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HISTORIA DA TEORIA TRIDIMENCIONAL DO DIRETO A Teoria Tridimensional do Direito é uma concepção de Direito, internacionalmente conhecida e foi elaborada pelo filósofo brasileiro Miguel Reale em 1968, e posteriormente abordada em diversas obras. Importante ressaltar que Reale não foi o primeiro filósofo a postular uma teoria tríplice, sendo que autores como Emil Lask, Gustav Radbruch, Roscoe Pound e Wilhelm Sauer já tinham, em suas obras, abordado, ainda que de forma mais superficial, a tridimensionalidade jurídica. Segundo essa teoria, o Direito se compõe de três dimensões: - o aspecto normativo: em que se entende o Direito como ordenamento e sua respectiva ciência. - o aspecto fático: em que o Direito se atenta para sua efetividade social e histórica. - o axiológico: e, que o Direito cuida dos valores buscados pela sociedade, no caso, a Justiça. Assim, o fenômeno jurídico se compõe, sempre e necessariamente, de um fato implícito (fato econômico, geográfico, demográfico, etc.) de um valor, que confere uma significação a esse fato, determinando a ação dos homens para atingir e preservar certa finalidade ou objetivo e, finalmente, de uma norma, que representa a relação ou medida que integra os demais elementos. Neste caso, podemos identificar uma norma (o próprio dispositivo legislativo que gera as obrigações e direitos), resultante e unificadora da relação entre fatos (a situação da emissão da letra de câmbio, o contexto histórico de necessidades técnicas e jurídicas das transações comerciais, etc.) e valores (o valor da garantia, do crédito, da segurança financeira, etc.). De acordo com Miguel Reale, o direito é tridimensional, visto como elemento normativo, disciplinando comportamentos individuais e coletivos. De acordo com alguns doutrinadores que se limitam a conhecer uma visão integral do direito, esta só seria obtida mediante a consideração dos três aspectos discriminados (Fato, Valor e Norma), dizendo que é tarefa do jus-filósofo realizar uma síntese final das análises feitas separadamente pelos especialistas em direito. Como consequência a essa teoria, Reale implica seus reflexos na atividade do jurisperito (individuo especializado em leis). Com a análise por parte de advogados e juízes do Direito foi concluida que não se deve manter presa a somente uma ou duas destas dimensões, devendo estar constantemente vinculada à interpretação do sistema tridimensional como um todo. Segundo Miguel Reale, o direito deve ser estudado como norma, valor e fato. Ele pressupõe que nao da para imaginar as leis, independente dos eventos sociais, dos HISTORIA DA TEORIA TRIDIMENCIONAL DO DIRETO hábitos ou da cultura da sociedade, sendo impossivel a existência desses elementos sem levar em consideração os seus valores sociais. O autor da Teoria Tridimensional definiu o Direito como “realidade histórico-cultural tridimensional, ordenada de forma bilateral atributiva, segundo valores de convivência”. O Direito é fenômeno histórico, mas não se acha inteiramente condicionado pela história, pois apresenta uma constante axiológica concentrando-se particularmente nos valores morais. O Direito é uma realidade cultural, porque é o resultado da experiência do homem. A bilateralidade é essencial ao Direito, de vez que apenas ele confere a possibilidade de se exigir um comportamento. A tridimensionalidade ainda é mal compreendida por muitos filósofos e juristas, por isso, sofreu muita autocrítica e desenvolveu-se como um processo de amadurecimento histórico-cultural. Referências: REALE, Miguel. Lições preliminares do direito. São Paulo, 1982. REALE, Miguel. O Direito como Experiência, 2 ed., São Paulo: Saraiva, 1999. REALE, Miguel. Teoria Tridimensional do Direito. São Paulo: Saraiva, 1986. .
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