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AULA PROCESSOLEGISLATIVO

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1 
 
Processo Legislativo Brasileiro 
 
 
 
I- O Poder Legislativo 
 
Poder Legislativo é uma instituição fundamental da democracia representativa, 
porque se compõe de representantes do povo, para o exercício de duas 
funções básicas: a legislativa e a de controle sobre o governo. 
 
Sistemática do Poder Legislativo na CR/88 
“Título IV- Da Organização dos Poderes”, “Capítulo I- Do Poder Legislativo”, 
“Seção VIII- Do Processo Legislativo”, “Subseção I- Disposição Geral”, “Seção 
II – Da Emenda à Constituição”, “Seção III- Das Leis”. 
 
O Poder Legislativo Federal é bicameral – significa que é composto por 
duas Casas Legislativas: o Senado e a Câmara dos Deputados. 
 
A Câmara dos Deputados é composta por deputados que representam o 
povo, eleitos pelo sistema proporcional. A Câmara possui algumas atribuições 
privativas definidas no art. 51 da CR/88, como declarar por maioria absoluta 
de seus membros a procedência ou improcedência de acusação contra 
Presidente da República, bem como dos Ministros de Estado; a iniciativa da 
tomada de contas do Presidente quando não apresentadas no prazo fixado 
(60 dias). 
 
 
O Senado Federal é composto por representantes dos Estados – Membros 
e do Distrito Federal. O Senado possui algumas atribuições exclusivas 
(indelegáveis), como julgar o presidente da República nos crimes de 
responsabilidade e os Ministros de Estado em crimes da mesma natureza; 
processar e julgar os ministros do STF e o Procurador-Geral da República nos 
crimes de responsabilidade; aprovar a escolha de magistrados, do Procurador-
Geral da República, dos membros do Conselho Nacional de Economia, etc... 
Ver art. 52 da CR/88. 
 
 
Lembrar do princípio básico da democracia – todo poder emana do povo que 
o exerce de forma direta (plebiscito,referendo ou iniciativa popular) ou de 
forma indireta (por meio dos seus representantes) – Parágrafo Único do art. 1º 
do CR/88. 
 
Temos 513 deputados federais, número estipulado pela Lei Complementar nº 
78/93, que regulamenta o disposto no art. 45, § 1º da Constituição da 
 2 
República. O número de senadores é de 81. 
 
O mandato de cada deputado é de quatro anos, sendo permitida a reeleição. 
 
Cada Estado e o Distrito Federal elegem o número fixo de três senadores, 
sendo que o mandato de cada de senador é de oito anos, duas legislaturas. 
Cada senador cumpre o mandato de oito anos com dois suplentes. A 
renovação dos senadores eleitos ocorre de quatro em quatro anos, na 
proporção de 1/3 e 2/3. 
 
• Nenhum Estado da Federação pode ter menos de oito ou mais de 
setenta deputados. Em relação aos territórios, o número de deputados é 
fixo Art. 45. 
 
Requisitos para candidatura de deputados federais, nos termos do art. 14 da 
CR/88. 
 
 1- Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
 2- Idade: maior de 21 anos; 
 3- Pleno exercício dos direitos políticos; 
 4- Alistamento eleitoral; 
 5- Filiação Partidária; 
 6- Pleno exercício dos direitos políticos. 
 
Requisitos para candidatura de senadores, nos termos do art. 14 da CR/88 
 
1- Ser brasileiro nato ou naturalizado; 
2- Idade: maior de 35 anos; 
3- Pleno exercício dos direitos políticos; 
4- Alistamento eleitoral; 
5- Filiação Partidária; 
6- Pleno exercício dos direitos políticos. 
 
OBS: A idade mínima para deputado estadual ou distrital é de 21 anos e de 
vereador é de 18 anos. 
Número de deputados estaduais: art. 27 da CR/88. A regra é a seguinte: 
Número de vereadores: art. 29, IV da CR/88 e Resolução nº 21.702/04 do TSE. 
 
 
 
 
 
1- Definir, ou seja, conceituar e explicar o que são as imunidades 
parlamentares? 
Imunidades Parlamentares são prerrogativas inerentes à função 
 3 
parlamentar, garantidoras do exercício do mandato parlamentar, 
com plena liberdade. 
 
2-Explicar o que é a Imunidade Material e qual é a previsão 
constitucional? 
Também denominada inviolabilidade que implica na exclusão da 
prática de crime, bem como a inviolabilidade civil pelas opiniões, 
palavras e votos. Previsão no art.53, caput. Com o advento da EC 35, 
de 20 de dezembro de 2001, as imunidades parlamentares sofreram 
importantes alterações. As opiniões, palavras e votos tem de ser 
proferidas em decorrência do exercício da função. O STF entende que 
a inviolabilidade alcança toda manifestação do congressista onde se 
possa identificar um laço de implicação recíproca entre o ato praticado, 
ainda que fora do estrito exercício do mandato. O sentido é de garantir 
ao congressista que não seja perseguido em decorrência de sua 
atividade- garantia do regime democrático. 
 
3-Explicar o que é a Imunidade Formal e qual é a previsão 
constitucional? 
Está relacionada à prisão dos parlamentares, bem como ao processo a 
ser instaurado contra eles. 
Em relação à prisão, o parlamentar passa a ter imunidade formal com a 
diplomação, antes da posse. 
Diplomação- atestado de que o candidato foi regularmente eleito. 
Previsão: § 2° do art. 53, significa que desde a expedição do diploma 
os parlamentares não poderão ser presos, salvo em caso de flagrante 
de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 
24 horas à Casa respectiva para que pelo voto da MAIORIA ABSOLUTA 
de seus membros a prisão seja resolvida. 
A votação não é secreta e sim ABERTA. Importante destacar que o STF 
vem entendendo que é possível a prisão em decorrência de decisão 
judicial com trânsito em julgado. 
Antes da EC 35/01, os parlamentares só poderiam ser processados com 
prévia licença da respectiva Casa. 
Os parlamentares serão submetidos a julgamento perante o STF. 
Após o recebimento da Denúncia pelo STF, em decorrência de crime 
ocorrido após a diplomação, poderá ocorrer o pedido de sustação do 
processo, sendo que a prescrição fica suspensa em caso de ser 
sustada a tramitação do processo. 
 
 
OBS: Fato muito comum no nosso cenário político é o afastamento de 
parlamentares por tempo indeterminado para exercerem o cargo de Ministro, 
Secretário de Estado ou Município. Vale ressaltar que, ao se afastar do cargo 
para o qual foi eleito, o parlamentar não manterá suas imunidades. Michel 
 4 
Temer aponta que o STF já decidiu que o licenciado não está no exercício 
do mandato e, por isso, dispensa-se a licença (imunidades). Temer elucida 
ainda mais o assunto, ao apontar que o art. 56 da CF responde essa 
indagação ao prescrever que: 
 
“Não perderá o mandato o deputado ou senador investido na função de 
Ministro de Estado, Governador do Distrito Federal, Governador de 
Território, Secretário de Estado, etc. ‘Não perderá o mandato’ significa que 
quando cessarem suas funções executivas, o parlamentar, que não perdeu 
o mandato, pode voltar a exercê-lo. O que demonstra que, enquanto 
afastado, não se encontra no exercício do mandato, senão que interrupção 
de exercício. Harmoniza-se com a prescrição da impossibilidade de 
exercício simultâneo em Poderes diversos”. 
 
 
 
 
 
 
 
Outras Garantias dos Parlamentares: 
 
- Sigilo da fonte: de acordo com art. 53, § 6º da CR/88, os deputados e 
senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou 
prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre pessoas que lhes 
confiaram ou deles receberam informações. 
 
-Incorporação às Forças Armadas de Deputados e Senadores: de acordo com 
o art. 53, 7º, a incorporação de militares às Forças Armadas mesmo que 
militares e ainda que em tempo de guerra dependerá de licença prévia da 
Casa respectiva. 
 
Parlamentares Estaduais: de acordo com o art. 27, § 1º da CR/88 aos 
deputados estaduais serão aplicadas as mesmas regras previstas na 
Constituição da República sobre sistema eleitoral, inviolabilidade, imunidades, 
remuneração, licença e incorporação às Forças Armadas – correspondência 
de regras. O foro é do Tribunal de Justiça do Estado. 
 
Parlamentares Municipais: de acordocom o art. 29, VIII os Municípios reger-
se-ão por lei orgânica que deverá obedecer dentre outras regras a da 
inviolabilidade dos Vereadores por suas opiniões, palavras e votos e com a 
ressalva de que apenas na circunscrição do município. Vereador não tem 
imunidade processual, ou seja, não tem prerrogativa de foro. 
 
 
 5 
Incompatibilidades e Impedimentos dos Parlamentares Federais – Ver artigo 
54 
 
 
* Desde a expedição do diploma 
 
- firmar ou manter contrato com pessoa jurídica de direito público, empresa 
pública, sociedade de economia mista ou empresa concessionária de serviço 
público, salvo em caso de cláusulas uniformes; Sobre as cláusulas uniformes 
há controvérsia doutrinária. José Afonso define que típicos são os contratos 
de adesão tais como o de seguro, transporte, fornecimento de gás, luz e força, 
prestação de serviços de telefones, contratos bancários…Uniformidade é 
característica que só pode estar presente em uma multiplicidade de 
contratos… 
 
-Aceitar ou exercer cargo ou função ou emprego remunerado nas entidades 
anteriores; 
 
 
* Desde a posse 
 
-Ser proprietário, controlador ou diretor de empresa que goze de favor 
decorrente de contrato com pessoa jurídica de direito público ou nela exercer 
função remunerada; 
 
-Ocupar cargos ou função de que sejam demissíveis ad nutum em pessoas 
jurídicas de direito público, empresas públicas, sociedades de economia mista 
ou empresa concessionária de serviço público. 
 
-Patrocinar causa em que seja interessada qualquer entidade acima; 
 
-Ser titular de mais de um mandato eletivo. 
 
 
Perda do mandato parlamentar 
 
A perda do mandato pode ser por cassação ou extinção. 
 
Cassação- ocorre quando o ato que decreta a perda do mandato decorre do 
cometimento de uma falta funcional, medida que depende de decisão da 
Câmara ou Senado por voto secreto da maioria absoluta de seus 
membros, mediante provocação da respectiva Mesa ou de partido político 
com representação no Congresso Nacional. É assegurada ampla defesa ao 
acusado. Hipóteses de cassação são previstas no art. 55, I, II e VI: 
 
 6 
1) infração a qualquer proibição estabelecida no art. 54 da CR/88; 
2) procedimento adotado pelo parlamentar incompatível com o decoro 
parlamentar; situação que não é suscetível a revisão do Poder Judiciário. 
Reza o art. 55, § 1º da Constituição que além dos casos indicados nos 
regimentos internos, o abuso das prerrogativas asseguradas a membro 
do Congresso Nacional ou a percepção de vantagens indevidas; 
3) que sofrer condenação criminal em sentença transitada em julgado; 
 
 
Extinção – ocorre em situações nas quais a decisão é meramente declaratória 
porque visa posto que apenas reconhece uma situação prevista na 
Constituição. Declaração de ofício da Mesa da Casa ou por provocação de 
qualquer de seus membros ou de partido político com representação no 
Congresso Nacional. Hipóteses de extinção por perda estão previstas no art. 
55, III, IV e V: 
 
1) deixar de comparecer em cada sessão legislativa à terça parte das 
sessões ordinárias da Casa a que pertencer, salvo licença ou missão 
por esta autorizada; 
2) perda ou suspensão dos direitos políticos; 
3) decreto da justiça eleitoral nos casos previstos nesta Constituição; 
 
 
 
 
Renúncia do Parlamentar: 
 
Art. 55, § 4º da CR/88. A renúncia de parlamentar submetido a processo que 
vise ou possa levar à perda do mandato terá seus efeitos suspensos até as 
deliberações finais. 
 
A declaração unilateral de vontade do deputado ou senador de renunciar ao 
mandato não eliminará o processo ao qual está submetido. Fica inelegível o 
parlamentar que perder o mandato em decorrência da cassação por falta de 
decoro parlamentar ou por descumprimento das hipóteses do art.54. 
 
Lei de Inelegibilidade – Lei Complementar 64/90 / Outras hipóteses em que se 
torna inelegível 
 
 
Legislatura: Período de quatro anos que corresponde ao mandato dos 
deputados federais. 
 
Sessão Legislativa: Nos termos do art. 57 da CR/88 definiu-se que a sessão 
legislativa – período anual no qual se reúnem os congressistas - será da 
 7 
seguinte forma: 
 
De 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Nos 
termos da Emenda à Constituição nº 50/2006, houve uma redução do recesso 
parlamentar de 90 
 para 55 dias. 
 
Das Comissões Parlamentares: 
 
De acordo com a definição de José Afonso da Silva, as comissões 
parlamentares são: “organismos constituídos em cada Câmara, composto de 
número geralmente restrito de membros, encarregados de estudar e examinar 
as proposições legislativas e apresentar pareceres”. 
 
Em conformidade com o art. 58 da CR/88, as comissões podem ser 
permanentes e temporárias e são constituídas nas formas e com as 
atribuições previstas no Regimento Interno. 
 
COMISSÕES: - Comissões Temáticas - art. 58, §2º (são as permanentes); 
 
 - Comissões Especiais – RI (são temporárias); 
 
 -Comissões Parlamentares de Inquérito – art. 58, § 3º (são 
temporárias) – poderes próprios da autoridades judiciais diz respeito apenas 
à fase instrutória e não à fase do juízo. Sua competência investigatória se 
assemelha no aspecto criminal à polícia judiciária. As CPI’s podem determinar 
diligências, inquirir testemunhas, requisitar informações e documentos, tomar 
depoimentos de autoridades. Podem requisitar a quebra de sigilo telefônico 
(art. 5º, XII), fiscal e bancário. Requisição de 1/3 dos membros; apuração de 
fato determinado e por prazo certo. As CPIs não podem nunca impor 
penalidades ou condenações.CPI não julga apenas investiga. 
 
 -Comissões Mistas – são compostas tanto por deputados 
quanto por senadores (são temporárias); 
 
 -Comissão Representativa durante o recesso – art. 58, § 4º. 
Durante o recesso haverá uma Comissão representativa do Congresso 
Nacional , eleita por suas Casas na última sessão ordinária do período 
legislativo, com atribuições definidas no regimento comum. 
 
 
 
 
II – Análise e definição do Processo Legislativo 
 
 8 
Definição: O processo legislativo é o processo de formação das leis. É o 
complexo de atos necessários à concretização da função legislativa do 
Estado. O processo legislativo é formal em dois sentidos. Está subordinado 
às formalidades previstas na Constituição. Segundo, porque é representação 
do que efetivamente se dá no choque dos interesses da coletividade. O ato de 
formação das leis é político por excelência. 
 O processo legislativo consiste nas regras procedimentais, 
constitucionalmente previstas, para a elaboração das espécies normativas, 
regras que têm de ser observadas pelos envolvidos. O art. 59 da Constituição 
Federal lista / enumera os instrumentos normativos compreendidos na 
regulação que o constituinte desenvolve nos dispositivos seguintes. 
 
O processo legislativo moderno é informado por princípios gerais que lhe dão 
características: 
 
 
*Princípio da Publicidade – as deliberações das Casas Legislativas se 
realizam perante o público 
 
*Princípio da Oralidade – consiste no fato de que os debates se façam de viva 
voz, tanto na discussão quanto na votação, exercido por meio dos painéis 
eletrônicos. 
 
*Princípio da separação da discussão e votação – consistente no fato de a 
votação só se iniciar depois de encerrada a discussão. 
 
*Princípio da Unidade da Legislatura – a legislatura tem a duração de quatro 
anos. No final de cada legislatura consideram-se encerrados todos os 
assuntos seja qual for o estado de sua deliberação. 
 
*Princípio do exame prévio do projeto por comissões parlamentares – exame 
prévio nas comissões. 
 
 
- O vício formal: diz respeito ao processo de formação da lei, que pode se 
situar tanto na iniciativa quanto nas demais fases. 
 
- O vício material:diz respeito ao conteúdo da espécie normativa – à matéria. 
 
 
 
FASES DO PROCESSO LEGISLATIVO 
 
FASES Iniciativa 
 
 9 
 Constitutiva – deliberação parlamentar (discussão e votação) 
 deliberação executiva (sanção e veto) 
 
 Complementar – promulgação 
 publicação 
 
 
1- Iniciativa- é o momento da instauração do procedimento, deflagra-se o 
procedimento. É o momento de iniciação do processo legislativo. 
Momento da apresentação da proposição. 
Ver o art.61/ regra geral- qualquer deputado ou senador; comissões da 
Câmara ou do Senado ou do congresso; presidente da república; supremo 
tribunal federal; tribunais superiores; procurador-geral da república e cidadãos. 
 
Alguns dispositivos constitucionais elencam as regras de iniciativa privativa – 
matérias reservadas a um determinada pessoa/autoridade. Ver exemplos: art. 
61, § 1º (sobre as competências privativas do Presidente da República); art. 
96, II (reserva ao STF e tribunais superiores). 
 
 Art. 61 – A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso 
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo 
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e 
nos casos previstos nesta Constituição. 
 § 1º – São de iniciativa privativa do Presidente 
da República as leis que: 
 I – fixem ou modifiquem os efetivos das Forças 
Armadas; 
 II – disponham sobre: 
 a) criação de cargos, funções ou empregos públicos 
na administração direta e autárquica ou aumento de sua 
remuneração; 
 b) organização administrativa e judiciária, 
matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e 
pessoal da administração dos Territórios; 
 c) servidores públicos da União e Territórios, seu 
regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e 
aposentadoria; 
 (Alínea com redação dada pelo art. 3º da Emenda 
Constitucional nº 18, de 5/2/1998.) 
 d) organização do Ministério Público e da 
Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para 
a organização do Ministério Público e da Defensoria 
 10 
Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Territórios; 
 e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da 
administração pública, observado o disposto no art. 84, 
VI; 
 (Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda 
Constitucional nº 32, de 11/9/2001.) 
 f) militares das Forças Armadas, seu regime 
jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, 
remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
 (Alínea acrescentada pelo art. 3º da Emenda 
Constitucional nº 18, de 5/2/1998.) 
 
 
Art. 96 – Compete privativamente: 
 I – aos tribunais: 
 a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus 
regimentos internos, com observância das normas de 
processo e das garantias processuais das partes, 
dispondo sobre a competência e o funcionamento dos 
respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
 b) organizar suas secretarias e serviços 
auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, 
velando pelo exercício da atividade correicional 
respectiva; 
 c) prover, na forma prevista nesta Constituição, 
os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
 d) propor a criação de novas varas judiciárias; 
 e) prover, por concurso público de provas, ou de 
provas e títulos, obedecido o disposto no art. 169, 
parágrafo único, os cargos necessários à administração 
da Justiça, exceto os de confiança assim definidos em 
lei; 
 f) conceder licença, férias e outros afastamentos 
a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem 
imediatamente vinculados; 
 II – ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais 
Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder 
Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 
169: 
 a) a alteração do número de membros dos tribunais 
inferiores; 
 b) a criação e a extinção de cargos e a 
remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos 
que lhes forem vinculados, bem como a fixação do 
 11 
subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos 
tribunais inferiores, onde houver; 
 (Alínea com redação dada pelo art. 1º da Emenda 
Constitucional nº 41, de 19/12/2003.) 
 c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
 d) a alteração da organização e da divisão 
judiciárias; 
 III – aos Tribunais de Justiça julgar os juízes 
estaduais e do Distrito Federal e Territórios, bem como 
os membros do Ministério Público, nos crimes comuns e de 
responsabilidade, ressalvada a competência da Justiça 
Eleitoral. 
 
 
Emendas em projetos de iniciativa privativa 
É perfeitamente cabível a apresentação de emendas parlamentares em 
matéria de iniciativa privativa. Exceção: ver art. 63, I e II- não podem ser 
admitido aumento de despesa em projeto de iniciativa exclusiva do 
Presidente da República a não ser em relação ao orçamento. Tem que 
haver pertinência temática da emenda parlamentar com o projeto 
original; a emendas não podem acarretar aumento de despesas. 
 
Iniciativa Popular: possibilidade de o eleitorado deflagrar o processo 
legislativo de lei complementar ou ordinária. Como funciona? A proposta tem 
de ser subscrita por no mínimo por cento do eleitorado nacional, distribuído 
por pelo menos cinco estados e em cada um deles deve haver a subscrição 
de 0,3 por cento dos eleitores. Regra disposta no art. 61, § 2º c/c com o art. 
14,III da Constituição Federal e Lei nº 9709/98. 
Exemplo de lei fruto de iniciativa popular: a Lei nº 8930/94 que modificou a lei 
dos crimes hediondos, na verdade encaminhado pelo presidente da república 
e tido como de autoria conjunta. 
Outro exemplo é o da Lei 11124/05, que cria o fundo nacional para moradia 
popular. Exclusivamente de iniciativa popular, não é de autoria conjunta. 
A iniciativa popular para a apresentação de pec’s é matéria controvertida. 
Entende Pedro Lenza e José Afonso da Silva que é possível com base em 
princípios constitucionais, como o da soberania popular/interpretação 
sistemática da Constituição. 
 
Requisitos: 
1 por cento do eleitorado distribuído em no mínimo cinco estados e com a 
subscrição de pelo menos 0,3 por cento do eleitorado em cada um deles. 
 
Art. 61 – A iniciativa das leis complementares e 
ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara 
dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso 
 12 
Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo 
Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao 
Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e 
nos casos previstos nesta Constituição. 
§ 2º – A iniciativa popular pode ser exercida pela 
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei 
subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado 
nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com 
não menos de três décimos por cento dos eleitores de 
cada um deles. 
 
2- Constitutiva: é a fase em que temos a conjugação de vontades tanto do 
Legislativo (discussão e votação) quanto do Executivo (sanção e veto). 
Sobre a fase da deliberação, convém destacar que no Brasil, em decorrência 
do Bicameralismo, sempre haverá a apreciação de um projeto de lei nas duas 
Casas – tanto na Câmara quanto no Senado, assim uma das Casas funciona 
como revisora. 
Ver art. 64 – explicita quando a apreciaçãodo projeto se inicia primeiramente 
na Câmara dos Deputados, os de iniciativa popular também se iniciam nessa 
Casa. 
Lembrar que em relação ao Senado- são iniciados apenas os projetos de 
iniciativa dos próprios senadores e suas comissões, sendo que a Câmara 
realiza a função de revisora. 
 
Hipóteses de apreciação de uma proposição legislativa: 
 
-Aprovado o projeto de lei na Casa Revisora, em um só turno de discussão e 
aprovação (regra geral para leis ordinárias e complementares) , ele será 
enviado para a sanção ou veto do Chefe do Executivo. 
 
-Rejeitado o projeto de lei, ou seja, caso a Casa Revisora não o aprove, ele 
será arquivado só podendo ser reapresentado na mesma sessão legislativa 
(anual) mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das 
Casas do Congresso Nacional (art. 67). 
 
-Emendado, vale dizer, na hipótese de ter sido alterado o projeto original, a 
emenda e somente o que foi modificado deverá ser apreciado pela Casa 
Iniciadora, sendo vedada a apresentação de emenda à emenda (subemenda). 
 
Possibilidade de regime de urgência constitucional: O Presidente da 
República, nos projetos de sua iniciativa, pode solicitar urgência na 
apreciação. A discussão iniciar-se- á na Câmara, tal como dispõe o art. 64, 
devendo ser apreciada em 45 dias. Seguirá para o Senado que terá mais 45 
dias. Em caso de emenda pelo Senado, sua apreciação será feita no prazo de 
10 dias pela Câmara (art. 64 §§ 1º a 3º). Prazo máximo de 100 dias. Os prazos 
 13 
não correm no período de recesso do Congresso e nem se aplicam aos 
projetos de código. 
 
 
 
 
 
Sobre o veto ou sanção presidencial, deve-se destacar que o prazo para 
sancionar ou vetar um projeto de lei é de 15 dias úteis a contar da data do 
recebimento. Um projeto pode receber veto parcial ou total. O silêncio do 
presidente da república importará no que se chama de sanção tácita, ou seja, 
decorrido o prazo de 15 dias sem que tenha havido nenhuma manifestação do 
Executivo, presume-se a sanção tácita. 
 
3-Fase Complementar- promulgação e publicação da lei. 
 
Promulgação: É o atestado da existência válida da lei e sua executoriedade. 
Certifica-se o nascimento da lei.O que se promulga é a lei e não o projeto. Na 
hipótese de sanção tácita ou derrubada de veto, o Presidente tem 48 horas 
para promulgar e se não o fizer, caberá ao Presidente do Senado. Ver art. 66, 
§§ 3º e 5º. 
 
 
 
Publicação: Promulgada a lei, ela deverá ser publicada, ato pelo qual se levará 
ao conhecimento de todos do conteúdo da inovação legislativa. 
Regra geral: a lei começa a vigorar 45 dias após a publicação de acordo com 
a lei de introdução ao Código Civil. Como se chama o período compreendido 
entre a publicação e a vigência da lei? Vacatio Legis 
 
 
 
 
III - As Espécies Normativas 
 
I- Emendas à Constituição; 
II- Leis Complementares; 
III- Leis Ordinárias; 
IV- Leis Delegadas; 
V- Medidas Provisórias; 
VI- Decretos Legislativos; 
VII – Resoluções; 
 
Análise de cada espécie normativa 
 
 14 
1- Emenda Constitucional 
 
Acréscimo, alteração ou supressão de normas da própria constituição. O 
Poder Constituinte Derivado é limitado. 
 
Iniciativa: art. 60, I,II e III 
Por 1/3dos membros da Câmara ou do Senado 
Pelo Presidente da República 
Mais da metade das Assembléias Legislativas das unidades da Federação, 
com manifestação da maioria relativa de seus membros. 
 
O Quorum de aprovação de uma Proposta de Emenda à Constituição é de 
3/5 e ela deverá ser discutida e votada em cada Casa do Congresso, em 
dois turnos. A Emenda à Constituição é promulgada diretamente pelas 
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. 
 
A Constituição não poderá ser emendada em caso de intervenção federal, 
de estado de defesa e de sítio. Existem as chamadas cláusulas pétreas – 
normas constitucionais que não podem ser objeto de emenda. São elas: a 
forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a 
separação dos poderes; os direitos e garantias individuais. Art. 60, 
parágrafo 4º. 
 
2- Lei Complementar 
 
Assim como as leis ordinárias comportam as três fases do processo legislativo. 
As hipóteses que comportam lei complementar são taxadas no próprio texto 
constitucional. A própria constituição estabelece que determinada norma será 
regulamentada por meio de uma lei complementar. A lei complementar é 
aprovada com o quorum de maioria absoluta (art. 69). A maioria absoluta 
consiste na maioria dos total dos integrantes de cada Casa Legislativa, ou 
seja, o número é fixo. Na Câmara, a maioria absoluta é de 257 deputados e 
no Senado é de 41. Ex: art 18, parágrafos 2º, 3º, 4º, 21, IV. 
 
3- Lei Ordinária 
 
Tudo o que não for regulamentado por lei complementar e não for matéria de 
decreto legislativo é matéria de lei ordinária. O quorum de aprovação é de 
maioria simples ou maioria relativa. A maioria simples ou maioria relativa 
consiste na maioria dos presentes à sessão no dia da votação. Lembrar que 
existe o chamado quorum de instalação, ou seja, a maioria absoluta deve estar 
presente. Ex: os 257 deputados têm de estar presentes no dia da sessão para 
que ela seja instalada e para aprovar o projeto de lei ordinária deve-se contar 
com o voto da maioria dos 257. 
 
 15 
 
 
4- Leis Delegada 
 
A Lei Delegada consiste na autorização concedida pelo Congresso para que 
o Presidente da República possa legislar sobre determinada matéria, por meio 
de solicitação prévia. Primeiramente, o Presidente encaminha o pedido de 
delegação ao Congresso que deve conter expressamente o assunto sobre o 
qual pretende legislar. Se o Congresso concordar com o pedido de delegação, 
aprovará uma Resolução. 
Algumas matérias não podem ser delegadas e o Presidente não pode 
extrapolar os limites da delegação. Se houver a extrapolação, o Congresso 
pode sustar os efeitos da lei delegada, por meio de decreto legislativo. 
Matérias que não podem ser objeto de delegação: 
 
-os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional (art. 49); 
-os atos de competência privativa da Câmara dos Deputados e do Senado 
(arts. 51 e 52); 
-matérias reservadas à lei complementar; 
-a legislação sobre: organização do Poder Judiciário e MP; nacionalidade, 
cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais; planos plurianuais, 
diretrizes orçamentárias e orçamentos. 
 
 
5- Medida Provisória 
 
Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República pode adotar 
Medida Provisória com força de lei. A MP vigorará com o prazo de 60 dias, 
prorrogável por mais 60 dias, de acordo com o art. 62, parágrafo 7º. Durante 
o recesso parlamentar, o prazo de vigência da MP será suspenso. A 
prorrogação ocorre quando findo o prazo inicial de 60 dias e o Congresso 
ainda não tiver encerrado a votação. Se não for convertida em lei nos 120 
dias, perderá sua eficácia desde o início da edição. Decreto legislativo 
estabelecerá como ficarão as relações jurídicas dela decorrentes, quando 
houver a perda da eficácia – efeitos ex tunc (retroativos). 
 
Os pressupostos da MP serão apreciados por uma comissão mista de 
senadores e deputados, sobretudo, os requisitos de relevância e urgência. 
O processo de votação se inicia na Câmara e o Senado é a Casa revisora. 
Se a MP não for apreciada em até 45 dias contados de sua publicação 
entrará em regime de urgência. 
 
Com a Emenda à Constituição nº 32/2001, há a vedação de reedição de 
medida provisória na mesma sessão legislativa na qual foi rejeitada ou que 
tenha perdido a eficácia por decurso de prazo. Em resumo, a MP pode ser 
 16 
aprovada na sua forma original; ser aprovada com alteração; não ser 
apreciada no prazo (rejeição tácita); ser rejeitada expressamente. 
 
Matérias que não podem ser objeto de medida provisória: 
 
Nacionalidade, direitos políticos, direito penal, processual civil, etc – Ler oart. 62, parágrafos 1º e 2º. 
 
 
6- Decreto Legislativo 
 
É o instrumento normativo pelo qual são materializadas as competências 
exclusivas do Congresso Nacional previstas no art. 49, I a XVII. 
 
Lembrar que para além dessas competências, o Congresso regulamentará por 
meio de decreto legislativo os efeitos decorrentes de MP não convertida em 
lei. 
 
DESTAQUE para o art. 49, I – é competência exclusiva do Congresso Nacional 
resolver sobre os tratados internacionais, por meio de decreto legislativo. 
Com a celebração do tratado internacional pelo Presidente da República, o 
Congresso tem a atribuição de referendar e aprovar o ato do Chefe do Poder 
Executivo e tal ato se configura pela edição do decreto legislativo. 
 
 
Inserir a parte dos tratatos internacionais e as quatro fases 
Tratados Internacionais – questão do concurso 
 
O processo de incorporação dos tratados internacionais no ordenamento 
jurídico passa por três fases: 
Fase A- Celebração do tratado internacional (negociação, conclusão e 
assinatura); 
Fase B- Aprovação (referendo, ratificação parlamentar), pelo Parlamento do 
acordo, do tratado ou ato internacional, por intermédio de decreto legislativo; 
Fase C- Troca ou Depósito dos instrumentos de ratificação (ou adesão caso 
não tenha tido prévia celebração) pelo Órgão do Poder Executivo em âmbito 
internacional; 
Fase D- Promulgação por decreto presidencial, seguida da publicação do texto 
em português, no Diário Oficial. Neste momento, o tratado, acordo ou ato 
internacional adquire executoriedade no plano do direito positivo interno, 
guardando paridade normativa com as leis ordinárias. 
 
- Os tratados e convenções internacionais ao serem incorporados 
formalmente ao ordenamento jurídico nacional qualificam-se como atos 
normativos infraconstitucionais. Ocorrendo a incorporação dos atos e 
 17 
tratados internacionais pelo direito interno, essas normas situam-se no 
plano de validade e eficácia das normas ordinárias. 
 
- Não existe hierarquia entre as normas ordinárias de direito interno e as 
decorrentes de atos ou tratados internacionais. A ocorrência de eventual 
conflito entre essas normas será resolvida ou pela aplicação do critério 
cronológico, devendo a norma posterior revogar a anterior, ou pelo 
princípio da especialidade; 
 
- Esses atos normativos são passíveis de controle difuso e concentrado 
de constitucionalidade, pois apesar de originários de instrumento 
internacional não guardam nenhuma validade no ordenamento jurídico 
interno se afrontarem qualquer preceito da Constituição Federal. 
 
Acréscimo da Emenda Constitucional nº 45/04: 
 
A Emenda Constitucional nº 45/04- a conhecida Reforma do Judiciário 
 
A novidade introduzida pela referida Emenda consistiu em diferenciar os 
tratados internacionais sobre direitos humanos dos tratados e convenções de 
outra natureza. 
 
Os tratados de direitos humanos passam a ser recepcionados como emendas 
à constituição, desde que haja aprovação por 3/5 dos membros de cada Casa 
do Congresso Nacional (Câmara e Senado) e em dois turnos de votação. Os 
tratados de direitos humanos desde que não infrinjam as cláusulas pétreas 
(art. 60 § 4º). 
Em resumo, todos os tratados de qualquer natureza podem ser objeto de 
controle. O que os diferencia é o fato de que os tratados de direitos humanos 
têm status de norma constitucional e os demais de lei ordinária. 
 
Ler a questão da prova de 2004- Questão 108- Muito Importante 
 
 
7- Resolução 
 
As resoluções tem por escopo regulamentar matérias de competência 
privativa da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Artigos 51 e 52. 
Destaque-se que é por meio de Resolução que o Congresso Nacional 
aprova a delegação ao Presidente da República para a elaboração de lei 
delegada. 
 
 
 
 
 18 
 
 
 
 
 
 
 
Poder Executivo 
 
 
 
Os Elementos que constituem o Estado 
 
1- Povo - o povo é constituído das pessoas consideradas membros do 
Estado. Constitui-se do conjunto dos nacionais, natos (as pessoas que 
nasceram no Estado) e os naturalizados (os que se tornam nacionais 
pelo processo de naturalização). 
 
 Povo é diferente de população. A população de um determinado 
Estado engloba o estrangeiros. Os Estrangeiros não são membros do Estado, 
não exercem direitos políticos, não podem votar, nem ser votados, mas podem 
exercer direitos civis. 
 
 E o que é um cidadão? O cidadão é o nacional nato ou 
naturalizado no pleno exercício dos direitos políticos. 
 
2- Território – é o espaço geográfico do Estado composto pelo país 
(aspecto físico do território) e pelo espaço aéreo, mar territorial, 
plataforma continental ( se o país tiver mar). Em síntese, o território é o 
limite espacial. NÃO CONFUNDIR TERRITÓRIO COM PAÍS, O PAÍS É 
PARTE DO TERRITÓRIO. 
 
3-Governo Soberano - elemento institutivo do Estado que significa a 
independência. Deriva da soberania. A soberania em si não é elemento e 
sim atributo de um dos seus elementos – o Governo. A soberania significa 
poder político supremo e independente. 
 
O Governo de um Estado pode ser exercido de forma autoritária, totalitária 
ou democrática VER DIFERENCIAÇÃO 
 
As formas de Estado existentes 
 Basicamente apenas duas 
 
Estado Unitário – apenas um centro de poder, o controle de toda 
coletividade é restrito a esse centro de poder em toda a extensão do 
 19 
território. Ex: Uruguai, França, Inglaterra. 
 
 Estado Federal – o poder não é centralizado, união de coletividades políticas 
autônomas. Nesse caso, as unidades políticas autônomas podem ser 
constituídas em Estados-membro (Brasil, EUA), Províncias (Argentina). 
 
BRASIL- Forma de Estado: Federal 
 
As formas de Governo 
 
A forma de Governo se refere à maneira como se dá a instituição do poder na 
sociedade, como é a relação entre governantes e governados. O filósofo 
grego da Antiguidade definiu três formas de governo: monarquia (governo de 
um), aristocracia (governo de poucos) e república (governo do povo). 
 
Com Maquiavel (VER ÉPOCA) prevalece a concepção de apenas duas formas 
de governo: Monarquia e República. 
 
BRASIL - Forma de Governo: República 
 
Os sistemas de Governo 
 
Diz respeito à forma como se relacionam os poderes . Os principais sistemas 
de Governo são o presidencialismo e o parlamentarismo. 
 
Presidencialismo: independência absoluta entre o Poder Legislativo e o Poder 
Executivo. O Presidente da República exerce as funções de Chefe de Estado 
e Chefe de Governo simultaneamente. Só pode existir em Estados que 
adotam a forma republicana de governo (Brasil e EUA). 
 
Parlamentarismo: interdependência entre o Poder Executivo e o Poder 
Legislativo. Distinção entre as funções de Chefe de Estado (monarca ou 
presidente) e de Chefe de Governo (primeiro-ministro). Pode existir em países 
monárquicos (Inglaterra) ou republicanos (Itália e Alemanha). DEFINIR 
MELHOR PARLAMENTARISMO 
 
BRASIL- Sistema de Governo: Presidencialismo 
 
 
Os Regimes Políticos 
 
“Complexo estrutural de princípios e forças políticas que configuram 
determinada concepção de Estado e da sociedade e que inspiram os 
ordenamentos jurídicos, em cuja base se acha o fenômeno essencial da 
autoridade, do poder, da distinção entre governantes e governados” – 
 20 
DEFINIR MELHOR. A idéia de regime político envolve quatro questões 
fundamentais: autoridade dos governantes e sua obediência; escolha dos 
governantes; estrutura dos governantes; limitação dos governantes. 
 
Autocracia – soberania do governante, governos autoritários, impositivos. Os 
regimes autocráticos recusam garantia aos direitos humanos fundamentais. 
 
Democracia – soberania do povo, o poder emana do povo que o exerce 
diretamente ou indiretamente. Garante o exercício de direitos humanos 
fundamentais. O regime político brasileiro sefunda na democracia. O povo 
exerce o poder diretamente ou por meio de representantes. 
 
Tipos de democracia 
 
Democracia Direta – povo exerce pó si os poderes governamentais, sem 
representantes, fazendo leis, administrando e julgando, constitui registro 
histórico antigo. 
 
Democracia Indireta – o povo exerce por meio de representantes eleitos 
periodicamente. 
 
Democracia Semidireta – é a democracia direta com alguns institutos de 
participação direta. Ex: Inciativa Popular, Referendo, Veto Popular (não existe 
no Brasil), Recall: os cidadãos revogam o mandato eletivo de seu 
representante (só nos EUA) e ação popular: visa anular atos lesivos ao 
interesse público. 
 
 
BRASIL- Regime Político: Democracia 
 
 
 
 
 
Poder Executivo 
 
 
Presidencialismo versus Parlamentarismo 
 
No sistema presidencialista, as funções de Chefe de Estado e Chefe de 
Governo encontram-se nas mãos de uma única pessoa – o Presidente da 
República. Já no Parlamentarismo, a função de Chefe de Estado é exercida 
pelo Presidente da República ou Monarca, caso seja República 
Parlamentarista ou Monarquia Parlamentarista, respectivamente. A função de 
Chefe de Governo é exercida pelo Primeiro-Ministro. 
 21 
 
Chefia de Estado: diz respeito à representação do Estado na sua unidade; 
atos de representação do Estado nas relações internacionais; nomeação para 
determinados cargos que não sejam de caráter político. Não há prestação de 
contas ao Legislativo pelos atos de chefia de estado. 
 
Chefia de Governo: orientação política geral, mediante permanente atividade 
voltada para a realização dos objetivos governamentais e tomada de decisões 
nos diversos setores da realidade do Estado. 
 
 
 
 
 
Outras características: 
 
Presidencialismo: criação norte-americana; eleição do presidente da república 
pelo povo para mandato determinado; ampla liberdade de escolha de ministros 
de estado. 
 
Parlamentarismo: produto de longa evolução histórica; contornos atuais no 
final do Século XIX, forte influência inglesa. O Primeiro-Ministro que é de fato 
o Chefe de Governo é indicado pelo Chefe de Estado com a aprovação do 
Parlamento. O Primeiro-Ministro não exerce mandato por prazo determinado 
podendo ocorrer a queda de governo por dois motivos – perda da maioria 
parlamentar e voto de desconfiança; possibilidade de dissolução do 
parlamento, com a declaração de extinção dos mandatos pelo Chefe de 
Estado e convocação de novas eleições. 
 
 
Poder Executivo na CR/88 
 
- O exercício do Poder Executivo no Brasil 
 
Âmbito federal 
 
O Poder Executivo no Brasil é exercido pelo Presidente da República 
auxiliado pelos ministros de Estado, tal como dispõe o art. 76 
 
Âmbito estadual 
 
Governador do Estado auxiliado pelos secretários de Estado – Art. 77 
 
Âmbito distrital 
 
 22 
Como dos governadores de Estado 
 
Âmbito Municipal 
 
Prefeito Municipal – art. 29 
 
Âmbito dos Territórios: governador a ser nomeado pelo Presidente da 
República, após aprovação pelo Senado Federal – artigos 33, §3º/ 52,III,c / 
84, XIV 
 
Atribuições do Presidente da República 
 
Vide art. 84, o qual estabelece competências privativas tanto como Chefe de 
Estado (representando a República Federativa do Brasil nas relações 
internacionais e internamente sua unidade) como Chefe de Governo 
(prática de atos de administração e de natureza política- participação no 
processo legislativo) 
 
As atribuições do Presidente da República não estão taxativas apenas 
no art. 84, mas também em outros dispositivos ao longo do texto 
constitucional). 
 
Algumas funções podem ser delegadas aos ministros - hipóteses dos 
incisos VI, XII e XXV. Delegações que podem ser concedidas ao 
Advogado-Geral da União, Procurador-Geral da República e Ministros 
de Estado. 
 
- dispor mediante decreto da organização e funcionamento da administração 
federal – não implicar aumento de despesa e nem criação ou extinção de 
órgãos públicos; extinção de funções ou cargos públicos quando vagos. 
 
-conceder indulto e comutar penas; 
 
-prover os cargos públicos federais, na forma da lei. 
 
Poder Regulamentar 
 
O Poder Regulamentar: poder regulamentar constitui uma das mais significativas 
prerrogativas do Executivo, conforme determina o art. 84, IV. É o poder conferido ao 
administrador, em regra ao Chefe do Poder Executivo, para edição de normas 
destinadas a complementar, pormenorizar o texto das leis, para o cumprimento de sua 
fiel execução. 
 23 
Os atos normativos podem ser originários quando emanados de competência própria 
outorgada pela própria Constituição para a edição de novos direitos. Já os atos 
normativos derivados são aqueles que têm por objetivo a explicitação de algum 
conteúdo preexistente. 
 
Tipos de Regulamento: são reconhecidos dois tipos de regulamento: 
1- O Regulamento Executivo, que complementa a lei, contendo normas para 
sua fiel execução, tal como previsto no art. 84, IV da CR/88. Esse tipo de 
regulamento não pode inovar na ordem jurídica, com a criação de direitos 
e obrigações, proibições, posto que no Estado de Direito impera o princípio 
da legalidade (art. 5º, II e art. 37 da CR/88). 
 
2- O Regulamento Autônomo, que também pode ser denominado de 
independente, tem o poder de inovar na ordem jurídica, não se presta 
apenas a complementar uma lei preexistente. No nosso ordenamento, 
paira uma grande controvérsia sobre a possibilidade ou não da adoção de 
regulamentos e decretos autônomos. Para grande parte da doutrina, a 
nossa Constituição limita muito a adoção deste tipo de regulamento. Parte 
da doutrina considera a possibilidade da adoção de tais regulamentos, 
considerando o advento da Emenda Constitucional nº 32/2001 que deu 
nova redação ao art. 84, VI prevendo tal possibilidade nas seguintes 
hipóteses: organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; extinção e funções ou cargos públicos quando vagos. 
 
Para Hely Lopes Meirelles, Maria Sylvia, por exemplo, não há óbice para a 
adoção de tais regulamentos autônomos. 
Para Celso Antônio Bandeira de Mello, José dos Santos Carvalho Filho, 
Diógenes Gasparini, há óbice para a adoção de tais regulamentos 
autônomos. 
Modo de Investidura e posse no cargo de Presidente da República 
O presidente e o vice são eleitos pelo sistema majoritário- maior número de votos. 
Vide art. 77 sobre as eleições. Não haverá segundo turno se o candidato atingir o voto 
da maioria absoluta dos eleitores. Em municípios com mais de 200 mil eleitores será 
realizado o segundo turno. 
 24 
Condições de elegibilidade do presidente e vice-presidente da república (Vide artigos 
12 e 14) 
-ser brasileiro nato 
-pleno exercício dos direitos políticos 
-alistamento eleitoral 
-domicílio eleitoral na circunscrição 
-ter mais de 35 anos 
-não ser inalistável nem analfabeto 
-possuir filiação partidária 
-não ser inelegível. 
 
Posse e Mandato 
Eleito o presidente e vice-presidente da República tomarão posse em sessão conjunta 
do Congresso Nacional. Mandato de 4 anos com início em 1º de janeiro do ano 
seguinte às eleições. 
No caso de impedimento (temporário) que pode ser por doença ou férias ou em caso 
de vaga (definitiva) que pode ser por renúncia, morte ou cassação, o presidente da 
república será sucedido pelo Vice-Presidente. 
 
Substitutos Eventuais ou Legais (Caráter Temporário) 
Em caso de impedimento (temporário) tanto do presidente quanto do vice, a ordem 
para sucessão é a seguinte: 
-Presidente da Câmara dos Deputados; 
-Presidente do Senado Federal; 
-Presidente do STF. 
 
Mandato-tampão: eleição direta e indireta (vide art. 81 da CR/88) 
 25 
No caso de vaga de ambos os cargos – hipótese definitiva existemduas possibilidades: 
-Vacância dos dois cargos nos primeiros dois anos de mandato – vide caput do art. 81 
far-se-á eleição 90 dias após a vacância da última vaga. Eleição direta: sufrágio 
universal. 
-Vacância nos últimos dois anos do mandato: eleição para ambos os cargos será feita 
30 dias depois da última vaga pelo Congresso Nacional – eleição indireta – vide art. 
81, §1º. 
Presidente e vice-presidente dependem de licença do Congresso Nacional para se 
ausentarem do país por período superior a 15 dias, sob pena de perda do cargo – vide 
art. 83. 
 
 
 
Ministros de Estado 
 
São auxiliares do presidente da república no exercício do Poder Executivo e na direção 
superior da administração federal. 
Requisitos: brasileiro nato ou naturalizado (exceto ministro de estado da defesa que é 
privativo de brasileiro nato); idade superior a 21 anos e pleno exercício dos direitos 
políticos – vide art. 87. 
 
Atribuições – art. 87 
 
Responsabilidade e juízo competente para processar e julgar os Ministros de Estado 
Nos termos do art. 102, I, c, os ministros de estado são julgados perante o STF se 
cometerem crimes de responsabilidade e crimes comuns. Na hipótese de terem 
cometido crimes de responsabilidade conexos com o presidente da república serão 
julgados perante o Senado Federal. 
 
Quando cometem crimes de responsabilidade? 
 26 
-quando não atenderem a convocação das casas do Congresso – artigos 50, caput e 
58, III; 
-quando as Mesas das Casas dos Congresso encaminharem pedidos escritos de 
informações e não receberem a resposta no prazo de 30 dias ou prestarem 
informações falsas, art. 50, §2º; 
-quando conexos com os crimes praticados pelo Presidente da Repúblicas, nos termos 
do art. 85; 
- Conselho da República: 
Órgão superior de consulta do Presidente da República, cujas decisões não vinculam 
os atos do Presidente da República, que se reúne quando convocado pelo Presidente 
da República. 
Composição – art. 89 da CR/88 
Lei Regulamentadora: Lei 8.041/90 
 
Conselho de Defesa Nacional 
Também é presidido e convocado pelo Presidente da República 
Órgão de consulta nos assuntos relacionados à soberania nacional e a defesa do 
Estado Democrático. Composição – art. 91 da CR/88. 
Lei Regulamentadora: Lei 8.193/91 EX: opinar sobre declaração de guerra; estado de 
defesa; estado de sítio; utilização das fronteira. 
Crimes de Responsabilidade 
Os detentores de altos cargos públicos poderão praticar, além dos crimes comuns, os 
chamados crimes de responsabilidade, que são infrações político-administrativas 
(crimes de natureza política), submetendo-se ao processo de impeachment. 
O art. 85 da CR/88 enumera alguns exemplos de situações em que o presidente da 
república incorre em crimes de responsabilidade. Ex: atos que atentem contra a 
existência da União; livre exercício do Poder Legislativo, do Judiciário, do MP; exercício 
dos direitos políticos individuais e sociais; segurança interna do país; lei orçamentária; 
decisões do poder judiciário. 
A Lei 1.079/1950 dispõe sobre normas e processo de julgamento dos crimes de 
responsabilidade e foi alterada pela Lei 10.028/2000. 
 27 
Quem responde e pode perder o cargo se cometer crime de responsabilidade? 
- o Presidente e o Vice-Presidente da República; 
-ministros de estado; 
-os ministros do STF; 
-os membros do CNJ e do CNMP; 
-o procurador-geral da república; 
-o advogado-geral da união; 
-governadores; 
-prefeitos; 
 
Responsabilidade do Presidente da República: prerrogativas e imunidades 
O Presidente da República possui imunidades formais em relação ao processo, pois 
somente poderá ser processado, seja por crime comum, seja por crime de 
responsabilidade, após o juízo de admissibilidade da Câmara dos Deputados, por voto 
de dois terços de seus membros. 
Crime comum: processo e julgamento perante o STF; 
Crime de responsabilidade: processo e julgamento perante o Senado Federal. 
Em relação aos crimes de responsabilidade que ensejam o impeachment, o presidente 
ficará afastado por 180 dias de suas funções se for admitido o processo pela Câmara 
dos Deputados. 
A sentença condenatória se materializará mediante Resolução do Senado Federal, que 
somente será proferida por dois terços dos votos, limitando-se a condenação à perda 
do cargo e inabilitação para o exercício de qualquer função pública (concurso público, 
cargo de confiança, mandato eletivo) por oito anos, sem prejuízo das demais sanções 
civis e penais cabíveis (art. 52, parágrafo único). São duas penas: perda do cargo e 
inabilitação por oito anos para o exercício de qualquer função pública. O julgamento 
proferido pelo Senado não pode ser alterado pelo Poder Judiciário, tendo em vista o 
princípio da separação dos poderes. 
Lembrar da necessidade de garantia ao devido processo legal; ampla defesa e 
contraditório. 
 28 
 
O Caso Collor 
Em 1 de setembro de 1992 foi apresentada a denúncia contra o então o Presidente 
pelos crimes de responsabilidade. Art. 85 da CR 88, IV e VI – a segurança interna do 
País e a lei orçamentária. 
A Câmara dos Deputados por 441 votos admitiu o processo e autorizou o 
encaminhamento do processo ao Senado. Instaurado o processo no Senado, o 
presidente ficou suspenso de suas funções como determina o art. 86, §1º, II. A sessão 
de impeachment é presidida pelo presidente do STF, nos termos do art. 52, parágrafo 
único. Em 29 de dezembro daquele mesmo ano, iniciaria-se o julgamento do então 
presidente com a presença dos 81 senadores. O Presidente renuncia ao mandato, 
tendo sido decidido por 73 senadores que a renúncia não extingue o processo de 
impeachment e, sendo assim, ficou decidida sua inabilitação por oito anos conforme 
preceitua o art. 52, parágrafo único. 
 
Collor impetrou um MS no STF 21.689-1 com a alegação de que sua renúncia 
extinguiria o processo. O STF indeferiu a liminar e não concedeu a segurança. MS 
indeferido. O Senado funciona como órgão judicial não cabe ao Poder Judiciário revisar 
a decisão do Senado, sendo que não cabe nenhum recurso. 
 
Art. 8º São crimes contra a segurança interna do país: 
 1 - tentar mudar por violência a forma de governo da República; 
 2 - tentar mudar por violência a Constituição Federal ou de algum dos 
Estados, ou lei da União, de Estado ou Município; 
 3 - decretar o estado de sítio, estando reunido o Congresso Nacional, 
ou no recesso deste, não havendo comoção interna grave nem fatos que 
evidenciem estar a mesma a irromper ou não ocorrendo guerra externa; 
 4 - praticar ou concorrer para que se perpetre qualquer dos crimes 
contra a segurança interna, definidos na legislação penal; 
 5 - não dar as providências de sua competência para impedir ou frustrar 
a execução desses crimes; 
 6 - ausentar-se do país sem autorização do Congresso Nacional; 
 29 
 7 - permitir, de forma expressa ou tácita, a infração de lei federal de 
ordem pública; 
 8 - deixar de tomar, nos prazos fixados, as providências determinadas 
por lei ou tratado federal e necessário a sua execução e cumprimento. 
Art. 9º São crimes de responsabilidade contra a probidade na administração: 
 1 - omitir ou retardar dolosamente a publicação das leis e resoluções do 
Poder Legislativo ou dos atos do Poder Executivo; 
 2 - não prestar ao Congresso Nacional dentro de sessenta dias após a 
abertura da sessão legislativa, as contas relativas ao exercício anterior; 
 3 - não tornar efetiva a responsabilidade dos seus subordinados, 
quando manifesta em delitos funcionais ou na prática de atos contrários à 
Constituição; 
 4 - expedir ordens ou fazer requisição de forma contrária às disposições 
expressas da Constituição; 
 5 - infringirno provimento dos cargos públicos, as normas legais; 
 6 - Usar de violência ou ameaça contra funcionário público para coagí-lo 
a proceder ilegalmente, bem como utilizar-se de suborno ou de qualquer 
outra forma de corrupção para o mesmo fim; 
 7 - proceder de modo incompatível com a dignidade, a honra e o 
decôro do cargo. 
 
 
Poder Judiciário 
O Poder Judiciário é um dos três poderes clássicos previstos pela doutrina e 
consagrado como poder autônomo e independente. 
Função típica: função jurisdicional inerente a sua natureza. 
Função atípica de natureza executivo-administrativa: organização de suas 
secretarias; concessão de licença e férias a seus membros, servidores e juízes 
– art. 96. 
Função atípica de natureza legislativa: elaboração de seu regimento interno. 
 30 
 
Função de jurisdição: 
É uma das funções do Estado, mediante a qual se substitui aos titulares de 
interesses em conflito para, imparcialmente, buscar a pacificação do conflito 
que os envolve, com justiça. O Judiciário substitui a vontade das partes e dirime 
o conflito. Função de julgar em que se impõe a validade do ordenamento 
jurídico, de forma coativa, sempre que houver necessidade. 
Importante ressaltar que o Poder Judiciário só se manifesta mediante provocação. 
Reforma do Poder Judiciário 
Em 8 de dezembro de 2004, foi promulgada a Emenda Constitucional 45, após 
longos 13 anos de tramitação, conhecida como Reforma do Judiciário. 
Alguns exemplos de alterações no texto constitucional introduzidas com a referida 
reforma: 
- Princípio da celeridade processual e duração razoável do processo- art. 5º, LXXVIII; 
-Possibilidade de criação de varas de conflitos agrários – art. 126; 
-Constitucionalização dos tratados sobre direitos humanos – art. 5º, §3º; 
-Criação do CNJ e do CNMP – 102, I, i/ 103-B; 
-Extinção dos tribunais de alçada – art. 4º da EC 45/04. 
ETC…. 
 
Garantias do Poder Judiciário 
- Garantias institucionais do Judiciário 
A) Autonomia funcional, administrativa e financeira (art. 99): 
Estruturação e funcionamento dos órgãos na medida em que se atribui aos 
tribunais competência de eleger seus órgãos diretivos; regimento interno; 
estrutura administrativa geral. 
Os tribunais têm autogoverno e devem elaborar suas propostas orçamentárias 
dentro dos limites estabelecidos em conjunto com os outros poderes na LDO. 
 31 
A EC 45/04 determinou que as custas e emolumentos sejam destinados 
exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às atividades específicas da 
Justiça. 
B) Garantias funcionais do Judiciário 
Englobam tanto as garantias de independência de seus membros – 
vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídios quanto as 
garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários. 
 
B.1) Garantias de independência de seus membros 
- Vitaliciedade: art. 95, I. Significa dizer que o magistrado (também tem essa 
garantia os membros do MP e dos Tribunais de Contas) só perderão o cargo 
uma vez vitaliciados após o trânsito em julgado de sentença judicial. 
Os demais servidores públicos são estáveis e podem perder o cargo não só 
por decisão judicial como também por processo administrativo e mediante 
procedimento periódico de avaliação de desempenho. 
A vitaliciedade em primeiro grau de jurisdição só será adquirida após 2 anos 
de efetivo exercício no cargo desde que o magistrado supere obviamente o 
estágio probatório. Nos dois primeiros anos, para o juiz que ingressou na 
carreira por concurso público a perda do cargo somente será possível mediante 
deliberação do tribunal a que pertence. 
No caso dos advogados e membros do MP que ingressem nos tribunais 
superiores por meio da regra do quinto constitucional, a vitaliciedade é 
adquirida assim que tomam posse, sendo dispensado o estágio probatório. 
Os ministros do STF podem perder o cargo se cometerem crime de 
responsabilidade e serão julgados perante o Senado Federal. 
 
- Inamovibilidade: art. 95, II. Impossibilidade de remoção do magistrado sem o 
seu consentimento de local para outro, de uma comarca para outra, ou mesmo 
sede, cargo, tribunal, câmara, grau de jurisdição. Uma vez titular do respectivo 
cargo, o juiz somente poderá ser removido por iniciativa própria, salvo em uma 
exceção, que é por motivo de interesse público e pelo voto da maioria absoluta 
do respectivo tribunal ou do CNJ, assegurada ampla defesa (art. 93, VIII) 
 
 32 
-Irredutibilidade de subsídios: o subsídio do magistrado que é sua forma de 
remuneração não pode ser reduzido. 
 
B.2) Garantias de imparcialidade dos órgãos judiciários 
Vedações impostas aos magistrados no art. 95, parágrafo único, incisos Ia V 
tem por escopo garantir-lhes a imparcialidade no exercício de suas funções: 
São elas: 
-exercer outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
-receber a qualquer título custas ou participações em processos; 
-dedicar-se à atividade político-partidária; 
-receber a qualquer título auxílios ou contribuições de pessoas físicas físicas, 
entidades públicas ou privadas, salvo exceções previstas em lei; 
-exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de 
decorridos três anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou 
exoneração (quarentena); 
 
 
 
 
Estrutura do Judiciário 
As regras do Poder Judiciário vem estruturadas nos artigos 92 a 126 da CR/88 
O STF e o STJ não pertencem a nenhuma justiça e são tanto órgão de 
convergência por serem a cúpula decisória nas causas de competência desse 
tribunal como são também órgãos de superposição posto que suas decisões 
se sobrepõem às decisões proferidas pelos órgãos inferiores das justiças 
comuns e especial. 
-Justiças: comum e especial 
Justiça Comum: 
 33 
a) Justiça Federal (TRF’s e juízes federais) arts. 106 a 110; 
b) Justiça do DF e territórios (organizados e mantidos pela União); 
c) Justiça Estadual comum (art. 125 – juízos de primeiro grau e 
juizados especiais – art.98, I) – Justiça de Paz, tribunais de justiça 
 
 
Justiça Especial: 
a) Justiça do Trabalho – TST, TRT’s e Juízes do Trabalho – arts. 111 a 116; 
b) Justiça Eleitoral – TSE, TRE’s , juízes eleitorais e juntas eleitorais- arts. 
118 a 121; 
c) Justiça Militar da União – STM e Conselhos de Justiça, Especial e 
Permanente, na sede das auditorias militares – arts. 122 a 124. 
d) Justiça Militar dos Estados, do DF e Territórios 
 
OBS: somente a justiça do trabalho não tem qualquer competência penal, 
posto que julga apenas dissídios individuais e coletivos oriundos de das 
relações trabalhistas 
 
 
 
 
A regra do quinto constitucional 
O art. 94 da CR/88 estabelece que um quinto (20 %) dos lugares dos TRF’s, 
dos tribunais dos estados e do DF e territórios será composto por membros do 
MP e da OAB. 
MP: mais de dez anos de carreira 
Advogados: notório saber jurídico, reputação ilibada, mais de dez anos de 
atividade profissional 
Indicação em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas 
classes. 
 34 
A regra do quinto também está prevista para os tribunais do trabalho (artigos 
111-A, I e 115, I) e para o STJ (art. 104, parágrafo único). 
Procedimento é bem simples: a escolha pelo órgão de classe de seis nomes 
que preencham os requisitos e formação de lista tríplice pelo tribunal que é 
encaminhada ao Executivo para a escolha final. 
Aspectos gerais: 
1- Supremo Tribunal Federal (Vide artigos 101, 102 …): 
Composição: 11 ministros; 
Investidura: o Presidente da República escolhe e indica o nome para compor o 
STF, devendo tal nome ser aprovado por maioria absoluta em sabatina 
realizada pelo Senado Federal; 
Requisitos: brasileiro nato; mais de 35 e menos de 65 anos de idade; cidadão 
(pleno exercício dos direitos políticos);notável saber jurídico e conduta ilibada; 
Necessariamente tem de ser jurista, tendo obrigatoriamente que ter cursado a 
Faculdade de Direito. 
- Competências do STF: 
A) Originária: art. 102, I, a até r 
B) Recursal Ordinária: art. 102, II 
C) Recursal Extraordinária: art. 102, III 
 
 
 
Algumas inovações trazidas pela Reforma do Judiciário: 
- homologação de sentença estrangeira e concessão de exequatur às cartas 
rogatórias: transferência da competência para o STJ; É similar à carta 
precatória, mas se diferencia deste por ter caráter internacional. A carta 
rogatória tem por objetivo a realização de atos e diligências processuais no 
exterior, como, por exemplo, audição de testemunhas, e não possui fins 
executórios; No Brasil, a competência para se conceder o exequatur 
(significando execute-se, cumpra-se) é do Superior Tribunal de Justiça, de 
acordo com o artigo 105 da Constituição Federal. O artigo 109, X, da 
Constituição Federal determina que compete ao juiz federal a execução de 
 35 
carta rogatória, após o "exequatur". Basicamente este é um instrumento de 
intercambio processual facilitatório que agiliza os processos de objetos 
internacionais. 
Toda sentença proferida por um juiz no exterior deve ser homologada no 
Brasil para que tenha plena validade em nosso país. Homologar que dizer 
aprovar ou até mesmo reconhecer. Uma sentença estrangeira deve ser 
aprovada ou reconhecida pelo poder judiciário no Brasil. 
 
No Brasil, o órgão competente para receber o pedido e homologar a 
Sentença Estrangeira é o Superior Tribunal de Justiça. Se toda a 
documentação estiver correta, o prazo, em regra é de 3 meses, a partir da 
data do protocolo da ação. 
 
A documentação exigida é o interio teor da sentença estrangeira legalizada 
pelo consulado brasileiro e uma procuração assinada por ambas as partes, 
conferindo poderes ao advogados brasileiro para ingressar com a ação. 
 
O custo do processo não é elevado, basicamente os gastos: uma taxa de R$ 
100,00, paga ao Superior Tribunal de Justiça; o valor para tradução 
juramentada dos documentos estrangeiros e os honorários do advogado. 
-nova hipótese de cabimento de RE: ampliação da competência do STF para 
o julgamento de Recurso Extraordinário quando julgar válida lei local 
contestada em face de lei federal. 
-CNJ e CNMP: as ações contra os membros dos dois conselhos são de 
competência originária do STF; 
-Repercussão Geral: criação do requisito da repercussão geral das questões 
constitucionais discutidas no caso para o conhecimento do recurso 
extraordinário – art. 102, §3º; Lei Regulamentadora é a lei 11.418/06 e a 
técnica funciona como verdadeiro “filtro constitucional” permitindo que o STF 
não julgue processos desprovidos de repercussão geral. O critério objetivo é 
presumir que há repercussão geral quando o recurso impugnar decisão 
contrária a súmula ou jurisprudência dominante do Tribunal. 
Art. 543 A, §1º do CPC estabelece que para os efeitos da repercussão geral 
será considerada existência de questões relevantes do ponto de vista 
econômico, social, político ou jurídico. Trata-se portanto de mais um requisito 
de admissibilidade do RE. 
A negativa de existência de repercussão geral vale para todos os recursos em 
tramitação na mesma situação, sobre matéria idêntica, nos termos do art. 543- 
A, § 5º do CPC. 
 36 
O reconhecimento de inexistência de repercussão geral deverá ser 
manifestada por 2/3 dos ministros – 8 dos 11. 
 
2 – Superior Tribunal de Justiça – STJ (Vide art. 104 e 105) 
Composição: pelo menos 33 ministros; 
Investidura: os ministros são escolhidos e nomeados pelo Presidente da 
República após serem sabatinados pelo Senado Federal e aprovados pelo voto 
da maioria absoluta . 
Requisitos do cargo: brasileiro nato ou NATURALIZADO; mais de 35 e menos 
de 65 anos de idade; notável saber jurídico e reputação ilibada; 
Composição: 1/3 de juízes dos tribunais regionais federais; 1/3 de des. dos TJs; 
1/6 de advogados; 1/6 de membros do MP; 
Competência do STJ: 
A) Originária: art. 105, I, a até i 
B) Recursal Ordinária: art. 105, II 
C) Recursal Especial: art. 105, III 
 
Reforma do Judiciário: 
-Homologação de sentenças estrangeiras e concessão de exequatur às cartas 
rogatórias; 
-Preservação da competência para o julgamento de recurso especial quando a 
decisão recorrida julgar válido ato de governo local contestado em face de lei 
federal. 
 
 
 
 
 
Características gerais dos órgãos do Poder Judiciário 
 37 
 
Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais 
A Justiça Federal é composta pelos Tribunais Regionais Federais e pelos 
Juízes Federais – Vide artigos 108 e 109 da CR/88 
Composição dos TRF’s – no mínimo 7 juízes – regra do quinto constitucional; 
Requisitos: brasileiro nato ou naturalizado, mais de 30 e menos de 65 anos de 
idade; 
Tribunais e Juízes do Trabalho (Vide art. 114) 
- TST 
Composição: 27 ministros, sendo que 1/5 das vagas são destinadas ao quinto 
constitucional e os demais ministros são escolhidos dentre os juízes dos 
Tribunais Regionais do Trabalho; 
Requisitos: brasileiros natos ou naturalizados e sujeição a sabatina do Senado 
Federal. Competência a ser estabelecida em lei, nos termos do art. 111-A, §1º; 
- TRT’s 
Composição: no mínimo 7 juízes , mais de 30 e menos de 65 anos de idade; 
1/5 quinto constitucional e o restante promoção por merecimento e antiguidade 
de juízes do trabalho. 
-Juízes do Trabalho – Varas do Trabalho 
As Varas do Trabalho serão instituídas por lei, podendo, nas comarcas 
abrangidas por sua jurisdição atribuí-las aos juízes de direito com recurso para 
o respectivo TRT. 
Competência da Justiça do Trabalho: 
Art. 114 da CR/88 
Tribunais e Juízes Eleitorais 
TSE: no mínimo 7 membros (juízes); 
Composição: 3 juízes do STF escolhidos pelos próprios ministros; 2 juízes do 
STJ; 2 outros juízes escolhidos dentre lista sextupla indicada pelo STF sem 
sabatina; 
 38 
 
TRE’s 
Composição: 7 juízes, sendo 2 desembargadores de TJs, 2 juízes de direito; 1 
juiz de TRF ou juiz federal; 2 juízes escolhidos de lista sextupla pelo Presidente 
da República de indicação pelo quinto constitucional; 
 
Juízes Eleitorais 
São os próprios juízes de direito em efetivo exercício e na ausência destes 
seus substitutos legais de acordo com a própria organização judiciária 
estadual. 
Tribunais e Juízes Militares 
 
Art.122, I e II 
 
Superior Tribunal Militar 
 
Composição: 15 ministros, sendo 3 oficiais-generais da Marinha, da ativa e do 
posto mais elevado da carreira; 3 do Exército e 3 da Aeronáutica; 5 dentre civis 
dos quais 3 são advogados, 1 dentre juízes auditores e 1 membro do Ministério 
Público da Justiça Militar. 
 
Forma de indicação: o Presidente da República aponta a indicação dos 15 
ministros respeitando-se a proporção acima. Sabatina do Senado com 
aprovação por maioria simples. 
 
O STM juntamente com Conselhos de Justiça Militar formação a Justiça Militar 
em nível federal – a Justiça Militar da União que tem competência 
exclusivamente penal. 
 
Justiça Militar dos Estados 
 
Compete à Justiça Militar dos Estado processar e julgar os militares dos 
Estados nos crimes militares definidos em lei e ações judiciais contra atos 
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri quando a vítima for 
civil, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da 
patente dos oficiais e da graduação dos praças. 
Composição: Primeiro grau - Juízes de Direito e Conselhos de Justiça 
 Segundo grau – Tribunal de Justiça ou Tribunal de Justiça 
Militar nos Estados em que o efetivo seja superior a 20 mil integrantes (SP,MG 
e RS). O STM não aprecia matéria proveniente da Justiça Militar dos Estados. 
 39- a Justiça Militar não julga civil; 
-crime militar definido em lei praticado por militar estadual contra civil (juiz de 
direito e não o conselho) ressalvada a competência do tribunal do júri; 
-crime militar praticado por militar estadual contra militar – Conselho de Justiça 
Especial ou Permanente); 
-crime doloso contra a vida praticado por militar contra militar – Conselho de 
Justiça presidido pelo juiz de direito da Justiça Militar Estadual. 
 
 
Tribunais e Juízes dos Estados 
 
Competência residual- tudo que não for atribuição das justiças especiais ou 
especializadas, nem da justiça federal. 
 
 
Conselho Nacional de Justiça 
 
Aspectos gerais e composição do CNJ 
 
A EC 45/04 institui o Conselho Nacional de Justiça composto por 15 membros, 
com mandato de 2 anos sendo admitida uma recondução. 
 
Desses 15 membros a divisão é assim – Vide art. 103-B, §2º: 
- 1 Ministro do STF (indicação do próprio STF); 1 ministro do STJ (indicação do 
próprio); 1 ministro do TST (indicação do próprio); 1 desembargador de TJ 
(indicação do STF); 1 juiz estadual (indicação do STF); 1 juiz d TRF(nomeação 
do CNJ); 1 juiz federal (STJ); 1 juiz de TRT (TST); um membro do MP da União 
(Procurador-Geral da República); 1 membro de MP Estadual (indicação 
Procurador-Geral da República); dois advogados (Conselho Federal da OAB); 
dois cidadãos de notável saber jurídico (1 pela Câmara e 1 pelo Senado). 
O CNJ é presidido pelo Ministro do STF 
 
Competências do CNJ – Vide Art. 103-B, §4º: controle da atuação 
administrativa e financeira do Poder Judiciário e o cumprimento dos deveres 
funcionais dos juízes 
 
O CNJ é órgão administrativo e não tem atribuição para rever decisões judiciais 
no âmbito dos processos em tramitação. 
 
Dos Precatórios 
 
Serão melhor estudados em D. Administrativo e em Processo Civil. 
 
O Precatório Judicial é o instrumento através do qual se cobra um débito do 
 40 
Poder Público (pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, 
Estadual, Distrital e Municipal), conforme o art. 100 da CR/88, em virtude de 
sentença judiciária. 
 
De acordo com o §5º do art. 100 é obrigatória a inclusão no orçamento das 
entidades de direito público de verba necessária ao pagamento de seus débitos 
oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de precatórios 
judiciários, apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final 
do exercício seguinte. 
 
Espécies de Precatórios e exceção no caso das obrigações de pequeno valor 
 
Existem duas espécies de precatórios: os de natureza alimentícia e os de 
natureza não alimentícia. 
 
Natureza alimentícia: os créditos decorrentes de salário, vencimentos, 
proventos, pensões, benefícios previdenciários e indenizações por morte 
ou invalidez, fundadas em responsabilidade civil, em virtude de sentença 
transitada em julgado. 
 
A obrigatoriedade da expedição de precatórios para o pagamento das dívidas 
públicas não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em lei como 
de pequeno valor que as Fazendas Públicas devam fazer em virtude de 
sentença transitada em julgado. 
 
Os precatórios de natureza alimentícia têm preferência sobre todos os demais 
débitos, exceto do art. 100, §2º. 
 
 
Funções Essenciais à Justiça 
 
Com o objetivo de dinamizar a atividade jurisdicional, o poder constituinte 
originário institucionalizou atividades profissionais (públicas e privadas), 
atribuindo-lhes o status de funções essenciais à Justiç. Regras nos artigos 127 
a 135 da CR/88 – MP (127 a 130); Advocacia Pública (131 e 132); Advocacia 
(133) e Defensoria Pública (134). 
 
1- Ministério Público 
 
 O MP é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, 
incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos 
interesses sociais e individuais indisponíveis (ex: direito à vida; direito à saúde). 
 Instituição autônoma e democrática. 
 41 
Via de regra, consideram-se como disponíveis os direitos patrimonais. Todavia, lições do Direito de 
Família (direito a alimentos), do Direito do Trabalho (direito ao salário) e do Direito Administrativo (prescrição das prestações 
patrimoniais, mas não do "fundo do direito"), levam a estabelecer uma distinção entre direito subjetivo (eventualmente 
irrenunciavel e imprescritível) pretensão a prestações patrimoniais (renunciáveis e prescritíveis). 
Pode-se, então, afirmar que direitos fundamentais são direitos irrenunciáveis e imprescritíveis, ainda 
que, eventualmente, possam ser renunciáveis e prescritíveis direitos a prestações de natureza patrimonial deles decorrentes. 
Uma distinção correspondente encontra-se também na contraposição entre a sentença e sua 
execução, nas ações relativas a direitos individuais homogêneos. 
Organização do MP 
 
MP da União: MP Federal; MP do Trabalho; MP Militar e MP do DF e Territórios. 
 
MP dos Estados 
 
MP Eleitoral: não tem estrutura própria e sua composição é mista sendo 
composto de membros do MPF e do MPE. 
 
 
 
 
 Lei 8.625/93: Lei Orgânica Nacional do MP, que dispõe sobre normas 
gerais referentes à organização do MP dos Estados. 
 Lei Complementar 75/93: dispõe sobre o MP da União. 
 
 Leis Complementares Estaduais: cada Estado elabora a sua. 
 
O ingresso na carreira depende de concurso público de provas e títulos, 
assegurada a participação da OAB, exigindo-se do bacharel em direito no 
mínimo três anos de atividade jurídica. 
 
Princípios do MP 
 
São princípios do MP, previstos na CR/88 
 
Unidade: 
 
A unidade significa que os membros do MP integram um só órgão sob a direção 
única de um só Procurador-Geral, dentro de cada MP. 
 
Indivisibilidade: 
 
O MP é uno porque seus membros não se vinculam aos processos no quais 
 42 
atuam, podendo ser substituídos uns pelos outros de acordo com as normas 
legais, posto que quem exerce os atos é a Instituição e não a pessoa do 
promotor de justiça ou do procurador de justiça. 
 
Independência funcional 
 
Trata-se de autonomia de convicção, na medida em que os membros do MP 
não se submetem a qualquer poder hierárquico no exercício de seu mister, 
podendo agir da maneira que melhor entenderem no processo. 
Órgão independente com autonomia funcional e financeira. 
Só se concebe a hierarquia de caráter administrativo, pela chefia do 
procurador-geral, nunca de índole funcional. 
 
Princípio do Promotor Natural 
 
A Constituição assegura que ninguém será processado e julgado nem 
sentenciado senão pela autoridade competente (art. 5º, LIII). Proíbem-se 
designações casuísticas que criariam a figura do promotor de exceção. 
Proibição de designações de promotores para as funções de outro promotor. 
 
Funções 
 
A CR/88 ampliou sobremaneira as funções do MP, transformando-o em um 
verdadeiro defensor da sociedade, tanto no campo penal com a titularidade 
exclusiva da ação penal pública quanto no campo cível como fiscal dos demais 
Poderes Públicos e defensor da legalidade e moralidade administrativa, 
inclusive com a titularidade do inquérito civil público e da ação civil pública. 
 
Funções institucionais do MP – Vide art. 129 da CR/88 – rol constitucional é 
exemplificativo, sendo que a própria Lei Orgânica do MP, Lei 8.625/93, em seu 
art. 25 estabelece outras funções do MP de grande relevância. 
 
 
Garantias do MP 
 
1- Autonomia Funcional: 
 
 A autonomia funcional inerente à Instituição como um todo e abrangendo 
todos os órgãos do MP, está prevista no art. 127, §2º da CR/88. Não submissão 
dos membros do MP a nenhum outro “poder”. 
 
2- Autonomia Administrativa 
 
 Prevista também no art. 127, §2º da CR/88 consiste na capacidade de 
direção de si próprio, autogestão, autoadministração. Assim, o MP poderá 
 43 
propor ao Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços; 
provimento de seus cargos por concurso;

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