AULA 8 SURSIS

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AULA 10 - SURSIS 
SUPENSÃO CONDICIONAL DA EXECUÇÃO DA PENA
CONCEITO: INSTITUTO DE POLÍTICA CRIMINAL QUE SUSPENDE POR UM CERTO TEMPO (PERÍODO DE PROVA) A EXECUÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. FICANDO O SENTENCIADO EM LIBERDADE SOB DETERMINADAS CONDIÇÕES.
INSTITUTO PREVISTO NO ART. 77 – 82 DO CP E NOS ARTIGOS 156-163 DA LEP
O ART. 77 É DIREITO SUBJETIVO DO RÉU OU FACULDADE DO JUIZ?
Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
 I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código.
O ART. 77 É DIREITO SUBJETIVO DO RÉU OU FACULDADE DO JUIZ?
PODER-DEVER – PREENCHIDOS OS REQUISITOS, O JUIZ DEVE APLICAR O SURSIS. PREVALECE NA DOUTRINA E NA JURISPRUDENCIA QUE É DIREITO SUBJETIVO DO SENTENCIADO. 
QUAIS OS SISTEMAS ADOTADOS PARA O SURSIS?
QUAL O SISTEMA ADOTADO NO QUE DIZ RESPEITO AO SURSIS?
OBSERVAÇÕES
SISTEMA FRANCO – BELGA – OBSERVAÇÃO – É O ADOTADO PELO CÓDIGO PENAL PARA DISCIPLINAR O SURSIS. 
SISTEMA ANGLO-AMERICANO – NÃO HÁ PREVISÃO LEGAL NO BRASIL
SISTEMA DO PROBATION – FOI ADOTADO NA LEI 9.099/95 – PARA O SURSIS PROCESSUAL.
ESPÉCIES DE SURSIS
NASCEM DA COMBINAÇÃO DOS ART. 77 / 77§2º E ART. 78:
SURSIS SIMPLES – ART. 77 C/C 78§1º CP
SURSIS ESPECIAL – ART. 77 C/C 78§2º CP
SURSIS ETÁRIO – ART. 77 C/C ART. 77§2º PRIMEIRA PARTE DO CP
SURSIS HUMANITÁRIO - ART. 77 C/C ART. 77§2º SEGUNDA PARTE 
ESPÉCIES DE SURSIS
Art. 79 - A sentença poderá especificar outras condições a que fica subordinada a suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do condenado.   
CONDENADO REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO
NÃO TEM DIREITO A SURSIS
SALVO QUANDO A PENA ANTERIOR FOR DE MULTA – ART. 77§1º DO CP.
Art. 77 § 1º CP - A condenação anterior a pena de multa não impede a concessão do benefício.
EXEMPLO
PASSADO:
CONDENAÇÃO DEFINITIVA POR LESÃO LEVE NA MARIA DA PENHA – PENA DE 1 ANO
PRESENTE: 
CONDENAÇÃO POR ESTELIONATO .
NÃO CABE O SURSIS POIS É REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO.
EXEMPLO 
PASSADO 
CONDENAÇÃO NO PASSADO POR FURTO – JUIZ CONVERTEU TUDO EM MULTA 
PRESENTE – CONDENAÇÃO POR ESTELIONATO.
CABE SURSIS – NÃO O IMPEDE. 
CAUSAS DE REVOGAÇÃO
PODEM SER OBRIGATÓRIAS OU FACULTATIVAS
CAUSAS DE REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA - ART. 81 DO CP
I- CONDENADO, POR SENTENÇA IRRECORRÍVEL, POR CRIME DOLOSO.
QUALQUER CRIME DOLOSO MESMO QUE SEJA CRIME DE MENOR PORTENCIAL OFENSIVO.
PODE TER SIDO PRATICADO ANTES OU DEPOIS DO INÍCIO DO PERÍODO DE PROVA DO SURSIS. 
DE ACORDO COM A MAIORIA TRATA-SE DE CAUSA DE REVOGAÇÃO AUTOMÁTICA.
OBSERVAÇÕES
NÃO IMPORTA SE O CRIME DOLOSO FOI ANTES DO PERÍODO DO PROVA OU DURANTE O PEERÍODO DE PROVA, NÃO IMPORTA SE É DE MÉDIO, PEQUENO POTENCIAL OFENSIVO E A REVOGAÇÃO É AUTOMÁTICA.
ROGÉRIO GRECO ENSINA QUE APESAR DO SILÊNCIO DA LEI, SE O BENEFICIÁRIO DO SURSIS É CONDENADO POR CRIME DOLOSO A PENA DE MULTA, NÃO REVOGA O SURSIS.
IMPORTANTE
CONDENAÇÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE OU RESTRITIVA DE DIREITOS – REVOGA AUTOMATICAMENTE O BENEFÍCIO
LEMBRAR: CONDENAÇÃO A PENA DE MULTA GERA REINCIDENCIA
MAS, CONDENAÇÃO A PENA DE MULTA NÃO IMPEDE A CONCESSÃO DO SURSIS, E PARA ROGÉRIO GRECO NEM IMPLICA EM SUA REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA.
II – NÃO PAGAMENTO DA PENA DE MULTA
.ESTA CAUSA DE REVOGAÇÃO FOI TACITAMENTE REVOGADA PELA LEI 9268/96 – LEI QUE IMPEDE A MULTA VIRAR PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. 
SEGUNDA PARTE DO INCISO II – A NÃO REPARAÇÃO DO DANO. NO SURSIS SIMPLES A REPARAÇÃO DO DANO OCORRE DURANTE O PERÍODO DE PROVA.
REPARAÇÃO DE DANO 
SE O AGENTE REPARAR O DANO ANTES DA SENTENÇA – FARÁ JUS AO SURSIS ESPECIAL.
SE A REPARAÇÃO DO DANO DEPOIS DA SENTENÇA ATÉ O FINAL DO PERÍODO DE PROVA É CONDIÇÃO PARA AS DEMAIS ESPÉCIES DE SURSIS. 
OBSERVAÇÃO
SÓ REVOGA SE A NÃO REPARAÇÃO SEM JUSTO MOTIVO. O BENEFICIÁRIO TEM QUE SER OUVIDO, PORQUE QUE ELE NÃO REPAROU O DANO. 
III – DESCUMPRIMENTO INJUSTIFICADO DAS CONDIÇÕES DO ART. 78§1º CP
DESCUMPRIR INJUSTIFICADAMENTE: PRESTAÇÃO DE SERVIÇO A COMUNIDADE OU LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA
O BENEFICIÁRIO TEM QUE SER OUVIDO PARA JUSTIFICAR – PORQUE QUE NÃO CUMPRIU. 
CAUSAS DE REVOGAÇÃO FACULTATIVA
CAUSAS DE REVOGAÇÃO PERÍODO DE PROVA
CONDENAÇÃO
CONSEQUENCIA
CRIME DOLOSO +PPL/PRD
REVOGAÇÃOOBRIGATÓRIA
ART. 81,I DO CP
CRIME DOLOSO + MULTA
CP – REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
ROGERIO GRECO – NÃO É CASO DE REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA
CRIME CULPOSO + PPL/PRD
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
CRIME CULPOSO + MULTA
NÃO É CASO DE REVOGAÇÃO
CONTRAVENÇÃO PENAL + PPL/PRD
REVOGAÇÃO FACULTATIVA
ART. 81,§1º DO CP
CONTRAVENÇÃO + MULTA
NÃO É CASO DE REVOGAÇÃO
REVOGAÇÃO É DIFERENTE DE CASSAÇÃO DO SURSIS
HIPÓTESES DE CASSAÇÃO: 
REVOGAÇÃO
OBRIGATÓRIA
REVOGAÇÃO
FACULTATIVA
CASSAÇÃO - HIPÓTESES
ART. 81, I, II, III
DO CP
ART. 81, §1ºDO CP
1)NÃO COMPARECIMENTO INJUSTIFICADO NA AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA – DE ADVERTÊNCIA – SOLENIDADE QUE MARCAO INÍCIO DO PERÍODO DE PROVA.
PRESSUPÕE INCIO DO PERÍODODE PROVA
PRESSUPÕE INCIO DO PERÍODODE PROVA
ANTES DO INÍCIO DO PERÍODODE PROVA. (IMPEDE O INÍCIO DO BENEFÍCIO)
2)PROVIMENTO DE RECURSO CONTRA A CONCESSÃO DO BENEFÍCIO.(APELAÇÃO) - TRIBUNAL
3) CONDENADO RECUSA AS CONDIÇÕES IMPOSTAS.
SURSIS PODE SER PRORROGADO
CONCLUSÕES :
PRORROGAÇÃO - CONCLUSÕES
1ª)TRATA-SE DE PRORROGAÇÃO AUTOMÁTICA.
2º) A SIMPLES INSTAURAÇÃO DE INQUÉRITO POLICIAL NÃO ACARRETA A PRORROGAÇÃO.
SE ELE ESTÁ SENDO INVESTIGADO POR CRIME OU CONTRAVENÇÃO E ACABOU O PERÍODO DE PROVA EXTINGUE-SE A PENA – ESSE PERÍODO NÃO É PRORROGADO. 
A PRORROGAÇÃO PRESSUPÕE PROCESSO. 
SE O AGENTE CUMPRIU REGULARMENTE O PERÍODO DE PROVA, NÃO HOUVE HIPÓTESE DE PRORROGAÇÃO, NEM DE REVOGAÇÃO – EXTINGUE-SE A PENA. 
É POSSÍVEL SURSIS INCODICIONADO?
TODAS AS ESPÉCIES DE SURSIS – OBRIGAM AO CUMPRIMENTO DE CONDIÇÕES NO PRIMEIRO ANO DO BENEFÍCIO. 
SE O MAGISTRADO NÃO IMPÕE CONDIÇÃO? A PARTE INTERESSADA DEVE OPOR EMBARGOS OU RECORRER. 
A SENTENÇA TRANSITOU EM JULGADO – COM A OMISSAÕ – PODE O JUIZ DA EXECUÇÃO PODE SUPRIR A OMISSÃO – PREVLECE NO STJ.
IMPORTANTE
NÃO SE PODE FALAR EM OFENSA A COISA JULGADA, POIS ESSA DIZ RESPEITO A CONCESSÃO DO SURSIS E NÃO AS CONDIÇÕES DO SURSIS. TANTO É QUE AS CONDIÇÕES PODEM SER ALTERADAS PELO JUIZ DA EXECUÇÃO. 
É POSSÍVEL SURSIS SUCESSIVO?
DEPOIS QUE ELE CUMPRE UM SURSIS. PODE TER DIREITO AO BENEFÍCIO NOVAMENTE?
EXEMPLO 
FOI CONDENADO POR LESÃO CORPORAL NA MARIA DA PENHA – O JUIZ APLICOU O SURSIS – CUMPRE DOIS ANOS DE SURSIS. 
DEPOIS É CONDENADO POR HOMICÍDIO CULPOSO. PODE O JUIZ APLICAR SURSIS PARA O HOMICÍDIO CULPOSO? – PODE APLICAR – ELE NÃO É REINCIDENTE EM CRIME DOLOSO. CONFIGURANDO UMA HIPÓTESE DE SURSIS SUCESSIVO.
É POSSÍVEL SURSIS SIMULTÂNEO?
FULANO É CONDENADO POR LESÃO E NESTA LESÃO O JUIZ APLICA SURSIS. DURANTE O CUMPRIMENTO DO SURSIS ELE É CONDENADO POR CRIME CULPOSO. O JUIZ PODE APLICAR O SURSIS PARA HOMICÍDIO CULPOSO? PODE. O COMETIMENTO DE CRIME CULPOSO É CAUSA DE REVOGAÇÃO FACULTATIVA DO CRIME DE LESÃO. ENTÃO, O JUIZ PODE APLICAR O SEGUNDO SURSIS – SENDO ESTE SIMULTÂNEO.
1) No dia 26 de janeiro de 2011, João Porto, 21 anos, ofendeu a integridade corporal de seu vizinho, Jorge Antônio, ao desferir-lhe um soco no olho esquerdo, causando-lhe a perda da visão. O Ministério Público ofereceu denúncia contra o acusado pelo crime de lesão corporal de natureza grave, art. 129, §1º, inciso III (debilidade permanente de sentido), do CP. A peça vestibular foi recebida no dia 14 de fevereiro de 2011. 
A ação penal foi julgada procedente, condenando João Porto à pena de um ano de reclusão, dada a sua condição de primário, de bons antecedentes e com circunstâncias judiciais favoráveis. A sentença condenatória foi publicada no dia 29 de março de 2014, que se tornou definitiva para as partes em abril do mesmo ano. 
Assim, na hipóteseapresentada, e com base na pena aplicada, confere-se ao condenado o direito à:
a) suspensão condicional do processo. 
b) suspensão condicional da pena. 
c) substituição da pena privativa de liberdade por uma restritiva de direitos. 
c) substituição da pena privativa de liberdade por duas restritivas de direitos. 
e) extinção da punibilidade pela prescrição.