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TCC ALFABETIZAÇÃO 2 PRONTO

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
OLIVEIRA, Alessandra de. ¹
BRESOLIN, Fernanda. ²
RESUMO
O presente trabalho tem como tema alfabetização e letramento. É de suma importância para o professor, dominar os conceitos de alfabetização e letramento e entender como o processo acontece, na medida em que seus alunos se alfabetizam. Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, porém inseparáveis. Usar métodos diferenciados para o processo é propor uma motivação a mais aos alunos e usar gêneros textuais como instrumentos de ensino dá um significado a mais aos estudos, pois é um método que aproxima os educandos a língua usada naturalmente no dia a dia, seja em comunicações formais ou informais. Sendo assim, este vem propor uma reflexão sobre a compreensão dos processos de alfabetizar e letrar, procurando diferenciá-los e compreendê-los com clareza tendo a necessidade de oferecer as crianças situações ou aprendizagens significativas. O conceito letramento vai além das letras, palavras e frases. O letramento dá à pessoa a possibilidade de reler, reinterpretar, avaliar, comparar, elaborar e reelaborar o mundo e o universo. A partir do momento que a criança entra em contato com o mundo social onde a escrita está presente em suas várias formas de uso, é possível afirmar que ela inicia o processo de alfabetização mesmo antes de entrar na escola. Dado isso, o que motivou a realização do presente trabalho foi a necessidade de oferecer aos alunos situações de aprendizagens significativas em relação à leitura e a produção de texto, já que a aprendizagem da criança se ampara pela leitura, tendo assim, o contato com os diferentes conteúdos escolares. O trabalho tem caráter qualitativo e utiliza-se de pesquisa bibliográfica.
Palavras-chave: Alfabetização. Letramento. Gêneros Textuais.
1 - INTRODUÇÃO.
O presente trabalho resulta de uma pesquisa qualitativa e bibliográfica, buscando conhecimentos nos contextos da alfabetização e letramento através de gêneros textuais.
Apesar de o tema ser muito discutido nas últimas décadas, as escolas públicas e particulares do nosso país ainda praticam um ensino engessado ao alfabetizar, limitando-se ao uso de cartilhas e métodos.
O conceito letramento vai muito além das letras, das palavras e das frases. Ele dá ao individuo a possibilidade de ler, reler, interpretar, reinterpretar, analisar, comparar, elaborar e reelaborar o mundo, o universo em que vivemos.
Alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas inseparáveis. Uma dá condições ao sujeito de ser capaz de ler (decodificar) e escrever (codificar), além do uso adequado da língua escrita, orientando a criança para o domínio da tecnologia da escrita; A outra é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, levando o aluno ao uso das práticas sociais.
O ideal é alfabetizar letrando, ou seja, ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita e envolver-se com elas.
A então chamada sociedade do conhecimento exige do indivíduo, que além de ler e escrever ele também domine as práticas sociais de leitura e escrita para que este possa integrar-se socialmente e exercer sua cidadania.
Diante disso, o que podemos fazer enquanto docentes para ajudar nossos alunos?
A tentativa aqui é destacar que o processo de alfabetização não deve ser considerado uma prática isolada, dissociada da realidade e sim, deve ser um ensino eficaz com ações e contextos que ocorrem no dia a dia, no social do aluno.
Os diversos tipos de textos ou gêneros textuais, segundo Carvalho (2012), são instrumentos culturais disponíveis nas interações sociais. E diante da atual perspectiva do ensino da leitura e escrita, a diversidade de gêneros textuais adquire um papel relevante no processo de ensino aprendizagem.
É importante que o professor faça uso da diversidade de textos, não lendo somente textos literários, mas contemplando os diversos gêneros textuais e assim, ensinar a ler e escrever o mundo nos seus diversos recortes. É desafiador para ele encontrar meios que permitam a evolução de seus alunos.
A escolha por este tema tem por finalidade debater formas de diferentes metodologias utilizadas no processo de alfabetização. Trabalhando o gênero textual como uma delas, tendo a oportunidade de lidar com a linguagem oral e escrita nos seus mais diversos usos autênticos do dia a dia.
2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS SOBRE A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO.
2.1 CONSTRUINDO CONCEITOS.
Os estudos sobre alfabetização e letramento surgiram no Brasil na década de 80, como resposta a necessidade de enfrentar os desafios relacionados ao cotidiano escolar. Segundo Soares (2004, p.06) “o letramento vem suprir a necessidade de reconhecer e nomear práticas sociais de leitura e escrita mais avançadas e complexas que as praticas do ler e escrever resultantes da aprendizagem do sistema de escrita”.
Atualmente saber ler e escrever é insuficiente para satisfazer a demanda. É necessário ir além do decodificar signos e sim, saber fazer uso da escrita e da leitura no dia a dia no desenvolvimento social, na então “leitura do Mundo”.
Com a rapidez em que o mundo se comunica, as informações chegam cada vez mais velozes e diversificadas, assim surgindo os diversos gêneros textuais que envolvem a sociedade e são usados como agentes sociais nas suas diversas práticas.
Hoje em dia, se observa um grande aumento de interesse pelos estudos de gêneros textuais, especialmente pelos estudos e diretrizes apresentados por teóricos e estudiosos, um exemplo é o autor Bakhtin. Para ele, a linguagem permeia toda a vida social, executando um papel central na formação sociopolítica e nos sistemas ideológicos (BAKHTIN, 2003).
Entre as categorias centrais nas obras de Bakhtin estão às noções de linguagem, interação, dialogismo e ideologia.
O estudo dos gêneros é uma área produtiva para o funcionamento da língua e para as atividades culturais e sociais. Em geral, os gêneros se desenvolvem de maneira dinâmica e novos surgem com o desmembramento de outros, como, a televisão, o rádio e a internet. (MARCUSCHI, 2002, p, 19).
 O êxito no processo de ensino e aprendizagem é atingido, quando mediamos esse processo de forma centrada, com finalidade e propósito, tornando-o assim significativo e produtivo para a criança, bem como o uso de metodologias aplicadas ao exemplo da vida cotidiana da criança. A criança se sente mais à vontade com assuntos reconhecidos e usados na sua vida social.
A proposta do uso de gênero textual para alfabetizar, vem a favor do processo de ensino e aprendizagem, como uma ferramenta significativa para o professor. Assim, o uso dele pode ser estudado como instrumentos imprescindíveis de socialização, e interagir nas distintas formas de convívio social.
Os textos usados dos livros didáticos, além de extensos, na sua maioria não tem ligação com o dia a dia do aluno. Já os gêneros textuais, estão em toda parte, podendo ser reconhecidos pelo aluno facilmente. Um exemplo disso são as receitas. A criança quando lê um texto nesse formato, já viu a mãe ou alguém da família fazendo uso do mesmo, para fazer um doce, um bolo, etc. Então além de reconhecer o gênero, a criança também faz a relação com o uso dele, de como e quando os usa.
Os gêneros textuais facilitam a compreensão do assunto, de maneira mais clara e criativa, já que o aluno esta à vontade fazendo a relação escola e cotidiano social.
É importante lembrar que um trabalho efetivo de alfabetização e letramento permeia o desenvolvimento de forma constante e equilibrada.
De acordo com Schnewly e Dolz (2004), o uso dos diversos gêneros cria elos entre as práticas comunicativas escolares e também, as não escolares, servindo como referências significativas no desenvolvimento do processo da leitura e escrita. Neste sentido, fica evidente que instituições escolares e seus referidos professores necessitam de conhecimento acerca dos objetivos a serem buscados a cada ano do processo de alfabetização inicial, mais especificamente no desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade,os modos de organização do trabalho, recursos, estratégias de modo a trazer para a aula determinados aspectos da língua materna e seus diferentes usos.
Para Freire (1983), o ato de alfabetizar-se é adquirir uma língua escrita através de um processo de construção do conhecimento com uma visão crítica da realidade. Nesta definição o autor associa a apropriação à conquista da cidadania.
Colocar o indivíduo a par de seus direitos à leitura e a escrita, bem como ler e compreender o que está lendo é um dos pontos que permite ao indivíduo exercer a cidadania.
Freire vai além do domínio do código escrito, vai a um significado mais abrangente. Ele defendia a ideia de que a leitura do mundo precede a leitura da palavra. (FREIRE, 1990)
O ser humano antes mesmo de inventar os códigos linguísticos, já lia o seu mundo. Segundo os relatos da UNESCO, (2002, p.46):
O alfabetizado é uma pessoa capaz de ler e escrever, com compreensão, uma breve e simples exposição de fatos relativos à vida cotidiana, formando indivíduos competentes para o exercício de todas as atividades em que a alfabetização é necessária para que ele atue eficazmente no seu grupo e na sua comunidade e cujos resultados, alcançados em leitura, escrita e cálculo lhe permitem continuar a colocar suas aptidões a serviço de seu desenvolvimento próprio e do desenvolvimento da comunidade e de participar ativamente da vida de seus pais.
Pode-se afirmar que Soares, Freire e UNESCO, defendem a compreensão do sistema e os usos sociais da leitura e escrita.
Até pouco tempo atrás, ler e escrever codificando e decodificando o sistema da escrita era suficiente. Hoje a sociedade quer indivíduos capacitados, que acompanhem o ritmo atual, exigindo dele mais que a decodificação e sim, o uso da leitura e da escrita no modo completo das situações do cotidiano.
Ainda falando da alfabetização, a partir dos estudos de Jean Piaget (1980), surgem várias propostas com uma única visão a construção do período de alfabetização da criança como sendo um ser ativo de sua própria aprendizagem.
Kramer (1992) chama a atenção dos educadores para a necessidade de que se entenda a alfabetização como um processo ativo, em permanente construção, que não se inicia num momento determinado, e não se restringe a rituais repetitivos de leitura e cálculo, mas que começa quando as crianças se expressam por gestos ou por palavras.
Emília Ferreiro, em uma matéria feita na revista Nova Escola (2011), diz que não usa a palavra letramento, pois com o uso dela a alfabetização virou sinônimo de decodificação, portanto alfabetização tem o sentido mais amplo do que ler e escrever. Segundo ela letramento no lugar de alfabetização tudo bem. A coexistência dos dois termos é que não funcionam. (FERREIRO, 2003).
O letramento é, no entanto, fazer uso social da tecnologia da escrita compreendendo as habilidades de ler e escrever, interpretar e produzir diferentes tipos e gêneros de textos, utilizando a escrita para encontrar e fornecer informações e conhecimentos.
Ler e escrever requer saberes sobre fonemas, grafemas, saber pegar o lápis, saber escrever da esquerda para a direita, entre outras habilidades, mas, o verdadeiro envolvimento ao saber são as situações de intercâmbio e trocas de experiências sociais.
Ao entrar na escola, a criança traz um conjunto de habilidades e destrezas que lhe possibilitarão aprender a escrever com facilidade, em um tempo relativamente curto. O contato e a presença da escrita na vida da criança antecedem a entrada na vida escolar. A escrita pode ser definida como uma função que se realiza culturalmente, através da mediação.
Como diz Ferreiro (2000, p.21):
As crianças não aprendem simplesmente porque veem o outro ler e escrever e sim porque tentam compreender que classe de atividade é essa. As crianças não aprendem simplesmente porque veem letras escritas e sim porque se propõem a compreender porque essas marcas gráficas são deferentes de outras. As crianças não aprendem apenas por terem lápis e papel à disposição, e sim porque buscam compreender o que se pode obter com esses instrumentos. Em resumo: não aprendem simplesmente porque veem e escutam, e sim porque elaboram o que recebem, porque trabalham cognitivamente com o que o meio lhes oferece.
Deve-se ressaltar que a apropriação da escrita acontece de forma gradual e que cada aluno tem seu próprio ritmo e suas dificuldades ortográficas. Para atender e superar essas dificuldades, é necessário um planejamento que contenha atividades diversificadas e que façam parte do contexto vivido pelos alunos, atendendo de forma coletiva e individual a turma trabalhada.
Segundo Cagliari (2009), a escola precisa preocupar-se em dar chances às crianças para que vivenciem o que o precisam aprender, sintam o que fazem, pois é significativo e vale a pena ser feito. Sem esse interesse realmente sentido pelas crianças, as atividades da escola podem não passar de um jogo, de um brinquedo, de uma obrigação, que alguns podem realizar e, outros, inconformados, deixam de lado.
Cagliari (1998, p. 209), afirma que:
Se o professor alfabetizador deve trabalhar sempre que possível com textos, os alunos também devem estar envolvidos com a problemática da linguagem, analisando-a dentro de um contexto real de uso, ou dentro da própria linguagem, como é o caso do estudo das relações entre letras e sons. Isso faz com que os alunos passem da habilidade de produzir textos orais para a habilidade de produzir textos escritos; da habilidade de produzir textos no estilo da fala do dia-a-dia para a habilidade de produzir textos segundo as exigências escolares e culturais.
É um desafio do professor alfabetizador e da escola, encontrarem meios significativos que permitam seus alunos evoluírem na escrita, fazendo uso de uma prática que contemple experiências na cultura envolvendo diferentes gêneros, apresentados em diferentes eixos e contemplando a todos.
2.2 – GÊNEROS TEXTUAIS.
É imprescindível saber distinguir o que é gênero textual, gênero literário e tipo textual. Cada uma dessas classificações é referente aos textos, porém, é preciso ter atenção, pois cada um possui um significado.
Os gêneros literários abordam apenas textos literários e são classificados de acordo com sua forma, podendo ser do gênero lírico, dramático, épico narrativo etc.
O gênero textual é a forma de como o texto se apresenta, podendo ser classificado como narrativo, argumentativo, dissertativo, descritivo, informativo, ou injuntivo e cada uma dessas classificações variam de acordo com o texto apresentado e a finalidade para que foi escrito.
O gênero textual não exclui ou despreza a tipologia textual tradicional (narração, descrição e dissertação). Pelo contrário, os aspectos tipológicos são apresentados de forma mais ampla, já que passam a ser a partir das situações sociais em que são usados.
São exemplos de gêneros textuais os narrativos como os contos maravilhosos, contos de fadas, fábulas, lendas, narrativas de ficção cientifica, romance, conto, piada, etc. Os relatos são textos como o diário, relato de viagem, autobiografias currículos, biografias, notícias, relatos históricos etc. Os argumentativos são textos de opiniões, carta ao leitor, carta de solicitação, editorial, ensaios, resenhas criticas, etc. Os textos expositivos como os seminários, conferências, palestras, entrevistas de especialistas, textos explicativos, relatórios científicos, etc. Os textos instrucionais, como as receitas, instruções de uso, regras e regulamentos, textos prescritivos, etc... 
Cada gênero possui sua característica, porém, não existe um texto que seja exclusivamente argumentativo por exemplo. Ao afirmar que uma carta de leitor é argumentativa, as características dominantes são levadas em consideração.
Então para melhor entender, o gênero textual é a parte concreta e a tipologia textual é o campo teórico mais formal. Deve-se ter claro que há uma grande heterogeneidade tipológica nos gêneros textuais.
Os gêneros são uma espécie de armadura comunicativa, preenchida por sequênciastipológicas de base que podem ser bastante heterogêneas, mas que se relacionam entre si. São eventos textuais, altamente maleáveis, dinâmicos e articulados.
Conhecer determinados gêneros significa que o indivíduo é capaz de prever, selecionar e estruturar códigos utilizados. Eles se dividem em três elementos: conteúdo temático (assunto, a mensagem transmitida), o plano composicional (estrutura formal dos textos pertencentes ao gênero) e o estilo (o que leva em conta as questões individuais de seleção e opção vocabulário, estruturas frasais e preferências gramaticais). Essa nova prática, vem confrontar a prática tradicional, a trilogia clássica que compreende narração, descrição e dissertação.
Os gêneros textuais são a leitura e a releitura das experiências sociais de culturas diferentes. As várias culturas trazem significados diferentes em cada um deles. 
As configurações definem em como aparece o gênero, que podem ser: escritos, orais, simples, complexos e híbridos, ou seja, sendo composto por vários recursos de linguagem. O que determina o gênero pode ser a forma, a função, o suporte ou o ambiente em que os textos aparecem.
O domínio da linguagem surge do seu uso em múltiplas circunstâncias, nas quais as crianças podem perceber a função social que ela exerce e assim, desenvolver diferentes capacidades.
A ampliação de suas capacidades de comunicação oral ocorre gradativamente, por meio de um processo de idas e vindas que envolvem tanto a participação das crianças nas conversas cotidianas, em situações de escuta e canto de músicas, em brincadeiras etc..., como a participação em situações mais formais de uso da linguagem, como aqueles que envolvem a leitura e os diversos textos e gêneros textuais.
Os grandes suportes tecnológicos da comunicação como o rádio, televisão, jornal, internet e revista proporcionam gêneros novos.
Segundo Bazerman (2005, p.106), “cada pessoa, através da comunicação por gêneros textuais, aprende mais sobre suas possibilidades pessoais, desenvolve habilidades comunicativas e compreende melhor o mundo com que está se comunicando”. As pessoas tornam-se aptas, participantes, atuantes e criativas.
Os telefonemas, sermões, cartas, romances, bilhetes, reportagens jornalísticas, aulas expositivas, reuniões de condomínio, receitas, bulas, listas de compras, cardápios, outdoors, inquéritos policiais, resenhas, piadas, conversações, conferências, cartas eletrônicas, bate papos por computadores (chats), aulas virtuais, poemas, poesias, parlenda, cantigas de roda, entre outros, são exemplos de gêneros textuais que ajudam os alunos a compreenderem melhor o processo de alfabetização e letramento.
As crianças manuseiam a toda hora, um jornal, uma revista, uma embalagem, e todos trazem palavras que devem e podem ser interpretadas, decodificadas, fazendo assim, a leitura do mundo no qual estão inseridos cotidianamente. O contato com esses textos define o processo que introduz no mundo da criança uma ampliação dos conhecimentos, por meio da familiaridade e da aprendizagem da leitura e escrita, além de ser uma forma prazerosa e divertida auxiliando os alunos a enfrentar os desafios em relação à escrita, gradativamente mais sistemática.
2.3 – PAPEL DO PROFESSOR.
A construção do desenvolvimento infantil parte da própria história do mundo da criança. As experiências devem partir de suas necessidades, dando ênfase à motivação infantil, muitas vezes esquecida na família e no contexto social.
Comunicação, socialização, movimento, exploração do ambiente e dos brinquedos, autonomia, fantasia, aventura e construção são pontos a estimular no processo do ensino e aprendizagem.
Algumas pessoas, pela influência que exercem sobre a criança, transmitem-lhe padrões sociais. Os membros da família fazem parte desse grupo significativo para ela. É o grupo primário responsável pelos liames emocionais intensos e pela caracterização de padrões de comportamento, posições e papeis que a criança assume frente à sociedade. 
Os professores são, por assim dizer, agentes importantes de socialização. À medida que se tornam modelos significativos, conseguem estabelecer ligações emocionais com os alunos e aproximar a família da escola.
A família, a escola e a comunidade, através de seus membros e serviços, se inter-relacionam à medida que trocam experiências e informações.
É pertinente olhar para a criança como alguém que já possui um notável e grande conhecimento; independentemente do método usado, o docente precisa ser presença mediadora, sempre junto a seus alunos no decorrer do processo.
Pesquisa de literatura oportunizando momento do faz de conta, jogos, danças, viagens imaginárias, teatros, dramatizações, escrita espontânea, produção textual individual e coletivo, leitura de gibis, histórias, tirinhas, jornais, notícias diversas, são exemplos de metodologias que podem ser usadas para o estímulo e criatividade do aluno.
Para o professor que trabalha na educação infantil e nas séries iniciais, faz-se necessário que haja uma formação significativa, por surgir novas concepções de alfabetização, exige-se também uma ideologia e formatação nova e atualizada na formação de professor.
O docente não deve esquecer que deve manter o domínio do sistema da especialidade, da alfabetização e do letramento, fazendo com que seus alunos se apropriem e se envolvam em práticas sociais fazendo uso desse sistema, deve reforçar a capacidade crítica dos alunos, não apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar.
O educador deve ser um inventor e um reinventor constante dos meios e dos caminhos, que facilitem cada vez mais a problematização do objeto a ser desvelado e aprendido pelos alunos.
Segundo Freire (1990), é preciso que o professor desde o começo, deixe o processo cada vez mais claro.
Ensinar não é somente transferir conhecimentos, conteúdos, e sim dar condições aos seus alunos de construírem os conhecimentos. Ainda no pensamento de Freire, não existe docência sem discência. Quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender. (FREIRE, 2012, p.25).
2.4 – PROPOSTAS PEDAGÓGICAS
A prática pedagógica da leitura e escrita pode se dar através de leitura de diferentes gêneros textuais com produções escritas, algumas já conhecidas pelos alunos, para que assim, possam estabelecer a correspondência entre a fala e a escrita. Nós só falamos como lemos e escrevemos gêneros textuais.
Na fase de aprendizagem, o meio onde a criança está inserida deve proporcionar ajuda, com textos verdadeiros. Quanto mais experiências vividas na alfabetização, mais conhecida será a estrutura destes textos, e mais fácil a sua compreensão. Portanto, o uso de diversos gêneros textuais ou por meio de leitura ou por meio de escrita permitirá a consecução da escrita em um contexto significativo, prazeroso e completo.
O uso de textos relacionados com a vida cotidiana das crianças como receitas culinárias, placas de rua, rótulos e marcas de produtos, embalagens e outros como bilhetes, historiam em quadrinhos, tirinhas, listas, cartazes, recortes de jornais e revistas, folhetos de propagandas, com o objetivo de levar o aluno a observar o papel da escrita no mundo letrado onde vive, possibilitando assim, a coleta de informações em sala de aula e a interação e troca entre os alunos.
Textos impressos, como fichas servindo de referências de escrita. Reescrita de histórias, contos, fábulas, parlendas, trava língua. Leitura e escrita de cantigas de roda. Todas essas práticas pedagógicas, servem para que os alunos tenham oportunidades de refletir sobre os textos que leem, escrevem, falam, ou ouvem, incluindo de forma contextualizada a gramática da língua, as características de cada gênero e tipo de texto, fazendo assim sentido para eles.
Além de favorecer a inserção dos alunos no meio letrado, pois com essas práticas, os alunos buscam o auxílio com os colegas, buscam materiais diferenciados que não sejam somente livros didáticos incentivando a pesquisa e a observação, os fazendo perceber ao seu redor e ver que a leiturae escrita são mais do que técnicas de decifrar códigos e signos, mas práticas do cotidiano presente dentro e fora da escola, nos mais variados ambientes.
2.5 – POR QUE OS PCN’S PROPÕEM TRABALHOS COM GÊNEROS TEXTUAIS.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais é tema de discussões de vários educadores, autores e pesquisadores, que se preocupam com a situação da educação no Brasil. O foco central desse assunto é o interesse e o entendimento do processo ensino e aprendizagem realizado através do uso de gêneros textuais.
Os PCN’S de Língua Portuguesa, estão embasados no uso de gêneros textuais, e o uso deles é de suma importância no desenvolvimento da leitura e escrita do aluno, pois gênero textual além de um norteador no decorrer do processo é também um tradutor das práticas sociais vividas pelo aluno, e cada texto usado é adequado para diferentes situações comunicativas.
O principal objetivo dos PCN’S de Língua Portuguesa do ensino fundamental é ajudar o aluno a tornar-se uma pessoa pensante, participativa, criativa, interativa, comunicativa, com habilidades e competências necessárias para enfrentar as mais variadas situações do mundo social em que vive.
Possibilitar ao aluno, conhecer e dominar práticas sociais de linguagens reais e usuais e ter a mão objetos de ensino bem definidos e disponíveis além de acessíveis, para poder contar com a intuição dos alunos, são as vantagens de se trabalhar com os gêneros textuais na alfabetização.
Essa abordagem favorece o desenvolvimento da competência linguística e discursiva e consequentemente amplia a participação social do aluno. [...] Eis a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela, pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formarão leitores competentes. (PCN, 2001, p.55)
2.6 – METODOLOGIA.
Quanto à metodologia, a área de conhecimento é o campo educacional utilizando-se de uma contribuição por pesquisa bibliográfica.
Pesquisa bibliográfica é a leitura, análise e interpretação de vários materiais como livros, artigos, documentos e outros. Trata-se de uma leitura que acompanha anotações para ser usada para ajudar uma fundamentação teórica e tem como objetivo conhecer diferentes contribuições científicas disponíveis sobre determinado tema.
Mediante pesquisa bibliográfica e para uma melhor compreensão do tema, foram aprofundados a alfabetização e letramento e a contribuição no processo de Gêneros textuais, para mostrar assim, os pontos positivos do uso dos mesmos como recursos pedagógicos e mostrar também a importância do papel do professor no decorrer do processo.
Por relacionar dados e informações, levando em conta fatores pedagógicos, o presente trabalho possui aspecto qualitativo, e utilizando o método indutivo, através de observações de alguns autores, pesquisadores, sites, artigos, para assim chegar à afirmação de um princípio geral.
Através da presente pesquisa, foram capturadas valiosas informações para o desenvolvimento e prática da alfabetização e letramento.
Evidenciou-se a importância de metodologias inovadoras na visão de vários autores como Emília Ferreiro, Vygotsky, Piaget, Soares, Bakhtin, Cagliari, e outros que por contribuir com dados e informações estimularam a reflexão, o questionamento, e o entendimento com extrema clareza.
3 – CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O presente trabalho teve como objetivo, mostrar que a alfabetização e letramento, feitos com responsabilidade, insere o aluno no mundo escrito e falado, dando a ele não somente a propriedade do código da escrita, mas a real inserção no mundo social de onde faz parte, sabendo quando e como utilizar-se da leitura e escrita nas diversas situações do cotidiano.
Obteve-se a confirmação das convicções sobre o uso sistemático dos diversos textos no desenvolvimento da alfabetização, permitindo uma melhor compreensão sobre os atuais e recentes estudos no desenvolvimento do processo.
Com esta pesquisa, foi observado que o uso dos gêneros textuais, aplicado de forma lúdica, com metodologias inovadoras e atividades pedagógicas que instiguem a criatividade do aluno, trazem um aprendizado realista e uma consciência literária importante desde cedo nos alunos, fazendo com que eles além de aprenderem o sistema escrito, aprendam também as funções destes no dia a dia.
A alfabetização e letramento são processos diferentes, mas que não se distinguem, portanto se alfabetiza letrando.
Para ler e escrever, a criança se envolve com dois processos paralelos, o sistema da escrita e o uso funcional da linguagem. Ela passa por diferentes hipóteses até apropriar-se de toda a complexidade do sistema. Essas hipóteses dependem do grau de letramento do ambiente social e de suas vivencias em comunidade.
Ao reconhecer a linguagem como prática social, os PCN’s atingem o objetivo principal da educação com o uso de gêneros textuais, que é o de formar indivíduos que sejam preparados para atuar de forma crítica e produtiva na sociedade, exercendo o seu papel de cidadão.
O trabalho com os gêneros textuais contribui para a prática pedagógica, para a formação do docente e para o entendimento e crescimento do processo aprendizagem dos alunos, um processo amplo e muito significativo. Portanto, é necessário que a escola estimule seus alunos, pois é na escola que ele aprimora o contato social diferentes da vivida em família.
É também na escola que a criança desenvolve seu ato de pensar e criar por meio de recursos pertinentes, com um ambiente favorável e com professores que facilitem o processo, contribuindo assim para o amadurecimento do aluno, a sua formação individual, social e integral, onde ele saiba lidar com as diversas situações que a vida lhe proporciona.
REFERÊNCIAS
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEMT, 1999.
CAMPAGNE, De Sainnt. Ludicidade – Revist coordenação pedagógica. Disponível em <HTTP://www.pucminas.br. Acesso em 25 nov. 2016
CUNHA, Nylse Helina Silva. Brinquedo: linguagem e alfabetização. Rio de Janeiro: Vozes, 2004. 
FERREIRO, E. Matéria Alfabetização e Cultura Escrita. Nova Escola, São Paulo, Abril, Maio de 2003. P.27-30.
FREIRE. P. Educação e Mudança. Tradução de Moacir Gadotti e Lilina Loopes Martin. ed.14.Rio de Janeiro: Paz e Terra,1988.
ROSA, A. Lúdico e Alfabetização. Curitiba: Juruá Editora, 2011.
SENNA, L. A. G. Letramento: princípios e processos. 1.ed.Curitiba: Intersaberes, 2012.
SOARES. M. Letramento e alfabetização: as muitas facetas. Revista Brasileira de Educação, Janeiro a Abril 2004 nº25. Trabalho apresentado na GT Alfabetização, Leitura e Escrita, durante a 26ª Reunião Anual da ANPED, realizada em Poços de Caldas, MG, de 5 a 8 de outubro de 2003.
______. M. Letramento. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
UNESCO. O desafio da alfabetização global. Um perfil da alfabetização de jovens e adultos na metade da Década das nações unidas para a alfabetização. 2003-2012. Disponível em: ttp://unesdoc.unesco.org/imagens/0016/001631/163170por. pdfVYGOTSKY, L.S. Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001. Acesso em 23 nov.2016. 
 
¹ Graduada em Pedagogia (UNINTER) e cursando Pós graduação em Alfabetização e Letramento (UNINTER).
² Professora orientadora TCC do grupo UNINTER, graduada em comunicação social – Jornalismo (Universidade Tuiuti do Paraná) e em Pedagogia (UNINTER). Pós graduada em Alfabetização e Letramento (UNINTER).

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