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Capítulo 6 – hermenêutica constitucional 5.11.2020LEGENDA Conceito Prazo Destaque Cai em prova Jurisprudência/súmula Revisão 1: 10.11.20 até p. 2 Hermenêutica constitucional · Ligada a mitologia greco-latina · Interpretação é uma atividade de mediação comunicativa · Exame do saber sobre os pressupostos, metodologia e interpretação do direito · Ciência filosófica · Regras e princípios próprios de interpretação de textos · Transforma textos normativos em normas jurídicas para a aplicação em casos concretos · Forma de comunicação mediativa: intérprete media a relação entre o sistema jurídico e a sociedade · Saber que se propõe a estudar princípios, regras e institutos da constituição · Achar o sentido das normas fundamentais para resolver problemas práticos e quando a simples leitura não permitir a compreensão de plano sobre o significado e alcance = Gilmar Mendes · Aplicação mediante decisão judicial ou administrativa Formalismo x realismo jurídico · Formalismo jurídico: juiz é a boca da lei, não cabendo interpretação · Realismo jurídico: a constituição é aquilo que o juiz diz = extremo do formalismo Ponto de equilíbrio: positivismo jurídico (Kelsen) = a decisão judicial não é um ato de mera aplicação do direito, mas também um ato de criação, segundo a moldura que o direito positivo oferece, cabendo ao juiz optar dentro dos limites da lei. Positivismo puro: não há ética e moral = caiu em razão do nazismo Eros Grau: texto é norma em potencial, mas não se confunde com norma, que é o resultado da interpretação. Correntes norte-americanas de hermenêutica: · Interpretativismo: ao interpretar a constituição, os juízes devem se limitar a captar o sentido dos preceitos expressos ou claramente implícitos · Se aproxima mais de um formalismo tradicional · Nega a função criativa dos juízes com a interpretação · Limites aos juízes: semântica textual e a vontade do legislador · Não interpretativismo: há a possibilidade e a necessidade de os juízes invocarem e aplicarem valores e princípios substantivos contra atos do legislativo em desconformidade com o projeto da constituição · Admite ativismo judicial e função criativa do juiz · Leva em consideração a textura semântica, vontade do legislador e papel do intérprete · Eros Grau diferencia: · Norma jurídica: resultado da interpretação em geral · Norma de decisão: resultado da interpretação do juiz Limites à atuação do juiz em razão da admissão da função criativa · Montesquieu: não pode se admitir que o juiz seja legislador · Necessidade de constrangimentos reais à atividade judicial · Eros Grau: metáfora de Vênus de Milo · Quando é encomendada uma estátua da Vênus de Milo a 3 artistas, cada um faz da sua maneira, havendo resultado diverso entre eles mas havendo semelhança · Os juízes são artistas, que tem liberdade de interpretação, mas não pode levar à tarefa encomendada ao juiz · Vetores limitativos podem ser: · Texto constitucional em vigor (dogmática): não se pode desprezar a literalidade da CF · Princípios constitucionais · Princípios e regras de hermenêutica constitucional · Métodos da hermenêutica constitucional Métodos de interpretação Método jurídico · Constituição é uma lei = mesmo método de interpretação das leis · Intérprete deve usar de elementos interpretativos típicos: · Elemento filológico: gramatical/literal · Elemento lógico: sistemático · Elemento histórico: contexto histórico · Elemento teleológico: finalidade da norma · Elemento genético: origem dos conceitos · Entre outros · Não são suficientes Método tópico-problemático · Theodor Viehweg: ênfase no problema enfrentado · Tópica é uma invenção = técnica mental de pensar o problema com o objetivo de solucioná-lo · Parte de premissas: · 1ª: a interpretação constitucional deve ter caráter prático, resolvendo o problema · 2ª: normas constitucionais possuem caráter fragmentário, sem abranger todas as situações possíveis, mas apenas as com alto grau de abstração e generalidade · 3ª: não é possível fazer apenas a subsunção do fato à norma = o ponto de partida deve ser o problema, não a norma · Intérprete deve encaixar o problema que se quer resolver dentro da constituição · Crítica: casuísmo Método hermenêutico concretizador: · Konrad Hesse: é inevitável que os aspectos subjetivos do intérprete deem uma pré-compreensão da norma a ser interpretada · Faz o caminho inverso do método tópico-problemático: · A partir da norma para o problema a ser resolvido: o intérprete lê o texto constitucional e tira uma “pré-compreensão” · Ao se deparar com um problema, ele volta a norma que tinha “pré-compreendido” · Compara a pré-compreensão com o problema concreto · Ao comparar, reformula a própria compreensão, relendo o texto da forma que a realidade se apresentou · Normas constitucionais são abertas e imprecisas · A busca de sentido envolve mais concretização que interpretação · Os defensores do método defendem que toda leitura inicial do texto deve ser reformulada mediante uma comparação com a realidade · Método: constante mediação entre problema e norma, e a concretização é lapidada por meio de uma análise mais profunda · Ciclo hermenêutico: movimento de ir e vir entre a norma e a realidade Método científico-espiritual · Rudolf Smend: cunho sociológico · Não busca extrair ou interpretar a norma constitucional pelo texto · Visa procurar os valores subjacentes ao texto constitucional · Por meio de uma leitura flexível e extensiva · Valores comunitários e realidade existencial do estado se articulam com o fim integrador da Constituição · A fim de extrair o espírito da sociedade Método normativo-estruturante · Não há identidade entre norma jurídica e texto normativo · Pretende que a norma que se extrai do texto da constituição seja capaz de levar à concretização da constituição na realidade social · Necessário que a norma extraída do texto possa resolver um problema prático Interpretação comparativa · Busca analisar institutos jurídicos, normas de diversos ordenamentos · Pela comparação seria possível extrair o significado real que deve ser atribuído ao instituto Princípios de interpretação constitucional Princípio da unidade da constituição · A constituição é uma só · Seu texto deve ser interpretado com o fim de evitar contradições em suas normas · Análise global do texto · Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo: todas as normas constitucionais são iguais, nenhuma se sobrepõe a outra, não havendo hierarquia · Não há normas originárias inconstitucionais · Conflito de normas na constituição é uma antinomia aparente · Não há antinomias verdadeiras entre normas constitucionais Princípio do efeito integrador: é necessário promover uma interpretação que favoreça a integração política, social, harmonizando valores Princípio da máxima efetividade: intérprete deve atribuir à norma um sentido que lhe dê maior eficácia Princípio da justeza · Princípio da conformidade funcional · O órgão encarregado da interpretação constitucional não pode chegar ao resultado que subverta o esquema organizatório funcional que o constituinte originário estabeleceu Princípio da harmonização · Princípio da concordância prática · Necessário que haja coordenação de bens jurídicos, quando houver conflitos · Busca-se interpretar a constituição a fim de evitar o sacrifício dos direitos em colisão Princípio da força normativa da constituição (Konrad Hesse): intérprete deve realizar a interpretação de modo a conferir força cogente à constituição (fazendo atualização normativa) Princípio da interpretação conforme a constituição · Texto constitucional admite diferentes interpretação · Normas polissêmicas ou plurissignificativas · Intérprete deve dar a essa norma interpretação compatível com o conteúdo da constituição · Se for possível conservar a validade de uma lei, deve-se dar interpretação conforme · Limites: intérprete não pode contrariar o texto literal Teoria dos poderes implícitos · Implied powers · Sempre que a constituição designa o fim, ela designa o meio necessário para atingir o fim · STF tem reconhecido · TCU conceder medidacautelar · Poderes de investigação do MP
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