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Recursos fisioterapêuticos para tratamento de estrias

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Caderno de Ciências Biológicas e da Saúde 
www.cathedral.edu.br 
Boa Vista, n. 02, 2013 
 
RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS 
ESTRIAS: UMA REVISÃO DE LITERATURA 
 
 
Maria Glesilene Ponte – Fisioterapeuta, pós-graduada em Fisioterapia Dermato-Funcional, 
zizi-ponte@hotmail.com 
 
 
RESUMO 
 
As estrias são alterações cutâneas indesejáveis, definidas como cicatrizes lineares 
visíveis que se dispõem paralelamente umas as outras, podendo ser raras ou numerosas e 
indicam uma lesão na pele, pois ocorre um desequilíbrio elástico localizado. Há evidências 
que o seu aparecimento seja multifatorial, não somente fatores mecânicos e endocrinológicos, 
mas também predisposição genética e familiar. A maior incidência se dá no gênero feminino 
em idade entre 12 e 14 anos, e, em meninos de 12 e 15 anos. Neste sentido o presente estudo 
teve como objetivo analisar a importância da Fisioterapia dermato-funcional com a utilização 
de recursos fisioterapêuticos em pacientes com estrias. Esta revisão bibliográfica descreveu a 
utilização d e recursos como: ácidos, carboxiterapia e galvanopuntura, buscou-se por meio de 
livros e artigos científicos dos últimos dez anos com a finalidade de relatar a eficácia destes 
recursos na restauração do aspecto da pele estriada. Com este trabalho, concluiu-se que a 
utilização de recursos fisioterapêuticos buscam melhora do aspecto físico e psicológico de 
pacientes acometidos pelas estrias. 
Palavra chave: estrias, galvanopuntura, eletroterapia. 
 
 
INTRODUÇÃO 
A fisioterapia vem adquirindo cada vez mais espaço e ampliando seu leque de áreas 
de atuação. Uma destas áreas é a dermato-funcional que tem como base a prevenção e 
recuperação físico funcional dos distúrbios endócrino metabólicos, dermatológicos e 
músculo-esqueléticos. O fisioterapeuta, através de recursos físicos, pode atuar nas diversas 
alterações do padrão estético como: acne, cicatrizes hipertróficas, entre outras. Destas 
alterações podemos destacar as estrias, que caracterizam-se por uma atrofia da pele, devido ao 
rompimento das fibras elásticas presentes na derme. Estas rupturas da pele formam lesões 
paralelas, surgindo principalmente nas coxas, nádegas, abdômen, mamas e dorso do tronco 
(em homens). 
O tratamento para as estrias sempre foi muito questionado, com base na teoria de que 
o tecido elástico não se regenera. Dentre os vários recursos utilizados pelos profissionais da 
 
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fisioterapia, destaca-se alguns recursos para melhor abordagem neste trabalho como: ácidos, 
carboxiterapia e galvanopuntura. 
Devido as inúmeras complicações físicas e psicológicas que as estrias trazem as 
pessoas, prejudicando a estética e provocando uma desarmonia corporal, faz-se necessário 
uma pesquisa acerca dos recursos mais utilizados pela fisioterapia para obtenção de dados 
confiantes que tragam satisfação aos clientes que buscam um recurso fidedigno. 
Este trabalho tem como objetivo analisar a importância da Fisioterapia dermato-
funcional com a utilização de recursos fisioterapêuticos em pacientes com estrias. 
Nesta pesquisa, será utilizado livros, revistas e artigos científicos nacionais e 
internacionais com o objetivo de alcançar uma melhor compreensão do tema, por meio de 
uma sucinta revisão de literatura e uma pesquisa bibliográfica. 
Espera-se que o trabalho venha colaborar com os fisioterapeutas, prestando mais 
informações e esclarecimentos acerca da possibilidade de empregabilidade destes recursos. 
 
REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Estruturas da pele 
Jacob et al. (1990), afirmam que a pele do adulto recobre em média mais de 7500 
cm
2 
de área de superfície, pesa aproximadamente 3 quilogramas e recebe cerca de 1/3 de toda 
a circulação sanguínea do corpo. Ela é elástica e, sob condições comuns, auto-regeneradora. 
Ainda conforme Jacob et al (1990) a pele é quase que inteiramente à prova de água, 
fornecendo uma eficiente e bem regulada barreira térmica, e participando na dissipação de 
água e nas funções termorreguladoras do corpo. 
 
A pele compõe-se essencialmente de três camadas: a epiderme, a derme e a 
hipoderme. A epiderme é a camada externa e está diretamente ligada ao meio 
ambiente, ela é formada por um arranjo ordenado de células, denominada de 
ceratinócitos, cuja função básica é sintetizar a ceratina, uma proteína filamentosa 
com função protetora. A derme é a camada interna e seu principal componente é 
uma proteína estrutural fibrilar denominada colágeno. Ela está localizada sobre o 
panículo, ou hipoderme, que é composto, principalmente, de lóbulos de lipócitos ou 
células adiposas (ARNOLD Jr; ODOM; JAMES, 1994). 
 
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Segundo Nogueira (2007), dentre as camadas da pele, a derme é a camada mais 
complexa, composta de tecido conjuntivo, fibras elásticas e proteínas fibrosas, cuja principal 
função é sustentar, dar força e elasticidade à pele. Além destas estruturas, também são 
encontradas células de defesa como macrófagos que auxiliam na regeneração dos tecidos 
(GRANJEIROS, et al 2007). 
Conforme Guirro e Guirro (2004), as fibras elásticas são os alvos iniciais de 
formação das estrias, onde se inicia um processo de granulação de mastócitos e ativacao 
macrófica que intensificam a elastólise no tecido. Segundo Maio (2004), as estruturas que são 
responsáveis pela força tênsil e a elasticidade, geram um afinamento do tecido conectivo que 
aliado a maiores tensões sobre a pele produzem estriações cutâneas denominadas de estrias. 
 
REPARAÇÃO DOS TECIDOS 
A regeneração é um processo muito complexo, no entanto essencial sem o qual o 
corpo seria incapaz de sobreviver. Esse processo envolve ações integradas das células, matriz 
e mensageiros químicos e visa restaurar a integridade do tecido o mais rápido possível. “A 
regeneração de uma lesão no tecido epitelial inicia logo após a perda da comunicação entre 
células adjacentes, sendo liberados no local da lesão substâncias quimiotáticas que irão 
direcionar a migração das células originárias do tecido vascular e conjuntivo” (KITCHEN, 
2003). 
Segundo Júnior et al. (2006), a reparação vai depender da idade do paciente, da sua 
nutrição, da administração de corticosteróides, se diabéticos ou sofrendo influência do 
hormônio de crescimento. Esse processo é dividido em três fases: inflamatória, proliferativa 
(proliferação celular) e de remodelamento (síntese de elementos para a constituição da matriz 
extracelular). 
Sabistone e Courtney (2003) descrevem as três fases do processo de regeneração 
tecidual: 
-fase inflamatória: é uma reação defensiva, localizada e restrita à área que sofreu a agressão 
de agentes lesivos. O processo inflamatório serve para destruir, diluir ou mobilizar o agente 
agressor e, em seguida, deflagrar uma série de acontecimentos que curam e reorganizam o 
 
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tecido lesado, favorecendo o retorno da fisiologia. Essa fase começa no exato momento da 
lesão e permanece até 48 a 72 horas após a lesão. 
-fase proliferativa: é caracterizada pela remoção dos restos celulares e pela reparação 
temporária do tecido formado durante o estagio anterior de inflamação e pelo 
desenvolvimento dos tecidos substitutos novos e permanentes. O tecido de granulação começa 
a ser formado por volta do quarto dia após a lesão e, nessa etapa, os novos fibroblastos 
acumulados misturam-se a neoformações de capilares, dando inicio ao tecido de granulação. 
-fase de remodelação:é entendida como uma resposta de longo prazo ao ferimento. O 
processo de remodelamento da ferida implica no equilíbrio entre a síntese e a degradação de 
colágeno e redução da vascularização e da infiltração de células inflamatórias, até que se 
atinja a maturação. 
A reparação dos tecidos é influenciada pela idade da paciente, nutrição tecidual, uso 
de corticoesteróides, pacientes diabéticos e uso de hormônio de crescimento (LIMA E 
PRESSI, 2005). 
 
ESTRIAS 
De acordo com Guirro e Guirro (2004), a estria é uma atrofia tegumentar adquirida, 
de aspecto linear, algo sinuosa, em estrias de um ou mais milímetros de largura, a princípio 
avermelhadas, depois esbranquiçadas e abrilhantadas (nacaradas). Raras ou numerosas, 
dispõem-se paralelamente umas às outras e perpendicularmente às linhas de fenda da pele, 
indicando um desequilíbrio elástico localizado, caracterizando, portanto, uma lesão da pele. 
Apresentam caráter de bilateralidade, isto é, existe uma tendência da estria distribuir-se 
simetricamente e em ambos os lados. “A frequência de estrias é elevada, atingindo cerca de 
três a seis vezes mais o gênero feminino, destacando a faixa dos 14 aos 20 anos.” (KEDE E 
SABATOVICH, 2004) 
De acordo com WHITE et al. (2007), sua etiologia ainda não está definida, mas 
existem três teorias que tentam explicá-la, onde a mais bem aceita é a teoria endocrinológica. 
Guirro e Guirro (2004) descrevem brevemente essas três teorias: 
- Teoria mecânica: nessa teoria, acredita-se que a exagerada deposição de gordura no tecido 
adiposo, com subseqüente dano as fibras elásticas e colágenas da pele seja o principal 
mecanismo do aparecimento das estrias. As estrias também são consideradas como seqüelas 
 
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de períodos de rápido crescimento, onde ocorre a ruptura ou perda das fibras elásticas 
dérmicas, como por exemplo na gestante, no estirão do crescimento na puberdade sendo que 
causariam estrias nos adolescentes, bem como a deposição de gordura em obesos. 
- Teoria endocrinológica: essa tória começou a surgir com a hipótese do “estiramento da pele” 
desgastada, e com o advento do uso terapêutico de hormônios adrenais corticais, associados à 
percepção do aparecimento das estrias como um efeito local. Pode-se explicar então que o 
aparecimento das estrias em algumas patologias não tem como efeito causal a afecção em si, 
mas sim as drogas utilizadas na sua terapêutica. 
- Teoria infecciosa: essa teoria não possui muitos adeptos, já que os estudiosos partidários da 
teoria endocrinológica conseguem explicar o surgimento das estrias em decorrência do 
tratamento efetuado à base de corticóides, sendo portanto, o verdadeiro fator desencadeante 
do processo de formação de estrias. No entanto, Wiener (1947) sugere que processos 
infecciosos provocam danos às fibras elásticas, provocando estrias. O autor notou em 
adolescentes a presença de estrias púrpuras após febre tifóide, tifo, febre reumática, 
hanseníase e outras infecções. 
As estrias podem ser classificada em rosadas (iniciais), atróficas e nacaradas. “As 
rosadas ou iniciais possuem aspecto inflamatório e coloração rosada dada pela superdistensão 
das fibras elásticas e rompimento de alguns capilares sanguíneos, com sinais de prurido e dor 
em alguns casos, erupção papular plana e levemente edematosa.” (GUIRRO E GUIRRO, 
2004). “As atróficas possuem aspecto cicatricial, uma linha flácida central e hipocromia, com 
fibras elásticas enoveladas e algumas rompidas, com colágeno desorganizado e os anexos da 
pele desorganizados (LIMA E PRESSI, 2005)”. Já as nacaras, possuem flacidez central, 
recoberta por epitélio pregueado, sendo desprovidas de anexo cutâneos, com fibras elásticas 
rompidas, e as lesões evoluindo para a fibrose (KEDE E SABATOVICH, 2004). 
Conforme Lima e Pressi (2005), as estrias são afetadas com mais frequência nas 
nádegas, coxas, mamas e abdômen. Também pode haver o envolvimento das virilhas e 
cotovelos, especialmente em atletas. No estágio inicial, muitas vezes há um componente 
inflamatório, mas logo depois surge a fase atrófica. As estrias atróficas são irreversíveis. 
Podem causar ou exacerbar esta condição os exercícios vigorosos de levantamento de peso e 
as rápidas e drásticas modificações do peso corporal. 
 
 
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RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS UTILIZADOS NO TRATAMENTO DAS 
ESTRIAS 
Nas bibliografias disponíveis que abordam sobre as estrias, vários autores são 
unânimes em considerá-las como irreversíveis. No entanto, estudos comprovam a eficácia de 
alguns recursos que são amplamente utilizados pelos fisioterapeutas. 
Ácidos 
Conforme Jahara (2010), os ácidos são todas as substancias que possuem seu pH 
inferior ao da pele, transformando-a em uma região acida, proporcionando um peeling 
químico (esfoliação) que poderá ser muito superficial, superficial médio ou profundo. “O 
ácido glicólico é um agente cáustico que provoca a destruição controlada de partes da 
epiderme e/ou derme, seguida pela regeneração dos tecidos. Representa uma forma acelerada 
de esfoliação.” (ROTTA, 2008). 
Segundo Rigon (2009), o ácido glicólico é necessário para tratar as estrias, pois o 
mesmo apresenta propriedade eficaz para a reparação tecidual, visto que é seguro, de caráter 
natural e com muitos benefícios obtendo-se um resultado satisfatório no procedimento. 
Outro ácido muito empregado nas estrias é o retinóico que de acordo com Jahara 
(2010), é um acido que tem ação queratolítica e esfoliante em nível celular, estimulando o 
colágeno e recuperando os tecidos. 
 
Carboxiterapia 
De acordo com Borges (2010), a carboxiterapia é uma técnica nova utilizada nas 
disfunções dermatológicas e estéticas. Caracteriza-se pelo uso terapêutico do gás carbônico 
medicinal com 99,9% de pureza administrado de forma subcutânea tendo como objetivo uma 
vasodilatação periférica e melhora do oxigênio tecidual. 
Ainda conforme Borges (2010) nas estrias, o gás carbônico provoca um processo 
inflamatório que responde com o aparecimento de leve edema e hiperemia, a fim de aumentar 
a capacidade de replicação dos fibroblastos e, conseqüentemente a produção de fibras 
colágenas e elásticas na pele estriada. 
 
Galvanopuntura 
 
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Segundo Borges (2010), a galvanopuntura tem como equipamento um aparelho que 
utiliza uma corrente continua, tendo sua intensidade reduzida ao nível de microamperes. A 
técnica deve ser realizada com o eletrodo ativo em forma de agulha que pode ser do tipo 
descartável ou esterilizável, acopladas a um “porta agulha”em forma de caneta ligado ao polo 
negativo da corrente a ele associado. 
De acordo com Machado (2002), o uso da galvanopuntura no combate das estrias 
tem por objetivo provocar um processo inflamatório agudo no tecido acometido pela estria, 
para que haja uma regeneração do mesmo. O trauma aumenta a atividade metabólica local, 
que leva a formação de tecido colágeno, preenchendo a área degenerada, com retorno de 
sensibilidade fina. A inflamação provocada pela corrente não tem nenhum efeito sistêmico e 
será absorvido em um período de tempo de uma semana. 
Conforme Jones (2009), os resultados da melhoria tecidual com a utilizacao da 
galvanopuntura são variados e dependem do número de sessões bem como a técnica 
empregada. 
 
MATERIAS E MÉTODOS 
Quanto à forma da abordagem, a pesquisa foi qualitativa, “que é definido como uma 
pesquisa que não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, é descritiva e o seusignificado é a interpretação dos focos principais de abordagem” (GIL, 2002). 
Mezaroba e Monteiro (2006) defendem que a pesquisa qualitativa possui um 
conteúdo altamente descritivo e pode lançar mão de dados quantitativos incorporados em suas 
análises, o que irá prevalecer será o exame rigoroso da natureza, do alcance e das 
interpretações possíveis para o fenômeno estudado. 
A fundamentação teórica foi desenvolvida por meio de pesquisas em leituras de 
livros e de artigos científicos nacionais e internacionais que apresentaram relação com o tema 
abordado pelo projeto de pesquisa. Realizou-se uma pesquisa bibliográfica que segundo Gil 
(2002) é uma pesquisa que procura explicar um problema a partir de referências teóricas 
publicadas em documentos sendo desenvolvida conforme o material já elaborado. 
Conforme Marconi e Lakatos (2006) esse tipo de pesquisa abrange toda bibliografia 
já tornada pública em relação ao tema de estudo, desde publicações avulsas, boletins, jornais, 
 
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revistas, livros, pesquisas etc. Sua finalidade é colocar o pesquisador em contato direto com 
tudo que já foi escrito, dito sobre o objeto de estudo. 
Realizou-se também uma revisão de literatura, que conforme Cruz e Ribeiro (2004) 
reporta e avalia o conhecimento produzido em pesquisas prévias, destacando conceitos, 
procedimentos, resultados, discussões e conclusões relevantes para o trabalho. 
Por último, se buscou analisar casos concretos onde se possam observar os diversos 
tipos de recursos fisioterapêuticos para o tratamento das estrias, assim como na discussão 
buscou-se estudos comparativos da eficácia destes recursos, afunilando as técnicas de ácidos, 
carboxiterapia e galvanopuntura. 
DISCUSSÃO 
O presente trabalho foi realizado com o objetivo de demonstrar a importância da 
fisioterapia dermato-funcional com o uso de recursos como ácidos, carboxiterapia e a 
galvanopuntura no tratamento das estrias, sendo demonstradas pesquisas científicas que 
comprovam ou não a eficácia destes recursos. 
Lage e santos (2009) realizaram um estudo com o objetivo de comparar por meio da 
percepção dos sujeitos submetidos ao procedimento o efeito da punctura em estrias 
tegumentares aplicada de forma independente e associada à microcorrente galvânica. Usaram 
uma amostra de dez mulheres que responderam a um roteiro de entrevista inicial; a seguir 
foram divididos em dois grupos iguais (A e B) onde o primeiro submeteu-se à punctura com o 
aparelho desligado e o segundo à galvanopuntura nas estrias tegumentares com aparelho 
ligado com intensidade entre 60 e 80 microampéres, regulada de acordo com a sensibilidade 
dos sujeitos possibilitando a galvanopuntura. Ao final, responderam a um roteiro de entrevista 
final. Tais roteiros incitavam a entrevistada a identificar o incômodo que as estrias exerciam e 
a repercussão em suas vidas pré e pós intervenções, visando comparar satisfação com o 
resultado obtido. Utilizou-se um aparelho gerador de microcorrente galvânica que apresenta 
dois eletrodos, um passivo do tipo placa acoplado em uma esponja úmida e um eletrodo ativo 
especial do tipo agulha, descartável, de aproximadamente 19mm de comprimento, sustentado 
por uma caneta. Cada integrante da amostra foi submetido a quatro intervenções com 
intervalo aproximado de quatro dias respeitando o período necessário para o desaparecimento 
dos sinais inflamatórios. No grupo A, o aparelho permaneceu desligado à corrente elétrica, 
enquanto no grupo B o aparelho estava ligado. Os resultados obtidos indicam que houve uma 
 
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satisfação de todos os sujeitos, com uma significativa redução de incômodo pelas estrias após 
o procedimento. Concluiu-se neste estudo, visualmente e de acordo com a percepção dos 
sujeitos submetidos ao procedimento, não houve diferenças significativas entre os dois grupos 
tratados. Acredita-se, porém, que com um número maior de sessões seja possível notar um 
resultado mais satisfatório em pessoas tratadas com a galvanopuntura. 
Outro estudo realizado por Vinadé et al (2007) com o objetivo de comparar os efeitos 
da eletroterapia conjugada a vitamina C e do ácido retinóico na redução das cicatrizes lineares 
das estrias. Foram selecionados 6 indivíduos do sexo feminino, com idade entre 16 e 30 anos, 
de raça branca e portadores de estrias na região do culote. Os participantes foram divididos 
aleatoriamente em Grupo A (n=3), que realizou o tratamento da eletroterapia com a vitamina 
C e Grupo B (n=3), que realizou o tratamento com o ácido retinóico. Os tratamentos foram 
realizados semanalmente num período de 5 semanas. Através das fotos dos indivíduos, foi 
observada grande melhora na redução e na coloração das estrias nos indivíduos do Grupo A, o 
que não ocorreu no Grupo B. Quanto ao nível de satisfação, os indivíduos pertencentes ao 
Grupo A relataram estarem satisfeitos com o resultado do tratamento, aumentando assim sua 
autoestima. Já no Grupo B, o mesmo não ocorreu, pois a maioria dos indivíduos não ficou 
satisfeita com o resultado do tratamento. Concluiu-se neste trabalho que a eletroterapia com o 
uso da vitamina C mostrou-se mais uniforme e com tecido menos marcado pelas lesões 
causadas pelas estrias, proporcionando uma melhora na coloração da pele e um aumento da 
resposta inflamatória com lesão mínima de tecido. 
Mondo e Rosas (2004) realizaram um estudo que teve por objetivo avaliar a 
eficiência da utilização da corrente galvânica no tratamento das estrias atróficas. O estudo foi 
realizado com base na pesquisa quase experimental, sendo uma variação do plano clássico 
apresentando grupo único com pré e pós teste. A amostra foi composta de seis índividuos 
pertencentes ao sexo feminino com idade de vinte à vinte três anos cursando o 7º semestre do 
curso de fisioterapia da UNISUL, não fumantes, de cor branca, sem filhos, que não praticam 
esportes, sem fazer uso de medicamentos constantes (exceto anticoncepcional), com índice de 
massa corporal (IMC) dentro dos padrões normais e apresentando estrias na região do glúteo. 
Para a coleta de dados usou-se o registro fotográfico e um questionário de satisfação. Os 
atendimentos foram realizados no período de março a julho de 2004 na Clínica Escola de 
Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina. Utilizou-se um aparelho que consiste 
 
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de um gerador de corrente contínua filtrada constante, conhecido comercialmente como 
STRIAT da marca IBRAMED. Aplicou-se então a técnica de galvanopuntura, com 
punturação linear ao longo da linha estriada, realizada a 45° de inclinação com a pele, até se 
obter um quadro de hiperemia e edema, com o objetivo de provocar um processo inflamatório 
agudo no tecido acometido pela estria. A seqüência das aplicações variaram de acordo com as 
respostas individuais de cada paciente, tendo um tempo mínimo de sete dias entre cada 
terapia, completando um total de 10 sessões. O procedimento técnico consiste do acoplamento 
do eletrodo passivo, previamente umedecido, na região a ser tratada. Tanto o eletrodo ativo 
(agulha) como as áreas a serem estimuladas foram preparadas assepticamente. Finalizou-se a 
pesquisa observando que a utilização da corrente galvânica não influenciou de forma 
expressiva na aparência das estrias nessa amostra. 
Um estudo semelhante foi realizado por Lima e Pressi (2005) que fizeram uma 
pesquisa que teve como objetivo comparar a utilização da microgalvanopuntura no tratamento 
das estrias e fazer uma análise comparativado tratamento com o trauma mecânico e a 
microcorrente e somente com o trauma mecânico, utilizando o aparelho Striat®(Ibramed). 
Participaram do estudo dez voluntárias, portadoras de estrias albas e recentes, que foram 
submetidas a dez aplicações com o Striat, sendo que foi aplicado ora com ele ligado 
(associando microcorrente e trauma mecânico), e ora com o aparelho desligado, onde foi 
aplicado somente o trauma mecânico na estria. O estudo baseou-se no tipo duplo-cego. A 
avaliação dos resultados foi realizada por meio do grau de satisfação das pacientes e de uma 
enquete. Foi utilizado o teste Qui Quadrado para verificar a associação entre o aspecto 
estético das estrias e a condição do aparelho. Os resultados obtidos no estudo demonstraram 
que o grau de satisfação da maioria das pacientes foi muito satisfatório, o que nos permite 
confirmar a eficácia do tratamento com o Striat. Os resultados obtidos da enquete sugerem 
que o tratamento com o trauma mecânico, ou seja, com o aparelho desligado, apresenta 
resultados mais satisfatórios esteticamente do que quando associado com a microcorrente 
(aparelho ligado). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
A limitação do tratamento das estrias atróficas está no fato de que não existe ainda 
protocolos definidos em relação ao tipo de estímulo, a frequência e a intensidade ideal, o 
 
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tempo de permanência desse estímulo e a sequência do tratamento. Para que se tenha um bom 
resultado é necessário que exista uma interação dos métodos utilizados para esse fim para que 
a escolha do protocolo seja o ideal, verificando sempre a resposta ao tratamento que está 
diretamente ligada com as características da pele estriada e as características do próprio 
paciente. 
Mesmo sem protocolos definidos, é certo afirmar que o uso da galvanopuntura traz 
evidentes melhoras ao aspecto da pele tratada. Logo, com esta revisão bibliográfica, podemos 
concluir que a eletroacupuntura, a carboxiterapia e os ácidos possuem uma importante atuação 
na restauração da pele estriada, necessitando de mais estudos científicos nessa área tão vasta 
da fisioterapia dermato-funcional. 
Sugere-se que mais publicações deveriam ser desenvolvidas para maiores 
esclarecimentos, bem como aprimorar as formas de tratamento das estrias em geral. Tal 
necessidade justifica-se pela sua alta incidência e prevalência, gerando um grande 
desconforto, principalmente por se tratar de uma lesão estética que atinge a paciente não 
somente no aspecto físico como psicológico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ARNOLD JUNIOR, Harry L; ODOM, Richard B; JAMES, Willian D. Doenças da pele de 
Andrews: Dermatologia Clínica. 8.ed. São Paulo: Manole, 1994. 
 
AGNE, Jones Eduardo. Eu sei eletroterapia. Santa Maria: Pallotti, 2009. 
 
CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá. Metodologia científica: teoria e prática. 2.ed. Rio de Janeiro: 
Axcel Books, 2004. 
 
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4º Ed. São Paulo: Atlas, 2002. 
 
GRANJEIRO, A.; CAJAÍBA, C.; LOCONDO, L. Bio-oligoterapia na seqüela de 
queimadura. Revista Personalité. n
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