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1/3 Morbidade A morbidade está relacionada à ocorrência de doenças e agravos à saúde de uma dada população, sempre se referindo a uma população predefinida tomada como grupo exposto ao risco de adoecer. Assim, a morbidade por acidentes de trabalho, por exemplo, entende-se como população o conjunto dos trabalhadores exercendo determinada atividade profissional, em um espaço e tempo determinados. Outro ponto que merece destaque diz respeito à uniformização na denominação das doenças e causas de morte. A OMS propõe a adoção, em nível internacional, da Classificação Internacional de Doenças. Para assegurar as condições da tomada de decisões, como, por exemplo, a eficácia de vacinas, exames preventivos para a redução da ocorrência de câncer de colo de útero ou apoiar ações específicas necessárias para o controle de um agravo ou doença, como a redução nos acidentes de trânsito, o tratamento da hanseníase, e outros, consultam-se os indicadores de morbidade, discriminados em coeficientes ou taxas de incidência e prevalência, considerados como a expressão quantitativa do adoecimento na população. Indicadores de Morbidade Os indicadores de morbidade são genericamente definidos como proporção entre o número de casos de uma doença e a população (número de habitantes ou de pessoas que estão expostas à doença em um lugar e tempo definidos). 2/3 A população deve ser estabelecida com clareza em sua localização geográfica para o intervalo de tempo a que se refere o coeficiente, e na sua abrangência. A abrangência das informações dependerá das características das causas da doença e da população exposta, que serão definidas de acordo com variáveis de interesse: gênero, idade, raça ou etnia, tamanho da população, lugar, grupo social (por escolaridade, renda), de trabalho ou lazer, entre outras. A combinação dessas variáveis determina um número aberto de coeficientes de morbidade. Uma vez definido o coeficiente de morbidade a ser calculado, todos os indivíduos da população exposta devem ter chances iguais de serem ou terem sido examinados. Essa condição é satisfeita através dos inquéritos epidemiológicos, que são definidos como o estudo das condições de morbidade (ou de mortalidade) por causas específicas e outras características de interesse, efetuado em amostra representativa ou no todo de uma população, definida no tempo e no espaço. Dentro do contexto das fontes de dados para o cálculo da morbidade, é importante destacar que a utilização dos serviços de saúde se dá de forma desigual entre os indivíduos. Os indicadores de morbidade, divulgados na literatura, apresentam como numerador a quantidade de pessoas que foram acometidas e que buscaram e obtiveram atendimento médico. A percepção das necessidades de saúde guarda relação com as condições socioeconômicas, os padrões culturais relativos à doença-cuidado Indicador de Morbidade = no de casos de uma doença x 10n população 3/3 e os níveis de educação e informação, determinantes do acesso aos serviços de saúde. O atendimento clínico resultante no registro de morbidade e na frequência de casos de doenças que se obtém dos sistemas de informação dependerá desses aspectos. Com exceção dos dados coletados em inquéritos por amostragem, o conjunto de informações sistemáticas de casos de doenças ou agravos é obtido com as atividades da vigilância epidemiológica, nos registros de atendimento a doentes, incluindo-se as emergências, e nos registros policiais. Em geral, as medidas clinicamente relevantes da frequência de eventos são as frações em que o numerador é a quantidade de pacientes que sofrem o desfecho (casos) e o denominador é o número de pessoas em quem o desfecho poderia ter ocorrido (população aferida). Os casos podem ser pessoas na população geral que desenvolvem uma doença, ou pacientes em ambientes clínicos com a doença que desenvolvem um desfecho, como recorrência, complicações do tratamento ou morte.
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