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trabalho psicologia Inconsciente Freaud

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Que significa haver o inconsciente? Em primeiro lugar, exatamente aquilo que eu dizia no começo: certa forma de descobrir sentidos, típica da interpretação psicanalítica. Ou seja, tendo descoberto uma espécie de ordem nas emoções das pessoas, os psicanalistas afirmam que há um lugar hipotético donde elas provêm. É como se supuséssemos que existe um lugar na mente das pessoas que funciona à semelhança da interpretação que fazemos; só que ao contrário: lá se cifra o que aqui deciframos.
Veja os sonhos, por exemplo. Dormindo, produzimos estranhas histórias que parecem fazer sentido sem que saibamos qual. Chegamos a pensar que nos anunciam o futuro, simplesmente porque parecem anunciar algo, querer comunicar algum sentido Freud tratando dos sonhos, partia do princípio de que eles diziam algo e com bastante sentido. Não, Porém, o futuro. Decidiu interpretá-los. Sua técnica interpretativa era mais ou menos assim. Tomava as várias partes de um sonho, seu ou alheio, e fazia com que o sonhador associasse ideias e lembranças a cada uma delas. Foi possível descobrir assim que os sonhos diziam respeito, em parte, aos acontecimentos do dia anterior, embora se relacionassem também com modos de ser infantis do sujeito. 
Igualmente, ele descobriu algumas regras da lógica das emoções que produz os sonhos. Vejamos as mais conhecidas. Com frequência, uma figura que aparece nos sonhos, uma pessoa, uma situação, representa várias figuras fundidas, significa isso e aquilo ao mesmo tempo. (...) Um detalhezinho do sonho aparece, na interpretação, como o elo fundamental. Digamos que o sonho, como um estudante desatento, coloca erradamente o acento tônico (emocional, é claro), criando um drama diverso do que deveria narrar; como se dissesse. Ésquilo por esquilo... (...).
Essas e outras propriedades da linguagem onírica (Onírico = do sonho) constituem os mecanismos de formação dos sonhos. Mas — preste atenção! — como conhecemos tais mecanismos? Do conjunto de associações que partem do sonho, o intérprete retira um sentido que lhe parece razoável. Para Freud, e para nós, todo sonho é uma tentativa de realização do desejo. A interpretação, por conseguinte, mostrará uma história que contém um anseio satisfeito; (...) 
Será tudo apenas um brinquedo, uma charada que se inventa para resolver? Não, por certo; e já veremos por quê. Apenas você deve compreender que o inconsciente psicanalítico não é uma coisa embutida no fundo da cabeça dos homens, uma fonte de motivos que explicam o que de outra forma ficaria pouco razoável — como o medo de baratas ou a necessidade de autopunição. Inconsciente é o nome que se dá a um sistema lógico que, por necessidade teórica, supomos que opere na mente das pessoas, sem, no entanto afirmar que, em si mesmo, seja assim ou assado. Dele só sabemos pela interpretação.
(Fábio Herrmann. O que é Psicanálise. São Paulo, Abril Cultural/ Brasiliense, 1984, p.33-6)
Quais são os ensinamentos que o texto acima sobre inconsciente, sonhos e mecanismos de defesa dentro do processo psicanalítico nos apresenta? Exponha sua compreensão e conclusões. 
O mundo inconsciente não está além da consciência, não é uma entidade abstrata, mas uma camada real, ampla, caótica e essencial da mente, à qual não se tem acesso.
No entanto, esse mundo inconsciente se revela de várias maneiras: através dos sonhos, nos nossos erros involuntários ao escrever ou falar ou nos nossos atos falhos.
Assim, o inconsciente para Freud é interno e externo. Interno porque se espalha pela nossa consciência e externo porque afeta nosso comportamento.
Uma maneira de conseguir evocar parte dessa lembrança traumática guardada nos cantos da mente era através da análise dos sonhos. Freud considerava que a compreensão desse mundo do onírico era o real caminho ao inconsciente, onde se pode vencer os mecanismos de defesa e se alcança todo o material reprimido sob formas distorcidas, desconexas e estranhas.
Diante de tantos acontecimentos vividos diariamente, tantos compromissos e atividades efetuadas de forma sistemática, acabamos nos defrontando com o cansaço e o stress da vida moderna. Quando conseguimos nos desligar deste mundo atribulado e cheio de informações, só pensamos em descansar a nossa mente e o nosso corpo e prepará-lo para uma bela noite de sono.
Quando dormimos entramos em um “processo mágico”, pois é durante o sono que alcançamos e sentimos o poder de mergulhar em um mundo totalmente novo e secreto: o nosso Inconsciente.
Durante o sono dispomos de forças inconscientes que nos levam a sonhar, todas as pessoas sonham e os sonhos como nos diz Freud, são a realização de um desejo. Desejos esses que existem dentro de cada um, mas que devido aos costumes, cultura, educação e a moral da sociedade, foram recalcados, reprimidos ficando assim, no mais fundo e obscuro de nosso inconsciente, só manifestando seu poder durante os sonhos.
Os sonhos á luz da psicanálise são como uma válvula de escape para nossos desejos mais secretos, desejos vistos como proibidos por nós mesmos através do que a sociedade nos impõe, sublimados e manifestados nos sonhos.
Como já vimos, os sonhos possuem conteúdo manifesto e latente e a forma com que o sonho se apresenta para que seu conteúdo latente se traduza em manifesto, Freud deu a isso o nome de trabalho do sono.
Existem quatro tipos de mecanismos sendo eles, a condensação, o deslocamento, a dramatização e a simbolização. Essas são as formas com que os conteúdos latentes se transformam em manifestos.
Com isso, vemos que “a força motivadora dos sonhos é a realização de desejos” (FORRESTER, 2009, p. 12). Os desejos reprimidos em nosso inconsciente acham lugar para se chegar à consciência através dos sonhos, pois neles não há resistência e nem a ação de nosso superego.

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