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As antigas concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo sofreram uma revolução com as ideias introduzidas por Piaget

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As antigas concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo sofreram uma revolução com as ideias introduzidas por Piaget.
Em seus estudos, Piaget partiu de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. Piaget considerou-se um epistemólogo genético, porque investigou a natureza e a gênese do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento.
Piaget fez a distinção entre dois problemas da Psicologia, que serão objeto do nosso estudo: o desenvolvimento em geral, e a aprendizagem. Ele acreditava que estes problemas eram muito diferentes, ainda que algumas pessoas não fizessem esta distinção.
Conhecer é modificar, transformar o objeto, e compreender o processo dessa transformação e, consequentemente, compreender o modo como o objeto é construído. Sendo assim uma operação é a essência do conhecimento. É uma ação interiorizada que modifica o objeto do conhecimento. Uma operação é um grupo de ações modificando o objeto, e possibilitando ao sujeito do conhecimento alcançar as estruturas da transformação.
O estudo do desenvolvimento tem como finalidade produzir teorias sobre as modificações humanas que ocorrem em todos os estágios da vida.  Esse conhecimento pode ser utilizado como ferramenta para ajudar as pessoas a desenvolverem seu pleno potencial humano.
Cabe aos educadores e docentes atuantes em espaços de aprendizagem (particularmente nas escolas, primeiro agente socializador para além da família) dar condições ao aprendiz de ter um desenvolvimento saudável e adequado dentro do ambiente escolar e, consequentemente, no social. Para isto, é preciso conhecer o aprendiz, seu nível de desenvolvimento e suas possibilidades e limitações, para estabelecer relações interpessoais favoráveis de troca, assim como elaboração e testagem de hipóteses. Desse modo, a psicologia pode contribuir para que a escola humanize sua ação, oportunizando aos seus participantes o pleno desenvolvimento, condição fundamental para seus aprendizados escolares.
Segundo Berger, “conhecer a criança implica estudar sua saúde (biossocial), sua curiosidade (cognitivo) e seu temperamento (psicossocial), bem como dezenas de outras  características do desenvolvimento pertencentes aos três domínios predominantes.”
Ao longo das aulas, apresentaremos nosso estudo sobre desenvolvimento e aprendizagem nas diferentes etapas da vida humana, a partir de três domínios.
Biossocial - Diz respeito ao crescimento e às modificações que ocorrem no corpo de uma pessoa, além dos fatores genéticos, nutricionais e de saúde que afetam esse crescimento e tais modificações. Também fazem parte do desenvolvimento biossocial: as habilidades motoras; os fatores sociais e culturais que afetam essas áreas como, por exemplo, a duração da amamentação ao seio, a educação de crianças com necessidades especiais e as atitudes quanto às formas ideais do corpo.
Psicossocial - Diz respeito ao desenvolvimento das emoções, do temperamento e das habilidades sociais. As influências da família, dos amigos, da comunidade, da cultura e da sociedade como um todo são especialmente importantes para esse domínio. Assim sendo, diferenças culturais relativas ao valor das crianças ou às ideias sobre os papéis “apropriados” a cada sexo, ou ao que é considerado a estrutura familiar ideal, são considerados parte desse domínio.
Cognitivo - Diz respeito aos processos mentais utilizados para obtermos conhecimentos ou para nos tornarmos conscientes do ambiente. A cognição abrange percepção, imaginação, discernimento, memória e linguagem, que são processos utilizados pelas pessoas para pensar, decidir e aprender.  A educação, incluindo o currículo formal das escolas, a instrução informal proporcionada pela família e pelos amigos, e outros espaços sociais, além do resultado da curiosidade e da criatividade individuais, também fazem parte desse domínio.
A ciência se utiliza do método científico que parte da: observação da realidade, identificando um problema de estudo; elaboração de hipóteses; testagem das hipóteses; e elaboração de conclusões com base nesses dados. A etapa final de uma pesquisa científica deve culminar na socialização e/ou publicação de seu processo e resultados.
Para a testagem das hipóteses são utilizados diferentes procedimentos metodológicos.
1. observação-Para que uma observação seja considerada científica, deve preencher determinadas condições, como: ter um objeto perfeitamente definido, ser planejada e registrada sistematicamente. Essas observações devem ser comprovadas quanto a sua validez e confiabilidade. Exige do observador mais do que um simples olhar, mas um “ver” além das aparências.
2. experiência de laboratório - A partir da observação o pesquisador estabelece para o fenômeno uma solução provisória denominada hipótese, que será ou não confirmada mediante uma experimentação. A experimentação é o estudo de um fenômeno provocado artificialmente no sentido de verificar uma hipótese. Ao contrário do observador que não deve ter ideias pré-concebidas do fato observado, pois tem um papel passivo no processo, o experimentador vai ser acima de tudo o elemento ativo, isto é, agirá e reagirá ante os fenômenos a serem verificados, conforme a hipótese. Sob o ponto de vista legal e ético, também existem limitações a experimentação em determinadas áreas, como a nossa, cujo objeto é o ser humano. O experimento é uma investigação destinada basicamente a identificar causa e efeito.
3. levantamento - No levantamento as informações são coletadas através de pessoas por meio de entrevistas e questionários, ou outro meio. Essa é uma maneira fácil, rápida e direta de obter dados. Embora esses métodos sejam vulneráveis a tendenciosidade da parte do pesquisador e dos respondentes.
4. estudo de caso - É um estudo intensivo de um indivíduo através de entrevistas, observação, experimentos, testes padronizados, inventários de personalidade e testes de inteligência. Os estudos de caso podem fornecer um grande número de detalhes, o que torna ricos para gerar novas visões.

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