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02 NEO234 GRAP Portugues B 2011

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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 49
1. Ora, aí está justamente e epígrafe do livro, se eu 
lhe quisesse pôr alguma, e não me ocorresse 
outra. Não é somente um meio de completar 
as pessoas da narração com as ideias que 
deixarem, mas ainda um par de lunetas para 
que o leitor do livro penetre o que for menos 
claro ou totalmente escuro. 
 Por outro lado, há proveito em irem as pessoas 
da minha história colaborando nela, ajudando o 
autor, por uma lei de solidariedade, espécie de 
troca de serviços, entre o enxadrista e os seus 
trebelhos(*).
 Se aceitas a comparação, distinguirás o rei e 
a dama, o bispo e o cavalo, sem que o cavalo 
possa fazer de torre, nem a torre de peão. Há 
ainda a diferença da cor, branca e preta, mas 
esta não tira o poder da marcha de cada peça, 
e afi nal umas e outras podem ganhar a partida, 
e assim vai o mundo.
 (Machado de Assis, Esaú e Jacó)
 (*) Trebelhos: peças do jogo de xadrez.
 A intervenção direta do narrador no texto 
cumpre a função de Resposta: B
 (A) distanciar o leitor da articulação da história, 
evitando identifi cação emocional com as 
personagens.
 (B) despertar a atenção do leitor para a 
estrutura da obra, convidando-o a participar 
da organização da narrativa.
 (C) levar o leitor a refl etir sobre as narrativas 
tradicionais, cuja sequência lógico-
-temporal é complexa.
 (D) sintetizar a sequência dos episódios, para 
explicar a trama da narração.
 (E) confundir o leitor, provocando 
incompreensão da sequência narrativa.
2. Haveis de entender, começou ele, que a virtude 
e o saber têm duas existências paralelas, uma 
no sujeito que as possui, outra no espírito dos 
que o ouvem ou contemplam. Se puserdes as 
mais sublimes virtudes e os mais profundos 
conhecimentos em um sujeito solitário, remoto 
de todo contato com outros homens, é como 
se eles não existissem. Os frutos de uma 
laranjeira, se ninguém os gostar, valem tanto 
Língua Portuguesa B 
Alexandre Luís Abreu Veronez
como as urzes e plantas bravias, e, se ninguém 
os vir, não valem nada; ou, por outras palavras 
mais enérgicas, não há espetáculo sem 
espectador. Um dia, estando a cuidar nestas 
coisas, considerei que, para o fi m de alumiar 
um pouco o entendimento, tinha consumido 
os meus longos anos, e, aliás, nada chegaria a 
valer sem a existência de outros homens que 
me vissem e honrassem; então cogitei se não 
haveria um modo de obter o mesmo efeito, 
poupando tais trabalhos, e esse dia posso agora 
dizer que foi o da regeneração dos homens, 
pois me deu a doutrina salvadora.
 (Machado de Assis, O segredo do bonzo)
 De acordo com o texto, Resposta: B
 (A) os homens que sabem ouvir e contemplar 
tornam-se sábios e virtuosos.
 (B) a virtude e o saber adquirem existência 
quando compartilhados pelos homens.
 (C) a virtude e o saber existem no espírito 
do homem que consegue perceber a 
dualidade da existência.
 (D) a virtude e o saber, por terem realidades 
paralelas, devem ser conquistados indivi-
dualmente.
 (E) o homem sábio e virtuoso, para iluminar-
-se, deve buscar uma vida isolada e 
contemplativa.
3. TEXTO I
 Ao longo do sereno
 Tejo, suave e brando,
 Num vale de altas árvores sombrio,
 Estava o triste Almeno
 Suspiros espalhando
 Ao vento, e doces lágrimas ao rio.
 (Luís de Camões, “Ao longo do sereno”.)
TEXTO II
 Bailemos nós ia todas tres, ay irmanas,
 so aqueste ramo destas auelanas
 e quen for louçana, como nós, louçanas,
 se amigo amar,
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL50 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B
 so aqueste ramo destas auelanas
 uerrá baylar.
 (Aires Nunes. In Nunes, J. J., “Crestomatia 
arcaica”.)
TEXTO III
 Tão cedo passa tudo quanto passa!
 morre tão jovem ante os deuses quanto
 Morre! Tudo é tão pouco!
 Nada se sabe, tudo se imagina.
 Circunda-te de rosas, ama, bebe
 E cala. O mais é nada.
 (Fernando Pessoa, “Obra poética”.)
TEXTO IV
 Os privilégios que os Reis
 Não podem dar, pode Amor,
 Que faz qualquer amador
 Livre das humanas leis.
 mortes e guerras cruéis,
 Ferro, frio, fogo e neve,
 Tudo sofre quem o serve.
 (Luís de Camões, “Obra completa”.)
TEXTO V
 As minhas grandes saudades
 São do que nunca enlacei.
 Ai, como eu tenho saudades
 Dos sonhos que não sonhei!...)
 (Mário de Sá Carneiro, “Poesias”.)
 A alternativa que indica texto que faz parte da 
poesia medieval da fase trovadoresca é
 (A) I. Resposta: B
 (B) II.
 (C) III.
 (D) IV.
 (E) V.
4. Assinale a alternativa INCORRETA com relação 
à Literatura Portuguesa: Resposta: C
 (A) O ambiente das cantigas de amor é sempre 
o palácio, com o trovador declarando seu 
amor por uma dama (tratada de “se-
nhor”, isto é, senhora). Daí o relacionamento 
respeitoso, cortês, dentro dos mais puros 
padrões medievais que caracterizam a 
vassalagem, a servidão amorosa.
 (B) o teatro vicentino é basicamente 
caracterizado pela sátira, criticando o 
comportamento de todas as camadas 
sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil 
Vicente não tem preocupação de fi xar 
tipos psicológicos, e sim a de fi xar tipos 
sociais.
 (C) o marco inicial do Romantismo em Portugal 
é a publicação do poema “Camões”. 
Todavia, a nova estética literária só viria 
a se fi rmar uma década depois com a 
Questão Coimbrã, quando se aceitou o 
papel revolucionário da nova poesia e 
a independência dos novos poetas em 
relação aos ve-lhos mestres.
 (D) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se 
a montar um vasto painel da sociedade 
portuguesa, retratada em seus múltiplos 
aspectos: a cidade provinciana; a infl uência 
do clero; a média e a alta burguesia de 
Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.
 (E) A mais rica, densa e intrigante faceta da 
obra de Fernando Pessoa diz respeito 
ao fenômeno da heteronímia que deu 
aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo 
Reis e Álvaro de Campos biografi as, 
características, traços de personalidade e 
formação cultural diferentes.
5. I. Autor que levava no palco a sociedade 
portuguesa da primeira metade do século XVI, 
vivenciando, na expressão de Antônio José 
Saraiva, o refl exo da crise.
 II. Atuou na linha do teatro de costumes, 
associou o burlesco e o cômico em dramas 
e comédias ao retratar fl agrantes da vida 
brasileira, do campo à cidade.
 Os enunciados referem-se, respectivamente, 
aos teatrólogos: Resposta: D
 (A) Camilo Castelo Branco e José de Alencar.
 (B) Machado de Assis e Miguel Torga.
 (C) Gil Vicente e Nélson Rodrigues.
 (D) Gil Vicente e Martins Pena.
 (E) Camilo Castelo Branco e Nélson Rodrigues.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 51
6. NINGUÉM:
 Tu estás a fi m de quê?
 TODO MUNDO:
 A fi m de coisas buscar
 que não consigo topar.
 Mas não desisto,
 porque o cara tem de teimar.
 NINGUÉM:
 Me diz teu nome primeiro.
 TODO MUNDO:
 Eu me chamo Todo Mundo
 e passo o dia e o ano inteiro
 correndo atrás de dinheiro,
 seja limpo ou seja imundo.
 BELZEBU:
 Vale a pena dar ciência
 e anotar isto bem,
 por ser fato verdadeiro:
 que Ninguém tem consciência,
 e Todo Mundo, dinheiro.
 No trecho, Carlos Drummond de Andrade 
reconstruiu, com nova linguagem, parte de 
um texto de importante dramaturgo da língua 
portuguesa.
 Trata-se de: Resposta: A
 (A) Gil Vicente.
 (B) Dom Diniz.
 (C) Luís Vaz de Camões.
 (D) Sá de Miranda.
 (E) Fernão Lopes.
7. Em Farsa de Inês Pereira (1523), Gil Vicente 
apresenta uma donzela casadoura que se 
lamenta das canseiras do trabalhodoméstico e 
imagina casar-se com um homem discreto e el-
egante. O trecho a seguir é a fala de Latão, um 
dos judeus que foi em busca do marido ideal 
para Inês, dirigindo-se a ela:
 “Foi a coisa de maneira,
 tal friúra e tal canseira,
 que trago as tripas maçadas;
 assim me fadem boas fadas
 que me soltou caganeira...
 para vossa mercê ver
 o que nos encomendou.”
 friúra: frieza, estado de quem está frio
 maçadas: surradas
 fadem: predizem
 (VICENTE, Gil. “Farsa de Inês Pereira”. 22. ed. São Paulo: 
Brasiliense, 1989. p. 95.)
 Sobre o trecho, é correto afi rmar: Resposta: C
 (A) Privilegia a visão racionalista da realidade 
por Gil Vicente, empregada pelo autor para 
atender as necessidades do homem do 
Classicismo.
 (B) É escrito com perfeição formal e clareza 
de raciocínio, pelas quais Gil Vicente é 
considerado um mestre renascentista.
 (C) Retrata uma cena grotesca em que se 
notam traços da cultura popular, o que não 
invalida a inclusão de Gil Vicente entre os 
autores do Humanismo.
 (D) Sua linguagem é característica de um 
período já marcado pelo Renascimento, 
o que se evidencia pela referência de Gil 
Vicente a fi guras mitológicas clássicas, 
como as “boas fadas”.
 (E) Revela em Gil Vicente uma visão positiva 
do homem de fé que se liberta da doença 
pelo recurso à divindade.
8. “Já vai andando a récua dos homens de Ar-
ganil, acompanham-nos até fora da vila as in-
felizes, que vão clamando, qual em cabelo, Ó 
doce e amado esposo, e outra protestando, Ó 
fi lho, a quem eu tinha só para refrigério e doce 
amparo desta cansada já velhice minha, não se 
acabavam as lamentações, tanto que os mon-
tes de mais perto respondiam, quase movidos 
de alta piedade (...)”.
 (J. SARAMAGO, ‘Memorial do convento’)
 Em muitas passagens do trecho transcrito, 
o narrador cita textualmente palavras de um 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL52 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B
episódio de Os Lusíadas, visando a criticar 
o mesmo aspecto da vida de Portugal que 
Camões, nesse episódio, já criticava. O episódio 
camoniano citado e o aspecto criticado são, 
respectivamente, Resposta: D
 (A) O Velho do Restelo; a posição subalterna 
da mulher na sociedade tradicional 
portuguesa.
 (B) Aljubarrota; a sangria populacional 
provocada pelos empreendimentos 
coloniais portugueses.
 (C) Aljubarrota; o abandono dos idosos 
decorrente dos empreendimentos bélicos, 
marítimos e suntuários.
 (D) O Velho do Restelo; o sofrimento popular 
decorrente dos empreendimentos dos 
nobres.
 (E) Inês de Castro; o sofrimento feminino 
causado pelas perseguições da Inquisição.
9. I.
 ‘’Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
 O hialino orvalho aos poucos se evapora,
 Agoniza o arrebol.
 A catedral ebúrnea do meu sonho
 Aparece, na paz do céu risonho,
 Toda branca de sol”
 II.
 “Quando em meu peito rebentar-se a fi bra,
 Que o espírito enlaça a dor vivente,
 Não derramem por mim nem uma lágrima
 Em pálpebra demente.”
 III.
 “Por um lado te vejo como um seio murcho
 pelo outro como um ventre de cujo umbigo 
pende
 ainda o cordão placentário.
 És vermelha como o amor divino
 Dentro de ti em pequenas pevides
 Palpita a vida prodigiosa
 Infi nitamente.”
 IV.
 “Transforma-se o amador na cousa amada,
 Por virtude do muito imaginar;
 Não tenho logo mais que desejar,
 Pois em mim tenho a parte desejada.”
 Na ordem em que estão transcritos, os 
fragmentos se enquadram respectivamente 
nos seguintes movimentos literários: 
Resposta: A
 (A) I. Simbolismo, II. Romantismo, III. Mo-
dernismo, IV. Classicismo;
 (B) I. Modernismo, II. Simbolismo, III 
Classicismo, IV. Romantismo;
 (C) I. Romantismo, II. Modernismo, III. 
Simbolismo, IV. Classicismo;
 (D) I. Classicismo, II. Romantismo, III. Mo-
dernismo, IV. Simbolismo;
 (E) I. Simbolismo, II. Classicismo, III. 
Romantismo, IV. Modernismo.
10. “Busque Amor novas artes, novo engenho
 para matar-me, e novas esquivanças;
 que não pode tirar-me as esperanças
 que mal me tirará o que eu não tenho.
 Olhai de que esperanças me mantenho!
 vede que perigosas seguranças:
 que não temo contrastes nem mudanças
 andando em bravo mar perdido o lenho.
 Mas, conquanto não pode haver desgosto
 onde esperança falta, lá me esconde
 Amor um mal, que mata e não se vê;
 que dias há que na alma me tem posto
 um não sei quê, que nasce não sei onde
 vem não sei como e dói não sei porquê.”
 Relido o poema de dois quartetos e dois tercetos 
com versos decassílabos heroicos e esquema 
rimático abba - abba - cde - cde, e consi-derada 
a elaboração estética da linguagem com que 
é tratado o tema, assinalar a alternativa que 
nomeia que tipo de poema é, o seu autor e o 
movimento literário em que este se enquadra:
Resposta: B
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 53
 (A) redondilha Gil Vicente - Humanismo
 (B) soneto - Camões - Classicismo
 (C) soneto - Gregório de Matos - Barroco
 (D) lira - Cláudio Manuel da Costa - Arcadismo
 (E) lira - Camões – Maneirismo
11. “Amor é um fogo que arde sem se ver,
 É ferida que dói e não se sente;
 É um contentamento descontente,
 É dor que desatina sem doer.”
 De poeta muito conhecido, esta é a primeira 
estrofe de um poema que parece comprazer-
-se com o paradoxo, enfeixando sensações 
contraditórias do sentimento humano, se 
examinadas sob o prisma da razão. Resposta: D
 Indique, na relação a seguir, o nome do autor.
 (A)) Bocage.
 (B) Camilo Pessanha.
 (C) Gil Vicente.
 (D) Luís de Camões.
 (E) Manuel Bandeira.
12. Leia as estrofes seguintes e assinale a 
alternativa INCORRETA:
 “Mas um velho, de aspeito venerando,
 Que fi cava nas praias, entre a gente,
 Postos em nós os olhos, meneando
 Três vezes a cabeça, descontente,
 A voz pesada um pouco alevantando,
 Que nós no mar ouvimos claramente,
 Com saber só de experiências feito,
 Tais palavras tirou do esperto peito:
 “Ó glória de mandar, ó vã cobiça
 Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
 Ó fraudulento gosto, que se atiça
 Com a aura popular, que honra se chama!
 Que castigo tamanho e que justiça
 Fazes no peito vão que muito te ama!
 Que mortes, que perigos, que tormentas,
 Que crueldades neles exprimentas!”
(Camões)
 “Ó mar salgado, quanto do teu sal
 São lágrimas de Portugal!
 Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
 Quantos fi lhos em vão rezaram!
 Quantas noivas fi caram por casar
 Para que fosses nosso, ó mar!”
 (Fernando Pessoa) Resposta: E
 (A) Através do tema tratado nas estrofes 
citadas, podemos dizer que as mesmas 
pertencem a dois grandes poemas épicos 
da Literatura Portuguesa: OS LUSÍADAS e 
MENSAGEM.
 (B) Nessas estrofes, os dois poemas 
relacionam-se ao mencionarem aspectos 
negativos das expedições portuguesas.
 (C) No poema de Camões todas as estrofes 
apresentam oito versos em decassílabos 
heroicos; no poema de Pessoa não há a 
mesma regularidade.
 (D) Uma das estrofes d’OS LUSÍADAS revela 
a fala do Velho do Restelo criticando os 
sentimentos de glória e cobiça na empresa 
portuguesa.
 (E) Os dois poemas não podem ser 
relacionados porque, além de um ser 
épico e o outro lírico, um pertence ao 
Renascimento e o outro ao Modernismo.
13. Assinale a alternativa INCORRETA. Resposta: E
 (A) Na obra de José de Anchieta, encontram-se 
poesias seguindo a tradição medieval e textos 
para teatro com clara intenção catequista.
 (B) A literatura informativa do Quinhentismo 
brasileiro empenha-se em fazer 
um levantamentoda terra, daí ser 
predominantemente descritiva.
 (C) A literatura seiscentista refl ete um dualismo: 
o ser humano dividido entre a matéria e o 
espírito, o pecado e o perdão.
 (D) O Barroco apresenta estados de alma 
expressos através de antíteses, paradoxos, 
interrogações.
 (E) O Conceptismo caracteriza-se pela 
linguagem rebuscada, culta, extravagante, 
enquanto o Cultismo é marcado pelo jogo 
de ideias, seguindo um raciocínio lógico, 
racionalista.
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL54 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B
14. A chamada atividade literária das primeiras 
décadas de nossa formação histórica 
caracterizou-se por seu cunho pragmático 
estrito, seja a circunscrita ao parâmetro 
jesuítico, seja a decorrente de viagens de 
reconhecimento e informação da terra.
 São representantes dos dois tipos de atividade 
literária referidos no excerto acima Resposta: C
 (A) Gregório de Matos e Cláudio Manuel da 
Costa.
 (B) Antônio Vieira e Tomás Antônio Gonzaga.
 (C) José de Anchieta e Gabriel Soares de Sou-
sa.
 (D) Bento Teixeira e Gonçalves de Magalhães.
 (E) Basílio da Gama e Gonçalves Dias.
15. O tom pessimista apresentado por Camões no 
epílogo de “Os Lusíadas” aparece em outro 
momento do poema. Isso acontece no episó-
dio: Resposta: B
 (A) do Gigante Adamastor.
 (B) do Velho do Restelo.
 (C) de Inês de Castro.
 (D) dos Doze de Inglaterra.
 (E) do Concílio dos Deuses.
16. I. “Porque não merecia o que lograva,
 Deixei, como ignorante, o bem que tinha,
 Vim sem considerar aonde vinha,
 Deixei sem atender o que deixava.”
 II.”Se a fl auta mal cadente
 Entoa agora o verso harmonioso,
 Sabei, me comunica este saudoso
 Infl uxo a dor veemente;
 Não o gênio suave,
 Que ouviste já no acento agudo e grave.”
 III.”Da delirante embriaguez de bardo
 Sonhos em que afoguei o ardor da vida,
 Ardente orvalho de febris pranteios,
 Que lucro à alma descrida?”
 Cada estrofe, a seu modo, trabalha o tema de 
um bem, de um amor almejado e passado ou 
perdido. Avaliando atentamente os recursos 
poéticos utilizados em cada uma delas pode-
mos dizer que os movimentos literários a que 
pertencem I, II e III são respectivamente:
 (A) barroco - arcadismo - romantismo.
 (B) barroco - romantismo - parnasianismo.
 (C) romantismo - parnasianismo - simbolismo.
 (D) romantismo - simbolismo - modernismo.
 (E) parnasianismo - simbolismo - modernismo.
17. O século XVI deve ser reconhecido, na história 
da literatura brasileira, como um período de
 (A) manifestações literárias voltadas 
basicamente para a informação sobre a 
colônia e para a catequese dos nativos.
 (B) amadurecimento dos sentimentos 
nacionalistas que logo viriam a se 
expressar no Romantismo.
 (C) exaltação da cultura indígena, tema central 
dos poemas épicos de Basílio da Gama e 
Santa Rita Durão.
 (D) esgotamento do estilo e dos temas 
barrocos, superados pelos ideais estéticos 
do Arcadismo.
 (E) valorização dos textos cômicos e satíricos, 
em que foi mestre Gregório de Matos.
18. Identifi que a afi rmação que se refere a 
GREGÓRIO DE MATOS. Resposta: D
 (A) No seu esforço de criação da comédia 
brasileira, realiza um trabalho de crítica 
que encontra seguidores no Romantismo 
e mesmo no restante do século XIX.
 (B) Sua obra é uma síntese singular entre 
o passado e o presente: ainda tem 
os torneios verbais do quinhentismo 
português, mas combina-os com a paixão 
das imagens pré-românticas.
 (C) Dos poetas arcádicos eminentes, foi 
sem dúvida o mais liberal, o que mais 
claramente manifestou as ideias da 
ilustração francesa.
 (D) Teve grande capacidade em fi xar num 
lampejo os vícios, os ridículos, os 
desmandos do poder local, valendo-
-se para isso do engenho artifi cioso que 
caracterizava o estilo da época.
 (E) Sua famosa sátira à autoridade portuguesa 
na Minas do chamado ciclo do ouro é 
prova de que seu talento não se restringia 
ao lirismo amoroso.
Resposta: A
Resposta: A
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 55
19. Assinale a alternativa cujos termos preenchem 
corretamente as lacunas do texto inicial.
 Como bom barroco e oportunista que era, 
este poeta de um lado lisonjeia a vaidade dos 
fi dalgos e poderosos, de outro investe contra os 
governadores, os “falsos fi dalgos”. O fato é que 
seus poemas satíricos constituem um vasto 
painel ...................., que ................. compôs 
com rancor e engenho ainda hoje admirados 
pela expressividade. Resposta: C
 (A) do Brasil do século XIX - Gregório de Matos
 (B) da sociedade mineira do século XVIII - 
Cláudio Manuel da Costa
 (C) da Bahia do século XVII - Gregório de Matos
 (D) do ciclo da cana-de-açúcar - Antônio Vieira
 (E) da exploração do ouro em Minas - Cláudio 
Manuel da Costa.
20. AOS AFETOS E LÁGRIMAS DERRAMADAS NA 
AUSÊNCIA DA DAMA A QUEM QUERIA BEM
SONETO
 Ardor em fi rme coração nascido;
 Pranto por belos olhos derramado; 
 ncêndio em mares de águas disfarçado; 
 Rio de neve em fogo convertido:
 Tu, que em um peito abrasas escondido;
 Tu, que em um rosto corres desatado;
 Quando fogo, em cristais aprisionado;
 Quando cristal em chamas derretido.
 Se és fogo como passas brandamente,
 Se és neve, como queimas com porfi a?
 Mas ai, que andou Amor em ti prudente!
 Pois para temperar a tirania,
 Como quis que aqui fosse a neve ardente,
 Permitiu parecesse a chama fria.
 Considere atentamente as seguintes 
afi rmações sobre o poema de Gregório de 
Matos:
 I - O par fogo e água passa por variações 
contrastantes até evoluir para o oxímoro.
 II - O poema evidencia a “fórmula da ordem 
barroca” ditada por Gérard Genette: 
diferença transforma-se em oposição, 
oposição em simetria e simetria em 
identidade.
 III - O poema inscreve, no âmbito da linguagem, 
o confl ito vivido pelo homem do século 
XVII.
 De acordo com o poema, pode-se concluir que:
 (A) são corretas todas as afi rmações.
 (B) são corretas apenas as afi rmações I e II.
 (C) são corretas apenas as afi rmações I e III.
 (D) é correta apenas a afi rmação II.
 (E) é correta apenas a afi rmação III.
21. O soneto a seguir é representativo da estética:
 “Não vira em minha vida a formosura,
 Ouvia falar nela cada dia,
 E ouvida me incitava, e me movia
 A querer ver tão bela arquitetura:
 Ontem a vi por minha desventura
 Na cara, no bom ar, na galhardia
 De uma mulher, que em anjo se mentia;
 De um sol, que se trajava em criatura:
 Matem-me, disse eu, vendo abrasar-me,
 Se esta cousa não é, que encarecer-me
 Sabia o mundo, e tanto exagerar-me!
 Olhos meus, disse então por defender-me,
 Se a beleza heis de ver para matar-me,
 Antes olhos cegueis, do que eu perder-me.” 
Resposta: A
 (A) barroca.
 (B) imbolista.
 (C) romântica.
 (D) parnasiana.
 (E) árcade.
Resposta: A
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22. Quando jovem, Antônio Vieira acreditava nas 
palavras, especialmente nas que eram ditas 
com fé. No entanto, todas as palavras que 
ele dissera, nos púlpitos, na salas de aula, nas 
reuniões, nas catequeses, nos corredores, 
nos ouvidos dos reis, clérigos, inquisidores, 
duques, marqueses, ouvidores, governadores, 
ministros, presidentes, rainhas, príncipes, 
indígenas, desses milhões de palavras ditas 
com esforço de pensamento, poucas — ou 
nenhuma delas — havia surtido efeito. O 
mundo continuavaexatamente o de sempre. O 
homem, igual a si mesmo.
Ana Miranda, BOCA DO INFERNO
 ...milhões de palavras ditas com esforço de 
pensamento.
 Essa passagem do texto faz referência a um 
traço da linguagem barroca presente na obra 
de Vieira; trata-se do: Resposta: E
 (A) gongorismo, caracterizado pelo jogo de 
ideias.
 (B) cultismo, caracterizado pela exploração da 
sonoridade das palavras.
 (C)) cultismo, caracterizado pelo confl ito entre 
fé e razão.
 (D) conceptismo, caracterizado pelo 
vocabulário preciosista e pela exploração 
de aliterações.
 (E) conceptismo, caracterizado pela 
exploração das relações lógicas, da 
argumentação.
23. “Voltaram à baila os deuses esquecidos, as 
ninfas esquivas, as náiades, as oréadas e os 
pastores enamorados, as pastoras insensíveis 
e os rebanhos numerosos das bucólicas de 
Teócrito e Virgílio.”
 (Ronald de Carvalho, PEQUENA HISTÓRIA DE LITERATURA 
BRASILEIRA)
 O trecho acima refere-se ao seguinte 
movimento literário: Resposta: C
 (A) Romantismo.
 (B) Barroco.
 (C) Arcadismo.
 (D) Parnasianismo.
 (E) Naturalismo.
24. Em Literatura, um grupo de escritores, no século 
XVIII, defendeu o bucolismo, a necessidade de 
revalorização da vida simples, em contato com 
a natureza. Estamos fazendo referência aos 
escritores do: Resposta: B
 (A) ROMANTISMO, para quem encontrar-
se com a natureza signifi cava alargar a 
sensibilidade.
 (B) ARCADISMO, propondo um retorno à 
ordem natural, como na literatura clássica, 
na medida em que a natureza adquire 
um sentido de simplicidade, harmonia e 
verdade.
 (C) REALISMO, fugindo às exibições subjetivas 
e mantendo a neutralidade diante daquilo 
que era narrado; as referências à natureza 
eram feitas em terceira pessoa.
 (D) BARROCO, movimento que valorizava 
a tensão de elementos contrários, 
celebrando Deus ou as delícias da vida nas 
formas da natureza.
 (E) SIMBOLISMO quando estes escritores se 
mostravam mais emotivos, transformando 
as palavras em símbolos dos segredos da 
alma. A natureza era puro mistério.
25. Os poemas de Cláudio Manuel da Costa e 
Tomás Antônio Gonzaga foram escritos
 (A) em reação ao sentimentalismo romântico, 
contrapondo-lhe sua linguagem clara e 
equilibrada.
 (B) ainda dentro do espírito barroco, conforme 
o atestam sua religiosidade confl ituosa e 
seu estilo artifi cial.
 (C) à época da Inconfi dência Mineira, 
relacionando-se intimamente com os 
ideais desse movimento.
 (D) em meados do século XIX, dedicando-se à 
propagação dos ideais da Contrarreforma.
 (E) em apoio à consolidação de nossa recente 
Independência, contra a qual ainda se 
insurgiam grupos descontentes.
26. Leia atentamente o texto a seguir e assinale a 
alternativa INCORRETA.
 Não permitiu o Céu que alguns infl uxos, que 
devi às águas do Mondego, se prosperassem 
por muito tempo; e destinado a buscar a Pátria, 
que por espaço de cinco anos havia deixado, 
aqui, entre a grosseria dos seus gênios, que 
menos pudera eu fazer que entregar-me ao 
Resposta: C
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 57
ócio, e sepultar-me na ignorância! Que menos, 
do que abandonar as fi ngidas Ninfas destes 
rios, e no centro deles adorar a preciosidade 
daqueles metais, que têm atraído a este clima 
os corações de toda a Europa! Não são estas as 
venturosas praias da Arcádia, onde o som das 
águas inspirava a harmonia dos versos. Turva 
e feia, a corrente destes ribeiros, primeiro que 
arrebate as ideias de um Poeta, deixa ponderar 
a ambiciosa fadiga de minerar a terra, que lhes 
tem pervertido as cores.” Resposta: E
 (COSTA, Cláudio M. da. Fragmento do “Prólogo ao Leitor”. In: 
CÂNDIDO, A. & CASTELLO, J. A. PRESENÇA DA LITERATURA 
BRASILEIRA, vol. I, S. Paulo, Difusão Europeia do Livro, 1971, p. 138)
 (A) o poeta estabelece uma conexão entre as 
diferenças ambientais e o seu refl exo na 
produção literária.
 (B) Cláudio Manuel da Costa manifesta, no 
texto, a sua formação intelectual europeia, 
mas que deseja exprimir a realidade tosca 
de seu país.
 (C) Depreende-se do texto uma forma de 
confl ito entre o Academicismo Árcade 
europeu e a realidade brasileira que 
passaria a ser a nova matéria-prima do 
poeta.
 (D) Apesar dos índices do Arcadismo 
presentes no texto, há um questionamento 
do contexto sobre a validade de adotar 
esse modelo literário no Brasil.
 (E) O poeta sofre mediante o fato de não mais 
poder, na Europa, contemplar as praias da 
Arcádia de onde retirava suas inspirações 
poéticas.
27.
“Nova Canção do Exílio”
Um sabiá
na palmeira, longe.
Estas aves cantam
um outro canto.
O céu cintila
sobre fl ores úmidas.
Vozes na mata,
e o maior amor.
Só, na noite,
seria feliz:
um sabiá,
na palmeira, longe.
Onde é tudo belo
e fantástico,
só, na noite,
seria feliz.
(Um sabiá,
na palmeira, longe.)
Ainda um grito de vida e
voltar
para onde é tudo belo
e fantástico:
a palmeira, o sabiá,
o longe.
 O poema anterior integra a obra “Rosa do 
Povo”, de Carlos Drummond de Andrade. Deste 
poema, como um todo, é incorreto afi rmar que
 (A) é uma variação do tema da terra natal, 
espécie de atualização moderna de uma 
idealização romântica da pátria.
 (B) estabelece uma relação intertextual com a 
“Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, e se 
mostra como uma espécie de paráfrase.
 (C) evidencia que o poeta se apropriou 
indevidamente do poema de Gonçalves 
Dias e manteve os esquemas de métrica 
e de rima do texto original.
 (D) traduz na palavra “longe”, o signifi cado do 
“lá”, lugar do ideal distante, caracterizador 
de visão de uma pátria idealizada.
 (E) utiliza a imagem do sabiá e da palmeira 
para sugerir um espaço “onde tudo é belo 
e fantástico” e, afastado do qual, o poeta 
se sente em exílio.
28. A memória mítica da infância e a fi gura idea-
lizada da mulher são temas frequentes 
apresentados na poética romântica, Resposta: B
 (A) através de uma postura do eu poético 
emocionalmente desligado e distante.
 (B) dentro de uma perspectiva da valorização 
do poético como algo inatingível.
 (C) por meio de um tom ressentido, com 
tendência à depreciação do feminino.
 (D) a partir da grandiloquência dos temas 
universais inspirados na era clássica.
 (E) n.d.a.
Resposta: C
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29. (...) era o Leonardo Pataca. Chamavam assim 
a uma rotunda e gordíssima personagem de 
cabelos brancos e carão avermelhado, que era 
o decano da corporação, o mais antigo dos 
meirinhos(*) que viviam nesse tempo. (...) Fora 
Leonardo algibebe(**) em Lisboa, sua pátria; 
aborreceu-se porém do negócio, e viera ao 
Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção 
de quem, alcançou o emprego de que o vemos 
empossado, e que exercia, como dissemos, 
desde tempos remotos.
 ( *) meirinho = funcionário da justiça.
 (**) algibebe = vendedor de roupas baratas; 
mascate.
 (Manuel Antonio de Almeida. “Memórias de um sargento de 
milícias”. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científi cos, 1978, p. 6)
 Considere as seguintes afi rmações:
 I. A personagem referida nesse trecho é o 
protagonista do romance.
 II. O trecho faz referência ao sistema de favor, 
ao compadrismo, que integrava as relações 
sociais da época.
 III. A caracterização física de Leonardo Pataca 
obedece ao modelo do herói romântico.
 Em relação ao texto, está correto o que se 
afi rma SOMENTE em Resposta: B
 (A) I.
 (B) II.
 (C) III.
 (D) I e II.
 (E) II e III.
30. O Amor preside a vários poemas de “Espumas 
flutuantes”.
 Considere estes dois fragmentos, em dois 
distintos momentos da poesia de Castro Alves:
 I. E da alcova saía um cavalheiro
 Inda beijando uma mulher sem véus...
 Era eu... Era a pálida Teresa!
 II. Oh! Deixa-me aquecer teus pés divinos
 Ao doudo afago de meus lábios mornos.
 Tais versos ilustram a seguinte característica da 
poesia de Castro Alves: Resposta: C
 (A) a extremada idealização amorosa faz da 
amada um ser etéreo e inatingível.
 (B) o intimismo e a timidez levam o poeta a 
sugerir seu medo de amar.
 (C) a virilidade e o erotismo convivem com a 
idealização amorosa.
 (D) a dimensão erótica é sobrepujada pela 
ternura e pela inclinação platônica.
 (E) o desejo amoroso, quando materializado, 
traz a culpa e o remorso.
31. Cena 9
CANÇÃO DO EXÍLIO
 Minha terra tem campos de futebol onde 
cadáveres amanhecem emborcados pra 
atrapalhar os jogos. Tem uma pedrinha cor de 
bile que faz “tuim” na cabeça da gente. Tem 
também muros de bloco (sem pintura, claro, 
que tinta é a maior frescura quando falta 
mistura), onde pousam cacos de vidro pra 
espantar malaco.
 Minha terra tem HK, AR15, M21, 45 e 38 (na 
minha terra, 32 é uma piada). As sirenes que 
aqui apitam, apitam de repente e sem hora 
marcada. Elas não são mais das fábricas, que 
fecharam. São mesmo é camburões, que vêm 
fazer aleijados, trazer tranquilidade e afl ição.
 BONASSI, Fernando. “15 cenas de descobrimento de Brasis”. 
In: MORICONI, Ítalo (org). Os cem melhores contos brasileiros 
do século. Rio Janeiro: Objetiva, 2000, p.
 Sobre o uso do nível de linguagem empregado 
no texto, é correto afi rmar que é Resposta: B
 (A) inaceitável, por se tratar de um texto 
literário, cujo nível de linguagem exigido é 
o culto.
 (B) adequado às intenções de crítica e 
denúncia do mundo contemporâneo.
 (C) inadequado para abordar o tema romântico 
do exílio de uma perspectiva crítica e 
contemporânea.
 (D) aceitável por se tratar de texto literário, 
mas inadequado à intenção jornalística do 
autor.
 (E) inadequado porque os escritores 
brasileiros contemporâneos não falam 
nem escrevem dessa maneira.
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32. A renovação da lírica romântica, em Espumas 
fl utuantes, de Castro Alves, está relacionada à
 (A) glorifi cação da fi delidade amorosa.
 (B) erotização da paisagem natural.
 (C) negação de referências clássicas.
 (D) satirização do espírito heroico.
 (E) rejeição do cenário nativista.
33. Leia os versos de Olavo Bilac e responda
 Não se mostre na fábrica o suplício
 Do mestre. E, natural, o efeito agrade,
 Sem lembrar os andaimes do edifício:
 Porque a Beleza, gêmea da Verdade,
 Arte pura, inimiga do artifício,
 É a força e a graça na simplicidade.
 
 Os versos denunciam Resposta: C
 (A) vocabulário simples e pouca preocupação 
com as qualidades técnicas do poema, já 
que as sugestões sonoras não estão neles 
presentes.
 (B) emoção expressa racionalmente, embora 
seja bastante evidente o caráter subjetivo 
na construção das imagens.
 (C) a busca da perfeição na expressão, visando 
ao universalismo, como exemplifi cam os 
termos Beleza e Verdade, grafados com 
maiúsculas.
 (D) o afastamento da realidade social, 
decorrente de uma visão idealizada do 
mundo, descrito por metáforas pouco 
objetivas.
 (E) a forma de expressão pouco idealizada, 
resultante de uma concepção de mundo 
marcada pela complexidade que, nos 
versos, se manifesta em vocabulário 
seleto.
34. INSTRUÇÃO: Para responder à questão, leia o 
fragmento de Machado de Assis, de 1866, e o 
poema de Mario Quintana, de 1940, e analise 
as afi rmativas.
TEXTO A
 A explicação da minha recusa e do desamor 
com que eu via a minha prima estava no meu 
gênio solitário e contemplativo. Até aos quinze 
anos fui tido por idiota; dos quinze aos vinte 
chamavam-me poeta; e, se as palavras eram 
diferentes, o sentido que a minha família lhes 
dava era o mesmo. Era pouco de ser estimado 
um moço que não comungava nos mesmos 
passatempos da casa e via correr as horas na 
leitura e nas digressões pelo mato.
TEXTO B
 Eu nada entendo da questão social.
 Eu faço parte dela, simplesmente...
 E sei apenas do meu próprio mal,
 Que não é bem o mal de toda a gente,
 Nem é deste Planeta... Por sinal
 Que o mundo se lhe mostra indiferente!
 E o meu Anjo da Guarda, ele somente,
 É quem lê os meus versos afi nal...
 E enquanto o mundo em torno se esbarronda.
 Vivo regendo estranhas contradanças
 No meu vago País de Trebizonda...
 Entre os Loucos, os Mortos e as Crianças.
 É lá que eu canto, numa eterna ronda,
 Nossos comuns desejos e esperanças!...
 I. O uso da primeira pessoa está de acordo 
com a temática dos textos, relacionada à 
afi rmação da individualidade.
 II. Os dois autores expressam uma atitude 
crítica frente aos interesses sociais que 
anulam os valores humanos.
 III. Em contextos sociais muito distantes no 
tempo, os autores expressam, em gêneros 
diferentes, seu posicionamento.
 Pela análise das afi rmativas, conclui-se que 
está/estão correta(s): Resposta: E
 (A) apenas I.
 (B) apenas II.
 (C) apenas III.
 (D) apenas I e II.
 (E) I, II e III.
Resposta: B
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35. O DESPERTAR DO CORTIÇO
 “ Daí a pouco, em volta das bicas era um zunzum 
crescente, uma aglomeração tumultuosa de 
machos e fêmeas. Uns, após outros, lavavam 
a cara, incomodamente, debaixo do fi o de água 
que escorria da altura de uns cinco palmos. O 
chão inundava-se. As mulheres precisavam já 
prender as saias entre as coxas para não as 
molhar; via-se-lhes a tostada nudez dos braços 
e do pescoço, que elas despiam, suspendendo 
o cabelo todo para o alto do casco; os homens, 
esses não se preocupavam em não molhar 
o pelo, ao contrário metiam a cabeça bem 
debaixo da água e esfregavam com força as 
ventas e as barbas, fossando e fungando contra 
as palmas das mãos. As portas das latrinas não 
descansavam...”
 (AZEVEDO, Aluísio de. “O Cortiço”, São Paulo: Martins, 1968, p. 43.)
 São características desse texto, consideradas 
típicas do naturalismo, entre outras, Resposta: C
 (A) o idealismo, o comportamento determinista.
 (B) a ênfase no aspecto material da vida, o 
comportamento sofi sticado.
 (C) as comparações dos seres humanos com 
animais, a promiscuidade.
 (D) a representação objetiva da vida, o 
endeusamento do ser humano.
 (E) a fuga à realidade, o positivismo exacerbado.
36. Publicados quase simultaneamente, Memórias 
Póstumas de Brás Cubas e O Mulato, ambos 
os romances praticamente inauguram 
dois movimentos literários no Brasil. Num 
deles predomina a profundidade da análise 
psicológica e, no outro, a preocupação com 
as leis da hereditariedade e a infl uência do 
ambiente sobre o homem.
 Esses movimentos foram: Resposta: E
 (A) O Modernismo e o Pós-modernismo.
 (B) O Futurismo e o Surrealismo.
 (C) O Barroco e o Trovadorismo.
 (D) O Romantismo e o Ultra-romantismo.
 (E) O Realismo e o Naturalismo
37. Assinale a alternativa correta a respeito do 
Parnasianismo: Resposta: B
 (A) A inspiração é mais importante que a 
técnica.
 (B) Culto da forma: rigor quanto às regras de 
versifi cação, ao ritmo, às rimas ricas ou 
raras.
 (C) O nome do movimento vem de um poema 
de Raimundo Correia.
 (D) Sua poesia é marcada pelo sentimenta-
lismo.
 (E) No Brasil, o Parnasianismo conviveu com 
o Barroco.
38. A razão mais profunda do Naturalismo foi a 
experiênciapolítica da geração de 1848: o 
fracasso da revolução, a repressão, a ascensão 
de Luís Napoleão — uma torva experiência que 
obrigou os escritores a uma concentração nos 
fatos, a um enfrentamento com a realidade, à 
mais rigorosa objetividade, no plano artístico, 
e, no plano ético, à solidariedade social e ao 
ativismo político.
 (Franklin de Oliveira. “Literatura e Civilização. Rio de Janeiro: 
Difel/INL, 1978, p. 74)
 É exemplo do plano artístico caracterizado no 
contexto desse trecho o que se lê em:
 (A) Eles olhavam um para o outro como 
os passarinhos ouvidos de repente a 
cantar, as árvores pé-ante-pé, as nuvens 
desconcertadas: como do assoprado das 
cinzas a espendição das brasas.
 (B) Nunca se deve fazer pouco dos 
conhecimentos de uma autoridade, por 
mais boçal que ela se apresente. Ainda 
mais se for do interior. Aí podemos entrar 
por um cano que não acaba mais.
 (C) Mas, nesse instante, o senhor Justino, o 
administrador, sem poder mais suportar as 
cãibras que lhe dava a posição forçada por 
ele mantida, conseguiu levantar-se, para 
chegar até junto da parede, onde tentou 
apoiar-se.
 (D) O mesmo vulto etéreo que se erguera 
diante de mim na noite precedente sobre 
os degraus do Palácio ali permanecia à 
minha frente, com sua caprichosa sombra 
de melancolia.
 (E) Ao restituir poder denotativo ou 
intensifi cador a provérbios esvaziados 
de sentido, esse escritor, profundo 
conhecedor de várias línguas, parece ter-
se deixado infl uenciar por idiomas como o 
alemão ou o russo, em que os sufi xos de 
derivação conservam vigorosa atuação.
Resposta: C
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39. O Realismo e o Naturalismo são movimentos 
surgidos na segunda metade do século XIX, 
marcado por transformações econômicas, 
científi cas e ideológicas. 
 Sobre esses dois movimentos, assinale a 
alternativa incorreta. Resposta: B
 (A) Para o escritor realista, a neutralidade 
diante do tema é imprescindível. Para 
isso, usa a narrativa em terceira pessoa. 
O naturalista observa também esse 
princípio, acrescentando uma aproximação 
das ciências experimentais e da fi losofi a 
positivista.
 (B) O realismo brasileiro teve poucos 
seguidores e uma de suas fi guras 
marcantes foi Machado de Assis. Euclides 
da Cunha, com “Os Sertões”, foi outra 
fi gura de destaque no movimento.
 (C) O Naturalismo é considerado um 
prolongamento do Realismo, pois assume 
todos os princípios e as características 
deste, acrescentando-lhe, no entanto, uma 
visão cientifi cista da existência. No Brasil, 
o Naturalismo foi iniciado por Aluísio de 
Azevedo, que publicou “O Mulato”, “Casa 
de Pensão” e “O Cortiço”.
 (D) Ambos, Machado de Assis e Aluísio 
de Azevedo, iniciaram-se na estética 
romântica. Posteriormente, o primeiro 
seguiu a estética realista, e o segundo, a 
estética naturalista.
 (E) A fase realista de Machado de Assis pode 
ser observada nos seus contos e roman-
ces. Entre eles, se destacam “Memórias 
Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas 
Borba” e “Dom Casmurro”, obras em 
que abordou temas como o adultério, o 
parasitismo social, a loucura e a hipocrisia.
40. Assinale a alternativa INCORRETA a respeito 
do Simbolismo: Resposta: D
 (A) Utiliza o valor sugestivo da música e da cor.
 (B) Dá ênfase à imaginação e à fantasia.
 (C) Procura a representação da realidade do 
subconsciente.
 (D) É uma atitude objetiva, em oposição ao 
subjetivismo dos parnasianos.
 (E) No Brasil, produziu, entre outras, a poesia 
de Cruz e Sousa e, em Portugal, a de 
Antônio Nobre.
41. “Leve é o pássaro; 
 e a sua sombra voante, 
 mais leve
.
 E o desejo rápido
 desse antigo instante,
 mais leve.
 E a fi gura invisível 
 do amargo passante,
 mais leve.”
 (Cecília Meireles)
 “Mais claro e fi no do que as fi nas pratas
 O som da sua voz deliciava...
 Na dolência velada das sonatas
 Como um perfume a tudo perfumava.”
(Cruz e Souza)
 Qual a semelhança ou o ponto de convergência 
entre a poesia neo-simbolista de Cecília 
Meireles e a de Cruz e Souza? Resposta: B
 (A) A objetividade e o materialismo marcantes 
no estilo parnasiano.
 (B) A realidade focalizada de maneira vaga, 
em versos que exploram a sonoridade das 
palavras.
 (C) A preocupação formal e a presença de 
rimas ricas.
 (D) O erotismo e o bucolismo como tema 
recorrente.
 (E) A impassibilidade dos elementos da 
natureza e a presença da própria poesia 
como musa.
42. Considere as alternativas abaixo, relativas ao 
Simbolismo:
 I - No plano temático, o Simbolismo foi 
marcado pelo mistério e pela inquietação 
mística com problemas transcendentais 
do homem. No plano formal, caracterizou-
-se pela musicalidade e certa quebra no 
ritmo do verso, precursora do verso livre 
do modernismo.
 II - O Simbolismo, surgido contempora-
neamente ao materialismo cientifi cista, 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL62 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B
enquanto atitude de espírito, passou ao largo 
dos maiores problemas da vida nacional. Já 
a literatura realista-naturalista acompa-nhou 
fi elmente os modos de pensar das gerações 
que fi zeram e viveram a Primeira República.
 III - O Simbolismo, com Cruz e Sousa e 
Alphonsus de Guimaraens, nossos 
maiores poetas do período, legou-nos 
uma produção poética que se caracterizou 
pela busca da “arte em arte”, isto é, uma 
preocupação com o verso artesanal, 
friamente moldado. Devido a essa 
tendência à objetividade na composição, 
o movimento também se denominou 
“decadentista”.
 Assinale a alternativa CORRETA: Resposta: D
 (A) I é falsa; II e III verdadeiras.
 (B) I, II e III são verdadeiras.
 (C) I é verdadeira; II e III, falsas.
 (D) I e II são verdadeiras: III é falsa.
 (E) I e III são falsas; II, verdadeira.
43. Iria morrer, quem sabe naquela noite mesmo? 
E que tinha ele feito de sua vida? Nada. Levara 
toda ela atrás da miragem de estudar a pátria, 
por amá-la e querê-la muito, no intuito de con-
tribuir para a sua felicidade e prosperidade. 
Gastara a sua mocidade nisso, a sua virilidade 
também; e, agora que estava na velhice, como 
ela o recompensava, como ela o premiava, 
como ela o condecorava? Matando-o. E o que 
não deixara de ver, de gozar, de fruir, na sua 
vida? Tudo. Não brincara, não pandegara, não 
amara - todo esse lado da existência que pa-
rece fugir um pouco à sua tristeza necessária, 
ele não vira, ele não provara, ele não experi-
mentara.
 Desde dezoito anos que o tal patriotismo lhe 
absorvia e por ele fi zera a tolice de estudar 
inutilidades. Que lhe importavam os rios? 
Eram grandes? Pois se fossem... Em que lhe 
contribuiria para a felicidade saber o nome dos 
heróis do Brasil? Em nada... O importante é 
que ele tivesse sido feliz. Foi? Não. Lembrou-
-se das suas causas de tupi, do folklore, das 
suas tentativas agrícolas... Restava disso tudo 
em sua alma uma satisfação? Nenhuma! Ne-
nhuma!
Lima Barreto
 O autor do trecho acima é Lima Barreto. Suas 
obras integram o período literário chamado Pré-
-Modernismo. Tal designação para este período 
se justifi ca, porque ele: Resposta: C
 (A) desenvolve temas do nacionalismo e se 
liga às vanguardas europeias.
 (B) engloba toda a produção literária que se 
fez antes do modernismo.
 (C) antecipa temática e formalmente as 
manifestações Modernistas.
 (D) se preocupa com o estudo das raças e 
das culturas formadoras do nordestino 
brasileiro.
 (E) prepara pela irreverência de sua linguagem 
as conquistas estilísticas do Modernismo.
44. “Só ele não fala, não canta, não ri,não ama.
 Só ele, no meio de tanta vida, não vive. “
 Os comentários acima são endereçados, por 
Monteiro Lobato, Resposta: D
 (A) ao nordestino.
 (B) ao menor.
 (C) ao sertão.
 (D) ao caboclo.
 (E) ao paulistano.
45. Nas duas primeiras décadas de nosso século, 
as obras de Euclides da Cunha e de Lima Barre-
to, tão diferentes entre si, têm como elemento 
comum Resposta: C
 (A) a intenção de retratar o Brasil de modo 
otimista e idealizante.
 (B) a adoção da linguagem coloquial das 
camadas populares do sertão.
 (C) a expressão de aspectos até então 
negligenciados da realidade brasileira.
 (D) a prática de um experimentalismo linguís-
tico radical.
 (E) o estilo conservador do antigo regionalismo 
romântico.
46. O ÚLTIMO POEMA
 Assim eu quereria o meu último poema
 Que fosse terno dizendo as coisas mais
[ simples
[ e menos intencionais
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B 63
 Que fosse ardente como um soluço sem lágri
[ mas
 Que tivesse a beleza das fl ores quase sem
[ perfume
 A pureza da chama em que se consomem os
[ diamantes mais límpidos
 A paixão dos suicidas que se matam sem
[ explicação.
(MANUEL BANDEIRA, ‘Libertinagem’)
 
 Neste texto, ao indicar as qualidades que 
deseja para o “último poema”, o poeta retoma 
dois temas centrais de sua poesia. Um deles é 
a valorização da simplicidade; o outro é:
 (A) a verifi cação da inutilidade da poesia diante 
da morte.
 (B) a coincidência da morte com o máximo de 
intensidade vital.
 (C) a capacidade, própria da poesia, de eliminar 
a dor.
 (D) a autodestruição da poesia em um meio 
hostil à arte.
 (E) a aspiração a uma poesia pura e lapidar, 
afastada da vida.
47. Assinale a proposição incorreta. Resposta: B
 (A) Monteiro Lobato faz retratos pitorescos, 
fortes e irônicos do homem do campo.
 (B) Mário de Andrade não foi além dos limites 
paulistanos.
 (C) Oswald de Andrade, poeta e prosador, 
quis destruir para construir.
 (D) Vinícius de Moraes escreveu desde o so-
neto camoneano até letras de canções de 
sabor popular.
 (E) Clarice Lispector vai além do regionalismo, 
além do realismo do mundo físico.
48. Assinale a alternativa que preenche correta-
mente as lacunas do texto a seguir, na ordem 
em que aparecem.
 Ao concretizar o projeto de um poeta múlti-
plo, Fernando Pessoa cria ............ com 
diferentes.........., entre os quais Ricardo Reis 
e Álvaro de Campos, com obras de tendência, 
respectivamente,........... e ......... . Resposta: B
 (A) pseudônimos - imagens - clássica - 
simbolista
 (B) heterônimos - linguagens - neoclássica - 
modernista
 (C) pseudônimos - estilos - simbolista - mo-
dernista
 (D) heterônimos - temáticas - romântica - 
futurista
 (E) heterônimos - visões de mundo - surrealista 
- vanguardista
49. Leia o poema “História Pátria”, de Oswald de 
Andrade.
 “Lá vai uma barquinha carregada de
 Aventureiros
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Bacharéis
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Cruzes de Cristo
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Donatários
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Espanhóis
 1Paga prenda
 2Prenda os espanhóis!
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Flibusteiros
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Governadores
 Lá vai uma barquinha carregada de
 Holandeses
 Lá vem uma barquinha cheiinha de índios
 Outra de degradados
 Outra de pau de tinta
 Até que o mar inteiro
 Se coalhou de transatlânticos
 E as barquinhas fi caram
 Jogando prenda coa raça misturada
 No litoral azul de meu Brasil”
Resposta: B
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 Assinale a afi rmação correta em relação a 
esse poema. Resposta: D
 (A) A repetição da expressão “Lá vai uma 
barquinha” segue as regras formais da 
vanguarda modernista.
 (B) Os versos de referências 1 e 2 reproduzem 
a voz imperativa dos holandeses, 
identifi cada com os “degradados”.
 (C) O emprego dos verbos “ir” e “vir” confere 
ao poema uma caracterização épica, 
própria da literatura dos Descobrimentos.
 (D) O poema encena ironicamente a história 
brasileira, através das viagens ultramarinas 
e sua evolução.
 (E) Termos como “Aventureiros”, “Bacharéis”, 
“Cruzes de Cristo”, “Donatários” e 
“Espanhóis” representam fi guras 
históricas do período pós-abolicionista no 
Brasil.
50. As dimensões continentais do Brasil são objeto 
de refl exões expressas em diferentes lingua-
gens. Esse tema aparece no seguinte poema:
 “(...)
 Que importa que uns falem mole descansado
 Que os cariocas arranhem os erres na 
garganta
 Que os capixabas e paroaras escancarem as 
[vogais?]
 Que tem se o quinhentos réis meridional
 Vira cinco tostões do Rio pro Norte?
 Junto formamos este assombro de misérias e 
[grandezas],
 Brasil, nome de vegetal! (...)”
 (Mário de Andrade. “Poesias completas”. 6a ed. São Paulo: 
Martins Editora, 1980.)
 O texto poético ora reproduzido trata das 
diferenças brasileiras no âmbito Resposta: B
 (A) étnico e religioso.
 (B) linguístico e econômico.
 (C) racial e folclórico.
 (D) histórico e geográfi co.
 (E) literário e popular.
51. A questão a seguir refere-se ao fragmento do 
poema de Cecília Meireles.
 “Meus pés vão pisando a terra
 que é a imagem da minha vida:
 tão vazia, mas tão bela
 tão certa, mas tão perdida.”
 Esses versos se reportam a (ao) Resposta: A
 (A) ludismo barroco.
 (B) perfeição parnasiana.
 (C) escapismo romântico.
 (D) racionalismo neoclássico.
 (E) n.d.a.
52. CONGRESSO INTERNACIONAL DO MEDO
 Provisoriamente não cantaremos o amor,
 que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos.
 Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços, 
não cantaremos o ódio porque esse não existe, 
existe apenas o medo, nosso pai e nosso 
companheiro, o medo grande dos sertões, dos 
mares, dos desertos, o medo dos soldados, 
o medo das mães, o medo das igrejas, 
cantaremos o medo dos ditadores, o medo dos 
democratas, cantaremos o medo da morte e o 
medo de depois da morte, depois morreremos 
de medo e sobre nossos túmulos nascerão 
fl ores amarelas e medrosas.
 (Carlos Drummond de Andrade, “Sentimento do mundo”).
 Assinale a afi rmativa que NÃO se refere ao 
poema anterior. Resposta: D
 (A) “Seu lirismo, sem prejuízo da mais alta 
qualidade, nunca foi puro, mas mesclado 
de drama e pensamento”. (Davi Arrigucci).
 (B) “Na sua poesia, o “prosaico” não é 
negação, é antes condição do poético 
- (...) é um modo, em outras palavras, 
de intensifi car-se o poético pela própria 
força do contraste.” (Sérgio Buarque de 
Holanda).
 (C) “(...) com esse volume inicia-se a 
descoberta e conquista do tempo. O 
gauche que vivia a espiar de um canto 
sombrio e torto começa a se mover e 
explorar o espaço e o tempo ao seu redor”. 
(Affonso Romano de Sant’Anna).
 (D) “A poesia de Carlos Drummond de 
Andrade, poesia de precisão máxima, está 
sem música”. (Otto Maria Carpeaux).
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53. No romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ra-
mos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o 
patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
 1Não se conformou: devia haver engano. (...) 
Com certeza havia um erro no papel do branco. 
Não se descobriu o erro, 2e Fabiano perdeu os 
estribos. 3Passar a vida inteira assim no toco, 
4entregando o que era dele de mão beijada!Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e 
nunca arranjar carta de alforria?
 O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou 
bom que o vaqueiro fosse procurar serviço 
noutra fazenda.
 5Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. 
Bem, bem. Não era preciso barulho não.
 Graciliano Ramos. “Vidas Secas”. 91.a ed. Rio de Janeiro: 
Record, 2003.
 No fragmento transcrito, o padrão formal da 
linguagem convive com marcas de regionalismo 
e de coloquialismo no vocabulário. Pertence 
à variedade do padrão formal da linguagem o 
seguinte trecho: Resposta: A
 (A) “Não se conformou: devia haver engano” 
(ref. 1).
 (B) “e Fabiano perdeu os estribos” (ref. 2).
 (C) “Passar a vida inteira assim no toco” (ref. 
3).
 (D) “entregando o que era dele de mão 
beijada!” (ref. 4).
 (E) “Aí Fabiano baixou a pancada e 
amunhecou” (ref. 5).
54. Romancista da Geração de 30, refl ete o seu 
momento histórico e produz signifi cativa obra 
de caráter memorialista em que retrata a Zona 
da Mata nordestina na época da decadência 
dos engenhos, que iam sendo superados por 
outra tecnologia. Assinale a alternativa que con-
tém o nome desse autor e uma de suas obras.
Resposta: B
 (A) Monteiro Lobato - Cidades Mortas.
 (B) José Lins do Rego – Fogo Morto.
 (C) Jorge Amado - Seara Vermelha.
 (D) Érico Veríssimo - Caminhos Cruzados.
 (E) Guimarães Rosa - Tutameia.
55. No Modernismo Brasileiro, destaca-se como se-
gunda fase, o Romance Regional de 30, tema so-
bre o qual é correto afi rmar o que segue. 
 (A) O ciclo do Romance Regional de 30 começa 
com “O Quinze” de Rachel de Queirós e 
termina com “Grande Sertão:Veredas” de 
Guimarães Rosa.
 (B) A estética da Escola Realista marca o 
Romance de 30 com o rigor formal. Os 
autores não adotaram desvios da norma 
culta nas transcrições de diálogos, sendo 
considerados neo-realistas.
 (C) Entre os autores representativos desse 
período, estão José Lins do Rego, cujo li-
vro de estreia foi “Cacau”, e Jorge Amado, 
que estreou com “Bangüê”.
 (D) Guimarães Rosa, mineiro, trouxe para o 
Romance Regional de 30, a presença de 
uma consciência mística e mágica e uma 
linguagem renovadora.
 (E) Graciliano Ramos tem como uma das 
obras mais conhecidas, “Vidas Secas”, 
cujo valor assenta-se na construção formal 
e na visão do mundo sertanejo. De estilo 
seco, elegante, despojado, tem, entre 
seus escritos, o autobiográfi co “Memórias 
do Cárcere”.
56. Embora Álvares de Azevedo e Carlos Drum-
mond de Andrade sejam poetas representati-
vos da poesia brasileira de séculos distintos, 
respectivamente XIX e XX, a produção poética 
desses autores tem em comum Resposta: E
 (A) a preocupação com a realidade circundante 
em intensa transformação.
 (B) a presença do contexto sociopolítico como 
fonte de refl exão crítica.
 (C) o retrato dos valores provincianos em 
completa desagregação.
 (D) o sentimento de solidariedade para com o 
marginalizado social.
 (E) a visão pessimista diante dos aconteci-
mentos da vida humana.
57. Na década de 30 do nosso século, Resposta: B
 (A) o Modernismo viu esgotados seus ideais, 
com a retomada de uma prosa e de uma 
poesia de caráter conservador.
Resposta: E
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL66 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa B
 (B) a poesia se renovou signifi cativamente, 
graças a poetas como Carlos Drummond 
de Andrade e Murilo Mendes.
 (C) não houve surgimento de grandes 
romancistas, o que só viria a ocorrer na 
década seguinte.
 (D) predominou, ainda, o ideário modernista 
dos primeiros momentos, sendo central a 
fi gura de Graça Aranha.
 (E) a poesia abandonou de vez o emprego do 
verso, substituindo-o pela composição de 
palavras soltas no espaço da página.
58. “As ancas balançam, e as vagas de dorsos, das 
vacas e touros, batendo com as caudas, mugin-
do no meio, na massa embolada, com atritos 
de couros, estralos de guampas, estrondos e 
baques, e o berro queixoso do gado junqueira, 
de chifres imensos, com muita tristeza, sau-
dade dos campos, querência dos pastos de lá 
do sertão...
 ‘Um boi preto, um boi pintado,
 cada um tem sua cor.
 Cada coração um jeito
 De mostrar o seu amor.’
 Boi bem brabo, bate baixo, bota baba, boi 
berrando... Dança doido, dá de duro, dá de 
dentro, dá direito... Vai, vem, volta, vem na 
vara, vai não volta, vai varando...
 ‘Todo passarinh’ do mato
 tem seu pio diferente.
 Cantiga de amor doído
 Não carece ter rompante...’”
 O trecho acima, de Guimarães Rosa, mescla 
procedimentos de prosa e de poesia e ambos 
se marcam por ritmo e musicalidade que 
reproduzem no texto a ideia de movimento. 
Esse efeito é alcançado com o uso de diferentes 
recursos poéticos. Pode dizer-se que Resposta: D
 (A) há no texto presença apenas da redondilha 
menor como em “as ancas balançam”.
 (B) a redondilha maior aparece apenas nas 
duas quadrinhas.
 (C) nenhum efeito aliterativo se faz presente 
no texto.
 (D) há aproveitamento da métrica popular, na 
forma de redondilha maior e menor, bem 
como dos efeitos de aliteração.
 (E) as estrofes se opõem ritmicamente ao 
conjunto do texto porque enfocam o tema 
do sentimento amoroso.
59. Assinale a alternativa INCORRETA em relação a 
João Cabral de Melo Neto. Resposta: B
 (A) É autor de poemas arquitetados segundo 
modos de composição que não privilegiam 
a expressão emotiva do eu-lírico.
 (B) A sua poesia caracteriza-se por seguir as 
inovações formais do Modernismo e por 
resgatar um regionalismo já presente na 
obra de Alencar.
 (C) Do conjunto da sua obra, em grande 
parte traduzida para diferentes idiomas, 
destacam-se “A Educação pela Pedra”, “O 
Cão sem Plumas” e “O Rio”.
 (D) Escreveu “Morte e Vida Severina”, texto 
que foi musicado por Chico Buarque de 
Holanda.
 (E) Por meio de uma linguagem objetiva 
e visual, os seus poemas apresentam 
paisagens, costumes e personagens do 
contexto nordestino brasileiro.
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