Buscar

Aula 01 DIREITO PENAL

Prévia do material em texto

DIREITO PENAL APLICADO I
AULA 01
INTRODUÇÃO, CONCEITO E PRINCÍPIOS DO DIREITO PENAL
 Prof. Samuel Neri 
Apresentação da Aula 
Conceito de direito penal e sua importância como fonte de regramento social.
Origem do Direito Penal.
Princípios do direito penal. 
2
1. Introdução e conceito de Direito Penal
A vida em sociedade impõe ao ser humano uma séria de relações com seus semelhantes. Nem sempre essas relações serão pacíficas, daí nasce a necessidade de se criar regras de comportamento. 
Nesse sentido cria-se o Estado, que tem o objetivo de proteger os seres humanos e lhe garantir um bem estar, protendo os bens do homem e da sociedade que são mais importantes, os erige a condução de bens tutelados pelo direito penal. 
3
1. Continuação
Assim, quando os bens do homem (vida, patrimônio liberdade, dignidade sexual, etc) recebem essa proteção de uma norma criada pelo Estado, surgirá a criação dos bens jurídico. A partir da prática de uma dessas condutas incriminadas pelo direito penal, surgi para o Estado o poder-dever de exercer seu ius puniendi (direito de punir). Importante ressaltar que o estado detém o monopólio desse direito de punir. Somente o Estado pode legitimante punir uma pessoa que transgrediu um normal penal. 
4
1.1 Infrações Penais
Em decorrência da necessidade do Estado de proteger os bens jurídicos mais importantes para o ser humano e para sociedade como um todo surge a criação de infrações penais, que nada mais são do que regras de comportamento que impõe uma sansão penal a quem as transgredir. As normais penais, em sua maioria, estão compiladas em um código denominado de código Penal (Decreto-Lei 2848/40). O legislador criou as infrações penais, que é um gênero do qual o crime e a contravenção são espécie;
5
1.1 Infrações Penais
Em decorrência da necessidade do Estado de proteger os bens jurídicos mais importantes para o ser humano e para sociedade como um todo surge a criação de infrações penais, que nada mais são do que regras de comportamento que impõe uma sansão penal a quem as transgredir. As normais penais, em sua maioria, estão compiladas em um código denominado de código Penal (Decreto-Lei 2848/40). O legislador criou as infrações penais, que é um gênero do qual o crime e a contravenção são espécie;
6
1.1. Infração Penal: Crime e Contravenção 
A diferença entre crime e contravenção esta na espécie de pena aplicada ao crime, pois nas contravenções penais a pena é de prisão simples, o que impõe um regime semiaberto ou aberto, sem rigor penitenciário. Enquanto o crime a pena pode ser em regime fechado.
COMPÕE-SE DE DUAS PARTES A NORMA PENAL:
 - Comando Principal ou Preceito Primário (descrição da conduta);
 - Sanção ou Preceito Secundário (sanção).
7
2. Função e Fonte do Direito Pena
Função: A função do direto penal é proteger os bens jurídicos. 
Fontes do Direito Penal: Em relação a sua produção sempre deve vir por meio de lei penal, pois compete privativamente à União legislar sobre Direito Penal (art. 22, I da Constituição Federal). Importante destacar que em os costumes não possuem o a força de lei, portanto não podem refogar a lei nem criar norma penal. 
8
2.2 Visão interdisciplinar
O direito penal faz parte de um sistema que é o ordenamento jurídico. A base desse sistema, que norteia os demais ramos do direito, como se fosse um verdadeiro tronco de uma árvore, é o direito constitucional. O direito penal guarda intima relação com o direito constitucional, em especial na parte de direito e garantias fundamentais (previstos no Art. 5º Da constituição Federal). Mas ele também se relaciona com outros ramos como o direito civil, administrativo, processual e etc. 
9
3. Princípios do Direito Penal 
3.1. Princípio da Dignidade Humana.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
(...)
III - a dignidade da pessoa humana;
10
3.2 Princípios da Legalidade Direito Penal 
Art. 5º, XXXIX Constituição Federal 1988 - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
Art. 1º do Código Penal - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
OBS: Este princípio contem outros subprincípios.
11
3.2.1 Reserva da Lei 
Só a lei pode definir crimes e cominar penalidades, nenhuma outra fonte inferior a lei pode gerar uma norma penal. Dessa forma não há possibilidade de uma portaria, resolução, Medidas provisória (que são outras espécies de normas) criar um crime. Dessa forma a demais normas, que não sejam lei, não podem definir crimes e impor penas.
12
3.2.2 Anterioridade da Lei Penal 
Somente se aplicará pena que esteja prevista anteriormente na lei como aplicável ao autor do crime. A estipulação do crime e sua respectiva pena dever ser criadas anteriormente a conduta do autor, pois do contrário poder-se-ia criar ou até mesmo alterar a pena (assim como o crime) de acordo com determinados casos, o que certamente iria gerar quebra de igualdade e isonomia que todos devem ter perante a lei.
13
3.2.3 Taxatividade 
O conjunto de normas incriminadoras é taxativo. O fato é típico ou atípico. O elenco não admite ampliações. Assim fica impossibilitado o emprego da analogia. Para tanto a lei deve especificar ao máximo o fato típico, evitando generalizações. 
A conduta que se quer evitar por meio da criação de um crime deve esta bem descrita na norma penal
14
3.2.4 Irretroatividade da Lei Penal 
A regra é que não se aplique a lei penal ao fatos passados, ou seja, quando o indivíduo praticou determinada conduta esta era permitida, daí depois vem uma nova lei e afirma que aquela conduta anteriormente pratica (que até então era permitida) agora é crime. A lei não retroagirá, salvo para beneficiar o investigado. 
Art. 5º, XL da Constituição Federal/88 –“a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu”;
15
3.3 Subsidiariedade 
As relações do homem em sociedade são variadas e contínuas. Dessa forma o Estado para regular estas relações e manter a paz social utiliza de regras (ramos do direito) que interfiram menos na vida das pessoas. Entretanto quando estes outros ramos do direito falharem na proteção do bem jurídico, daí que o Estado se utilizará do Direito Penal, por ser mais forte sua incidência na vida das pessoas porque pode lhes privar de um bem muito importante que é a liberdade.
16
3.4 Fragmentariedade (intervenção mínima) 
As relações sociais entre indivíduos na sociedade são contínuas, ou seja, consubstanciam-se em verdadeiras relações permanentes. As relações de convívio, de urbanidade educação, de vizinhança, familiar, etc. Dessa forma não são todas as condutas das relações humanas que serão merecedoras da atenção do direito penal. Com efeito, o direito penal atua apenas em determinados fragmentos dessa relação contínuo existente em sociedade. 
17
3.5 Lesividade 
(Alteridade ou transcendentalidade ) 
O direito penal só deve ser aplicado às condutas que extrapolem a esfera do próprio autor e lesem bem jurídico de terceiros, ou ao menos coloquem em risco o bem jurídico tutelado. 
No Direito Penal, o princípio da lesividade, proíbe a incriminação de atitude meramente interna, subjetiva do agente, pois se revela incapaz de lesionar o bem jurídico.
18
3.6 Culpabilidade 
A culpabilidade esta relacionada com o juízo de reprovação que se faz a cerca da conduta do autor, pois o autor poderia e era lhe exigido que atuasse de outra forma que não o cometimento do crime. A culpabilidade deve ser vista como fundamento e como limite da própria pena, onde a sanção imposta ao indivíduo deve guardar adequada proporção à gravidade de sua ação delituosa.
19
3.7 Insignificância ou Bagatela 
Sua aplicação decorre no sentido de que o direito penal não se deve ocupar de condutas que produzam resultado cujo desvalor - por não importar em lesão significativa ao bens jurídicos de formarelevantes - não represente, por isso mesmo prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, seja à integridade da própria ordem social. 
20
3.7 Insignificância ou Bagatela - Continuação 
Para ser utilizado, faz-se necessária a presença de certos requisitos, tais como: 
(a) a mínima ofensividade da conduta do agente;
(b) a nenhuma periculosidade social da ação;
(c) o reduzidíssimo grau de reprovabilidade do comportamento;
(d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada (exemplo: o furto de algo de baixo valor) 
21
3.8 Vedação da dupla punição
(ne bis in idem) 
Ninguém pode ser punido duas vezes pelo mesmo fato. Possui duplo significado:
 - Penal material: ninguém pode sofrer duas penas em face do mesmo crime; 
 - Processual: ninguém pode ser processado e julgado duas vezes pelo mesmo fato. 
22
Atividade
DIREITO PENAL APLICADO I
Prof. Samuel Neri 
ATIVIDADE:
Com a finalidade de fixar o conteúdo ministrado iremos propor a seguinte atividade: descobri qual o princípio o mais adequando para a chance. 
24
RESPOSTA: 
PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA OU BAGATELA 
A imagem apresenta um ladrão de galinhas. Sugerindo que trata-se de uma criminoso que furta pequenas coisas. Nesse sentido o caso nos leva a conclusão de que indivíduos que praticam ação criminosos, ainda que típicas, mas não colocam em risco o bem jurídico tutelado pela norma penal (patrimônio), na verdade não praticam conduta materialmente típica. Devendo ser absolvidos. Por óbvio que se deve avaliar o caso concreto. 
25

Continue navegando