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CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO CURSO DE BACHARELADO EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS BÁRBARA TATIANE DA SILVA FRANCO A ENTREGA VOLUNTÁRIA DE AVIFAUNA SILVESTRE NO CETAS DE SALVADOR BAHIA Salvador 2016 BÁRBARA TATIANE DA SILVA FRANCO A ENTREGA VOLUNTÁRIA DE AVIFAUNA SILVESTRE NO CETAS DE SALVADOR BAHIA Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Jorge Amado. Orientador: Camila Magalhães Pigozzo Co-orientador: Helena Rachel Araujo, Josiano Cordeiro Torezani Salvador 2016 BÁRBARA TATIANE DA SILVA FRANCO A ENTREGA VOLUNTÁRIA DE AVIFAUNA SILVESTRE NO CETAS DE SALVADOR BAHIA Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do grau de Bacharel em Ciências Biológicas pelo Centro Universitário Jorge Amado. Aprovada em _____ de ___________________ de ________. BANCA EXAMINADORA: Nome do Professor __________________________________ Nome do Professor __________________________________ Nome do Professor __________________________________ Dedico este trabalho ao meu avô, Severino Luiz Silva, amante da vida, natureza e animais. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a vida que me foi dada, assim como minha saúde e as oportunidades. A UNIJORGE, seu corpo docente e direção que, com muita eficiência, colaboraram com o meu aprendizado acadêmico, ao CETAS por disponibilizarem dados essenciais para a concretização deste trabalho. À minha orientadora Camila Magalhães Pigozzo, professora da disciplina Evelin Santos Oliveira e co-orientadores Helena Rachel Araújo e Josiano Cordeiro Torezani pela assistência, correções e incentivos. À minha família, especialmente à minha mãe e heroína Maria de Fatima, pelo amor incondicional, apoio emocional, financeiro e por ser meu “dicionário ambulante” para quando me fugiam as palavras. Ao meu pai Rusdail pelas horas de descontração, suporte emocional e patrocínio. Gratifico também às minhas irmãs e irmão, pois neles me espelho para alcançar o sucesso acadêmico e profissional, ao meu avô Severino e à minha avó Inácia (in memorian) por tanto batalharem para oferecer à nossa família a educação que não puderam ter. Aos meus amigos, especialmente Juliana e Nina, meu namorado Cristiano que tanto amo e aos meus cúmplices de quatro patas, sou grata pela companhia, fidelidade e diversão. “ Quando o homem aprender a respeitar até o menor ser da criação, seja animal ou vegetal, ninguém precisará ensiná-lo a amar seu semelhante. ” Albert Schwweitzer (Nobel da Paz - 1952) RESUMO A biodiversidade está sob forte ameaça, devido à exploração desordenada de recursos naturais, como a fauna silvestre. Além da destruição de habitat, a captura excessiva se faz o segundo maior motivo de diminuição populacional das espécies nativas Brasileiras. O que estimula esta apanha são criadores que recorrem ao comércio ilegal para obter o animal, então a conscientização da população é uma peça fundamental para evitar que isto ocorra, sendo as aves o grupo mais quisto para domesticação. A retirada de uma espécie do seu ambiente natural se faz crime passível de reclusão, sendo assim, algumas pessoas realizam a entrega voluntária do animal sob a sua guarda, pois assim fica exclusa qualquer penalidade legal. Objetivando analisar a entrega voluntária de aves em Salvador, foram analisadas, identificadas e quantificadas as entregas voluntárias de aves para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), no período de 2013 a 2015. Durante este período, foram entregues 354 espécimes, provindas em sua maioria de Salvador (61%), grande parte realizada por pessoa física (60%), a ordem dos Psittaciformes (33%) com maior frequência, sendo o Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) espécie com maior destaque. Palavras-chave: CETAS. Entrega voluntária. Comércio ilegal. Aves. ABSTRACT Biodiversity is under serious threat as a result of the disorderly exploitation of natural resources. Unsustainable wildlife capture is the second largest reason for population decline in native Brazilian species, after habitat destruction. Public awareness is key to reduce illegal wildlife trade and capture. The removal of wild animals from their natural environment is illegal. In order to avoid any legal penalties, some people seek the voluntary surrender of the wild animal under their care. In this scenario, birds represent the largest group of captive wild animals. This work analyzes the voluntary surrender of birds to CETAS (Wildlife Triage Center) in Salvador in the period from 2013 to 2015. During this period were identified and quantified the surrender of 354 specimens, most from Salvador (61%), mostly of the surrenders being made by individuals (60%), Psittaciformes (33%) being the most common order, and the Blue- fronted amazon (Amazona aestiva) being the most common species. Keywords: CETAS. Voluntary surrender. Illegal trade. Birds. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Quantidade de indivíduos por ordens entregues voluntariamente no CETAS de Salvador de 2013 a 2015 ...................................................................... 27 Figura 2: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2013 ................................................................................. 28 Figura 3: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2014 ................................................................................. 29 Figura 4: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2015 ................................................................................ 30 Figura 5: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador de 2013 a 2015 ...................................................................... 31 Figura 6: Municípios que realizaram entregas voluntárias ao CETAS de Salvador, de 2013 a 2015 ........................................................................................................ 31 Figura 7: Distribuição da quantidade das entregas ao longo dos anos quanto ao tipo de entrega voluntária realizada ao CETAS de Salvador de 2013 a 2015 (Siglas correspondentes ao tipo de entrega voluntária dos registros anuais do CETAS) .................................................................................................................... 32 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Inventário da entrega voluntária do CETAS em Salvador Bahia de2013 a 2015 ........................................................................................................ 25 LISTA DE SIGLAS CETAS – Centro de Triagem de Animais Silvestres Cites – Convenção Internacional de Comércio de Espécies em Perigo COPPA – Polícia Militar da Bahia DBFLO – Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas FPI – Fiscalização Preventiva Integrada FPI – Fiscalização Preventiva Integrada IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis ICMBio – Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade Inema – Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos IUCN – International Union for Conservation of Nature MMA – Ministério do Meio Ambiente ONU – Organização das Nações Unidas RENCTAS – Rede Nacional de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres SUPES – Superintendentes Estaduais WWF – World Wide Fund for Nature SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 13 2.1 Avifauna Brasileira: Comportamento e diversidade .......................................... 13 2.2 O Mercado ilegal e a ameaça às aves do Brasil ............................................... 15 2.2.1 Aves de maior interesse para comerciantes e criadores ................................. 18 2.3. Legislação Brasileira sobre a captura, comercialização e domesticação de animais silvestres ......................................................................................................... 19 2.3.1 Centros de Triagem de Animais Silvestres ...................................................... 22 3 MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................................. 23 4 RESULTADOS.................................................................................................. 25 5 DISCUSSÃO..................................................................................................... 33 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 37 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 38 ANEXO A ......................................................................................................... 46 ANEXO B ......................................................................................................... 48 11 1 INTRODUÇÃO O planeta está perdendo a sua biodiversidade em função das atividades humanas que causam a fragmentação e perda de habitat. Talvez esta situação seja irreversível, pela severidade das alterações que causam nas condições naturais do ambiente. Estima-se que a cada dia uma espécie da fauna e outra da flora seja extinta como consequência do aumento populacional associado a captura excessiva, invasão de espécies exóticas, poluição, perturbação antrópica e morte acidental, alteração na dinâmica de espécies, desastres naturais e perseguição (PRIMACK e RODRIGUES, 2001; VITOUSECK, 1994; GODOY, 2006) O Brasil é o país com o maior número de espécies ameaçadas no mundo, com 164 espécies de aves globalmente ameaçadas de extinção, o que representa 12% das aves ameaçadas do planeta (BIRDLIFE INTERNATIONAL, 2016). Isso se reflete no aumento da Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, listada pelo MMA e instituída na Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, no Decreto no 6.101, de 26 de abril de 2007, e na Portaria no 43, de 31 de janeiro de 2014, na qual constam 234 táxons inclusos. A maior causa da supressão populacional da fauna nativa Brasileira é o desmatamento, seguida pela comercialização da vida silvestre (ROCHA, 1995). Quando comparado com outras atividades ilegais, o tráfico de animais silvestres é a terceira maior, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas. A partir de uma pesquisa realizada sobre o mercado ilegal de animais, entre os anos de 1999 e 2000, concluiu-se que as aves são o grupo mais comercializado, correspondendo a 80% do total de animais traficados (RENCTAS, 2015). O que alimenta esta comercialização são aqueles que recorrem ao mercado ilegal para a compra de animais. 12 A maior concentração dos estudos está voltada para a fauna remanescente e as consequências da sua conservação e devastação. São de extrema importância pesquisas, dados catalogados e organizados dos os animais que já foram retirados do seu habitat, dos espécimes devolvidos ao ambiente natural ou sobre os que foram destinados a condição de cativeiro e motivações da criação e posterior entrega voluntária (MORITA, 2009). Estes materiais são de suma relevância assim como dados que possam contribuir para a elaboração e adoção de programas de fiscalização, reintrodução de fauna e educação ambiental, este último que sensibilize para a não obtenção ilegal de animais silvestres e a entrega daqueles já adquiridos, para a conservação das aves Brasileiras, constantemente ameaçadas Neste contexto, a partir da análise dos relatórios fornecer perfil das entregas voluntárias no período de 2013 a 2015. Os objetivos específicos são quantificar as entregas voluntárias nestes três anos, fazendo um inventário de espécies, ordens e indivíduos. Comparar as entregas entre os anos amostrados. Identificar os municípios que realizam a entrega voluntária ao Cetas de Salvador com mais frequência, assim como o tipo de entrega mais comum, se é realizado por pessoa física diretamente no CETAS ou entregue a outros órgãos, que posteriormente encaminham os espécimes para o centro. 13 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Avifauna Brasileira: Comportamento e diversidade As aves compõem o segundo grupo mais abundante do mundo, perdendo apenas para os peixes, estão distribuídas em quase todos os biomas, sendo animais cosmopolitas. A totalidade de aves no mundo é calculada em aproximadamente 9.700 espécies e na América do Sul há quase um terço das aves vivas de todo o globo, entre residentes e visitantes (SICK, 2001). O Brasil é dono da maior diversidade de espécies do planeta, já que a extensão do país viabiliza a heterogeneidade de zonas climáticas, que ocasionam variedade de biomas e pluralidade ecológica. O país apresenta-se como megadiverso, detentor de, 10% a 20% (1.825) das espécies de aves conhecidas mundialmente e 10% (182) destas são endêmicas nacionais e divididas em 26 famílias. Das 153 espécies visitantes, 109 são passeriformes (71,7%), sendo 101 (66,4%) aquáticas (SICK, 2001). Das 739 espécies brasileiras não passeriformes, 52 são endêmicas. Ocupam o primeiro lugar os psitacídeos (72 espécies no total) e beija-flores, com 12 espécies endêmicas, revelando a alta taxa de endemismo no Brasil (16,6%). Para os passeriformes, com total de 938 espécies no Brasil, 130 espécies são endêmicas, e os Suboscines (Brasil, 609 espécies), característicos da América do Sul, estão em primeiro lugar em endemismo no Brasil, com 102 espécies (SICK, 2001). A maioriadas espécies endêmicas do Brasil é encontrada na Amazônia e Mata Atlântica (principalmente no litoral do Sudeste e do Nordeste) e a Bahia possui cerca 848 espécies de aves e o total de 50% das aves endêmicas do bioma de Mata Atlântica (SICK, 2001; MMA, 2016; BRASIL, 1998). São animais vertebrados, tetrápodes, endotérmicos, ovíparos e apresentam penas, bico, ossos pneumáticos e membros locomotores anteriores modificados em asas, sendo o voo a principal característica da classe, permitindo que a ave se locomova rapidamente nas três dimensões do espaço (POUGH, 2008). 14 Outra variedade é a diuturnidade, já que a maioria das espécies é ativa somente durante o dia, inclusive apresentam uma excelente audição e visão, e as cores influenciam diretamente no seu comportamento e orientação, sendo o sentido mais adaptado para fornecer informações sensoriais com relação a sua posição e à presença de obstáculos em seu caminho, renovando as suas bases rapidamente. As cores e os padrões das penas podem exercer papéis fundamentais na sociabilidade e proteção contra predadores (POUGH, 2008). As exibições visuais são associadas a expressões sonoras, sendo comum a exposição das penas coloridas acompanhadas pelo canto. Os machos apresentam maior diversidade de cores e são mais brilhantes, com penas modificadas como resultado de seleção sexual, diferentemente das fêmeas (BENNET e OWENS, 2002; POUGH, 2008). O comportamento reprodutivo está dentre os mais complexos e conspícuos da classe, havendo variações do sistema de acasalamento entre famílias de mesma ordem e entre ordens diferentes de aves, ocorrendo também entre gêneros e espécies da mesma família. As aves utilizam cores, posturas e vocalizações para a identificação de espécie, sexo e indivíduo. O canto é um tipo de comunicação, caracterizado pela vocalização mais longa e mais complexa que um chamado e, na maioria das espécies, ele só é realizado por machos sexualmente maduros e durante o período de reprodução, possibilitando a identificação da sua espécie, sexo e ocupação de um território (POUGH, 2008). A monogamia é o sistema de acasalamento da maioria das aves, neste, geralmente, ambos os pais participam dos cuidados com os filhotes, nestes casos 93% dos filhotes demandam de extremo cuidado parental, e a poligamia é o segundo sistema mais comum, ocupando 6% das espécies atuais. A construção de ninhos, incubação dos ovos e cuidado à prole são aspectos importantes na reprodução das aves e a maioria das aves nidificam de forma individual, somente 16% o fazem em colônias. Os ninhos oferecem proteção aos ovos contra calor, frio, vento, chuva e predadores (POUGH, 2008). 15 2.2 O Mercado ilegal e a ameaça às aves do Brasil O comércio de animais silvestres provenientes da região amazônica já era realizado há muito tempo atrás pelos Incas, no Peru, mas a cultura no Brasil de manter animais silvestres em cativeiro iniciou-se no descobrimento. Os colonizadores capturavam aves brasileiras que lhes chamavam a atenção pelas suas cores, beleza, cantos e comportamentos, dentre outras características, por vezes incomuns aos animais nativos dos seus países de origem (SILVEIRA e MÉNDEZ, 1999). O interesse pela fauna silvestre cresceu paralelamente ao comércio e, quando notado como rentável, fora criado um novo ramo de negócios, com viajantes especializados em capturar espécies para vender em outros países. De acordo com Hegenbeck (1910, apud PADRONE, 2004), durante o século XVI era motivo de orgulho para os viajantes retornarem com animais desconhecidos, comprovando assim, o encontro de novos continentes. Não somente a exportação, como o comércio interno também aumentou a partir de novas técnicas de captura dos animais, urbanização, modernos meios de transporte e estradas, que facilitaram também a exploração dos locais antes de difícil acesso (RENCTAS, 2001). A partir desta percepção de que a sociedade estava subtraindo as espécies que trariam lucro ao estado, foram criadas leis que restringissem a exploração das espécies rentáveis pela população, a fim de proteger a fauna e flora de interesse comercial (PEARSON, 2011). Atualmente, a apanha e venda clandestina de animais silvestres é denominado como tráfico de animais silvestres, que é designado pela captura ilícita de espécimes nativas, migratórias, aquáticas ou terrestres, que ocorram naturalmente dentro país e suas águas jurisdicionais, com finalidade de obter lucro a partir do comércio interno ou para exportação (BRASIL, 1998; NORBERTO, 2009). 16 Enquanto atividade ilegal, é o terceiro maior tipo de tráfico, ficando atrás somente do tráfico de armas e drogas (ROCHA, 1995). Estima-se que 38 milhões de exemplares da fauna silvestre são capturados e retirados todo ano da natureza, mas somente 0,45% do total comercializado é recuperado pela fiscalização (exceto invertebrados e peixes), porém aproximadamente 4 milhões são vendidos, gerando uma renda ilegal de 2,5 bilhões de dólares por ano (RENCTAS, 2001). Quanto mais rara a espécie, maior será o seu valor no mercado negro, como exemplo o sangue-de-boi (Ramphocelus brasilius), pintassilgo (Carduelis yarrellii), canário-da-terra (Sicalis flaveola) e papagaio- verdadeiro (Amazona aestiva) que são vendidos a preços que variam de R$ 30 a R$ 200 para o comércio nacional. Porém para o tráfico internacional, pode-se atingir valores exorbitantes, verdadeiras fortunas, como a arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari) vendida por US$ 60 mil e o papagaio-da-cara-roxa (Amazona brasiliensis) por US$ 6 mil (RIBEIRO et al. ,2007). Apesar da enorme dimensão e impactos, as estimativas sobre o comércio ilegal da fauna Brasileira ainda são escassas. A fonte mais confiável sobre o assunto data o ano de 2002, o 1º Relatório Nacional sobre o Tráfico de Animais Silvestres, pela Rede de Combate ao Tráfico de Animais Silvestres – RENCTAS. Esta deficiência de dados sobre a problemática e seus impactos, dificulta o estudo e prognóstico da real dimensão desta adversidade ecológica, segundo Wasser (2008). O principal reflexo do tráfico é a ameaça eminente de extinção das espécies, o que se reproduz nos biomas e ecossistemas associados. O bioma Brasileiro que apresenta a maior taxa de espécies ameaçadas é a Amazônia, seguida pela Mata Atlântica que é detentora também da maioria das espécies endêmicas do país, especialmente no Sudeste e Nordeste próximo ao litoral, seguida pelo Cerrado. As regiões mais visadas pelos traficantes são do Norte, Nordeste e Centro-Oeste brasileiro, geralmente os animais silvestres são retirados destes locais e enviados para o mercado consumidor do país, Região Sul e Sudeste, por vias terrestres ou fluviais (MMA, 1998). Para comércio nacional, a Bahia, o Ceará, Piauí, Maranhão e Mato Grosso são identificados como os estados que mais capturam animais. No estado da Bahia, 17 a região Sudoeste é a mais preocupante, pois problemas socioeconômicos tornam o tráfico atraente para pequenos comerciantes, os quais ofertam exemplares da fauna silvestre Brasileira ao longo de rodovias, como a BR-116, em feiras e outros mercados informais (RENCTAS, 2001; NASSARO, 2009). Enquanto mercado consumidor, têm-se São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, segundo o IBAMA, e as cidades da Região Norte, Centro-Oeste e Sul que se localizam próximas as fronteiras, são as que mais exportam fauna silvestre, por vias fluviais e utilizando seus aeroportos. Apesar de haver o conhecimento e fiscalização nas rotas mais usadas para o comércioilegal, as denúncias anônimas são de grande importância para o controle do tráfico, pois os animais são transportados de modo que não alerte os Agentes e Policias Federais. Os meios de transporte mais utilizados são os caminhões de carga, nos quais os animais são imobilizados, colocados dentro de caixas que são empilhadas com caixas de frutas, verduras e variáveis (SOUZA e SOARES FILHO, 2005). Quando em veículos de pequeno porte, os traficantes utilizam malas de viagem, fundos falsos de carro, e tem preferência por filhotes das espécies, pois chamam menos atenção. Estas condições inadequadas de transporte, além da captura e manutenção, matam praticamente 90% dos animais de comércio ilegal antes de chegar ao destino final (LACAVA, 1995). É praticamente certo que todos os animais comprados em feira estão drogados [...] Caçadores quebram o peito de algumas aves, esmagando-lhe o esterno com o dedo polegar, para que morram alguns dias depois da venda e o comprador encomende mais. Os bichos machucados na captura são deixados para morrer. Os filhotes de papagaio, ainda sem penas, e, portanto, sem valor, agonizam ao pé dos ninhos. Os traficantes rodam os macacos pelo rabo para que fiquem tontos e pareçam dóceis aos compradores. Tendões e asas são cortados. Arrancar os dentes e serrar as garras de animais como onças são práticas corriqueiras. Macacos comuns tomam banho de água oxigenada para ficar louros e ser vendidos a alto preço a turistas incautos, que pensam estar comprando o raríssimo mico-leão-dourado (MAYRINK, 1996, p. 72). As espécies que correm risco de extinção, que são mais difíceis de serem encontradas na natureza, tem maior valor comercial. E uma das maiores 18 facilitadoras do comércio destas espécies ameaçadas, atualmente, é a internet, segundo cientistas no encontro da Convenção Internacional de Comércio de Espécies em Perigo (Cites), da ONU, em Doha, no Catar. Vendedores e compradores tiram vantagens do anonimato e do grande mercado global que a internet oferece, comercializando regularmente em sites de leilões e salas de conversa. 2.2.1 Aves de maior interesse para comerciantes e criadores Segundo o Renctas (2002), o grupo taxonômico mais apreendido no Brasil e mais visado para o tráfico ilegal são o das aves (80%), seguido pelos répteis (3%), e mamíferos (1%), certamente pela maior facilidade de transporte, diversidade, beleza de plumagens, bem como pelo canto, o que torna a avifauna Brasileira cobiçada por colecionadores, criadores, zoológicos internacionais e também utilizadas como animais de estimação (NUNES et al. ,2012). O Brasil é o exportador de 5 a 15% de todos os animais comercializados no mundo, principalmente fornecidos de forma ilícita, apresentando 10% da fauna Brasileira como ameaçada. No estado da Bahia, das 848 espécies de aves, 63 estão qualificadas como ameaçadas globalmente e duas espécies como extintas na natureza, o mutum-cavalo (Mitu mitu) e a ararinha-azul-de-spix (Cyanopsitta spixii), endêmicas do Nordeste Brasileiro (ROCHA, 1995; IUCN, 2004). Assim, anualmente, cerca de 12 milhões de espécimes são capturadas para o comércio ilegal e desta estimativa, apenas uma ínfima porcentagem de indivíduos é recuperada e posteriormente destinada a soltura. As ordens de aves mais frequentemente apreendidas são a dos Passeriformes (44%), Columbiformes (35%) e Psittaciformes (10%), e as famílias que se destacam são as Emberezidae (40%), Columbidae (12%) e Psittacidae (4%) (RENCTAS, 2002). A ordem dos Passeriformes é bastante numerosa e diversificada, contando em média com 5.739 espécies de pássaros, mais da metade da avifauna mundial (59,1%). São aves de pequeno a médio porte e seu canto é melodioso, sendo 19 um dos maiores atrativos aos criadores. Tem como exemplares o popularmente conhecido como curió (Oryzoborus angolensis) e o galo-de-campina (Paroaria dominicana), famosos pelos seus cantos peculiares (SICK, 2001). De acordo com Juniper e Parr (1998, apud FRANCISCO, 2012) os psittaciformes (papagaios, periquitos, araras, maracanãs, tuins e jandaias) são detentores de uma inteligência notável, igualmente a sua capacidade de sociabilizar, contabilizando, no estado baiano, 37 das 80 espécies nacionais, estando duas criticamente em perigo e cinco entre vulneráveis e em perigo; a arara-azul-de- lear (Anodorhynchus leari) e o papagaio-de-peito-roxo (Amazona vinacea) são exemplos das aves que compõe esta classificação. A ordem dos columbiformes que tem como representantes as pombas, rolas e dodôs (extintos), é composta por aves cosmopolitas, pois são encontradas em praticamente todos os continentes. Apresenta espécies como a comumente conhecida por Fogo-apagou (Columbina squammat) (NUNES, 2012). 2.3 Legislação Brasileira sobre a captura, comercialização e domesticação de animais silvestres Com a colonização do Brasil, houve uma mudança de paradigma, que transformou a visão sobre os animais, tornaram-se mercadorias ou bens, se contrapondo à necessidade de um meio ambiente conservado. Então tornaram- se necessárias normas para disciplinar o comércio e criação da fauna silvestre, afim de alcançar um ambiente ecologicamente equilibrado, atualmente objetivo do Artigo 225 da Constituição Federal. No Brasil, enquanto colônia de Portugal, nas Ordenações Filipinas (1603 apud JUNIOR, 2007), algumas leis já visavam restringir o uso da flora e da fauna, para este último ainda que modestamente, a fim de proteger os recursos de interesse econômico para a metrópole. Mesmo após a independência do Brasil, as políticas voltadas a conservação ainda eram ineficientes, talvez pela errônea ideia que os recursos naturais, pela sua abundância aqui, eram inesgotáveis. 20 Em 1934 fora estabelecido o Decreto de Proteção dos Animais, direcionados a todas as espécies, não somente os silvestres como anteriormente, dando ao estado a tutela legal de todos os animais, além da aplicação de multas para aqueles que praticarem maus tratos. Na legislação Brasileira não há nenhum crime intitulado Tráfico de Animais. Legalmente esta atividade se faz pelo conjunto de ações no qual cada uma dessas é um crime. As práticas que colocam em risco a biodiversidade silvestre são ditadas em leis vigentes no Brasil, e expostas como crime punível, pela lei n° 5.197, de 3 de janeiro de 1967, que dispõe sobre a fauna e dá outras providências. De acordo com os artigos 1º, 2°, 3°, 10°, 18° e 27° desta lei, é proibida a perseguição, destruição, caça, caça profissional, apanha, utilização, comercialização (inclusive de produtos e objetos que implique as ações anteriores) de quaisquer espécies que constituem a fauna silvestre e que vivam naturalmente fora do cativeiro, em qualquer fase de desenvolvimento, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, além de ser proibida também a exportação de peles e couros de anfíbios e répteis, em bruto. A violação destes dispostos constitui crime punível, com pena de reclusão de dois a cinco anos. Esta lei reforça a tutela dos animais silvestres à Federação, assim como os seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, pois, a partir da Revolução Industrial, houve grande expansão e ocupação humana nos ambientes naturais. De acordo a legislação, não se faz crime de proteção à fauna a pessoa possuir um animal silvestre, a menos que a própria tiver caçado ou apanhado o (s) espécime (s) sem a devida licença, assim como a utilização e exploração comercial ilícita, como objetiva também a lei 7653/88, sendo penalmente irrelevante a mantença de animaisem cativeiro para o lazer, se não oferecer dano ao equilíbrio ecológico e a preservação da espécie. Porém é sabido que não há fornecimento de materiais e recursos humanos para a fiscalização e execução penal de tais atividades quando ilegais. Sobre a fauna Brasileira em risco de extinção, o Decreto n° 4.339, de 22 de agosto de 2002, resolve que as espécies da fauna Brasileira ameaçadas de 21 extinção são as que constam na lista oficial nacional de ameaça de extinção, sendo estas espécies protegidas de modo integral pela legislação vigente. Ou seja, qualquer negócio ilegal que envolva animais silvestres é um crime inafiançável e, segundo a Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.605) criada em fevereiro de 1998, se o ato criminoso for realizado com espécies ameaçadas de extinção, a pena é aumentada em 50%. Além disto, se a espécie estiver também no anexo I ou II da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Selvagem em Perigo de Extinção, é empregada uma multa variante de R$ 500 a R$ 5 mil, pelo Decreto Federal n° 3.179/99. Estar em poder de animais silvestres sem prévia autorização cedida pelo IBAMA é crime, qualificado por tráfico. Os animais para estimação nunca podem ser capturados da natureza, inclusive se ocorrido, não há a posterior legalização para a criação. O interessado deve agir de acordo com a lei, a fim de evitar punições legais, expor a si e o próprio animal a risco de vida e não prejudicar o equilíbrio ambiental, para tanto é necessário que haja o cadastro no Ibama para adquirir o animal legalizado e já registrado pelo órgão, proveniente de algum cativeiro. E, de acordo com o IBAMA (2016): A proteção, o uso sustentável e o manejo da fauna silvestre em busca do equilíbrio ambiental podem e devem ser feitos pelo Governo e a Sociedade de forma integrada no sentido de defender o que é de todos: Patrimônio Natural do Brasil, Bem de Uso Comum dos brasileiros e garantia para as futuras gerações. Além de leis e decretos que se referem ao meio ambiente, órgãos Brasileiros também buscam proteger a biodiversidade e assegurar a sustentabilidade, como os Centros de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). 22 2.3.1 Os Centros de Triagem de Animais Silvestres A instrução normativa nº 23, de 31 de dezembro de 2014, resolve, em seus artigos 3° e 4°, o CETAS como um integrante das Superintendências (SUPES) do IBAMA nos estados, estando vinculados técnica e administrativamente. Compete à Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade e Florestas (DBFLO) o planejamento, coordenação e acompanhamento da execução, assim como avaliar a implantação das ações nacionais relativas aos CETAS. A atuação dos CETAS é restrita ao recebimento de animais silvestres, não sendo de sua competência o recebimento de espécies domésticas. De acordo com Josiano Torezani (Comunicação pessoal, 2016), a estrutura física do CETAS é antiga e foi adaptada para corresponder as necessidades do Centro. Possui em média 9 hectares de extensão e o total de 50 viveiros, divididos entre espaços de treinamento e estadia rápida, que são limpos diariamente, assim os animais são alimentados. A equipe total do CETAS é composta 16 integrantes: Três servidores do IBAMA (um da área administrativa, um biólogo e um veterinário), dois tratadores, três auxiliares de limpeza e oito seguranças (dois por turno). Na tentativa de recuperar esta fauna retirada do seu ambiente natural, seja por apreensão ou entrega realizada pela população, o animal tem a sua espécie identificada, é avaliado e, caso necessário, é tratado para ser destinado preferencialmente para programas de soltura. Nos casos em que o espécime não tem mais condições de ser solto na natureza, ele poderá ser destinado para zoológicos, mantenedores ou criadouros científicos. Em apreensões de tráfico, a maioria dos animais são soltos antes de chegar ao CETAS, por se encontrarem ainda em estado selvagem (DESTRO, et al., 2012). Os Centros são importantes aliados as ações contra o tráfico de animais, pois fornecem informações dos animais silvestres recebidos, juntamente com os órgãos de fiscalização. O apoio realizado pelo CETAS à fauna também é uma 23 medida mitigadora em atividades que causam impactos ambientais negativos, afim de diminuir os danos desta ação, estes empreendimentos agem diretamente na preservação da fauna Brasileira (DESTRO, et al., 2012). 24 3 MATERIAL E MÉTODOS Para o desenvolvimento do trabalho foram realizadas visitas semanais ao CETAS do IBAMA no município de Salvador, estado da Bahia, durante o período de junho a setembro de 2016. A escolha deste centro deu-se em razão da maior proximidade e facilidade de acesso, quando comparados aos de outras cidades. O CETAS cataloga os dados sobre a fauna recebida em duas formas, sendo a primeira o preenchimento manual do termo de entrada, documento oficial do tipo questionário, que posteriormente é agregado ao livro físico e por relatórios. O IBAMA exige dos Centros o envio destes relatórios, chamados de livro de registro, elaborados na ferramenta Libre Office Excel. O documento é divido por 12 planilhas: “contato”, “estrutura”, “equipe”, “capacidade estimada”, “relatório mensal”, “relatório anual”, “relatório de espécies”, “relatório veterinário”, “relatório de alimentos” e “relatório dos problemas enfrentados”. A planilha disponibilizada foi a de “relatório anual”. A partir dos três relatórios anuais (2013, 2014 e 2015) fornecidos pelo CETAS, desenvolveu-se a primeira fase do trabalho por analisar e sistematizar as informações virtuais disponíveis. Em cada documento digitalizado há a descriminação da entrada dos animais por número de registro (O que possibilita maior facilidade de encontrar dados para a análise nos livros físicos de dados), data que o animal foi recebido, a classe a que pertence, o nome comum e científico do espécime, quantidade recebida, o sexo (masculino, feminino, indefinido), local (último de origem), marca (IBAMA, COPPA, outros, cativeiro doméstico, ICMBIO, Ministério Público, Inema), procedência (“A” Apreensão , “EE” Entrega voluntária, “C” Captura , “O” Outros). Foram utilizadas as nomeadas por “número de registro”, “classe/ordem”, “nome comum”, “nome científico”, “quantidade”, “procedência” e “local”. As células de Ordem e Entrega Voluntária (EE) foram as utilizadas e aplicadas filtros nestas, para selecionar para os animais recebidos de interesse para o trabalho. Caracteriza-se a entrega voluntaria como a procura espontânea do 25 cidadão para entregar o espécime mantido sob guarda ilegal. Esta entrega pode ser realizada pelo cidadão diretamente no CETAS ou em outras instituições que destinam, posteriormente, estes animais até o Centro de Triagem. Esta informação é dada a partir de siglas: “h” Pessoa Física, “x” Indefinido, “a” IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, “b” COPPA – Polícia Militar da Bahia, “g” Outros (Para Polícia Civil, Ministério Público Estadual, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal), “i” Guarda Municipal de SSA. Para realizar a segunda etapa do trabalho, os dados dos registros de entrada foram compilados, analisados e sistematizados em uma nova planilha da ferramenta Microsoft Excel 2013, contendo as células somente dos casos de entrega voluntária de 2013, 2014 e 2015, descriminando os dados de interesse, nomeadas por: Número de registro, Ordem, Nome Comum/Científico, Quantidade,Local e Entrega. Foram utilizadas as ferramentas de soma, contagem e de construção de gráficos, e tabelas, que possibilitam uma melhor didática para a apresentação dos dados no trabalho. 26 4 RESULTADOS A análise dos resultados mostrou que foram realizadas 354 entregas de 53 espécies e sete ordens de aves no CETAS de Salvador, Bahia, entre anos de 2013 e 2015 (Tabela 1). Tabela 1: Inventário da entrega voluntária do CETAS em Salvador Bahia, de 2013 a 2015 2013 2014 2015 Ordem Nome Científico Nome Comum Total Columbiforme Columbina talpacoti Rolinha 0 1 0 1 Caracara plancus Carcará 0 0 1 1 Rupornis magnirostris Gavião carijó 0 2 3 5 Falco sparverius Quiriri 0 1 0 1 Procnias nudicollis Araponga 0 0 1 1 Cyanoloxia brissonii Azulão 3 2 1 6 Megarynchus pitangua Bem-ti-vi 1 1 0 2 Sporophila lineola Bigodinho 0 3 0 3 Sporophila albogularis Brejal 1 2 0 3 Sporophila bouvreuil Caboclinho 0 9 0 9 Sicalis flaveola Canário-da-terra 1 14 2 17 Paroaria dominicana Cardeal 5 15 5 25 Chrysomus ruficapillus Chapéu-de-couro 0 1 0 1 Sporophila leucoptera Chorão 0 1 0 1 Sporophila frontalis Cigarra 1 0 1 2 Sporophila caerulescens Coleira 0 8 0 8 Sporophila angolensis Curió 0 1 6 7 Chloebia gouldiae Diamante gould 1 0 0 1 Saltator similis Estevão 1 6 0 7 Sporophila sp. Híbrido sporophilas 1 1 0 2 Taeniopygia guttata Mandarim 2 0 0 2 Molotrhus bonariensis Papa-arroz 0 1 0 1 Sporophila nigricollis Papa-capim 0 46 4 50 Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 0 1 2 3 Turdus leucomelas Sabiá-branca 1 1 0 2 Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 1 1 2 4 Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 1 1 0 2 Zonotrichia capensis Tico-tico 0 2 0 2 Pteroglossus aracari Açari-de-bico-branco 0 0 2 2 Ramphastos vitellinus Tucano 2 1 1 4 Ramphastos vitellinus Tucano-do-bico-preto 1 0 0 1 Ramphastos toco Tucano toco 0 0 1 1 Passeriforme Piciforme Número de Indivíduos Falconiforme 27 Continuação Tabela 1: Inventário da entrega voluntária do CETAS em Salvador Bahia, de 2013 a 2015 Fonte: IBAMA Notou-se que as entregas não foram uniformes ao longo do tempo, o ano de 2014 foi o ano com mais entregas (185; 52%). Em 2013 foram 78 entregas (22%) e em 2015, 91 (26%). Quanto às Ordens, das sete, apenas a Psittaciformes e Passeriformes foram documentadas em todos os anos, sendo que essas sempre foram as mais abundantes. As demais foram registradas em um ou em dois anos somente (Figura 1). Anodorhynchus hyacinthinusArara-azul-grande 0 1 0 1 Ara ararauna Arara canindé 2 8 2 12 Ara sp. Arara híbrida 0 7 0 7 Ara chloropterus Arara vermelha 0 1 0 1 Ara macao Araracanga 0 1 0 1 Guaruba guarouba Ararajuba 0 3 0 3 Aratinga auricapillus Jandaia-da-testa-vermelha 1 1 8 10 Pionus maximiliani Maitaca verde 0 0 1 1 Primolius maracana Maracanã 1 1 4 6 Diopsittaca nobilis Maracanã-nobre 1 1 0 2 Amazona amazonica Papagaio-do-mangue 6 7 13 26 Amazona aestiva Papagaio verdadeiro 19 16 15 50 Amazona festiva Papagaio-várzea 0 0 1 1 Aratinga auricapillus Periquito 6 0 0 6 Aratinga cactorum Periquito da caatinga 5 3 5 13 Aratinga aurea Periquito-rei 12 12 8 32 Brotogeris tirica Periquito-rico 1 0 0 1 Brotogeris tirica Periquito-verde 0 0 1 1 Megascops choliba Coruja-do-mato 1 0 0 1 Asio clamator Coruja-orelhuda 0 0 1 1 Trochiliforme Eupetomena macroura Beija-flor-tesoura 0 1 0 1 78 185 91 354 Psittaciforme Strigiforme 28 Figura 1: Quantidade de indivíduos por ordens entregues voluntariamente no CETAS de Salvador de 2013 a 2015 Fonte: IBAMA Com a análise dos dados fornecidos, constatou-se que a maioria das espécies (41; 78%) não apareceu em todos os três anos, somente 12 (22%) mantiveram- se frequentes (Tabela 1). No ano de 2013, de acordo com os registros, foram entregues 78 (22%) aves silvestres ao CETAS de Salvador e a espécie que se destacou neste período foi o Papagaio verdadeiro (A. aestiva) com 19 (24%) indivíduos, seguido pelo Periquito-rei (A. aurea) (13; 15%) (Figura 2). 29 Figura 2: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2013 Fonte: IBAMA Com o estudo dos materiais, foi possível perceber que o ano de 2014 apresentou mais entregas voluntárias do que os outros, com o total de 185 (52%) indivíduos. A espécie do Papa-capim (S. nigricollis) foi quantificado em 46 (36%) espécimes e o Papagaio verdadeiro (A. aestiva) reapareceu com 16 (13%) (Figura 3). 30 Figura 3: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2014 Fonte: IBAMA Do total de 91 (26%) aves entregues voluntariamente em 2015, houve a repetição do Papagaio verdadeiro (A. aestiva) (15; 21%) sendo a espécie predominante do ano, seguido pelo Papagaio-do-mangue (13; 18%) (A. amazonica), espécie também frequente em todos os anos de estudo (Figura 4). 31 Figura 4: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador em 2015 Fonte: IBAMA A partir do estudo das informações, pode-se observar que duas espécies tiveram destaque durante o intervalo de três anos, estas foram o Papagaio-verdadeiro (A. aestiva) (50, 14%) e o Papa-capim (S. nigricolis) (50; 14%). As duas espécies agregadas totalizaram 28% de todas as aves silvestres entregues voluntariamente no CETAS no período de 2013 a 2015 (Figura 5). 32 Figura 5: Abundância relativa das espécies mais entregues voluntariamente no CETAS de Salvador de 2013 a 2015 Fonte: IBAMA Documentou-se que 18 municípios realizaram entrega voluntária durante os três anos, sendo que 87% (311) se concentram em quatro municípios: Salvador (215; 60%), Anguera (54;15%), Amargosa (24; 7%) e Serra Preta (18; 5%) (Figura 6). Figura 6: Municípios que realizaram entregas voluntárias ao CETAS de Salvador, de 2013 a 2015 Fonte: IBAMA 10 60 110 160 210 N ú m er o d e in d iv íd u o s 33 Quanto ao tipo de entrega, o estudo revelou que foram seis ao longo desses anos, sendo o de Pessoa Física a única constante durante o período, enquanto os outras tiveram presença em um ou dois anos somente. A doação de animais ao CETAS realizada por Pessoa Física diretamente ao CETAS foi a responsável por mais da metade do total de entregas, com 214 (60%) indivíduos entregues, enquanto a entrega indefinida ocupou o segundo lugar (24; 7%). Figura 7: Distribuição da quantidade das entregas ao longo dos anos quanto ao tipo de entrega voluntária realizada ao CETAS de Salvador de 2013 a 2015 (Siglas correspondentes ao tipo de entrega dos registros anuais do CETAS) Fonte: IBAMA 0 20 40 60 80 100 120 140 0 0 0 34 0 21 0 0 0 123 0 31 5 4 57 5 0 N ú m er o d e in d iv íd u o s 2013 2014 2015 34 5 DISCUSSÃO Com a quantidade de 354 indivíduos, sete ordens e 53 espécies, a entrega voluntária no CETAS de Salvador é constituída por animais mais comuns na região de mata atlântica e biomas associados, cerrado, caatinga e Amazônia, sendo totalmente composta por animais da fauna Brasileira (ETSON, 2014), talvez pela grande diversidade e beleza dos animais silvestres do país, interessantes para os criadores(ROCHA, 1995). A superioridade de exemplares no ano de 2014 pode ser explicada pela ação da Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), iniciativa de diversos órgãos e coordenada pelo Ministério Público Estadual, que atuam na fiscalização, prevenção e proteção de diversas áreas, inclusive a ambiental. Neste ano fora feita a promoção, a partir de vários veículos de comunicação, para que a população realizasse a entrega voluntária no horário e local pré-determinado, a fim de facilitar e incentivar a entrega do animal obtido ilegalmente. Em 2015 houve a queda da entrega de animais silvestres, pois foi necessário reduzir a entrada dos animais devido a reformas na estrutura física do CETAS. A menor quantidade de indivíduos em 2013, provavelmente deu-se ao acaso, porém o que pode-se inferir é que em 2015, mesmo havendo obras que limitaram a entrada de animais, houve uma intensidade maior de políticas de conscientização em comparação a dois anos antes (JOSIANO TOREZANI, comunicação pessoal, 2016) De acordo com o Renctas (2002) as ordens mais frequentemente apreendidas e cobiçadas pelos comerciantes e criadores são a dos Passeriformes (44%), Columbiformes (35%) e Psittaciformes (10%), porém no período de estudo, as ordens Passeriformes (45%), Psittaciformes (50%) e Falconiformes (2%) tiveram maior representatividade, o que pode ser justificado pela menor variedade de Columbiformes e generalidade da ave, com alta abundância de indivíduos na região de Mata Atlântica (WWF, 2010) o que pode não torna-los tão atrativos para criadores da região. 35 As ordens dos Passeriformes e Psittaciformes apresentaram-se como mais abundantes, talvez por serem aves de bela plumagem e vocalização, de acordo com a afirmação de Rocha (2006). Sendo que em 2014 houve maior entrega de Passeriformes, enquanto nos anos de 2013 e 2015, os Psitacídeos tiveram destaque. A primeira ordem, além de ser de uma manutenção em cativeiro mais acessível, já que a sua alimentação é mais barata, assim como a facilidade da limpeza dos seus recintos, são, geralmente, altamente cobiçadas entre os criadores pelos seus belos cantos, segundo o RENCTAS (2001). Referente aos psitaciformes, o maior atrativo para a captura destes animais seria a capacidade de alguns conseguirem imitar a voz humana, além da inteligência notável e docilidade (FRANCISCO, 2012; RENCTAS, 2002). Dentre os passeriformes, destaca-se o gênero Sporophila, da família Emberezidae, pela maioria destas aves serem canoras e custarem mais barato no comercio ilegal, quando comparadas a outras. O que coincide com os dados resultantes deste estudo, que demonstram a prevalência da espécie Papa-capim (Sporophila nigricollis) (14%). A presença do Cardeal ou Galo-de-Campina (Paroaria dominicana) ocorreu em todos os três anos, o que coincide com os estudos que indicam esta espécie como uma das mais comumente traficadas no Brasil (SICK, 2001), sendo facilmente encontrada em cativeiro e popular entre criadores de aves. Descreve-se ainda um agravante desta espécie, que há dificuldade de sua reprodução plena em cativeiro, ou seja, diversas (se não quase todas), que são criadas são originárias da natureza (SILVEIRA, 2012). Na ordem dos psittacideos, o Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) teve presença em todos os anos de estudo, sendo também a ave mais entregue durante os três anos, com 14% de representatividade. De acordo com SICK (2001), esta ave é uma das mais inteligentes do mundo. Com plumagem exuberante e capaz de imitar voz humana e outros sons, é de grande sociabilidade e tem alta taxa de longevidade podendo chegar a 80 anos, assim como o Periquito-rei (Aratinga aurea). Essas peculiaridades os tornam cobiçados como animais de estimação, porem a sua longevidade e comunicação exacerbada aduzem também a sua elevada preminência nas entregas 36 voluntárias do Cetas em estudo (BORGES et al. 2006). Porém este resultado distingue da análise feita por ROCHA (2006), na qual a maioria dos psitacídeos criados, seriam dos gêneros Aratinga sp. e Ara sp., já que o Periquito-rei (Aratinga Aurea) foi o terceiro animal mais entregue voluntariamente, o que pode ser fundamentado pela redução do número de espécimes destes gêneros na região, o que afeta diretamente a disponibilidade de aves para captura (BORGES et al. 2006). Segundo Josiano Torezani (Comunicação pessoal, 2016) a oscilação dos valores de espécimes entregues, ocorre ao acaso, quando um criador decide doar o animal que cria no ambiente doméstico. As demais ordens tiveram representatividade de no máximo seis espécies, o que é explicado por não serem compostas por indivíduos visados por criadores e comerciantes regionais (PEREIRA, 2005). Conforme o IBAMA (2016), na Bahia há a existência de três CETAS, um em Salvador, um Porto Seguro e outro em Vitória da Conquista, o que torna compreensível que a maioria das entregas voluntárias sejam provindas de Salvador, com 215 das 354 (60,1%) aves entregues voluntariamente durante os três anos. Inclusive, questões políticas e técnicas também repercutem neste resultado, já que além da dificuldade de encaminhar os animais de outros locais até o Cetas de Salvador, na grande maioria dos municípios interioranos há somente fiscalizações esporádicas, enquanto na capital, dispõe-se de órgãos fiscalizadores que agem com mais frequência Josiano Torezani (Comunicação pessoal, 2016). Ressalta-se a expressiva quantidade de entregas voluntárias realizadas por pessoas físicas diretamente ao CETAS, durante todos os anos de estudo, pois quando o cidadão entra em contato com a equipe do CETAS, é recomendado que o mesmo se dirija até o centro para realizar a entrega do (s) espécime (s). O tipo de entrega Indefinida, caracterizada pela ausência do dado (JOSIANO 37 TOREZANI, comunicação pessoal, 2016), ficou em segundo lugar, seguido pelas entregas da Guarda-Municipal, que coparticipa das concessões. As principais dificuldades para a realização deste trabalho foram a escassez de informações sobre a entrega voluntária de animais silvestres ao CETAS, o que impossibilitou a realização de comparações sobre os resultados encontrados, assim como o desenvolvimento de discussões mais aprofundadas, e a carência de dados organizados uniformemente, além de constarem algumas informações dúbias e distintas, ainda que constassem nos “livros de registro e livros físicos”. Prejudicando a análise de dados, já que também foi um fator limitante para a evolução da discussão e aprofundamento sobre as relações entre a obtenção e criação de animais silvestres com os aspectos sociais e culturais, o que demonstra a importância de uma melhor gestão da informação, além de reformulação do termo de entrada, afim de se conseguir informações mais precisas sobre o perfil da pessoa que está realizando a doação. Contudo, nos anos de 2014 e 2015 os dados foram compilados de maneira mais descritiva, como na exposição exata de quem realizou a entrega, proporcionando resultados mais claros neste quesito. 38 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS Sendo assim, o presente trabalho demonstrou que foram entregues 354 aves silvestres, distribuídas em sete ordens e 53 espécies. No ano de 2013, foram entregues 78 animais, a maioria da ordem dos Psittaciformes e da espécie Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva), igualmente a 2015, porém neste recebeu-se 91 indivíduos. Em 2014, deram entrada no CETAS de Salvador, 185 aves silvestres, com a prevalência da ordem dos Passeriformes e da espéciePapa-capim (Sporophila nigricollis). O município que realizou maior entrega voluntária de aves foi o de salvador e as entregas por pessoa física diretamente ao CETAS predominaram em todos os anos de estudo. Atividades em prol da conservação das aves Brasileiras têm sido comprometidas não somente pela perda de habitat, mas também pelo tráfico ilegal, que é alimentado por criadores que recorrem ao mercado informal para a aquisição do animal silvestre, sendo estas as principais causas de ameaça à nossa avifauna. Medidas podem ser tomadas para diminuir ou anular a gravidade desta questão. Algumas alternativas como: Penalidades mais rígidas para traficantes, fonte de renda alternativa para as pessoas que sobrevivem ilegalmente pelo o comércio de aves, abordagem ambiental mais eficaz nos programas de educação, devendo haver o incentivo para a reprodução de aves em cativeiro, para serem fornecidos e adquiridas legalmente, afim de atender a demanda por animais de estimação destes animais pelos Brasileiros, que é uma questão cultural. 39 REFERÊNCIAS - ALLGAYER M, CZIULIK M. Reprodução de psitacídeos em cativeiro. Rev Bras Reprod Anim, v.31. Disponível em: www.cbra.org.br/pages/publicacoes/rbra/download/344.pdf. Acesso: 11/05/2016 - BIRDLIFE INTERNATIONAL. Threatened birds of the world. Cambridge, UK: BirdLife International, 2016. Disponível em: http://www.birdlife.org/. Acesso: 17/08/2016 - BORGES, R. C., A. Oliveira, N. Bernardo e R. M. M. C. 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Indivíduo de Cardeal (Paroaria dominicana) (Linnaeus,1758) Indivíduo de Papa-capim (Sporophila nigricollis) - (Vieillot, 1823) 47 Indivíduo de Canário-da-terra (Sicalis flaveola) (Linnaeus, 1766) 48 ANEXO B- Imagens dos Psittaciformes mais entregues durante o período de 2013 à 2015 no CETAS de Salvador Bahia. Indivíduo de Periquito-da-caatinga (Aratinga cactorum) (Kuhl, 1820) Indivíduo de Arara Canindé (Ara ararauna) (Linnaeus, 1758) 49 Indivíduo de Papagaio-do-mangue (Amazona amazonica) (Linnaeus,1766) Indivíduo de Papagaio-verdadeiro (Amazona aestiva) (Linnaeus,1758) 50 Indivíduo de Periquito-rei (Aratinga aurea) - (Gmelin, 1788)
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