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Feudalismo e Capitalismo Com a desintegração do império romano e fim do escravismo, surge o modo de produção feudal, ou seja, o feudalismo que perdurará até o último terço do segundo milênio a era cristão. O feudalismo é um sistema socioeconômico que precedeu o capitalismo, caracterizado pelo sistema de grandes propriedades isoladas. Em cada feudo o senhor fazia a lei e administrava a justiça. Cada feudo era autossuficiente. Nele eram produzidos os alimentos necessários aos servos e aos nobres, bem como roupas, instrumentos de trabalho e armas. Os feudos possuíam autonomia e a terra era um elemento de extrema importância para esse modo de produção. A relação de trabalho era a seguinte: a terra pertencia ao nobre (senhor) e era trabalhada pelos servos. Uma parte da terra era ocupada pelo senhor e a outra, pelos servos, em contrapartida de tributos e prestação de serviço. A condição de trabalho dos servos era diferente da dos escravos, uma vez que dispunham de instrumentos de trabalho e retiravam o seu sustento do que produziam nas terras dos senhores feudais. Existia diferença também na relação entre os senhores, os escravos e os servos. Os escravos eram considerados objetos, ou seja, propriedade de seus donos. No feudalismo, a relação envolvia uma série de compromissos, a saber: A prestação de serviços pelos servos e a proteção e segurança aos servos pelos senhores feudais. Para Refletir No regime feudal, o excedente produzido pelos servos era expropriado mediante atos de violência, praticados pelos senhores, que eram responsáveis pela administração da justiça nos limites de seus feudos. Todos os testemunhos históricos relatam a vida miserável que viviam os servos, bem como o ódio que devotavam a seus senhores, a quem deviam, ainda, o compromisso de não abandonar os feudos, ou seja, os servos estavam presos à terra, e as mudanças ou fugas eram duramente punidas (NETTO e BRAZ 2012). Apesar das diferenças entre o feudalismo e o escravismo, vistas acima, existe uma grande semelhança: a exploração. Os servos eram extremamente explorados pelos senhores feudais, não apenas pelo trabalho árduo, como também por uma série de tributos que os mesmos tinham a obrigação de pagar. Sobre o feudalismo, Netto e Braz (2012) destacam que este modo de produção se encontrou plenamente estruturado na Europa no século XI, com suas características plenamente definidas. Umas dessas características era a divisão de classes, uma de produtores diretos, os servos, e a outra parasitária dedicada exclusivamente à caça e à guerra, os senhores feudais. As relações econômico-sociais no Feudalismo eram fundadas no trato da terra. O feudo pertencia a um nobre (senhor), mas os que trabalhavam nele eram servos. A terra arável era dividida entre a parte do senhor e a parte que, em troca de tributos e prestações, era ocupada pelos servos (glebas). Pastos, prados, bosques e baldios eram utilizados por ambos. É importante destacar que a igreja católica detinha grandes extensões de terra, fonte da riqueza que respaldava ser enorme poder. (NETTO e BRAZ 2012). Outra característica importante do feudalismo é a economia de subsistência com o único objetivo da autossuficiência, produzindo apenas o necessário para o consumo imediato e a sobrevivência. Uma vez que o objetivo é a mera satisfação das necessidades básicas, não há estimulo à criação de excedentes da produção. Desta forma, neste tipo de economia não é comum a existência de trocas comerciais. Com a evolução natural do comércio, passou a existir, paralelamente à economia de subsistência, a produção destinada à troca, ou seja, produção de mercadoria baseada pelo trabalho artesanal. A partir das cruzadas, essa produção excedente começou a ser estimulada e valorizada. Nesse momento, a estrutura do feudalismo começa a ser modificada, tornando-se cada vez mais complexa. Sobre o declínio do feudalismo, Netto e Braz (2012) concluem que: o desenvolvimento do comércio, além de romper com o caráter autárquico da economia feudal, irá estimular o consumo de mercadoria por parte da nobreza, que serão trocadas por dinheiro e não mais através de escambo. Será estimulado também o surgimento das cidades e o aparecimento de uma nova classe social: a burguesia. Escambo significa troca, no período em que as trocas eram limitadas, uma mercadoria era comparada à outra e assim as trocas eram realizadas. No entanto, essas operações eram rudimentares e extremamente difíceis de serem realizadas. Dentre as principais dificuldades, pode-se destacar: Estabelecimento de relações justas e coerentes. Encontrar parceiros com desejos e disponibilidade duplamente coincidentes. À medida que os grupos primitivos superaram o estágio de subsistência e evoluíram para sistemas mais avançados, em que trocas internas e com outros grupos passaram a ser frequentes, a criação de um sistema monetário passou a ser necessária para o desenvolvimento do sistema. Antes de definir capitalismo, é necessário entender o conceito de mercadoria. Sobre esse conceito, Netto e Braz (2012) afirmam que: mercadoria é um objeto externo ao homem, que pelas suas propriedades satisfaz uma necessidade humana qualquer, a sua utilidade faz dela um valor de uso, ou seja, a mercadoria é uma unidade que sintetiza valor de uso e valor de troca. Curiosidades Valor de uso x Valor de troca A mercadoria é valor de uso que se produz para a troca. Sendo assim, são definidos como: Valor de uso: valor produzido para o autoconsumo do produtor (um sapato que o sapateiro produz para ele próprio usar). Desta forma, o sapato não é uma mercadoria, e sim valor de uso que satisfaz a necessidade de quem produziu. Valor de troca: uma vez que o produto passa a ser solicitado por outra pessoa, constitui-se então a mercadoria. A facilidade que essa mercadoria terá para ser trocada ou vendida é que compõe o seu valor de troca. Para que haja a produção de mercadoria, são necessários dois aspectos. Vamos a eles: Divisão social do trabalho: Para que a produção de diferentes mercadorias aconteça, é necessário que o trabalho esteja repartido em diversos grupos com especialidades diferentes. Propriedade privada dos meios de produção: A mercadoria produzida só poderá ser vendida se ela tiver um proprietário. Sobre os aspectos necessários para a produção de mercadoria, Netto e Braz (2012) concluem que a produção de mercadoria tem como condições indispensáveis a divisão social do trabalho e a propriedade privada dos meios de produção. Sem ambas, produzem-se bens com valores e uso, porém a produção mercantil (produção de mercadoria) não acontece.
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