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CAPÍTULO VI - HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL

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CAPÍTULO VI
HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
Introdução
A Constituição deve ser interpretada através dos processos peculiares à interpretação da lei em geral – os quais, entretanto, são utilizados de maneira “sui generis”, sob cautelas específicas. Visa-se, através de sua exegese, àquilo que se procura quando se interpreta uma norma jurídica, qualquer que seja ela: compulsar seu legítimo sentido, seu alcance, a substância de suas expressões. (2)
Maria Helena Diniz fala que “interpretar é descobrir o sentido e alcance da norma, procurando a significação dos conceitos jurídicos”. José Alfredo Baracho acentua que “a determinação do sentido e alcance das expressões do Direito, processo que visa extrair da norma todo o seu conteúdo, realiza-se por meio da interpretação, que possui técnica e meios peculiares para ser atingidos os objetivos da hermenêutica”. (1)
Embora as regras gerais de interpretação das leis em geral sejam aplicáveis ao Direito Constitucional, esse ramo do Direito possui princípios específicos de interpretação, em virtude da singularidade das normas constitucionais, traduzida, principalmente, pelo poder constituinte, criador da Constituição, e pelo processo de sua revisão. (1)
Destaca Baracho que “os problemas da interpretação constitucional são mais amplos do que aqueles da lei comum, pois repercutem em todo o ordenamento jurídico”. (1)
Princípios Interpretativos das Normas Constitucionais (J.J. Canotilho)
Princípio da Concordância Prática: exige-se a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de forma a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros. (3) O balancing busca estabelecer esquemas de hierarquização entre os valores e almeja apresentar soluções harmonizadoras equilibradas, numa perspectiva de hierarquização matizada. Procura responder às tensões ou conflitos constitucionais, os quais facilmente ocorrem na aplicação de normas envolvendo direitos e garantias fundamentais. (4)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 215. O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais. 
Art. 225. § 1º - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais à crueldade. 
Princípio do Efeito Integrador: na resolução de problemas jurídico-constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, bem como ao reforço da unidade política. (3)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 5º. XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.
Princípio da Conformidade Funcional: os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição que subverta, altere ou perturbe o esquema organizatório-funcional constitucionalmente estabelecido pelo legislador constituinte originário. (3) Tem em vista impedir a alteração da repartição de funções constitucionalmente estabelecida. Este princípio tende, porém, hoje, a ser considerado mais como um princípio autônomo de competência do que como um princípio de interpretação da Constituição.
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência de valores.
Princípio da Força Normativa da Constituição: entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e permanência das normas constitucionais. (3)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano da data de sua vigência.
	EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 52, DE 08.03.06
	Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação, aplicando-se às eleições que ocorrerão no ano de 2006.
Princípio da Interpretação Conforme a Constituição
A supremacia das normas constitucionais no ordenamento jurídico e a presunção de constitucionalidade das leis e atos administrativos editados pelo poder público competente exigem que, na função hermenêutica de interpretação do ordenamento jurídico, seja sempre concedida preferência ao sentido da norma que seja adequado à Constituição Federal. (3)
Assim sendo, no caso de normas com várias significações possíveis, deverá ser encontrada a significação que apresente conformidade com as normas constitucionais, evitando sua declaração de inconstitucionalidade e conseqüente retirada do ordenamento jurídico. Portanto, não terá cabimento a interpretação conforme a Constituição quando contrariar texto expresso da lei, que não permita qualquer interpretação em conformidade com a Constituição, pois o Judiciário não poderá, substituindo-se ao Poder Legislativo (leis) ou Executivo (medidas provisórias), atuar como legislador positivo, de forma a criar um novo texto legal. Nessas hipóteses, o Judiciário deverá declarar a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo incompatível com a Constituição. (3)
O princípio da interpretação conforme a Constituição só é utilizável quando a norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido é unívoco. (STF)
	CONSTITUIÇÃO FEDERAL
	Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Art. 5º. VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias.
	CÓDIGO PENAL
	Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	Kildare Gonçalves Carvalho
Rosah Russomano
Alexandre de Moraes
Gérson Marques

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