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Hegel - texto do slide Jorge Póvoas

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Hegel
Friedrich Hegel (1770 -1831) nasceu em Stuttgart, na Alemanha, viveu de perto a Revolução Francesa (1789), evento notável que ocorreu quando ele tinha dezenove anos. Na Alemanha, acompanhou apaixonadamente os acontecimentos que marcaram um ponto de ruptura da história: a derrocada do mundo feudal e o fortalecimento da ordem burguesa. Essa contradição dialética Hegel aponta como sendo tarefa da Razão.
 Sendo alemão, Hegel continuará vivendo essa contradição, na medida em que a Alemanha se acha, de certa forma, ainda mergulhada na ordem feudal, estando politicamente dividida em diversos Estados não unificados.
 
 A dialética idealista de Hegel é uma filosofia do devir (do movimento, do vir-a-ser). Para compreender a realidade em constante processo, Hegel estabelece os princípios de uma nova lógica: a dialética. 
 Segundo a dialética, todas as coisas e idéias morrem. O movimento da dialética se faz em três etapas: tese, antítese e síntese. A antítese é a negação da tese, e a síntese é a superação da contradição entre tese e antítese. 
Sua busca filosófica consiste na compreensão do real, a partir da explicação do sentido do desenvolvimento histórico. “A filosofia hegeliana caracteriza-se por um intenso compromisso com a realidade”. 
 Para Hegel, é preciso explicar principalmente as condições de modificação e o sentido que as mudanças apresentam em todos os aspectos da realidade, desde a percepção sensível até as revoluções políticas. Logo, Hegel busca entender o modo como esses processos transcorrem e se possível, as leis que o regem.
 A consciência se põe como aquilo que percebe e, nessa medida, como distinto do que é percebido. As sensações, no entanto, referem-se apenas ao aqui e agora. Elas se sucedem umas às outras, negando-se mutuamente. 
 Uma sensação como “é dia” é logo negada por “é noite”. Essa insuficiência das sensações para identificar a coisa é superada mediante a evolução da percepção sensível para a representação intelectual. 
No processo de constituição da “consciência de si”, a consciência também constitui os objetos reconhecendo-os como seus. Ela se descobre como uma instância que pode desejar apropriar-se dos objetos. O que melhor ilustra esse momento é a alegoria Hegeliana da experiência na vida social.
 Na Fenomenologia do Espírito está um dos itens mais conhecidos da Filosofia de Hegel: a “dialética do senhor e do escravo”. Nela o senhor realiza seu desejo de ser reconhecido como tal pelo escravo. Essa relação é dinâmica já que o escravo não é um elemento passivo. 
 É a consciência do escravo que reconhece o senhor como tal. Logo, o senhor necessita do outro para afirmar-se e se manter como senhor. Por outro lado, o escravo que dependente em princípio do senhor, torna-se senhor da consciência de seu próprio amo.
 Essa liberdade só pode existir graças à dominação do outro. O outro é necessário para afirmar ou negar o que somos, ou o que buscamos ser.
Hegel faz uma leitura otimista da função do trabalho na alegoria "do senhor e do escravo“ pois ele se refere a uma dialética entre esses dois homens que lutam na busca da vitória onde o vencedor pode matar o vencido, mas a fim de ser reconhecido como senhor, o vencedor "conserva" o outro como "servo". 
 O que se observa é um servo submetido, que tudo faz para o senhor; mas, com o tempo, o senhor descobre que não sabe fazer mais nada, pois, entre ele e o mundo, colocou o escravo, que domina a natureza. O ser do senhor se descobre como dependente do ser do escravo e, em compensação, o escravo, aprendendo a vencer a natureza, recupera de certa forma a liberdade. O trabalho surge, então, como a expressão da liberdade reconquistada.
 O espírito afirma o seu direito e a sua dignidade perante a anarquia e a brutalidade da natureza à qual devolve a miséria e a violência que ela o faz experimentar. Mas esta divisão da vida e da consciência cria para a cultura moderna e para a sua compreensão a exigência de resolver uma tal contradição. 
Da abordagem dialética resulta um novo conceito de história. O presente é retomado como resultado de longo e dramático processo; a história não é a simples acumulação e justaposição de fatos acontecidos no tempo, mas é resultado de verdadeiro engendramento, de um processo cujo motor interno é a contradição dialética.
 Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel desenvolve a dialética idealista. No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, "mas é o próprio tecido do real e do pensamento". O mundo é a manifestação da Idéia, "o real é racional e o racional é real". “A história universal nada mais é do que a manifestação da Razão”. 
 No movimento dialético, a Razão passa por diversos graus, desde a natureza inorgânica até as formas mais complexas da vida social. Entre estas Hegel se refere ao Espírito objetivo, ou seja, o espírito exterior do homem enquanto expressão da vontade coletiva por meio da Moral, do Direito, da Política: o Espírito objetivo se realiza naquilo que se chama mundo da cultura.
Hegel, tomando como ponto de partida a noção kantiana de que a consciência (ou sujeito) interfere ativamente na construção da realidade, propõe o que se chama de Filosofia do Devir, ou seja, do ser como processo, como movimento, como vir-a-ser. Desse ponto de vista, o ser está em constante transformação, donde surge a necessidade de fundar uma nova lógica para dar conta da dinâmica do real. 
 A dialética ensina que todas as coisas e idéias morrem: essa força destruidora é também a força motriz do processo histórico. A idéia central é a de que a morte é criadora, é geradora. Todo o ser contém em si mesmo o germe da sua ruína e, portanto, da sua superação. O movimento da dialética se faz em três etapas: tese, antítese e síntese (ou seja: afirmação, negação e negação da negação). 
 A verdade, nesse caso, deixa de ser um fato para ser um resultado do desenvolvimento do Espírito. O conhecimento estabelecido a partir de uma realidade dada, imediata, simples aparência, é chamado por Hegel de conhecimento abstrato, ao qual opõe o conhecimento do ser real, concreto, que consiste em descrever o modo como uma realidade é produzida. Conhecer a gênese, o processo de constituição pelas mediações contraditórias é conhecer o real. 
Hegel, ao explicar o movimento gerador da realidade, desenvolve a dialética idealista. No sistema hegeliano, a racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, ela é o que fundamenta, já que o mundo é manifestação da ideia e a história universal nada mais é do que a manifestação da Razão.
 Como ponto de partida do devir, Hegel coloca a ideia pura (tese). Essa, para se desenvolver, coloca um objeto oposto a si, a (antítese), que é o mundo privado da consciência. Da luta desses dois princípios nasce uma síntese, o Espírito. 
 Por esse movimento a Razão passa desde a vida humana individual até a vida social e se manifesta como Espírito subjetivo do homem, ainda encerrado na sua subjetividade (enquanto emoção, desejo e imaginação). Também se manifesta como Espírito objetivo, onde o espírito exterior do homem, enquanto expressão da vontade coletiva, se realiza por meio da Moral, do Direito, da Política.
 O Espírito objetivo se realiza naquilo que se chama mundo da cultura. Essa relação é superada pelo Espírito absoluto, síntese final em que o Espírito, terminando o seu trabalho, compreende-o como realização sua.
A mais alta manifestação do Espírito absoluto é a Filosofia, saber de todos os saberes, quando o Espírito atinge a absoluta autoconsciência. Hegel a chama de “Pássaro de Minerva que chega ao anoitecer”. A crítica filosófica se faz ao final do trabalho realizado.
 Assim, Hegel propõe um novo conceito de história onde o presente é retomado como resultado de um longo e dramático processo e a história não é uma simples acumulação de fatos acontecidos no tempo, mas é um processo cujo motor interno é a contradição. 
 O Estado é uma das mais altas sínteses do Espírito objetivo. Suas teorias sobre o Estado foram desenvolvidas na suaobra Filosofia do Direito, onde critica a tradição jusnaturalista típica dos filósofos contratualistas. 
 Ao elaborarem a hipótese do homem em estado de natureza, desenvolveram a concepção de que a sociedade é composta por indivíduos isolados que se reúnem, motivados por um pacto, a fim de formar artificialmente o Estado e garantir a liberdade individual e a propriedade privada.
O Estado sintetiza, numa realidade coletiva, a totalidade dos interesses contraditórios entre os indivíduos. Assim como a família é a síntese dos interesses contraditórios entre seus membros, e a sociedade civil a síntese que supera as divergências entre as diversas famílias. 
 O Estado representa a unidade final, a síntese mais perfeita que supera a contradição existente entre o privado e o público. Quando Hegel usa a expressão sociedade civil, lhe dá um sentido novo, correspondente à esfera intermediária entre a família e o Estado. 
 A sociedade civil é o lugar das atividades econômicas, e portanto, onde prevalecem os interesses privados, sempre antagônicos entre si. Por isso mesmo é o lugar das diferenças sociais e conflituosas entre ricos e pobres e da rivalidade dos profissionais entre si. 
 Para superar as contradições que põem em perigo a coletividade, é preciso reconhecer a soberania do Estado. Nele, cada um tem a clara consciência de agir em busca do bem coletivo, sendo, assim, por excelência, a esfera dos interesses públicos e universais.
A Filosofia do Direito para Hegel tem por finalidade buscar o entendimento do conceito do Direito e a sua realização. Como um sistema orgânico onde o fim se situa no plano da normatividade, possibilita a Sociedade Civil uma existência plena, isto é, uma existência que só não viva em si mesma, mas procure no outro sua realização.
 Sendo essa realização um fenômeno ético e social, somente é possível em uma determinada organização política. Assim, o Direito não está subordinado à sorte empírica ou experimentação particular. É um objeto filosófico de conhecimento e aplicabilidade. 
 Em sua obra “Princípios da Filosofia do Direito”, Hegel leva em consideração a lei como produto cultural. Ela não é uma vontade particular fora de sua realidade temporal. Já que o indivíduo é filho do seu tempo - algo nem antes nem depois, a lei como qualquer produção humana, pertence ao espírito do momento. 
 O Direito não é uma normatização atemporal como também não é um sonho, assim também é a Filosofia do Direito que busca interpretar e construir o presente e o real, e não ser a construção de um além que só Deus sabe onde se encontra. 
É tarefa do Filósofo, configurar o Direito como a ação mais importante da sociedade, visto que a Filosofia tem o real como meio de promover o universal. 
 É o indivíduo fazendo uso das instituições jurídicas com o propósito de nelas realizar um fim universal. O Direito em Hegel se aplica como universalidade positiva que impõe contemplar o sujeito sem desvinculá-lo do universal. 
 Como na tradição de Platão e Aristóteles, também Hegel situa o homem nas dimensões Ética e Política, já que essas duas dimensões necessariamente existem numa unicidade. A dimensão Política é a realização da vida Ética com a existência de valores tomados como universais na garantia da efetividade do Direito. 
 Logo, em sua Filosofia do Direito Hegel, constrói a unidade do Ético e do Político dentro da positividade do Direito. Garante ao Estado o papel de promover o Direito como um dever, onde as relações visam superar o particular, por meio de ações recíprocas, na construção comunitária da Sociedade Civil. 
Não basta dizer que o homem é livre. É necessário compreender essa liberdade no universal, como fator para o entendimento das necessidades do particular. O homem só é homem enquanto ser na comunidade. É o velho princípio aristotélico da vida gregária, onde o homem enquanto ser comunitário identifica a liberdade não só como exercício seu, mas como um valor de felicidade e universalidade. 
 O princípio fundador da Filosofia do Direito é a idéia filosófica de liberdade, como vontade livre que deve ser concretizada no nível das estruturas jurídicas, que transforma o dado particular em universal. A verdadeira liberdade, enquanto eticidade, é não ter a vontade como seu fim, ou como um conteúdo subjetivo, egoísta, e por ser assim particular. 
 A liberdade como desenvolvimento e efetivação da idéia do Direito, não se dará senão na dimensão ético-política. Ou seja, essa dimensão só será possível na totalização de um conjunto que pensa o universal e não as necessidades individuais. Para Hegel é necessário haver na dimensão humana um elemento ordenador, que ponha permanentemente o projeto racional em exercício. Esse elemento é o Estado.
A realização do Direito não aconteceu em outro plano senão no histórico, palco de todos os dramas da humanidade, quer como grande momento de elevação espiritual, quer como estagnação permeada pela mediocridade. É na história que se processa o real. Dentro dessa materialidade, o homem encontra os elementos constitutivos do projeto do Direito enquanto a realização da vontade livre, que por sua vez garante sua efetividade. 
 Essa vontade livre deve superar a comunidade dos interesses pessoais e particulares que é a família, bem como o campo de batalha dos interesses individuais de todos contra todos, ou a Sociedade Civil. Essa caminhada da vontade livre, somente se realiza em ambiente capaz de guardar o universal como necessário, ou seja no Estado, que por sua própria natureza e pela vontade racional se desenvolve na formação e organização do real. 
 Ao contrário da família e da sociedade civil, o Estado decisivamente contribui para a prática do universal. No Estado o homem encontra as condições objetivas da vida Ética, no seu interior a norma assume um caráter imperativo. 
Do Estado sai a direção e determinação da objetividade do indivíduo. Como instância objetiva, concreta, torna o indivíduo possuidor de direitos e deveres. Hegel lê o Estado como árbitro natural que busca a prevalência do universal em detrimento dos interesses egoístas. O Estado não impede a liberdade do sujeito, ao contrário, ele o garante essa liberdade como idéia central do Direito, que é sua suprema realização. 
 O Estado é o reino da eticidade, é o centro gerador da normatividade, ou seja, dele partem leis cujo objeto-objetivo é a perpetuação da liberdade como o mundo governado pela razão. Somente o Estado assegura ao sujeito a possibilidade da liberdade e da igualdade, já que as leis são necessariamente racionais e universais. É na Constituição que se manifesta o coroamento da racionalidade estatal, por ser o momento onde a liberdade é assegurada por fundamentos concretos e não abstratos. Nela existe uma ordenação de determinações onde os papéis são claramente expostos.
 Dessa forma, o indivíduo não está sujeito aos humores subjetivos das vontades particulares, muito menos da opressão daqueles que exercem alguma autoridade estatal. Não há liberdade sem lei. A lei define, os limites da particularidade dentro do sistema de universalidade.
Só há liberdade sob o império da lei, fora dessa o que reina é a arbitrariedade, o sistema de necessidades implementando o egoísmo e o individualismo. A intenção central de Hegel é mostrar que a razão necessariamente se efetiva no mundo e não que ela seja, ou mesmo permaneça como uma idéia abstrata. Sua Filosofia do Direito sendo um tratado ético-político, é uma reflexão sobre a possibilidade da normatização. Assim sendo, é uma Filosofia da sociabilidade humana que personifica o esforço racional em universalizar o particular. 
 A tese hegeliana é a formação de uma vontade racional, profundamente necessária e universal, que não está subordinada às paixões, pois é obra da consciência. Consciência que superou a si mesmo e busca além de si a referência comunitária. Se em Hegel o homem é mais que indivíduo, sua efetividade é a própria vida comunitária, então indivíduo e comunidade se identificam, se necessitam logicamente por uma razão muitosimples: o particular existe no universal tanto quanto o homem existe na comunidade. 
 A Filosofia do Hegel prega esse coroamento da razão, onde o Estado é o palco histórico de sua existência.

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