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RESUMO FUNDAÇÕES

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FUNDAÇÕES
TIPOS DE FUNDAÇÕES:
Diretas ou superficiais (rasas): Bloco, Alicerces Sapatas e Radieis.
Indiretas ou profundas: Brocas, Estacas e Tubulões.
1 FUNDAÇÕES SUPERFICIAIS (ou diretas, ou rasas)
A carga da estrutura é transmitida diretamente ao solo pela base da fundação. Com profundidade máxima de 2,0 metros, e caracterizadas por blocos, alicerces, sapatas e radiers.
 
BLOCO E ALICERCES 
Concreto ciclópico, alvenaria ou pedra, tem altura relativamente elevada para que não seja necessário o uso de armadura, onde o próprio material absorve o esforço de tração na sua base. No fundo da vala de blocos e alicerces temos que colocar uma camada de concreto magro de 5 cm no mínimo. Solo firme até 1,2 m de profundidade; aprofundar no mínimo 50 cm no terreno para livrar o solo inicial geralmente formado por materiais orgânicos.
Etapas:
- Abertura de vala;
- Apiloamento de fundo de vala;
- Lastro de concreto;
- Alicerce de alvenaria;
- Cinta de amarração;
- Impermeabilização.
SAPATA 
São estruturas de fundações de menor altura que os blocos, precisam de armadura para combater o esforço de tração na sua base. Podem ser executadas em forma: 
Sapata isolada:
Transmite para o solo a carga de apenas um pilar. São construídas em concreto armado. Colocar camada de concreto magro traço 1:3:6 de 3 a 5 cm no fundo da vala escavada.
Etapas:
- Escavação;
- Regularização da base;
- Preparação das laterais;
- Marcação do centro do pilar de fundação;
- Colocação da armadura;
- Marcação da estrutura de contraventamento para dar suporte a armação do pilar de arranque da fundação;
- Por último a concretagem.
Associadas ou combinadas:
São construídas quando temos dois pilares muito próximos, onde se fosse feitas sapatas isoladas para cada um deles, ficariam superpostas.
Contínuas sob pilares ou muros:
Neste caso, as cargas são transferidas de forma distribuída, utilizadas quando as cargas provêm diretamente de paredes, muros ou pilares.
Sapata de divisa: 
Os pilares posicionados na divisa dos terrenos ficam excêntricos em relação ao centro da sapata, o que faz surgir um momento fletor, que pode ser absorvido por uma “viga de equilíbrio”, vinculada à sapata de outro pilar, interno à construção. A viga também atua transferindo a carga do pilar para o centro da sapata.
RADIER
 Se assemelha a uma placa ou laje que abrange toda a área da construção. O radier é executado em obras de fundação quando a área das sapatas ocuparem cerca de 70 % da área coberta pela construção ou quando se deseja reduzir ao máximo os recalques diferenciais. Este tipo de fundação é usado, em geral, para sistemas construtivos como alvenaria estrutural, quando a tensão admissível do terreno é muito baixa onde se torna inviável a execução de estacas profundas.
Etapas:
- Limpeza prévia da superfície do terreno;
- Nivelada e compactada;
- Uma amostra por radier, extraída do ponto onde o rolo compressor mais afundou,
 para medição, em laboratório, do índice de compactação e do teor de umidade. 
- Camada de brita de aprox. 7 cm para nivelamento fino do terreno e evitar contato da armação com o solo.
- Passagem das tubulações recebem cimento misturado com areia para assentamento das instalações. Depois, os tubos são cobertos com terra e brita.
- Toda a área de radier é recoberta com lona plástica, que ajuda na impermeabilização e não deixa que a nata do concreto fresco chegue à brita.
- Todas as tubulações de hidráulica e os eletrodutos são fixados e tampados para evitar entupimento com concreto.
- O concreto é lançado, espalhado, adensado e nivelado.
2 FUNDAÇÕES PROFUNDAS
São utilizadas quando o terreno firme, bom para a fundação, encontra-se em camadas mais profundas do solo, geralmente superior a 6 metros. As cargas são transmitidas ao solo por pressão da ponta e por atrito lateral.
As fundações profundas podem ser classificam-se em:
MOLDADAS IN LOCO OU DE SUBSTUIÇÃO
Feitas no local da obra, onde o solo no espaço que a estaca vai ocupar é removido para se concreta in loco a mesma: 
BROCA
São estacas executadas sem molde, cuja ferramenta é o trado (de concha ou helicoidal), com diâmetro de 15 a 25 cm, comprimento de no máximo 6 m, sendo que só pode ser executado acima do nível da água, para evitar o estrangulamento do fuste e penetração de água, inviabilizando a concretagem. O espaçamento entre estacas não pode ser > 4 m, colocadas nas interseções de paredes, de forma equidistante.
Etapas:
- Escavação com trado manual, usando água para facilitar a perfuração;
- Atingindo a profundidade, apiloa-se o fundo, executando um pequeno bulbo com um pilão metálico e usando pedra britada número 2 ou 3;
- Preenche-se o furo com concreto (concretagem, traço 1:2: 3), adensando e tomando cuidados especiais para não contaminar o concreto com desmoronamento das paredes;
- Fazer o acabamento na cota de arrasamento (cota superior da estaca definida em projeto) desejada, fixando os arranques para os baldrames.
STRAUSS
É desaconselhável o uso desse tipo de estaca, quando a cota de assentamento ou apoio da ponta fique abaixo do lençol freático, pois a água imunda o tubo, comprometendo a concretagem. O slump (índice que mede a fluidez ou consistência do concreto) deve ser entre 8 a 12m, ou seja, temos que ter um concreto bastante plástico para evitar sua aderência dentro do tubo.
Etapas:
- Escavar com um balde, chamado balde strauss, o primeiro metro;
- Após ser furado um metro é colocado um tudo de aço de 2 a 3 metros, que vai descendo ao mesmo tempo em que se prossegue a escavação do furo;
- Vai-se emendando esse tubo por meio de uma rosca à medida que se prossegue a escavação. Esse tubo tem a finalidade de controlar e manter a verticalidade do furo e proteger de desbarrancamento;
- Durante a cravação esse tubo é constantemente limpo da lama ou água acumulada, pois constantemente joga-se água para amolecer o solo;
- Após a escavação até a cota prevista, coloca-se a armadura, que deve permitir a passagem do soquete de compactação;
- Concreta-se o furo ou fuste da estaca;
- Após o lançamento de uma quantidade de aproximadamente de 50 cm apiloa-se com um pilão de 300kgf que cai em queda livre, adensando o concreto dentro do furo. Durante a concretagem o tubo vai sendo retirado.
FRANKI
Estaca Franki pode ser executada abaixo do nível da água ou lençol freático, temos a bucha impedindo entrada de água, com função estanque.
Etapas:
- Coloca-se um tubo na vertical, em seguida derrama-se nele certa quantidade de brita e areia (bucha).
- Essa bucha é apiloada contra o terreno por um pilão de 1 a 4 ton. Pressionado a mistura de brita e areia, forma-se uma bucha estanque na parte inferior do tubo, arrastando-o por atrito contra as paredes para baixo, fazendo com que o mesmo penetre no solo até a cota desejada.
TRADO HELICOIDAL
É moldado no local com uma haste metálica em forma de trado helicoidal na sua ponta, montada num caminhão ou chassi metálico sobre rodas, que permite rápida movimentação no canteiro, desde que a topografia permita.
Etapas:
- O furo é executado com o giro da haste helicoidal que vai penetrando no solo. A cada dois metros é posta a girar ao contrário para que se possa fazer a retirada do solo;
- Retira-se a haste sem realizar giro até a cota de apoio;
- Com o furo feito coloca-se a armação, deve permitir a passagem do soquete de compactação, por fim, começa-se a concretagem em camadas de 50 cm, quando é então apiloada.
HÉLICE CONTINUA
Este tipo de estaca é executada com um trado em hélice, formada por chapas em espiral ao longo de um tubo central. A extremidade inferior do trado tem uma chapa cortante dotada de garras para facilitar o corte do terreno e uma tampa que impede entrada do solo no tubo central, que é por onde será injetado o concreto. Profundidade de até 30 m, diâmetro até 100 cm, baixo grau de ruído e vibração, perfuração em solos pouco coesos, perfuração abaixo do nível da água.
Etapas:
- O furo é realizado introduzindo a hélice no terreno,por meio de movimento rotacional. Durante a escavação da hélice a mesma não é retirada em nenhum momento;
- Concreto com slump de 20 a 24 cm. Quando se alcançar a profundidade de projeto, o concreto é injetado continuamente sem interrupção pelo tubo central, ao mesmo tempo em que é feita a retirada do trado com a hélice;
- Armaduras são colocadas logo após a concretagem, mergulhada no concreto por gravidade, pelos operários com auxílio de um pilão de pequena carga.
PRÉ-MOLDADAS OU DE DESLOCAMENTO
Feitas em fábricas fora do local da obra, onde o solo no espaço que a estaca vai ocupar é deslocado horizontalmente por cravação. Casos das:
PRÉ-MOLDADAS DE CONCRETO
É uma estaca cravada, de concreto armado, que é empregada em qualquer tipo de solo, acima ou abaixo do nível de água e possui boa capacidade de carga. Já prontas para obra, executadas em indústrias e são cravadas com bate-estaca. São estacas de deslocamento podendo ser de concreto armado ou protendido. As vezes necessita de emenda ou corte e são fabricadas em segmentos de 4 a 12m.
Tipos de bate estacas
- POR GRAVIDADE: Equipamento munido de um martelo, levantado através de um guincho, que cai orientado por uma guia lateral, + ou – 10 pancadas/mim, peso do martelo: 1 a 3,5 ton.
- A VAPOR: O martelo é erguido por um guincho a vapor, + ou – 40 pancadas/mim, peso do martelo: 4ton.
- A EXPLOSÃO: O levantamento do martelo é feito através de artefato explosivo.
Nega e Repique
- NEGA: O ponto onde sua cravação deve ser encerrada, pois nesse ponto já é onde pode haver a mobilização da resistência do solo. O valor da nega pode variar dependendo da confiança do solo, porém um valor muito utilizado é o de 10 golpes para penetrar 1 cm no solo.
- REPIQUE: Quando se aplica um golpe do pilão na cabeça da estaca, ela penetra no solo e sofre uma retração, não voltando para a posição inicial, esse diferencia entre a posição inicial e final é a parte elástica do deslocamento que chamamos de repique.
ARRASAMENTO DE ESTACA
As estacas cravadas ou de deslocamento podem atingir cotas diferentes em virtudes da variação do perfil do terreno resistente, logo teremos que cortá-las até que suas cabeças fiquem de 10 a 15 cm dentro do bloco de coroamento. A distância do nível do solo até a cabeça da estaca arrasada chamamos de cota de arrasamento.
MADEIRA 
Seu uso hoje se restringe a obras provisórias.
AÇO
As estacas metálicas é uma solução bastante econômica nas fundações em solos resistentes a grandes profundidades e com elevadas cargas, as mais utilizadas são: Perfil H laminado e soldado, perfil duplo I laminados, soldados dois a dois, tubos de aço, trilhos simples ou compostos. 
VANTAGENS:
- Facilidade de cravar;
- Baixa vibração;
- Facilidades nos cortes e emendas;
- Conseguem ser cravadas em terrenos muito compactos e não provocam o levantamento de estacas vizinhas, etc..
DESVANTAGENS:
- Custo elevado;
-Tem que atingir maior profundidade para obter a resistência necessária devido sua área reduzidas em relação às estacas de concreto;
- Seu uso é mais indicado para cargas muito elevadas como pontes, contenção de solos e construção com edificações vizinhas, pois provoca pouca vibração.
TUBULÕES
Tubuloes possuem as características de fundações básicas ( transmitem os esforços pela base e cargas transmitidas nas primeiras camadas do solo ) e também características de fundações profundas ( transmites os esforços por atrito lateral e de ponta nas camadas mais fundas )
TUBULÃO- São elementos da fundação que transmitem a carga ao solo resistente por compressão na sua base. É composto de fuste cilíndrico e uma base alargada em forma de tronco de cone
Diferencia se de brocas porque necessita alargamento e verificação da base 
De acordo com o método de escavação classificam-se em:
TUBULÃO DE CÉU ABERTO; 
B) TUBULÃO A AR COMPRIMIDO.
O tubulão a céu aberto pode ser executado com ou sem revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto.
O fuste do tubulão normalmente é de seção circular, adotando-se 70 cm como diâmetro mínimo para permitir a entrada e saída de operários. Já a projeção da base poderá ser circular ou em forma de falsa elipse.
Características do Tubulão a céu aberto:
 1-Escavação manual de um poço com diâmetro variando de 0,70 a 1,20m 2-Restrito a solos coesivos e acima do nível de água 
2-Se houver tendência ao desmoronamento, o furo é revestido com alvenaria de tijolo, tubo de concreto ou de aço. 
3-O fuste é escavado até a cota desejada, a base é alargada e posteriormente preenchida com concreto simples ou armado. Na escavação utiliza-se pá, picareta ou cortadeira; na retirada do material utiliza-se balde e sarilho
Pode ocorrer que alguma camada do solo não resista à perfuração e desmorone (no caso de solos arenosos). Neste caso é necessário o encamisamento do fuste ao longo dessas camadas. Tubos de concreto ou aço
O lançamento do concreto é feito da superfície, através de um funil com comprimento em torno de cinco vezes o diâmetro do tubulão, a fim de evitar que o concreto entre em contato com sua parede e se misture com a terra. 
O concreto espalha-se pela base devido ao próprio impacto da descarga, no entanto, deve-se interromper a concretagem, de vez em quando, e descer para espalhá-lo, compactá-lo e vibrá-lo, de modo a evitar vazios na massa de concreto. 
A concretagem do tubulão deve ser processada imediatamente após a conclusão (no máximo 24h, conforme NBR 6122) e o concreto deve ser autoadensável (abatimento em torno de 15cm) para propiciar o preenchimento adequado sem a necessidade de adensamento. O lançamento deve ser feito através do “cachimbo” de concretagem.
Fases de execução de tubulão a céu aberto
 1. Escavação Manual ou mecânica do fuste;
 2. Alargamento da base e limpeza; 
3. Colocação da armadura e concretagem;
 4. Tubulão pronto.
TUBULÃO A AR COMPRIMIDO
Indica-se o uso do tubulão a ar comprimido, quando o lençol freático encontra-se acima da cota de assentamento do tubulão. 
A injeção de ar comprimido impede que a água penetre no tubulão, permitindo que seja executado o trabalho de escavação (manual ou com uso de marteletes e até explosivos, se necessário), abaixo do lençol freático. 
A pressurização é feita por compressor numa campânula ou câmara de equilíbrio de pressão
Usado, quando existe água (A base da fundação ultrapassa consideravelmente o nível do lençol freático)
No máximo 3 atmosferas de pressão pode ser suportado pelo operário que executa a escavação – 
Limitado a 30 m abaixo do lençol freático. – 
O equipamento utilizado consiste basicamente de um compressor e uma câmara de equilíbrio. – 
Neste tipo de tubulão existe sempre o encamisamento, com camisas de concreto ou de aço.
RISCOS QUE O OPERÁRIO CORRE E MEDIDAS PARA MINIZÁ-LOS 
1 Durante a compressão o sangue dos operários absorvem mais gases do que na pressão normal 
2- Ocorrendo a descompressão muito rápida, o gás absorvido em excesso pelo sangue pode formar bolhas. 
3- O operário antes de sair câmara tem que passar por um processo de descompressão lenta (nunca inferior a 15 minutos) numa câmara de emergência. 
4- Um técnico em segurança do trabalho deve está presente para acompanhar todo o processo
INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO
Sondagem: Este método consiste na cravação de um barrilete amostrador que penetra no solo e retira amostras, que são analisadas visualmente e em laboratório a fim de classificar o tipo de solo bem como determinar o SPT
A sondagem é realizada por um equipamento, onde temos um tripé no qual se encontra um peso padrão de 65k que cai de uma altura também padrão de 75 cm. O peso faz penetrar no solo um tubo de aço padronizado que recebe o nome de amostrador Terzaghi, em homenagem ao Eng. Terzaghi que dedicou toda sua vida a estudo da mecânica dos solos.
Procedimento de uma sondagem: - Primeiro abre-se uma abertura de 1 metro de profundidade para livrar as camadas superficiais. - Apoia-se no fundo do furo a ponta do amostrador.Inicia-se o procedimento padronizado: -O peso é lançado sobre a haste que está ligada ao amostrador e o mesmo vai penetrando no solo, a partir daí conta-se o número de golpes necessários para cravar o amostrador até uma profundidade de 45 cm, contando e anotando o número de golpe para cada 15 cm. -Interessa como resultado o número de golpe dos últimos 30 cm de cada metro perfurado: esse valor recebe o nome de SPT, Stander Penetration Test. 55 Depois de penetrado no solo os 45cm iniciais e anotados os números de golpe a cada 15, perfura-se os outros 55cm para completar o metro e introduz-se novamente o amostrador para perfurar os primeiros 45cm do metro seguinte.
SPT: É o número de golpes necessário para penetrar os últimos 30 cm do amostrador.

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