Slide Poder Executivo

Prévia do material em texto

Poder Executivo I
Direito Constitucional
Poder Executivo
- A função típica do poder executivo é a de administrar. 
No Brasil, como adotamos o sistema presidencialista de governo, o chefe do executivo cumula as atribuições de chefe de estado e chefe de governo
 De forma atípica, o chefe do executivo realiza funções legislativas ao vetar ou sancionar uma lei, ao iniciar um projeto de lei, nas hipóteses de sua competência, e, ainda, ao editar medidas provisórias e leis delegadas.
- No âmbito federal, conforme artigo 76 da CF, o executivo é chefiado pelo Presidente da República, que se vale do auxílio dos Ministros de Estado. 
	
Requisitos para concorrer ao cargo de Presidente:
a) brasileiro nato;
b) com mais de 35 anos 
Requisitos para ser Ministros de Estado: ser brasileiro, maior de 21 anos e estar no exercício dos direitos políticos. Dentre os diversos ministros que auxiliam o Presidente da República, apenas um deles a Constituição exige que seja brasileiro nato, que é o Ministro do Estado da Defesa (art. 12, §3º,VII). Os demais cargos de Ministros podem ser ocupados tanto por brasileiros natos quanto por naturalizados (arts. 87 e 12, §2º, ambos da CF.)
- No âmbito estadual, o executivo é chefiado pelo Governador do Estado (artigo 28 da CF). Auxiliam o chefe do executivo estadual o Vice-Governador e os Secretários Estaduais.
- Requisitos: ser brasileiro e ter mais de 30 anos. 	
No Distrito Federal também é o governador quem chefia o executivo, valendo-se, para tanto, do auxílio dos seus Secretários Distritais (artigo 32, §2º, da CF).
-No âmbito municipal, o executivo é comandado pelo Prefeito. Requisitos: ser brasileiro e possuir, pelo menos, 21 anos (artigo 14, §3º, VI, “c”, da CF).
O Vice-Prefeito e seus Secretários Municipais auxiliam diretamente os Prefeitos. 
Mandato: 4 anos, admitida uma reeleição para um único período subsequente.
A eleição do Presidente e do Vice-Presidente ocorre no primeiro domingo de outubro, em 1º turno, e, havendo a necessidade de um 2º turno, ou seja, quando nenhum dos candidatos que participaram do primeiro turno obtiverem a maioria absoluta dos votos, tal votação se dará no último domingo de outubro do ano anterior ao término do mandato presidencial vigente. 
Agora, se antes do 2º turno houver morte, desistência ou impedimento legal de candidato, será convocado, dentre os remanescentes, o de maior votação.
Além disso, no âmbito dos municípios só haverá segundo turno se o número de eleitores for superior a duzentos mil (art. 29, II, da CF).
Conforme o parágrafo 3º do artigo 77 da Constituição, os dois candidatos mais votados no primeiro turno concorrem à vaga. 
- Sistema majoritário: considera-se eleito o candidato que obtiver a maioria absoluta dos votos válidos, não sendo computados os votos em branco e os nulos (art. 77, § 2º, da CF).
Posse: ocorrerá no dia primeiro de janeiro do ano seguinte à sua eleição. O Presidente e o Vice-Presidente tomarão posse em sessão do Congresso Nacional, prestando o compromisso de manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil.
O parágrafo único do artigo 78 dispõe que passados dez dias da data fixada para a posse e o governante, salvo motivo de força maior, não tiver assumido o cargo, este será declarado vago.
 
Sucessão e substituição presidencial
a) Sucessão – ausência definitiva
- Nessas hipóteses, a ausência do Presidente se dá de forma definitiva, ou seja, ele sai do cargo e não volta mais. Os exemplos mais comuns são: morte do Presidente, afastamento em virtude de um processo de impeachment, invalidez permanente etc. 
b) Substituição – ausência temporária
- Nessas hipóteses, a ausência do Presidente se dá de forma transitória, passageira, ou seja, ele sai e posteriormente retorna ao cargo. Exemplos: afastamento médico, se houver sido suspensas suas funções em decorrência de um processo judicial etc. Nesses casos o Presidente fica impedido de atuar. 
- Art. 80 da CF - 	“CASESU” 
 O Presidente será substituído, em primeiro lugar, pelo Vice-Presidente, se ele também ficar impedido de assumir o cargo, será chamado ao exercício da Presidência o Presidente da Câmara, depois o Presidente do Senado e por último o Presidente do Supremo, sucessivamente.
- Apenas o Vice-Presidente poderá ocupar o cargo da Presidência de forma definitiva, os demais somente substituirão o Presidente de forma temporária, provisória. Determina o artigo 81 da CF que, vagando os cargos de Presidente e de Vice, deverá ser realizada nova eleição, depois de aberta a última vaga. Tal pleito se dará de duas formas:
 
1º – ocorrendo a vacância dos cargos de Presidente e Vice-Presidente da República nos dois primeiros anos do mandato presidencial, novas eleições diretas deverão ser feitas dentro do prazo de 90 dias, depois de aberta a última vaga (art. 81, caput);
2º – ocorrendo a vacância dos dois cargos (Presidente e Vice) nos últimos dois anos do mandato presidencial, o Congresso Nacional é que escolherá o novo Presidente e Vice-Presidente da República, por meio de uma eleição que se dará dentro do prazo de 30 dias depois de aberta a última vaga (art. 81, §1º). É importante destacar que é o único caso de eleição indireta previsto na Constituição Federal.
- Nas duas hipóteses os eleitos cumprirão tão somente o período que falta para terminar o mandato de seus antecessores (art. 81, §2º, da CF). É a hipótese do chamado mandato-tampão.
 
- As novas eleições, diretas ou indiretas, ocorrerão somente nos casos de vacância, ou seja, nos casos em que o Presidente e o Vice se afastam do cargo de forma definitiva. 
 O Presidente e o Vice não poderão ausentar-se do país por período superior a 15 dias, salvo se tiverem autorização do Congresso Nacional, sob pena de perderem o cargo (art. 83 da CF)
Atribuições do PR (art. 84 da CF ): são, em regra, delegáveis e o rol é exemplificativo.
a) Regulamentar normas: é de competência do Presidente, mediante decreto, sempre focado na fiel execução da lei, a regulamentação de normas;
b) Relacionar-se com Estados estrangeiros: cabe ao Presidente manter relações com os Estados estrangeiros; acreditar seus representantes diplomáticos; celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional; permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente; 
c) Nomear autoridades para ocuparem cargos: nomear e exonerar os Ministros de Estado (art. 84, I, CF); nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do banco central e outros servidores, quando determinado em lei (art. 84, XIV, CF);  
d) Nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos (art. 84, XIII, CF); nomear os Ministros do Tribunal de Contas da União (art. 84, XV, CF); nomear os magistrados, e o AGU (art. 84, XVI, CF) e nomear membros do Conselho da República
e) Atuações no processo de formação das leis (processo legislativo): o Presidente da República inicia projetos de lei e de emendas constitucionais, nos casos determinados pela Constituição. Também participa, quando da edição de leis, da fase deliberativa, vetando ou sancionando projetos de lei. 
Além dessas atuações, ao promulgar e mandar publicar as leis e emendas, o Presidente atua no processo legislativo na fase complementar. E, por último, ao editar medidas provisórias (art. 84, XXVI, CF) e leis delegadas (art. 68 da CF), o Presidente está exercendo uma função atípica, nessecaso, a legislativa.
f) Atuações nos “estados de exceção”: ao chefe do executivo é dada a atribuição de decretar o estado de defesa e o estado de sítio (art. 84, IX, da CF); decretar e executar a intervenção federal (art. 84, X, da CF); declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizada pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional (art. 84, XXII, da CF);
g) Direção superior da administração federal: cabe ao Presidente da República exercer tal função, auxiliado pelos Ministros de Estado.
h) Disciplinar, por meio de decreto, sobre: 
i) organização e funcionamento da administração federal quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos e 
ii) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos; 
i) Conceder indulto e comutar penas: é da competência do Chefe do Executivo conceder tais benefícios por meio da expedição de decreto. O indulto é concedido nos finais de ano, quando da comemoração do natal. 
j) Comandar as forças armadas: o Presidente da República comanda as forças armadas. Elas têm por finalidade a proteção militar do país e a defesa da ordem interna, além de protegerem a lei e atuarem de acordo com o que ela determina.
l) Convocar e presidir Conselhos: o Chefe do Executivo é quem convoca e preside o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional.
 
m) Celebrar a paz: o Congresso Nacional pode autorizar o Presidente a celebrar a paz ou referendar uma determinação já formulada por ele.
n) Demais atribuições: cabe ainda ao Chefe do Executivo enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição; prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de 60 (sessenta) dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior; prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei; além de outras atribuições dispostas na Constituição.
(OAB/Exame Unificado) Assinale a opção correta acerca do Poder Executivo.
(A)	O presidente e o vice-presidente da República não podem ausentar-se do país, por qualquer período de tempo, sem licença do Senado Federal, sob pena de perda do cargo.
(B)	Será considerado eleito presidente da República o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os votos em branco e os nulos.
(C)	Em casos de vacância ou de impedimento do presidente e do vice-presidente da República, serão chamados ao exercício da Presidência da República, sucessivamente, o presidente do Senado Federal, o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do STF.
(D)	O presidente da República somente poderá ser processado e julgado, nas infrações penais comuns, perante o STF, com a prévia anuência do Senado Federal.
A: errada. A regra existe e está expressa no art. 83 da CF, mas a ausência não é por qualquer tempo e sim por período superior a quinze dias; B: correta. Trata-se da redação do art. 77, § 2º, da CF; C: errada. Em primeiro lugar chama-se o Presidente da Câmara, que é o representante do povo (detentor do poder), depois o Presidente do Senado, representante dos Estados e, por fim, o Presidente do STF, conforme art. 80 da CF; D: errada. De fato é o STF quem julga o Presidente na hipótese de crime comum, mas a anuência ou juízo de admissibilidade para o processo e julgamento quem faz é a Câmara de Deputados, por dois terços dos votos (art. 86 da CF). Gabarito “B”
(C)	Em casos de vacância ou de impedimento do presidente e do vice-presidente da República, serão chamados ao exercício da Presidência da República, sucessivamente, o presidente do Senado Federal, o presidente da Câmara dos Deputados e o presidente do STF.
(D)	O presidente da República somente poderá ser processado e julgado, nas infrações penais comuns, perante o STF, com a prévia anuência do Senado Federal.
Explicações:
A: errada. A regra existe e está expressa no art. 83 da CF, mas a ausência não é por qualquer tempo e sim por período superior a quinze dias; B: correta. Trata-se da redação do art. 77, § 2º, da CF; C: errada. Em primeiro lugar chama-se o Presidente da Câmara, que é o representante do povo (detentor do poder), depois o Presidente do Senado, representante dos Estados e, por fim, o Presidente do STF, conforme art. 80 da CF; D: errada. De fato é o STF quem julga o Presidente na hipótese de crime comum, mas a anuência ou juízo de admissibilidade para o processo e julgamento quem faz é a Câmara de Deputados, por dois terços dos votos (art. 86 da CF). Gabarito “B”
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*