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Maquiavel, Hobbes e Rousseau

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Maquiavel, Hobbes e Rousseau
NICOLAU MAQUIAVEL: 1469-1527
Observa com apreensão a falta de estabilidade política da Itália, dividida em principados e províncias onde cada um possui a sua própria milícia (geralmente formada por mercenários, que ganham dinheiro para manter a segurança do local). Observa-se um quadro caótico, onde o que impera são as milícias e o Estado não tem controle total sob a situação.
Diante desse cenário, ele escreve “O Príncipe”, onde defende o imoralismo. Essa primeira leitura do livro levou a criação do mito do “maquiavelismo”, que se estende até os dias de hoje. “Maquiavélica” é aquela pessoa astuciosa, traiçoeira, que para atingir seus fins usa da mentira sendo capaz de enganar tão sutilmente, que pode nos fazer pensar que estamos agindo livremente, quando na verdade estamos sendo manipulados por ela.
“OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS”
>O poder deve ser conquistado e mantido, e para isso justifica-se o poder absoluto. Alcançada a estabilidade, é possível e desejável a instalação do governo republicano. 
>O governante necessita do apoio do povo, já que este é melhor do que o apoio dos grandes, que podem ser traiçoeiros. 
Virtú e Fortuna: são expressões italianas utilizadas por Maquiavel para descrever a ação do príncipe.
	Virtú: significa virtude, no sentido de força/valor/qualidade de lutador/guerreiro vinil. Homens de virtú são homens capazes de realizar grandes obras e provocar mudanças na história.
Fortuna: entendida como “ocasião”, a qual o príncipe não deveria deixa-la escapar. De nada adiantaria um príncipe virtuoso se ele não soubesse ser precavido ou ousado, aguardando a ocasião propicia, aproveitando o acaso ou a sorte das circunstâncias.
A ética de Maquiavel analisa as ações em vista das consequências/resultados das ações políticas, e não em função de uma hierarquia de valores. Não se trata de um amoralismo, mas sim de uma nova moral centrada nos critérios de avaliação do que é útil à comunidade. Nesse sentido, as vezes é legitimo o recurso ao mal (o emprego da força coercitiva do Estado, guerras, emprego da violência, etc.)
*essa moral vive do relacionamento entre os homens e se houver a possibilidade de os homens serem corruptos, constitui dever do príncipe manter-se no poder a qualquer custo.
>Maquiavel distingue o bom governante (é forçado pela necessidade a usar da violência visando o bem coletivo) do tirano (age por capricho ou por interesse próprio).
>A avaliação moral não deve ser feita antes da ação política e sim a partir de uma situação especifica que é avaliada em função do resultado dela, já que toda ação política visa a sobrevivência do grupo todo, e não apenas de indivíduos isolados.
Pode-se dizer que a política de Maquiavel é realista, pois procura uma verdade efetiva, ou seja, “como o homem age de fato”. As observações das ações dos homens do seu tempo e dos estudos dos antigos levam-no à constatação de que os homens sempre agiram pelas vias da corrupção e da violência.
>Ele parte do pressuposto da natureza humana que é capaz do mal e do erros para analisar a política sem se preocupar em ocultar “o que se faz e não se costuma dizer”.
THOMAS HOBBES: 1588-1679
Preocupou-se com o problema do conhecimento, representando a tendência empirista. No século XVII o absolutismo encontra-se em vias de ser ultrapassado e enfrenta inúmeros movimentos de oposição, baseados em ideais liberais.
Estado da Natureza e Contrato:
No Estado de Natureza o homem tem direito a tudo, o jus naturale, que é a liberdade que cada homem possui de usar seu próprio poder, da maneira que quiser e para o que quiser. Causando um sentimento de medo/angustia nos outros homens.
“O HOMEM É O LOBO DO PROPRIO HOMEM”
As disputas geram a guerra de todos contra todos, cuja consequência é o prejuízo para a indústria/agricultura/navegação/ciência e para o conforto dos homens. 
>A nova ordem é celebrada mediante de um contrato.
Estado Absoluto:
O homem, não sendo sociável por natureza, será por meio de artifícios. 
Para Hobbes o poder do soberano deve ser absoluto e não cabe ao súdito julgar se o soberano é justo ou não/tirano ou não, pois é contraditório afirmar que o governante abusa do poder. Já que não há abuso quando esse poder é ilimitado.
Cabe ao soberano julgar sobre o bem e o mal, sobre o justo e o injusto, e ninguém pode discordar, pois tudo que ele faz é resultado do investimento da autoridade consentida pelos súditos.
	Leviatã: monstro bíblico cruel e invencível que simboliza, para Hobbes, o poder do Estado absoluto, mas que de certa forma protege as minorias/os “mais fracos”.
Cabe as Estado garantir que o que é meu me pertença exclusivamente, garantindo o sistema da propriedade individual/privada.
Para Hobbes o Estado surge de um contrato, pois o pacto visa garantir os interesses dos indivíduos, sua conservação e sua propriedade.
JEAN JACQUES ROUSSEAU: 1712-1778
Rousseau cria a hipótese dos homens em estado de natureza (jus naturale) vivendo sadios, bons e felizes enquanto cuidam de sua própria sobrevivência.
No momento em que é criada a propriedade privada, alguns homens passam a trabalhar para outros, gerando escravidão e miséria.
“O HOMEM É BOM E É A SOCIEDADE QUE CORROMPE ELE”
O contrato social, para ser legitimo, deve se originar do consentimento unanime, onde os homens irão abdicar todos os seus direitos em favor do contrato. Mas, como todos abdicam igualmente, na verdade, nenhum deles perde nada.
Para Rousseau, o contrato não faz o povo perder sua soberania, pois não é criado por um Estado separado dele mesmo. Assim, para ele, é o corpo coletivo que expressa, através da lei, a vontade de todos.
>Enquanto soberania ativa, o povo é considerado cidadão. Enquanto soberania passiva, o povo é considerado súdito. Então, o mesmo homem cidadão que faz a lei, também a obedece e submete-se à ela, sendo um homem súdito.
>Os aspectos avançados do pensamento de Rousseau estão no fato de denunciar a violência daqueles que abusam do poder conferido pela propriedade, bem como por ter desenvolvido uma concepção mais democrática de poder, baseada na soberania popular e no conceito-chave de vontade geral.
Educação:
A educação começa pelo desenvolvimento das sensações, dos sentimentos, pois, antes da 
"idade da razão" (15 anos), existe uma "razão sensitiva". É preciso não abafar os instintos, os sentidos, as emoções, os sentimentos que são anteriores ao próprio pensamento elaborado. 
Por isso Rousseau não dá valor ao conhecimento livresco transmitido, pois quer que a criança aprenda a pensar por si própria. Para ele, não se educa a criança nem para Deus, nem para a vida em sociedade, mas sim para si mesma.
Kant e Hegel
IMMANUEL KANT: 1724-1804
Escreveu a “Crítica da Razão Pura”, a “Crítica da Razão Prática” e a “Fundamentação da Metafisica e dos Costumes”.
Kant colocou a própria razão em julgamento.
Ele é contra os empiristas (tudo que conhecemos vem dos sentidos) e contra os racionalistas (é errado julgar que tudo que pensamos vem de nós).
Para superar essa contradição. Kant explica que o conhecimento é constituído da matéria (que são as próprias coisas) e da forma (somos nós mesmos).
Kant propõe que a razão estabelece um tribunal onde, ao mesmo tempo em que assegura suas legitimas aspirações, não aceite o conhecimento dogmático. Nesse tribunal, a razão encontra-se no banco dos réus e é também o juiz, pois soe ela tem competência para o autojulgamento.
Para Kant, os empiristas já haviam tentado uma solução, mas o resultado foi o ceticismo.
Enquanto o dogmatismo (racionalismo) tem a certeza sobre as coisas, o ceticismo (empirismo) faz delas o resultado da crença baseada no habito.
Essas vertentes coincidem em um aspecto: ambas falam de coisas. 
Kant busca superar essas vertentes e afirma que em vez de procurar o conhecer as coisas, é preciso examinar o próprio conhecimento antes.
O conhecimento se formula por proposições (juízos), e eles são:
Analíticos (a priori)
Não depende de nenhuma experiência. Ex: uma proposição do tipo “A é A” ou “A não é não-A”.Sintéticos (a priori e a posteriori)
Realizam sínteses, já que fazem a composição ou unificação de vários elementos. Soma da razão e da experiência
	 Sintéticos a priori: não necessita de experiência. Ex: “7 + 5 = 12” **sabemos que 
	 Sintéticos a posteriori: quando necessitam de experiência evidenciada. Ex: “está flor é vermelha”
Kant desenvolve essas questões na “Crítica da Razão Pura”, mas se depara com dificuldades insolúveis como a existência de deus, a imortalidade da alma, etc. os seres da metafisica não podem explicar uma experiência sensível de deus, logo esse tipo de conhecimento não existe, é impossível.
Na “Crítica da Razão Pratica”, Kant não aborda de imediato a filosofia moral, mas sim, sua fundamentação:
Ele não estabelece a classificação dos deveres (morais) do homem, mas antes os “os princípios de sua possibilidade, da sua extensão e limites”.
**uma boa vontade é boa em si mesma, por não estar submetida a inclinações humanas. Já a inteligência, a coragem e a felicidade não são coisas boas na sua totalidade, pois dependem do que façamos delas.
O dever (que também é bom em si) pode nos possibilitar uma vontade moral, isto é, quando o homem age por dever, sua ação possui um valor moral. Não interessa a finalidade da ação, apenas o princípio do querer, onde o valor moral do ato está na intenção.
O dever é a necessidade de cumprir uma ação por respeito à lei, onde a máxima de minha ação deve servir de máxima universal. O homem é possuidor da faculdade de agir por ser racional, só ele tem essa vontade, que é a razão pratica (pois a vontade é a faculdade de agir segundo regras, que são máximas universais)
Por sofrer influência das inclinações da sensibilidade, trava-se na vontade humana um conflito entre a razão e a sensibilidade. É desse conflito que a vontade vai ser constrangida pela razão e irá se originar os mandamentos ou imperativos.
Como a vontade humana é incapaz de obedecer as leis racionais sem ser coagida por elas, é necessário um dever como lei objetiva da razão, como controle da vontade, que são os imperativos:
	Imperativos hipotéticos: determinam nossas ações visando alcançar um certo fim, sendo assim, são os imperativos da habilidade e de prudência. Interesse
	Imperativos categóricos: nos apresentam uma ação como necessária em si mesma, ou seja, é uma ação moral que impõe mandamentos ou leis.
EXEMPLO: um aluno encontra o celular do professor na sala, e quando o devolve, pede meio ponto na nota ->hipotético
EXEMPLO: um aluno encontra o celular do professor na sala e o devolve sem pedir nada em troca. ->categórico
Analisando os princípios da consciência moral, Kant conclui que a vontade humana é verdadeiramente moral apenas quando regida por imperativos categóricos.
Kant elabora 3 máximas morais para o imperativo categórico:
	Primeira máxima- universalidade da conduta, onde agir por dever é agir por lei moral
	Segunda máxima- dignidade humana; a vontade humana seria legisladora, não estando ligada a nenhum interesse
	Terceira máxima- seria a formula de uma vontade boa, onde a vontade da a si mesma a sua lei, de forma autônoma
**na autonomia da vontade (terceira máxima) está a dignidade humana (segunda máxima). O homem tem autonomia, não recebe esta lei de fora, ele é seu próprio autor, impondo a si mesmo essa legislação.
Agir moralmente se funda exclusivamente na razão. A lei moral que a razão descobre é universal, pois não se trata de descoberta subjetiva (=descoberta individualmente), e é necessária, pois é ela que preserva a dignidade dos homens.
 “Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta”
A autonomia da razão para legislar supõe a liberdade e o dever, pois todo imperativo se impõe como dever. Suponhamos a norma moral “não roubar”:
•Para a concepção crista o fundamento da norma de encontra no sétimo mandamento de deus
	•Para os teóricos jusnaturalistas (Hobbes e Rousseau) ela se funda no direito natural, comum a todos os homens.
	•Para os empiristas a norma deriva do interesse próprio, pois o sujeito que a desobedece será submetido ao desprazer, à censura ou à prisão.
	•Para Kant, a norma se enraíza na própria natureza da razão; ao aceitar o roubo e consequentemente o enriquecimento ilícito, elevando a máxima (pessoal) ao nível universal, haverá uma contradição; se todos podem roubar, não há como manter a posse do que foi furtado.
A visão moral em Kant está fundamentada na ideia de dever, sendo que na crítica da razão pratica, seu ponto de partida é o conceito de liberdade, onde o pensamento é um exercício dessa liberdade.
Devemos refletir simplesmente na ação e escolhendo-a por si mesma, porque só um ter autônomo tem finalidade de ação genuína, por oposição a meros objetos de desejo.
A moralidade em Kant é independente do afeto, da piedade e da dedicação que são juízos subjetivos. Aplicado de forma universal, o dever kantiano é igual para todos os homens.
FRIEDRICH HEGEL: 1770-1831
A dialética realista de Hegel é uma filosofia do devir (do movimento, do vir-a-ser). Segundo a dialética, todas as coisas e ideias morrem. O movimento da dialética se faz em 3 etapas: tese, antítese (negação da tese) e síntese (é a superação da contradição entre tese e antítese). 
Para Hegel, é preciso explicar principalmente as condições de modificação e sentido que as mudanças apresentam em todos os aspectos da realidade, desde a percepção sensível até as revoluções políticas.
A consciência se põe como aquilo que percebe e nessa medida, como distinto do que é percebido. As sensações, no entanto, referem-se apenas ao aqui e agora. Elas se sucedem umas às outras, negando-se mutuamente. -> uma sensação de “é dia” logo é negada por uma como “é noite”
Dialética do senhor e do escravo:
O senhor realiza seu desejo de ser reconhecido como tal pelo escravo. Essa relação é dinâmica já que o escravo já que o escravo não é um elemento passivo. É a consciência do escravo que reconhece o senhor como tal. Logo, o senhor necessita do outro para afirmar-se e manter-se como senhor. Por outro lado, o escravo que dependente em princípio do senhor, torna-se senhor da consciência de seu próprio senhor/amo.
Hegel faz uma leitura otimista dessa alegoria. Ele se refere a uma dialética entre esses dois homens que lutam na busca da vitória, onde o vencedor pode matar o vencido. Mas, afim de ser reconhecido como ‘senhor’, o vencedor conserva o outro como ‘servo’. O senhor se descobre como dependente do ser do escravo e, o escravo recupera, de certa forma, a liberdade.
Para Hegel, o presente é retomado como resultado de um longo e dramático processo; a história é resultado do verdadeiro engendramento, de um processo cujo motor interno é a contradição dialética.
Ao explicar o movimento gerador da realidade, Hegel desenvolve a dialética idealista, onde a racionalidade não é mais um modelo a se aplicar, mas é “o próprio tecido real e do pensamento”.
O mundo é a manifestação da Ideia, “o real é racional e o racional é real’.
Tomando como ponto de partida a noção kantiana de que a consciência interfere na construção da realidade, Hegel propõe a filosofia do devir. Desse ponto de vista, o ser está em constante transformação, donde surge a necessidade de fundar uma nova lógica para dar conta da dinâmica do real.
Essa dialética ensina que todas as coisas e ideias morrem, então a ideia central é a de que a morte é criadora, é geradora.
EXEMPLO:
	
Tese- 
	Antítese- 
	Síntese-
O conhecimento estabelecido a partir de uma realidade dada, imediata, simples aparência, é chamado de conhecimento abstrato, ao qual opõe o conhecimento do ser real, concreto, que consiste em descrever o modo como uma realidade é produzida.
A razão passa desde a vida humana individual até a vida social e se manifesta como espirito subjetivo do homem, ainda encerrado na sua subjetividade (enquanto emoção, desejo e imaginação). Também se manifesta como espirito objetivo, onde o espirito exterior do homem, enquanto expressão da vontade coletiva, se realiza por meio damoral, do direito e da política.
O espirito objetivo se realiza naquilo que se chama mundo da cultura. Essa reação é superada pelo espirito absoluto, síntese final em que o espirito, terminando o seu trabalho, compreende-o como realização sua.
**A mais alta manifestação do espirito absoluto é a filosofia, quando o espirito atinge a absoluta autoconsciência.
O Estado é uma das mais altas sínteses do espirito objetivo. O que gera esse Estado é uma necessidade/objetividade coletiva, sendo este a síntese mais perfeita, que supera a contradição existente entre o privado e o público. Para superar as contradições que colocam em perigo a coletividade, é preciso reconhecer a soberania do Estado.
A filosofia do Direito tem por finalidade buscar o entendimento do conceito do direito e a sua realização.
O Direito não está subordinado à sorte empírica ou experimentação particular. É um objeto filosófico de conhecimento e aplicabilidade.
Hegel leva em consideração a lei como produto cultural. Ela não é uma vontade particular fora de sua realidade temporal. Algo nem antes nem depois, a lei, como qualquer produção humana, pertence ao espirito do momento.
É tarefa do filosofo configurar o direito como a ação mais importante da sociedade.
É o indivíduo fazendo uso das instituições jurídicas com o propósito de nelas realizar um fim universal. O direito em Hegel se aplica como universalidade positiva.
Hegel também situa o homem nas dimensões ética e política, já que essas duas dimensões necessariamente existem numa unicidade. A dimensão política é a realização da vida ética com a existência de valores tomados como universais na garantia da efetividade do direito.
Hegel garante ao Estado o papel de promover o Direito como um dever, onde as relações visam superar o particular, por meio de ações reciprocas, na construção comunitária da sociedade civil.
Não basta dizer que o homem é livre. Nossa liberdade não será realizada no privado, e sim na comunidade, pois é nela que nos igualamos.
Ao contrário da família e da sociedade civil, o estado decisivamente contribui para a pratica do universal. No Estado, o homem encontra as condições objetivas da vida ética, no seu interior a norma assume um caráter imperativo.
Hegel lê o Estado como arbitro natural que busca a prevalência do universal em detrimento dos interesses egoístas. O Estado não impede a liberdade do sujeito, ao contrário, ele garante essa liberdade como ideia central do direito, que é sua suprema realização.
É do Estado que partem as leis. E é somente ele que assegura ao sujeito a possibilidade da liberdade e da igualdade.
Não há liberdade sem lei, fora dessa, o que reina é a arbitrariedade, o sistema de necessidades implementando o egoísmo e o individualismo.
A tese hegeliana é a formação de uma vontade racional, profundamente necessária e universal, que não está subordinada às paixões, pois é obra da consciência. Se em Hegel o homem é mais que indivíduo, sua efetividade é a própria vida comunitária. Sendo assim, indivíduo e comunidade se identificam, se necessitam logicamente por uma razão muito simples: o particular existe no universal tanto quanto o homem existe na comunidade. A filosofia de Hegel prega esse coroamento da razão, onde o Estado é o palco histórico de sua existência.
Karl Marx
1818-1883
Foi um economista, filosofo e sociólogo alemão. 
Materialismo Dialético: considera os fenômenos materiais como possíveis processos de mudança.
-A consciência, não é consequência passiva da matéria, por isso, pode reagir sobre aquilo que a determina.
	-O conhecimento liberta o homem por meio da ação deste sobre o mundo, e possibilita inclusive a ação revolucionaria de mudança.
Materialismo Histórico: é a explicação da história por fatores materiais, ou seja, fatores econômicos, sociais e técnicos.
Para o marxismo, no lugar das ideias, estão os fatos materiais e no lugar dos heróis, está a luta de classes.
A sociedade é dividida em infraestrutura e a superestrutura: 
	->a infraestrutura constitui a base econômica, engloba as relações do homem com a natureza e as relações dos homens entre si. Como um exemplo do que está na infraestrutura temos as relações de trabalho.
	->a superestrutura é constituída pela estrutura jurídico-política e pela estrutura ideológica. Como exemplo do que está na superestrutura temos o Estado, o Direito, a Filosofia, as Leis, a Religião, etc. Aqui ocorre a sujeição ideológica da classe dominada, cuja cultura e modo de vida reflete as ideias e os valores da classe dominante.
*para se dar bem na superestrutura é necessário estar indo bem na infraestrutura. Ou seja, a infraestrutura determina a superestrutura.
É analisando o contrato que os homens estabelecem com a natureza para transforma-la por meio do trabalho e as relações em si, que se descobre como eles produzem sua vida e suas ideias.
Ao analisar o ser social do homem, ou sua Práxis, Marx desenvolve uma nova antropologia, segundo a qual não existe uma “natureza humana” idêntica em todo tempo e lugar.
O existir humano decorre do agir, pois o homem se autoproduz à medida que transforma a natureza pelo trabalho. Assim, o trabalho é um projeto humano.
Práxis é a ação humana de transformar a realidade, é a união dialética da teoria e da pratica.
As relações fundamentais de toda sociedade humana são as relações de produção, que revelam a maneira pela qual os homens usam as técnicas e se organizam por meio da divisão do trabalho social.
O modo de produção é a maneira pela qual as forças produtivas se organizam em determinadas relações de produção num dado momento histórico.
Essas forças produtivas só podem se desenvolver até certo ponto, pois ao atingirem um nível por demais avançado, entram em contradição com as antigas relações de produção, que se tornam inadequadas.
Assim, surgem as divergências e a necessidade de uma nova divisão de trabalho. A contradição aparece como luta de classes.
Capitalismo:
-burguês x proletário
-Mais-valia: produção de mercadorias
-força de trabalho <-> salario
-salario: corresponde ao custo de manutenção do trabalhador e de sua família.
-operário x escravo: o operário recebe um salário a partir de um contrato livremente aceito entre as partes.
-como o operário vende sua forca de trabalho ao capitalista (burguês), todo o seu valor e todo o produto produzido por ele pertence ao capitalista.
Ao desenvolver o conceito de alienação, Marx descobre que sua origem é na vida econômica, quando o operário vende sua forca de trabalho, o produto que resulta do seu esforço não mais lhe pertence, e sim àquele que o “comprou”.
Com o aceleramento da produção, o operário executa cada vez mais apenas uma parte do produto e o ritmo do trabalho é dado exteriormente e não obedece ao próprio ritmo natural do seu corpo.
O produto surge como um poder separado do produtor.
Fetichismo da mercadoria->a mercadoria vale por si mesma, como realidade autônoma e determinante da vida dos homens.
A reificaçao do homem acontece quando a mercadoria se humaniza e obriga o homem a sucumbir às forças das leis do mercado. A consequência é a desumanização do homem.
A ideologia impede que o proletário tenha consciência da própria submissão e esconde que o Estado é uma expressão dos interesses da classe dominante.
Para Marx, o Estado não supera as contradições da sociedade civil, mas é o reflexo delas e está ai para perpetua-las. Portanto, o Estado é um mal que deve ser extirpado.
Ao lutar contra o poder da burguesia, o proletariado deve destruir o poder estatal por meio da revolução. Mas, ao contrário dos anarquistas, Marx acredita que deve haver uma transição da sociedade dominada pelo Estado burguês para s sociedade sem Estado.
Ao novo Estado se dá o nome de “Ditadura do proletariado” uma vez que o fortalecimento continuo da classe operaria é indispensável enquanto a burguesia não tiver sido liquidada como classe no mundo inteiro.
Nietzsche e Heidegger
FRIEDRICH NIETZSCHE: 1844-1900
Direcionou seu foco para o estudo da Moral, da Religião, das Ciências e dasArtes.
Sua filosofia possui caráter assistemático e fragmentário
Ele afirma que todo saber chega mais pela percepção do que pela razão
Nietzsche valoriza os mitos primitivos e diz que as manifestações artísticas são muito mais perceptíveis que a intelectualidade de Parmênides
A origem da tragédia está no primeiro pensamento nietzschiano -> é uma contradição entre o Espirito Apolíneo (da forma e da beleza) e o Espirito Dionisíaco (da inspiração e da embriaguez), que constituem a sabedoria trágica da cultura ocidental
Para ele a moral racionalista foi inventada pelos fracos para controlar e dominar os fortes.
Ao inverter os valores, o pensamento medieval atribuiu aos pobres e sofredores o “valor do bem”, aqueles que terão o reino de deus
Nietzsche vai definir o filosofo racionalista como a ma-consciência de seu tempo, já que este valoriza a razão acima de toda e qualquer sensação
A tarefa essencial da filosofia é a educação superior da humanidade, ou seja, sua finalidade é a questão da existência humana
Ele indica 3 períodos da metamorfose do espirito:
Espirito -> camelo (tu deves)
Os fortes são transformados em fracos, é o que a sociedade impõe, o que te obrigam a fazer. São dogmas impostos pela moral e religião, não somos livre
Camelo -> leão (eu quero)
Quando a pessoa começa a querer/almejar coisas. Quando o espirito se torna niilista (autônomo e independente, onde se desvalorizam os valores supremos)
Leão -> criança (eu sou)
Sem medo das escolhas, das opções. Se algo der errado, deu errado. Vamos poder escolher quem queremos ser e o que queremos fazer
A morte de deus (conceito) implica a desvalorização dos valores morais. Logo o fim do deus cristão será o fim da moral por ele sancionada e de todos os substitutos do cristianismo. -> acaba com toda e qualquer ideia de mandamento de como você deve se comportar.
Nietzsche entende por niilismo a desvalorização dos valores supremos, ou da ideia de “dever’, com a morte de deus. Também significara que nada é verdadeiro, e por conta disso, tudo é permitido
Se não há mais um “mundo verdade”, o “espirito livre” saberá que existem apenas diferentes interpretações e sua tarefa será interpretar essas interpretações 
Se o cristianismo não é mais a verdade, ele será apenas uma perspectiva entre todas as outras, e é como tal que ele deve ser analisado
Para analisar o valor de nossa moral, Nietzsche vai opor dois universos espirituais: o dos senhores e o dos escravos. Essa oposição designa ao mesmo tempo um contraste entre modos de existência
Nossa moral é de escravos, e seus valores vão se tecendo em torno de um certo ideal de convivência. Nosso imaginário social se desenha como um ponto ótimo quando há uma convivência isenta de conflitos, onde se pensa que viveremos nossa “felicidade”
Esse ideal de convivência supõe uma determinada antropologia: se esses indivíduos não entram em conflito é porque não aspiram a mais nada, suas vontades estão paralisadas e por isso vivem a felicidade definida como resignação 
Assim, nossa moral vai pregar no “tu deves” as qualidades que adocicam a vida, como a piedade, o desinteresse, todo um ideário de “esgotados”, que apenas exprime uma vontade anêmica
E é essa mesma vontade anêmica que está na origem de nosso desejo de crenças e convicções, nossa perpetua necessidade de apoio em uma verdade/religião/consciência politica
Para Nietzsche nossa civilização enaltece a obediência e coloca o comando ao lado da ma-consciência, promovendo como figura do homem alguém preparado apenas para obedecer
Ao lado de nossa moral e de nosso ideal de convivência, que se pensam únicos, existiu outra moral e outro modo de encarar a existência
Essa alternativa era a vida grega (antes da decadência platônica) onde existia um ideal de convivência exatamente oposto ao nosso que é uma vida construída a partir do conflito, e não de sua supressão
E o mundo será agora aquele do escravo, onde o indivíduo sofre com o mundo, se ressentindo dele. O ressentimento será a mola propulsora desses sofridos, que deseja vingar-se do senhor e negar seu mundo
O que Nietzsche nos ensina ao final da genealogia da moral é que não foi a dor, e sim a falta de sentido da dor que atormentou os fracos, e, para encontrar esse sentido eles inventaram seus ideais
Toda a civilização crista será um anestésico ideológico para uma existência sofredora, e é exatamente esse sentido da dor que desaparece quando ocorre a desvalorização dos valores. Seu resultado será o niilismo como estado psicológico: a experiência de que a existência “não vale a pena”
Em outras palavras, o niilismo como desvalorização dos valores faz surgir o niilismo como desvalorização da existência
Ela é apenas dor, e dor sem sentido. O que ressurge é a nua experiência da vida que tinham os fracos, despojada apenas da vestimenta ideológica que lhe dava sentido
E o niilista será agora uma consciência infeliz, pois sabe que o mundo, tal como deveria ser, não existe, e sente que o mundo que existe não deveria ser
Ser bom para Nietzsche, vai muito mais longe do que ser aquele que não ultraja, que ninguém fere, não ataca, que não acerta contas
A mentira costuma purificar, possibilitando à grande maioria dos morais, aos fracos e oprimidos, enganar a si mesmos com a sublime falácia de interpretar a fraqueza como liberdade e resignação como mérito
A moral crista imprimiu algo a fogo, para que permaneça na memória, já que o mal é aquele que não tem virtude e o bom é aquele que aceita os mandamentos
A moral racionalista transformou tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vicio, falta, culpa, impondo a eles, com os nomes de “virtude” e “dever” tudo aquilo que oprime a natureza humana
A moral dos escravos nega os valores vitais e resulta na passividade, na procura da paz e do repouso. Esta moral de rebanho é nociva ao homem
Só o “super homem”, aquele que está acima do bem e do mal, pode começar essa mudança dos valores.
MARTIN HEIDEGGER: 1889-1976
Afirma que o ser se manifesta no único “ente” que pode “falar” sobre o ser. Este ente é o homem, pois é dotado de racionalidade para buscar pelo entendimento do sentido do ser
Este ente (que somos nós), heidegger define como dasein, ser-ai, ser-no-mundo e pre-sença. Dessa forma, a primeira característica do homem dasein é sempre se encontrar em uma situação, lançado nela e de forma ativa nessa relação
Diferente das coisas, que são objetos e que estão à disposição do homem, passiveis de serem usadas, o homem é o ente que embora também seja lançado no muno, é diferente das coisas, pois as perceber ele se diferencia do que está simplesmente presente e ao seu dispor
O modo de ser do dansein, ou seja, sua existência, se caracteriza por se projetar por se lançar para o futuro
Logo, a essência/natureza do dasein consiste em ser existente, em ser aberto para todas às possibilidades
Por sermos assim, cada existência é originalidade e unicidade, é decisão que caminha para suas escolhas
Existir é projetar-se, por isso, existência é essencialmente transcendência/superação. Essa é a marca característica da visão filosófica de heidegger
O ser humano é projeto e as coisas do mundo são utensílios e instrumentos em função de sua projeção. O homem compreende uma coisa quando pode ter um entendimento dela e compreende-se a si própria quando entende o significado de sua existência, isto é, quando percebe suas possibilidades
Não existe sujeito sem mundo. Na noção de intencionalidade, o ser humano não constitui uma consciência separada do mundo: ser é “ser lançado” no mundo
Quando simplesmente adotamos posturas passivas diante dos outros e das coisas, estamos diante de uma forma inautêntica de existência
Porém, quando buscamos entender nossas possibilidades e a liberdade que temos diante das manifestações existenciais, temos um ser autêntico, que sabe dos desafios de ser o sujeito de suas próprias escolhas
Para heidegger, o que caracteriza o homem é o que ele faz com a sua própria existência, isto é, com o seu vir-a-ser, ou com o seu projeto
Mas o homem também constrói uma existência inautênticaquando não questiona sua existência e atribui aos objetos importância desnecessária e de dependência existencial
Uma vida marcada pela superficialidade, é inautêntica para heidegger
Fugir das responsabilidades é viver uma existência inautêntica
Surge do sentido que o ser humano da a sua ação, a autenticidade ou a inautenticidade para sua existência
A autenticidade se projeta no tempo, sempre em direção ao futuro. É o lançar-se continuo para às possibilidades sempre renovadas. Entre essas possibilidades está uma que é a mais privilegiada e inexorável de todas, que é a morte
Ao parecer no cotidiano, a morte como condição máxima de “situação-limite”, vai nos possibilitar uma experiência sobre ela, apesar de não haver experiência da própria morte, o ser autêntico a tematiza
A morte para heidegger, é a possibilidade da impossibilidade de todos os projetos
Se a consciência autentica nos revela o sentido da morte e a nulidade de todo nosso projeto, a perspectiva da morte nos leva ao entendimento positivo de sua finalidade, que é a consciência da própria finitude.
Outro conceito importante em heidegger, é a angustia. Esse fenômeno se manifesta também como abertura privilegiada do dasein, onde tem na angustia sua possibilidade de poder-ser
Essa possibilidade ontológica do dasein indaga pelo sentido do seu próprio ser, por ser a angustia uma maneira originaria e direta de abrir o mundo como nosso, de possibilitar ao dasein ser-livre
Mas é por um outro fenômeno, o da de-cadência que o dasein é lançado no cotidiano. Ele vai de-cair, vai ser lançado pela facticidade no modo de ser do cotidiano, como possibilidade, como poder de ser próprio (autentico) e improprio (inautêntico)
O falatório, a curiosidade e a ambiguidade expressam o de-cair do dasein
Na de-cadencia o dasein foge de si mesmo, ele não coloca diante de si e, se é fuga de si mesmo, seu ser é improprio, por estar totalmente envolvido pelo mundo, preocupado, ocupado com as coisas do mundo
O ameaçador que aqui angustia a angustia é o nada. O nada existe como total insignificância, como aquilo que não está em lugar nenhum, porem sempre ameaçador. Esse nada, que não é ausência de mundo e sim mundo, nos responde que, assim sendo, é com o mundo que a angustia se angustia, ou com seu próprio ser
Se o dasein, no angustiar-se, possibilita abertura originaria e direta com o mundo, a angustia é sim uma disposição privilegiada. A angustia nos leva diretamente ao que estamos sentindo ou como se está. Logo, na angustia, nos sentimos “estranhos” e a sensação de estranheza é provocada quando estamos longe do que nos é familiar, quando não estamos em casa
O ser é improprio, por estar totalmente envolvido pelo mundo, preocupado, ocupado com as coisas do mundo. Logo, a angustia é uma abertura privilegiada por propiciar ao dasein entrar em contato com o seu próprio ser
Ao angustiar-se, e por consequência perceber-se como modo de ser-no-mundo, a angustia abre possibilidades do dasein, escolher ser. Escolher ser próprio ou improprio, propriedade ou impropriedade como modo de ser da de-cadencia
Passado, presente e futuro encontram-se profundamente articulados. Uma vez que o cuidado presente, que antecipe as possibilidades futuras, surge do passado e o implica. Enquanto o passado é um retorno à situação de fato, o presente traz a marca da ocupação, do estar preso, e o futuro é um pretender-se
Dependendo do tratamento que o tempo recebe tem-se uma vida autentica ou inautêntica. Um exemplo de tempo autentico é a preocupação excessiva com o sucesso ou o êxito
O tempo autentico, considerando-se a atitude diante desse tempo, é o primado do futuro fundamental, não permite ao homem ficar preso passivamente à tradição, nem ser envolvido nas possibilidades do momento, meramente
O tempo autentico pede decisão, definição, auto-destinaçao
O ser passa por um lento e progressivo processo de desvelamento. Esse desvelamento do ser acontece na linguagem
O desafio e o convite ao homem é o de tornar-se livre para a verdade fundamental que vai se desvelando progressiva e silenciosamente
Contrariamente a essa vida autentica, a cultura ocidental traz uma excessiva ênfase ao mundo técnico-cientifico, que acarreta num esquecimento do ser
A técnica é o resultado daquele desenvolvimento pelo qual, esquecendo-se o ser, o homem se deixou arrastar pelas coisas, tornando a realidade um puro objeto a dominar e explorar
A perda da dimensão do cuidado revela uma vida inautêntica. O que caracteriza o daisen é o cuidado de construir-se no tempo, onde o futuro é um conjunto de possibilidades abertas. Mas temos que reconhecer igualmente nossa finitude e a realidade da morte
O humanismo de heidegger é aquele que “pensa a humanidade do homem desde a proximidade do ser”. O ser que está em jogo, portanto, não é o homem, mas sim sua história e origem, do ponto de vista da verdade do ser
Em suma, o homem, enquanto portador da língua, é um ser privilegiado para responder como o seu ser-ai deve ser compreendido na sua condição temporal.
Jean Paul Sartre
1905-1980
Seu pensamento é muito conhecido e gerou uma “moda existencialista”.
Sua produção intelectual foi marcada pela Segunda Guerra Mundial e pela ocupação nazista da França. Daí questões como liberdade e engajamento.
Pelo engajamento, a liberdade deixa de ser apenas imaginaria e passa a estar situada e comprometida na ação.
Essência e Existência 
A existência precede a essência.
A essência é o que faz com que uma coisa seja o que ela é, e não outra coisa.
->quando um fabricante faz alguma coisa, tem antes em mente o ser do objeto que será fabricado.
Natureza Humana
Dessa concepção de Deus como criador do destino humano deriva a noção de que o homem teria uma natureza humana, encontrada igualmente em todos os homens.
Mas essa não é a posição de Sartre, que não aceita a concepção de criação divina para o homem a partir de um modelo.
Ao contrário das coisas e animais, no homem a existência precede a essência e isso significa que “o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo e só depois se define”.
O homem não é definível, pois primeiramente não é nada. Assim, não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber.
A Liberdade e a Angustia
Só o homem existe (ex-siste) porque o existir do homem é um “para-si”. Sendo consciente, o homem é um “ser-para-si” pois a consciência é auto-reflexiva, pensa sobre si mesma, é capaz de pôr-se “fora” de si. Portanto, a consciência do homem o distingue das coisas e dos animais, que são “em-si”, ou seja, como não são conscientes de si, também não são capazes de se colocar “do lado de fora” para se auto-examinarem.
Condenado a ser Livre
O homem sartriano descobre que, não havendo essência ou modelo para lhe orientar o caminho, seu futuro se encontra disponível e aberto, estando portanto, irremediavelmente “condenado a ser livre”.
Se o homem é livre, é responsável por tudo aquilo que escolhe e faz. A liberdade só possui significado na ação, na capacidade do homem de operar modificações no real.
A Má-Fé
Eis que o homem, ao experimentar a liberdade, e ao sentir-se como um vazio, vive a angustia da escolha. Muitas pessoas não suportam essa angustia e fogem dela, aninhando-se na má-fé.
A má-fé é a atitude característica do homem que finge escolher, sem na verdade escolher. Imagina que o seu destino está traçado, que os valores são dados, aceitando as verdades exteriores, “mente” para si mesmo, simulando ser ele próprio o autor dos seus próprios atos, já que aceitou sem críticas os valores dados.
*Má-fé é transformar-se em ser-em-si
O homem que recusa a si mesmo aquilo que fundamentalmente o caracteriza como homem, ou seja, a liberdade, torna-se “safado”, “sujo”, pois nesse processo recusa a dimensão do “para-si” e torna-se “em-si”, semelhante às coisas.
Sartre descreve o garçom cuja função exige que ele aja não como um “ser-para-si”, mas como um “ser-para-outro”, comporta-se como deve se comportar um garçom, desempenhando o papel de garçom, de tal forma que ele se vê com os olhos dos outros.
ResponsabilidadeSartre foi acusado de que seu existencialismo poderia fazer supor um individualismo.
Com efeito, não há dos nossos atos um sequer que, ao criar o homem que desejamos ser, não crie ao mesmo tempo uma imagem do homem como julgamos que deve ser.
Escolher isto ou aquilo é afirmar ao mesmo tempo o valor do que escolhemos, porque nunca podemos escolher o mal, o que escolhemos é sempre o bem, e nada pode ser bom para nós sem que o seja para todos.
Se a existência, por outro lado, precede a essência e se quisermos existir, ao mesmo tempo que construímos nossa imagem, esta imagem é válida para todos e para toda a nossa época. Assim, a nossa responsabilidade é muito maior do que poderíamos supor, porque ela envolve toda a humanidade.
Assim, Sartre fala sobre a responsabilidade de ser livre de escolher sempre o melhor que podemos ser.
O Absurdo
Sartre também discute a questão da morte. Ele retira qualquer sentido da existência. A morte é a “modificação” dos nossos projetos, ou seja, a certeza de que um nada total nos espera.
Sartre conclui pelo absurdo da morte e, simultaneamente da vida, que é uma “paixão inútil”, pois se nós temos de morrer, nossa vida não tem sentido.
O conceito de náusea refere-se justamente ao sentimento experimentado diante do real, quando se toma consciência de que ele é desprovido de razão de ser, absurdo.
Significado da Existência
As coisas não se impõem, simplesmente existem. Se o ser-em-si existe como coisa dada, como um ser que é o que é, o que Roquentin (personagem do romance de Sartre) passa a perceber é o significado da existência ou como as coisas existem e para que existem.
Roquentin vive em uma espécie de cenário onde apenas observa a superfície e não mergulha na sua essência. Acometido pela náusea, percebe que a existência perdeu seu caráter abstrato.
O personagem sartriano representa a mentalidade burguesa, o retrato do intelectual sem espirito critico, aquele que vive em um mundo imaginário, onde ele acredita ser o centro das atenções.
A náusea mostra para Roquentin como ele adota condutas de Má-fé durante toda a sua vida, mentindo para si mesmo para que sua existência tivesse o sentido que sempre acreditou ter.
ser-para-si
homem
existência precede essência
(heráclito)
ser-em-si
coisas
essência precede existência
(parmênides)

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