro (ver guaraxaim). 2. Adj. e sm. Fig. Manhoso, 
dissimulado, astuto, matreiro. 
So.tre.ta sm. 1. Cavalo mau, arisco, matreiro. 2. Fig. Indivíduo ruim, 
desprezível. 
So.véu sm. 1. Laço muito forte, feito com tiras de couro torcidas. 
Suer.te sf. 1. Espanholismo, definido pelo próprio autor. (pg 95). 
Su.man.ta sf. 1. Surra, sova, sapeca. 
Su.mi.dou.ro sm. 1. Atoleiro profundo. Var.: sumidor. 
 
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Sus.pen.der vti. 1. Roubar, furtar. 2. Raptar. 
 
 
 
a.ba sf. 1. Jogo do osso. 2. Osso com que se faz esse jogo. 
[também se diz tava]. 
Ta.cu.ru sm. 1. Montículo de terra fofa, feito pelas térmites de 
preferência em lugares úmidos ou alagadiços; atinge por vezes mais de 
um metro de altura e tem forma cônica. 
Ta.cu.ru.zal sm. 1. Extensão coberta de tacurus. 
Ta.fo.na sf. 1. Atafona. 
Ta.fu.lo.na adj. e sf. 1. Diz-se de, ou moça taful, garrida. [também se usa, 
no mesmo sentido, tafuleira]. 
Tam.bei.ro sm. 1. Boi ou touro filho da vaca da qual se tirava leite, e que, 
tendo-se habituado ao contato com as pessoas, se tornou manso. [ver ter 
marca na paleta, mas ser tambeiro]. 
Tan.te.ar vtd. 1. Tatear, tentear. [var. de tentear]. 
Ta.pe.ar vtd. 1. Guiar (o cavalo), quando sem freio, por meio de tapas, 
dadas ora de um lado, ora de outro. 
Ta.pe.ja.ra sm. 1. Vaqueano. 
Ta.pe.ra sf. 1. Casa ou estabelecimento rural abandonado. 
Ta.pu.io sm. 1. Qualquer mestiço trigueiro e de cabelos lisos e pretos. 
Tar.ca sf. 1. Pedaço de tábua ou de couro onde se assinala, com pequenos 
cortes, o número de reses marcadas durante o dia, ou de qualquer 
animais ou objetos que estão sendo contados. 
Ta.ru.mã sm. 1. Árvore do campo (Vitex montevidensis), a qual, embora 
não se desenvolva muito, apresenta uma bela copa e tem o cerne muito 
rijo. 
Ta.tá sm . (inf.) 1. Papá, papai. 
Tau.ra adj. E sm. 1. Ver cutuba. 
Tea.ti.no adj. 1. Diz-se de cavalo, boi, cão – e, por extensão, de coisas – 
sem dono, que não se sabe a quem pertencem. 2. Fig. Aplica-se a pessoas 
que andam fora de sua terra, de sua querência, como o animal sem dono. 
3. Forasteiros. 
Te.nên.cia sf. 1. Cuidado, cautela, precaução. Prudência, tino. 
Ten.to sm. 1. Tira estreita de couro, que serve para costurar ou para atar 
alguma coisa. Pl. Duas tiras pequenas de lonca, com que se amarra o 
poncho ao lombilho ou se prende o laço na parte inferior deste. 
Ter.ce.bo.la sf. 1. Arma de fogo usada pela cavalaria, e que é um terço 
menor do que a carabina. 
Ter mar.ca na pa.le.ta, mas não ser tam.bei.ro loc. V. 1. Ser manso na 
aparência, porém decidido nas ocasiões necessárias. 
Ter.nei.ro sm. 1. Bezerro, novilho. Adj. Doce, manso. 
Ter.nei.ro.te sm. 1. Terneiro muito novo; bezerrinho. 
Ter.no sm. 1. Grupo de três peões que, nos rodeios, faz o serviço de 
marcação do gado. 
Ter o es.tô.ma.go frio loc. V. 1. Ser indiscreto, ser bucho-furado ou 
bucho-de-piaba. 
Te.sou.ra sf. 1. Pássaro da família dos Tiranídeos (Mucivora tyrannus), 
também chamado tesoureiro; é de cor cinzenta nas costas e branca na 
região ventral, e tem a cabeça preta, com mancha amarela. 
Tes.ta.vi.lhar v. Int. 1. Tropeçar. 
Teu-téu sm. 1. Ver quero-quero. 
Ti.mão sm. 1. Casaco grosseiro, curto, outrora usado pelos escravos e 
crianças para se resguardarem do frio. 
Ti.ra.dor sm. 1. Espécie de avental de sola macia, ou de couro cru, que o 
laçador usa a fim de proteger as calças ou as bombachas dos danos que 
poderia ocasionar o atrito do laço, no momento de prender com este o 
animal. 
Ti.ra.na sf. 1. Antiga dança acompanhada de canto, da qual havia muitas 
variedades: a tirana grande, diversas tiranas de dois, a tirana de ombro e 
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a tirana tremida ou tirana dos farrapos. [ver fandango]. 2. 
Descompostura, xingamento. 
Ti.rão sm. 1. Puxão, repelão, safanão, arranco. Tirão seco, loc. e sm. 1. 
Golpe inesperado que leva o animal quando laçado ou pelo cabresto. 2. 
Fig. Golpe repentino; choque, grande abalo moral. De tirão seco, loc. adv. 
De golpe; de um ímpeto. 
Ti.rar uma to.ra loc. V. 1. Brigar, travar luta. 
Ti.ro sm. 1. Distância que o parelheiro corre na cancha. 
Ti.ro.nea.do adj. 1. Particípio de tironear. 2. Abalado. 
Ti.ro.ne.ar vtd. E int. 1. Dar tirões ou puxões ao laço quando a rês nele 
está presa. 2. Puxar pela rédea o cavalo, para que obedeça; sofrenar. 3. 
Dar tirão; puxar com violência. 
To.bia.no adj. E sm. 1. Diz-se de, ou cavalo cujo pêlo – preto, vermelho, 
baio, gateado, rosilho, etc. – tem grandes manchas. 
To.ca.da sf. 1. Ação de tocar, de tanger (o gado). 
To.par vtd. 1. Aceitar (proposta, convite). 
To.pe sf. 1. Espécie, laia. 
To.pe.tu.do adj. 1. Qualificativo do cavalo de grande topete, isto é, que 
tem muitolongas as crinas que lhe prendem sobre a testa. Adj. e sm. Fig. 
Diz-se de, ou indivíduo rústico, grosseiro; valente, destemido; poderoso. 
Tor.ci.cão sm. 1. Ato ou efeito de torcer; torção, torcedura. 
To.re.na adj. e sm. 1. Ver cutuba. 
To.re.na.da sf. 1. Grupo de indivíduos torenas. 2. Os torenas. 
To.so sm. 1. Tosadura do cavalo, a qual se faz de varios modos, donde 
toso a cangotilho ou cogotilho – que abrange uns dois terços do pescoço; 
toso a meio cogotilho – que é, aproximadamente, a metade daquele; o 
toso baixo, o toso de cola e crina, etc. 
Tou.re.ar vtd. 1. Provocar; afrontar; desconsiderar. 
Tra.bu.za.na sm. 1. Indivíduo destemido, valente, brigão; torena, taura. 
Tra.gue.ar v. Int. 1. Ingerir bebidas alcoólicas, beber. 
Traí.ra sf. 1. Faca, facão. 
Tran.car vtd. 1. Contratar, ajustar, atar. 
Tran.co sm. 1. Andadura natural, não apressada, do cavalo; trote. 
[formam-se com este substantivo as locuções ao tranco, a tranco e no 
tranco]. 
Tran.qui.to sm. 1. Trote curto; torte, tranco. 2. Marcha ou andamento 
comum, normal como o do tranco. [formam-se com esse substantivo as 
locuções adverbiais ao tranquito, a tranquito e no tranquito]. 
Tra.qui.tan.da sf. 1. Porção de coisas misturadas, em desordem. 
Tra.tis.ta sm. 1. Aquele que realiza ou trata negócios; contratante. 
Ter.pa.da sf. 1. Elevação de terreno; subida; lugar íngreme e alto. 
Três-ma.ri.as sf. e pl. 1. Ver boleadeiras. 
Tre.val sm. 1. Terreno coberto de trevo. 
Tri.go lim.po loc. S. 1. Ver não ter trigo limpo. 
Tro.car(a) ore.lha loc. V. 1. Mover o cavalo as orelhas ora para diante ora 
para trás, por susto ou em razão de qualquer coisa estranha. 
Trom.pa.ço sm. 1. Encontrão, esbarro, pechada, choque. 2. Fig. Choque 
(no sentido moral); grande abalo. 
Trom.pe.ta sm. 1. Indivíduo ruim, ordinário, sem-vergonha. 
Tro.nar v. Int. 1. Troar, atroar, retumbar. 
Tron.quei.ra sf. 1. Cada um dos esteios da porteira, em cujos buracos se 
introduzem as extremidades das varas com que ela se fecha. 
Tro.pei.ro sm. 1. Aquele que conduz tropa, isto é, rebanho de animal 
vacum ou cavalar. 
Tro.pi.lha sf. 1. Certo número de cavalos de pêlo igual, que geralmente 
acompanham uma égua-madrinha. 
Tro.tea.da sf. 1. Ato de trotear. 2. Viagem mais ou menos longa, a trote. 
Tru.co sm. 1. Jogo de cartas entre dois ou quatro parceiros, cada uma dos 
quais recebe três cartas; truque. [quando só entre duas pessoas, diz-se 
truco de mano]. 
Tu.co-tu.co sm. 1. Nome de um pequeno mamífero da ordem dos 
roedores (Ctenomys torquatus). [a denominação lhe vem do ruído que 
 
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produz quando está escavacando ou roendo, na toca. Faz grandes túneis 
horizontais, a pouca profundidade, acompanhando as raízes dos vegetais, 
que o alimentam. Verificam acidentes, por vezes, quando o cavalo pisa 
sobre a camada de terra que cobre esses túneis, abatendo-a]. 
Tu.pa.ce.re.tã sm. 1. Município em cuja parte oriental, entre os arroios 
Caixa-d’agua e Caneleira, fica a cidade do mesmo nome. [Tupaceretã é a 
forma tradicional, oficialmente substituída por Tupaciretã]. 
Tu.pi.do adj. 1. Grosso, grosseiro, compacto, cerrado. Sm. Espessura. 
Tu.ru.na adj. e sm. 1. Ver cutuba. 
 
 
 
ai sm. 1. Onomatopeia da voz do graxaim. 
Um.bu sm. 1. Árvore da família das fitolacáceas (pirennia 
dioica) [cresce rapidamente, atingindo enormes dimensões. De 
folhagem espessa, que o sol quase não atravessa, serve de excelente 
abrigo contra ele. Não se deve confundir com o umbu ou imbu do norte]. 
Uru.gua.ia.na sf. 1. Cidade na fronteira ocidental do município do mesmo 
nome, à margem esquerda do rio Uruguai. 
Uru.pu.ca sf. 1. Armadilha para apanhar passarinhos. 
 
 
 
 
a.ca.ria sf. 1. Município cuja sede, a cidade do mesmo nome, 
lhe está situada na região central, entre o rio carazinho e seu 
afluente uruguai. 
Va.que.na.gem sf. 1. Ato de vaqueanar, isto é, de proceder como 
vaqueano. 
Va.quea.no sm. 1. Aquele que, conhecendo bem os caminhos e atalhos 
de um lugar ou região, serve de guia a quem precisa percorrê-los. 
Va.qui.lho.na sf. 1. Vaca nova, que ainda 
não pariu; novilha. 
 Va.re.io sm. 1. Ato de varejar, de 
rebuscar, de dar uma batida. 2. Sova, 
surra. 
Va.re.jar vtd. E td. E i. 1. Atirar, 
arremessar, jogar fora. 
Va.si.lha sf. 1. Indivíduo ruim, ordinário, 
imprestável, desprezível. 
Vas.quei.ro adj. 1. Raro; escasso: difícil de obter. 
Vea.do-vi.rá sm. 1. Nome de um veado (Mazama simplicicornia) de cor 
pardo-escura, que vive no campo ou nas caatingas, evitando sempre a 
mata. De extraordinária agilidade, retrocede subitamente pelo mesmo 
caminho que seguia, a fim de lograr o cão, na caça. [também se chama 
virá, veado-catingueiro ou catingueiro]. 
Ve.ló.rio sm. 1. Ato de velar com outros com defunto, isto é, de passar a 
noite em claro na sala em que ele está exposto. 
Ven.ta.na adj. 1. Diz-se de, ou indivíduo mau, turbulento, brigão. 
Ver.de.ar vtd. 1. Dar a (cavalo) ração de capim verde. Int. Pastar o capim 
verde. 2. Fig. Tomar chimarrão. 
Ver.de.io sm. 1. Ato de vedear. 2. Ração de forragem verde que se dá ao 
cavalo. 
Ve.re.da sf. 1. Ocasião; vez. 2. Marcha; rumo. De vereda loc. Adv. 
Imediatamente, de repente. 
Via.ja.da sf. 1. Viagem; caminhada; jornada. 
Vi.ra.do adj. 1. Turbulento, endiabrado, levado da breca. 
Vis.ca.cha sm. 1. Roedor semelhante à lebre, do mesmo tamanho e pêlo 
que ela, e de cauda tão comprida com a do gato; vive no peru, na Bolívia, 
no Chile, na Argentina, no Uruguai e no Rio Grande do Sul. 
Vis.par vtd. 1. Lobrigar, avistar, enxergar, bispar. 
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Vi.va.ra.cho adj. e sm. 1. Que, ou aquele que é muito vivo, esperto, 
astuto. 
Vi.zin.dá.rio sm. 1. Conjunto dos que habitam as vizinhanças ou arredores 
de um lugar; a vizinhança. 2. Os lugares circunvizinhos; as cercanias, os 
arredores. 
Vol.tea.da sf. 1. Ato de apanhar de surpresa o gado matreiro ou alçado. 
Voltear vtd. 1. Derribar, atirar ao chão. 
Vo.zei.ro sm. 1. Vozearia, vozeria. 
 
 
 
 
e.re.ta sm. e sf. 1. Bisbilhoteiro, leva e traz. 
Xe.re.tar vt. 1. Contar, intrigando, como um xereta. 
Xô-mi.co! Interj. 1. Exprime desprezo. 
Xu.cro adj. 1. Diz-se de animal não domado, bravio, esquivo. 2. Fig. Rude; 
grosseiro; esquivo. 
 
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