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Resumo Humanidades

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RESUMO DE HUMANIDADES E CIÊNCIAS SOCIAIS
“O que é Ciência?” - CHIBENI, Silvio
Nome: Matheus Marques Jacobsen 
Número USP: 10312403
Professor: Tomás Pereira 
Data: 22/03/2018
Introdução
 O texto “O que é Ciência” de Silvio Seno Chibeni, professor associado do Departamento de Filosofia da Unicamp, ilustra uma discussão acerca dos entendimentos básicos sobre o que é ciência e sobre como está se comportou aos olhos da sociedade durante a Idade Moderna e Contemporânea. 
 
 2. A ciência comum e o surgimento do método científico
 Vista, pelo senso comum, como uma fonte de verdades com “alto grau de certeza”, a ciência desfruta de elevado prestígio em nossa sociedade devido aos diversos avanços bem sucedidos empregados pela física, matemática, biologia e que são de extrema relevância em nosso dia-a-dia. No entanto, esse sucesso se dá, entre outros motivos, pela forma em que a ciência é feita e nisto se encontra o método científico. 
 Em constante transformação, o método científico sempre estabeleceu divergências entre cientistas, filósofos e pensadores que questionam a melhor forma para se estruturar o estudo de um objeto, fenômeno ou experiência. Assim, em meados do século XVII, surge um campo inédito na filosofia conhecido como “filosofia da ciência”, que buscava entender melhor e aprimorar os conhecimentos sobre o fazer científico. Conduzida inicialmente por Francis Bacon (1561 - 1626), a filosofia da ciência recebeu inúmeras contribuições de renomados físicos, matemáticos e químicos como Galileo Galilei, Isaac Newton e Robert Boyle. 
 Em especial, Bacon estruturou as bases da ciência moderna ao elaborar o método científico indutivo e estabelecer as condições iniciais para o fazer científico. Ele afirmava que os primórdios da ciência deveriam ser centrados na experiência e em sua observação. Contudo, para iniciar esse processo, conhecimentos prévios e outros preceitos deveriam ser extintos a fim de contribuir com a imparcialidade do experimento. Definidas essas condições iniciais, os passos seguintes estariam focados em proposições que partiriam de semblantes específicos para linhas mais gerais a fim de efetivar o objetivo indutivo do método baconiano. 
 Entretanto, é notório que o método proposto por Francis Bacon contém diversas limitações que impedem sua concretização. Fato esse que foi efetivamente criticado por pensadores como John Locke e David Hume que alertavam para a impossibilidade do fazer científico sem levar em consideração conhecimentos prévios e preceitos que acompanham e orientam o intelecto humano. Ou seja, em todo experimento científico a imparcialidade é inatingível. Dessa forma, o conhecimento acerca da essência das coisas é impossibilitado, restando o aspecto superficial e a aparência das coisas ao conhecimento humanoide. 
 3. O falseacionismo de Karl Popper
 Tornando-se necessária a formatação dos objetivos empiristas, surgem entre os séculos XVII e XVIII proposições para assegurar mais confiabilidade ao processo indutivo. Entre elas, destacam-se o aumento no número de observações, a variabilidade das condições enfrentadas pelo fenômeno e a impossibilidade de haver contradições as leis evidenciadas. Mal sucedidas, essas proposições foram refutadas pela incapacidade, em certos casos, de observar experimentos demasiadas vezes, peça vasta lista de condições e alterações que um fenômeno pode sofrer e, por fim, na grande chance de haver contradições as concepções defendidas. 
 Em contraponto a esse ponto de vista, o filósofo austríaco Karl Popper levantou diversas críticas aos ideias de ciência comum, ultrajados nos moldes do positivismo lógico do século XX, em suas teses. Popper buscava substituir o empirismo justificacionista- indutivista por um empirismo que fosse não-justificacionista e não- indutivista denominado, pelo autor em questão, como falseacionismo. Essa ideologia se canalizava pelo processo da tentativa e erro, isto é, as teorias científicas deveriam ser caracterizadas como conjunturas de fatores e sua confiabilidade estaria focada no fato de não haver refutações a sua teoria. Dessa forma, Popper centrava seu método científico na aparência refutável dos experimentos.
 Como em teorias anteriores, o falseacionismo encarava limitações que impediam sua eficácia. Por ser extremamente rigoroso, a metodologia de Popper dificilmente encontrava amparo em alguma observação ou lei científica, afinal a refutabilidade era um carácter extremamente presente no fazer científico. Além do fato de que a rejeição a alguma proposição experimental, expandia sua refutabilidade a toda uma teoria, o que acarretava na subestimação das afirmações no desenvolvimento da ciência.
 4. A contemporaneidade e Lakatos
 Por fim, em contraste ao que o falseacionismo propunha, o filósofo Imre Lakatos afirmou algumas noções básicas para elaborar o programa científico de pesquisa. Para isso, Lakatos ofereceu uma analogia entre o núcleo rígido(hardcore) de um programa e o método científico, assimilando ambos objetos em seu caráter irrefutável e essencial para o desenvolvimento de um programa de computador ou para a pesquisa científica. 
 Dessa forma, é necessário estabelecer algumas teorias centrais à ciência que não podem sofrer com a refutabilidade do falseacionismo, sendo asseguradas por outras concepções, e a partir delas se baseiam os demais experimentos científicos. Sintetizando na maior efetividade do empirismo para o desenvolvimento da ciência na contemporaneidade.

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