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Diagnostico Consolidado Revisao Plano Diretor Santos (2)

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1 
 
 
Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento 
e Expansão Urbana do Município de Santos 
Lei Complementar N° 731, de 11 de julho de 2011 
 
DIAGNÓSTICO CONSOLIDADO 
 
Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano 
 
Grupo Técnico de Trabalho do Plano Diretor de 
Desenvolvimento e Expansão Urbana 
 
Outubro de 2013 
 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES .................................................................................................................................... 3 
INTRODUÇÃO ................................................................................................................................................. 5 
1. DINÂMICA DEMOGRÁFICA ................................................................................................................ 7 
2. DINÂMICA DOMICILIAR ................................................................................................................... 13 
3. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .................................................................................................. 22 
4. RENDA E EMPREGO ......................................................................................................................... 28 
5. USO DO SOLO URBANO ................................................................................................................... 34 
6. MOBILIDADE URBANA ..................................................................................................................... 42 
7. INFRAESTRUTURA URBANA ............................................................................................................ 49 
8. MEIO AMBIENTE .............................................................................................................................. 58 
9. HABITAÇÃO ...................................................................................................................................... 67 
10. GESTÃO DA POLÍTICA URBANA ................................................................................................... 73 
11. CONCLUSÃO ................................................................................................................................. 78 
FONTES E REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 79 
 
 
3 
 
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Densidade Demográfica .................................................................................................................... 7 
Figura 2 - Distribuição da População por grupos de Idade .............................................................................. 8 
Figura 3 - Pirâmide Etária .................................................................................................................................. 8 
Figura 4 - Tabela da Pirâmide Etária ................................................................................................................. 9 
Figura 5 - Razão de sexos (1), da população de 60 anos e mais, por grupos de idade .................................... 9 
Figura 6 - Razão (1) de sexos, por grupo de idade .......................................................................................... 10 
Figura 7 - Distribuição da população, por raça / cor ...................................................................................... 10 
Figura 8 - População, taxas de crescimento populacional, ............................................................................ 11 
Figura 9 – Santos: crescimento populacional por setores censitários. .......................................................... 12 
Figura 10 - Tabela Comparativa da Evolução da População, Densidade Demográfica e Domicílios ............ 14 
Figura 11 - Distribuição de domicílios, por número de moradores ............................................................... 15 
Figura 12 - Santos: Domicílios segundo condição de ocupação ..................................................................... 16 
Figura 13 - Domicílios ocupados permanentemente, segundo tipologia ...................................................... 17 
Figura 14 - Empreendimentos aprovados de 2006 a ago/2013 ..................................................................... 19 
Figura 15 - Santos: Projeção de População Residente e Domicílio Ocupado 2010 a 2025 ........................... 21 
Figura 16 - Porto: Movimentação de Cargas em Santos e Região (em milhões de ton.) .............................. 23 
Figura 17 - Evolução da Movimentação Total no Porto de Santos (em milhões de ton.) ............................. 24 
Figura 18 - Porto: Cenário da Movimentação de Cargas em Santos (em milhões de ton) ........................... 25 
Figura 19 - Evolução da Movimentação de Passageiros ................................................................................. 27 
Figura 20 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento nominal mensal .................... 28 
Figura 21 - População em situação de Extrema Pobreza ............................................................................... 28 
Figura 22 - Proporção de moradores abaixo da linha da pobreza e indigência Santos ................................ 29 
Figura 23 - Santos: Espacialização da renda média dos responsáveis ........................................................... 29 
Figura 24 - Estado de São Paulo: Ranking Municipal de Empregos ............................................................... 30 
Figura 25 - Evolução do Emprego Formal ....................................................................................................... 31 
Figura 26 - Variação do Emprego Formal (em %) ........................................................................................... 32 
Figura 27 - Santos: Rendimento Nominal Mensal dos Responsáveis por Domicílios ................................... 33 
Figura 28 - Uso do Solo Urbano de Santos ...................................................................................................... 36 
Figura 29 - Uso do Solo Urbano de Santos: Zona Noroeste ........................................................................... 36 
Figura 30 - Uso do Solo Urbano de Santos: Eixo Norte Sul ............................................................................ 37 
Figura 31 - Densidade Domiciliar de Santos ................................................................................................... 39 
Figura 32 - Densidade Domiciliar de Santos: Zona Noroeste ......................................................................... 40 
Figura 33 - Densidade Domiciliar de Santos: eixo Norte Sul .......................................................................... 41 
Figura 34 - Pesquisa OD BS 2012: Produção de Viagens ................................................................................ 42 
Figura 35 - Pesquisa OD BS 2012: Atração de Viagens ................................................................................... 43 
Figura 36 - Frota Total de Veículos, por tipo ................................................................................................... 43 
Figura 37 - Índice de Mobilidade Total x Motorizada..................................................................................... 44 
Figura 38 - Total (1) de pessoas que saem do município para trabalhar e/ou estudar em 2010 ................. 45 
Figura 39 - Total de pessoas que entram do município para trabalhar e/ou estudar em 2010 ................... 45 
Figura 40 - Taxa de Repulsão para o Trabalho - Percentual de pessoas que saem do município para 
trabalhar em 2000 e 2010 ...............................................................................................................................45 
Figura 41 - Taxa de Atração para o Trabalho - Percentual de pessoas que entram do município para 
trabalhar em 2000 e 2010 ............................................................................................................................... 45 
Figura 42 - Percentual de saída e entrada de pendularidade sobre a população que trabalha e estuda no 
município em 2000 e 2010 .............................................................................................................................. 45 
4 
 
Figura 43 - Transporte Coletivo Municipal ...................................................................................................... 46 
Figura 44 - Transporte Seletivo Municipal ...................................................................................................... 46 
Figura 45 - Santos: Acidentes e Vítimas .......................................................................................................... 47 
Figura 46 - Tempo Médio de Viagem (todos municípios) .............................................................................. 47 
Figura 47 - Rede de Infraestrutura de Santos pelos domicílios urbanos ....................................................... 49 
Figura 48 - Domicílios (1) com acesso ao abastecimento de água ................................................................. 50 
Figura 49 - Santos: Cobertura do SAA da SABESP ........................................................................................... 50 
Figura 50 - Ampliações do SAA Centro - SABESP ............................................................................................ 51 
Figura 51 - Domicílios com banheiro ligado à rede geral pluvial ou de esgoto ou com fossa séptica .......... 52 
Figura 52 - Santos: Cobertura do SE da SABESP.............................................................................................. 52 
Figura 53 - Santos: Sistema de Coleta e Tratamento de Esgotos - SABESP ................................................... 53 
Figura 54 - Evolução do número de ligações de água e Esgoto e do Consumo de Água ............................... 54 
Figura 55 - Santos Drenagem da Zona Noroeste (Santos Novos Tempos) .................................................... 56 
Figura 56 - Santos: Drenagem da Área Insular ............................................................................................... 57 
Figura 57 - Domicílios com acesso à energia elétrica ..................................................................................... 57 
Figura 58 - Plano Municipal de Redução de Riscos (2012) ............................................................................. 59 
Figura 59 - Santos: Balneabilidade das Praias ................................................................................................ 60 
Figura 60 - Santos: Canais – Evolução do atendimento à legislação dos cursos d’água ............................... 60 
Figura 61 - Unidades Estaduais de Conservação............................................................................................. 61 
Figura 62 - Santos: Quantidade (1) de Resíduos Coletados (2001 a 2011, toneladas) .................................. 62 
Figura 63 - Domicílios com coleta de lixo........................................................................................................ 63 
Figura 64 - Santos: Quantidade de Resíduos Coletados (2001 a 2011, toneladas) ....................................... 63 
Figura 65 - Índice de Áreas Verdes (1) (habitante/bairro em m²/hab. e % de área coberta) ....................... 66 
Figura 66 - Índice de Áreas Verdes (1) (habitante/bairro em m²/hab.)......................................................... 66 
Figura 67 - Domicílios Particulares Ocupados e .............................................................................................. 67 
Figura 68- Síntese da Necessidade de Novas Moradias no Município de Santos ......................................... 68 
Figura 69 - Necessidade de novas moradias até 2020, por cenário de evolução populacional .................... 68 
Figura 70 - Quantidade de áreas por tipologia ............................................................................................... 71 
Figura 71 - Tipologia por área (m²) .................................................................................................................. 71 
Figura 72 - Quantidade de moradias por tipologia......................................................................................... 72 
Figura 73 - Vista geral das áreas mapeadas no Plano de Regularização Fundiária. ...................................... 72 
Figura 74 - Evolução do IDHM entre 2000 e 2010 .......................................................................................... 73 
Figura 75 - Planta da área de cobertura dos Equipamentos de Saúde .......................................................... 75 
Figura 76 - Planta da área de cobertura dos Equipamentos de Educação..................................................... 76 
Figura 77 - Planta da área de cobertura dos Equipamentos de Assistência Social ....................................... 76 
Figura 78 - Planta da área de cobertura dos Equipamentos Esportivos ........................................................ 77 
Figura 79 - Planta da área de cobertura dos Equipamentos Culturais .......................................................... 77 
 
 
 
 
5 
 
INTRODUÇÃO 
 
O Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município, instituído pela Lei 
Complementar N° 731, de 11 de julho de 2011, é o instrumento básico de política urbana de 
Santos, atendendo à previsão legal estabelecida nos artigos 182 e 183 da Constituição Federal, no 
Capítulo III da Lei Federal N° 10.257, de 10 de julho de 2001, Estatuto da Cidade, e nos artigos 6° e 
139 a 142 da Lei Orgânica do Município (LOM). 
Segundo o artigo 139 da LOM, o Plano Diretor deverá ser reavaliado no primeiro ano de mandato 
do Prefeito, definindo-se as linhas mestras da política de sua administração. Em atendimento a 
este dispositivo, o Prefeito Paulo Alexandre Barbosa instituiu o Grupo Técnico de Trabalho do 
Plano Diretor de Desenvolvimento e Expansão Urbana do Município (GTT-PD), por meio do 
Decreto N° 6.465, de 24 de julho de 2013, com o objetivo de proceder a esta reavaliação, sob a 
coordenação técnica da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (SEDURB), que possui a 
competência legal para coordenar este processo. 
Visando oferecer apoio a esta revisão, a SEDURB mobilizou sua equipe técnica, que vem 
trabalhando articuladamente ao GTT-PD e aos demais órgãos, empresas e secretarias municipais, 
no sentido de viabilizar as etapas previstas para consecução deste trabalho. As referidas etapas 
consistem na sistematização e análise de dados e indicadores para elaboração de diagnóstico, 
assim como formulação de diretrizes, instrumentos de ação e metas de políticas urbanas e 
setoriais, a partir das referidas análises, culminando com a elaboração de proposta de projeto de 
lei complementar. 
Estas etapas vêm sendo cumpridas desde julho de 2013, sendo que a partir de outubro deste ano, 
os documentos e propostas produzidos passaram a ser apresentados ao Conselho Municipal de 
Desenvolvimento Urbano (CMDU) e por este deliberados, pois a alteração da matéria está 
condicionada à prévia apreciação deste órgão, nos termos do artigo 31 da Lei Complementar N° 
731, de 2011. 
Parte integrante deste trabalho, esta publicação apresenta a consolidação do diagnóstico técnico, 
deliberado pelo CMDU, em reunião realizada no dia 9 de outubro de 2013. Metodologicamente, o 
diagnóstico está reunido por temas, visando ao atendimento dos principais eixos estratégicos 
estabelecidospara o processo de revisão, os quais são: Dinâmicas Demográfica e Domiciliar; 
6 
 
Desenvolvimento Econômico; Renda e Emprego; Uso do Solo Urbano; Mobilidade Urbana; 
Infraestrutura Urbana; Meio Ambiente; Habitação e Gestão da Política Urbana. 
Acreditando que a leitura deste diagnóstico possibilita uma compreensão aprofundada do 
processo de urbanização e desenvolvimento do Município, permitindo a construção de um 
conjunto de instrumentos de ação que viabilizem a superação dos grandes desafios urbanos que 
ora se impõem a Santos, a Prefeitura Municipal disponibiliza o presente trabalho, objetivando, 
também estimular cidadãs e cidadãos a participar, de forma qualificada, do processo de revisão do 
Plano Diretor. 
 
Outubro de 2013 
 
Arq. Nelson Gonçalves de Lima Junior 
Secretário Municipal de Desenvolvimento Urbano e Presidente do CMDU 
 
Arq. José Marques Carriço 
Coordenador do GTT-PD 
 
7 
 
1. DINÂMICA DEMOGRÁFICA 
 
De acordo com o censo do IBGE1 de 2010, Santos possui 419.400 habitantes, o que representa 
1,02% da população do Estado de São Paulo. O município ocupa área de 280,67 km², que 
corresponde a 0,11% do território paulista e apresenta densidade demográfica absoluta de 
1.494,26 hab./km², que equivale a 14,94 hab./hectare (ha). 
 
O município concentra 99,32% de sua população na área insular, ou seja, 416.547 pessoas moram 
em 39,4 Km². Portanto, nessa região a densidade demográfica é de 10.572,26 hab./Km², que 
equivale a 105,72 hab./ha. Já o território continental, com área de 241,247 km² abarca 2.853 
pessoas e apresenta densidade demográfica de 11,83 hab./Km², que equivale a 0,12 hab./ha. 
(Figura 1) 
 
Figura 1 - Densidade Demográfica 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
 
Pessoas de 15 a 29 anos compõem o maior contingente populacional no Estado de São Paulo. Em 
Santos, a participação deste grupo etário é de 21,8%. Crianças - menores de 14 anos - 
representam 16,8% da população do município e os idosos - 60 anos e mais -, 19,2%. (Figura 2) 
 
1
 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 
8 
 
Figura 2 - Distribuição da População por grupos de Idade 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
 
Em relação à distribuição da população, por faixas etárias, destaca-se a porcentagem de idosos em 
sua composição, fruto entre outros fatores do alto índice de envelhecimento, hoje em 91,98%. 
(Figura 3 e Figura 4) 
 
Figura 3 - Pirâmide Etária 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (dados gerais do município). 
 
9 
 
Figura 4 - Tabela da Pirâmide Etária 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (dados gerais do município). 
 
Em Santos, 80.349 pessoas têm mais de 60 anos, o que representa 19,2% de sua população. No 
grupo de 60 a 69 anos, existem 7 homens para cada dez mulheres residindo no município, 
enquanto entre aqueles com mais de 80 anos essa relação é de 4 para 10. (Figura 5) 
 
Figura 5 - Razão de sexos (1), da população de 60 anos e mais, por grupos de idade 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
(1) Número de homens para cada 100 mulheres. 
 
10 
 
Mulheres representam 54,2% da população de Santos, o maior percentual do país, numa razão de 
84 homens para cada 100 mulheres. Na população com até 29 anos, observa-se razão de 100 
homens para cada 100 mulheres. No entanto, na faixa etária de 45 a 59 anos essa razão já é de 80 
homens para cada 100 mulheres. A partir dos 75 anos, a relação passa a ser de 50 homens para 
cada 100 mulheres. (Figura 6) 
 
Figura 6 - Razão (1) de sexos, por grupo de idade 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
(1) Número de homens para cada 100 mulheres. 
 
Em Santos, 72,2% dos habitantes se declaram brancos, 22% pardos, 4,7% pretos, 1,0% amarelos e 
0,1% indígenas. No Estado de São Paulo, esses valores são, respectivamente, 63,9%, 29,1%, 5,5%, 
1,4% e 0,1%. (Figura 7) 
 
Figura 7 - Distribuição da população, por raça / cor 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
11 
 
O crescimento da população residente, no município, entre 2000 e 2010 foi de 0,03% no período, 
enquanto no Estado de São Paulo, a população cresceu 1,09%. (Figura 8) 
 
Figura 8 - População, taxas de crescimento populacional, 
saldos migratórios e taxas anuais de migração – 1991/2000 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010. Fundação SEADE. 
 
A variação dos grandes grupos etários foi distinta. Nas populações de até 14 anos e entre 15 e 44 
anos as variações foram negativas em -1,54% e -0,82% respectivamente. Enquanto, para os com 
mais de 45 anos, a evolução de 1,93%, caracterizando o envelhecimento da população. 
 
O inexpressivo crescimento populacional, seja o recenseado ou o projetado, é decorrente da 
redução da fecundidade e do saldo migratório, em um quadro de saturação do tecido urbano. Há 
ao longo dos anos a inversão da pirâmide etária, devido à diminuição de crianças e jovens e ao 
processo de envelhecimento populacional debitado ao aumento da esperança de vida, que ocorre 
com diferente intensidade nos municípios da Região Metropolitana da Baixada Santista, sendo 
mais acentuado em Santos e nos municípios do entorno e menos expressivo nos periféricos. 
(Figura 8). 
 
Paradoxalmente, o fenômeno do baixo crescimento demográfico é inversamente proporcional ao 
volume de atendimentos das principias políticas públicas tais como educação, saúde, cultura, 
12 
 
esportes e assistência social. Portanto, o município, como polo da Região Metropolitana, 
concentra o macro atendimento da Baixada Santista. No entanto, não tem esta realidade refletida, 
proporcionalmente, nos repasses de verbas públicas estaduais e federais. 
Na Figura 9 apresenta-se a espacialização do crescimento populacional da área insular do 
município. Observa-se que áreas onde há assentamentos precários como nos diques da Vila Gilda 
e do São Manoel, além da Vila Alemoa e dos morros Santa Maria, José Menino e Vila Progresso 
apresentaram o maior crescimento, junto com as áreas onde se concentram cortiços e população 
de renda mais baixa, como na Vila Nova, Centro e Jabaquara. Por outro lado, bairros de classe 
média, sobretudo na orla, em trechos dos bairros Gonzaga, Boqueirão, Embaré e Ponta da Praia, 
além de Estuário e Marapé, também foram os que mais cresceram. De modo geral, os setores que 
menos cresceram ou que apresentaram redução de população concentram-se em áreas mais 
valorizadas da Zona Noroeste ou no eixo da entrada da cidade e encostas voltadas para a área 
central, na Zona Intermediária e na própria área central, além do bairro Pompéia, na orla, e 
trechos consideráveis do Boqueirão, Macuco, Estuário, Ponta da Praia e Vila Mathias. 
 
Figura 9 – Santos: crescimento populacional por setores censitários. 
 
Fonte: Vazquez, 2011, p.329. 
13 
 
2. DINÂMICA DOMICILIAR 
 
Santos possui taxa de urbanização de 99%, sendo a maior parte do território, com densidade 
populacional de até 200 hab./ha. Dos 56 bairros2, apenas 9 têm densidade entre 200 e 275 
hab./ha3, que correspondem a 47,53% da população – 199.481 habitantes. (Figura 10) 
 
As áreas que apresentam maior densidade encontram-se na porção insular, em especial nas Zonas 
da Orla, Intermediária e Noroeste. Bairros como Campo Grande e Embaré são caracterizados pela 
tipologia plurihabitacional vertical. Enquanto o bairro Rádio Clube, pelos aglomerados subnormais 
- palafitas. A ocupação da Vila Progresso tambémfigura entre as mais densas4, determinada pela 
exiguidade de espaços no morro e pela tipologia habitacional horizontal, implantada sem garantir 
as condições básicas do conforto higrotérmico urbano. 
 
 
 
2
 No recenseamento do IBGE 2010, em conformidade com o Plano Diretor e LUOS vigentes. 
3
 Os bairros altamente adensados são Boqueirão, Marapé, Pompéia, Rádio Clube, Vila Progresso, Aparecida, Castelo, 
Embaré e Campo Grande. 
4
 23.547 habitantes / Km² ou 243 hab/ha. 
14 
 
Figura 10 - Tabela Comparativa da Evolução da População, Densidade Demográfica e Domicílios 
 
Fonte: Coordenadoria de Planejamento Econômico - Secretaria de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
Bairro / população, 
densidade e domicílios
População 
IBGE 2000
População 
IBGE 2010
Variação de 
População 
(em indivíduos)
Variação da 
população 
(em %)
% População 
em relação ao 
Município 
(em %)
Densidade 
demográfica 
(em hab./Km²)
Densidade 
demográfica 
(em hab./ha)
Nº Domicilios 
IBGE 2000 
(em unidades)
Nº Domicilios 
IBGE 2010 
(em unidades)
variação de 
domicílios 
legais (em 
unidades)
Alemoa 570 1.029 459 80,53 0,20 15.388 154 158 292 134
Aparecida 36.940 36.440 -500 -1,35 8,70 24.422 244 12.206 16.888 4.682
Areia Branca 6.740 6.494 -246 -3,65 1,50 13.375 134 1.868 2.024 156
Bom Retiro 6.902 9.212 2.310 33,47 2,20 13.100 131 1.864 2.834 970
Boqueirão 31.186 30.869 -317 -1,02 7,40 20.085 201 11.064 16.581 5.517
Cabuçu 24 3 0 9 9
Campo Grande 28.357 27.787 -570 -2,01 6,60 27.472 275 9.031 10.573 1.542
Caneleira 2.807 2.969 162 5,77 0,70 8.575 86 738 880 142
Caruara 1.126 0,30 2.588 26 445 445
Castelo 12.028 11.260 -768 -6,39 2,70 24.874 249 3.309 3.557 248
Centro 996 1.008 12 1,20 0,20 1.440 14 336 483 147
Chico de Paula 3.535 3.065 -470 -13,30 0,70 2.033 20 893 958 65
Embaré 36.812 37.807 995 2,70 9,00 25.173 252 12.391 18.252 5.861
Encruzilhada 15.720 15.588 -132 -0,84 3,70 19.134 191 4.861 6.024 1.163
Estuário 6.087 6.127 40 0,66 1,50 11.390 114 1.757 2.099 342
Gonzaga 24.130 24.788 658 2,73 5,90 2.381 24 8.766 14.438 5.672
Guarapá 57 7 0 27 27
Iriri 53 22 0 34 34
Jabaquara 2.586 2.634 48 1,86 0,60 4.345 43 757 917 160
José Menino 7.714 8.652 938 12,16 2,10 15.777 158 3.059 7.220 4.161
M. Cachoeira 33 29 -4 -12,12 123 1 10 12 2
M. Caneleira 1.558 1.118 -440 -28,24 0,30 7.274 73 439 332 -107 
M. Jabaquara 1.779 1.528 -251 -14,11 0,40 5.570 56 509 516 7
M. Marapé 1.596 1.030 -566 -35,46 0,20 2.194 22 409 311 -98 
M. Monte Serrat 1.623 1.375 -248 -15,28 0,30 4.294 43 421 401 -20 
M. Nova Cintra 4.171 5.270 1.099 26,35 1,30 3.744 37 1.147 1.702 555
M. Pacheco 2.167 1.810 -357 -16,47 0,40 14.973 150 601 591 -10 
M. Penha 2.519 2.061 -458 -18,18 0,50 9.867 99 632 644 12
M. Saboó 1.290 940 -350 -27,13 0,20 2.774 28 333 294 -39 
M. Santa Maria 1.657 3.090 1.433 86,48 0,70 8.534 85 419 817 398
M. São Bento 8.117 7.200 -917 -11,30 1,70 15.832 158 2.246 2.302 56
M. Sta.Terezinha 248 260 12 4,84 0,10 830 8 60 100 40
M.Chico de Paula 63 13 -50 -79,37 102 1 21 4 -17 
M.Fontana 803 799 -4 -0,50 0,20 11.141 111 221 253 32
M.José Menino 2.951 3.227 276 9,35 0,80 11.351 114 892 1.407 515
Macuco 20.711 19.870 -841 -4,06 4,70 12.865 129 5.915 6.533 618
Marapé 21.206 20.992 -214 -1,01 5,00 20.211 202 6.544 7.957 1.413
Monte Cabrão 570 0,10 1.230 12 178 178
N.S. Neves 10 4 0 3 3
Paquetá 1.368 1.008 -360 -26,32 0,20 2.905 29 499 363 -136 
Piratininga 981 962 -19 -1,94 0,20 6.444 64 273 305 32
Pompéia 10.599 11.333 734 6,93 2,70 21.487 215 3.820 7.162 3.342
Ponta da Praia 30.448 31.573 1.125 3,69 7,50 15.662 157 10.061 14.904 4.843
Quilombo 1.006 0,20 284 3 433 433
Rádio Clube 19.350 19.179 -171 -0,88 4,60 21.771 218 5.254 5.813 559
Saboó 11.737 10.578 -1.159 -9,87 2,50 17.778 178 3.286 3.439 153
Santa Maria 6.043 6.615 572 9,47 1,60 12.651 127 1.754 2.158 404
São Jorge 7.392 6.974 -418 -5,65 1,70 13.379 134 2.056 2.276 220
São Manoel 3.504 4.553 1.049 29,94 1,10 10.858 109 971 1.318 347
Trindade 7 1 0 9 9
Valongo 217 251 34 15,67 0,10 1.380 14 60 79 19
Vila Belmiro 9.445 8.652 -793 -8,40 2,10 15.174 152 2.961 3.333 372
Vila Haddad 205 205 0,00 1.670 17 74 74
Vila Mathias 11.147 9.719 -1.428 -12,81 2,30 7.576 76 3.322 3.623 301
Vila Nova 4.401 4.476 75 1,70 1,10 10.203 102 1.378 1.669 291
Vila Progresso 3.513 3.814 301 8,57 0,90 23.547 235 906 1.180 274
15 
 
A densidade média do município é de 2,90 habitantes por domicílio, enquanto no total do Estado 
é de 3,22 hab./dom. A participação de domicílios com até três moradores foi de 69,9%, enquanto 
a daqueles com mais de cinco moradores foi de 12,0%. A proporção de domicílios com apenas um 
morador foi de 17,4%, em comparação com os 12,3% observados no Estado. (Figura 11) 
 
Figura 11 - Distribuição de domicílios, por número de moradores 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
 
São responsáveis pelo domicílio 34,6% dos residentes em Santos, ao passo que 19,6% são 
cônjuges e 32,0%, filhos. Em 2010, 70,1% dos domicílios de Santos eram próprios e 25,1%, 
alugados. Dos domicílios, 99,7% têm acesso à água, 96,1% têm banheiro ligado à rede de 
esgotamento sanitário e 99,8% das moradias dispõem de coleta de lixo, direta ou indireta. O 
acesso à rede de energia elétrica é praticamente universal, 99,9% das moradias dispõem desse 
serviço, o que demanda ações da municipalidade junto às concessionárias, visando à 
universalização destes serviços. 
 
A variação entre os Censos 2000 e 2010, realizados pelo IBGE, apresenta progressão de 7,54% dos 
domicílios ocupados permanentemente e deflexão de 0,42% para os ocasionais e 2,76% para os 
ocupados vagos. Portanto, houve apropriação pela população de 3,18% dos domicílios existentes, 
ao mesmo tempo em que a oferta de unidades habitacionais de mercado aumentou e foi 
16 
 
absorvida pela nova população. Enquanto, a análise do saldo migratório5 aponta o índice de 465 
famílias repelidas ao ano. (Figura 12) 
 
Figura 12 - Santos: Domicílios segundo condição de ocupação 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. 
 
Santos apresenta o maior índice brasileiro de verticalização. Tendo o alto índice de 63% dos 
domicílios ocupados permanentemente encontrados em apartamentos e 37% para as demais 
tipologias, como casas unifamiliares, vilas ou condomínio horizontal. O número poderia ser ainda 
maior, se levássemos em conta os domicílios vagos ou ocasionais. (Figura 12 e Figura 13) 
 
 
5
 A metodologia do cálculo é a subtração do Saldo Migratório, pela oferta de domicílios no município. 
17 
 
Figura 13 - Domicílios ocupados permanentemente, segundo tipologia 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. 
 
A indústria da Construção Civil, ao longo da última década, produziu em Santos 343 
empreendimentos verticais, construindo 5.953.764,29m² de área6, distribuídos, nos mais variados 
usos, como plurihabitacional, comercial, serviços, institucional e hotéis. 
 
Para análise aprofundada é preciso investigar a produção no período específico, 2006-2013. Pois, 
foi quando o Governo Federal reestruturou todo o modelo de financiamento público e possibilitou 
juros mais baixos7. 
 
Em Santos a produção imobiliária, no ritmo da economia Mundial e com a perspectiva da 
exploração do Pré-sal, de forma célere aqueceu o mercado interno. Ao todo, em 6,5 anos foram 
produzidos 291 empreendimentos com 5.197.437,46m² de área total, conforme Figura 14. 
 
O número de domicílios produzidos nas últimas duasdécadas foi de 35.374 unidades, sendo 
29.577 (83,61%) no período de 2006-2013. Dos 82.925 dormitórios edificados nos últimos 20 anos, 
82,74% ou 68.619 unidades foram construídos no período citado anteriormente. Em termos de 
unidades comerciais e de serviços o percentual é ainda maior, 91,93% da produção se concentra 
 
6
 Segundo dados da Prefeitura de Santos (2013). 
7
 Desta forma, os bancos privados, motivados pela concorrência, até a data presente, tentam se alinhar, reduzindo 
juros e aumentado o prazo de financiamento. 
18 
 
nos últimos anos. Portanto, das 10.863 unidades lançadas, 9.987 foram decorrentes dos últimos 
6,5 anos, sendo 779 unidades comerciais e 9.208 de serviços. 
 
Dos 28 empreendimentos lançados após 2011, quando o decreto sobre edifícios Verdes ou 
Inteligentes8 foi publicado, apenas 18% (5 unidades) foram aprovadas como tal. Contudo, 
invariavelmente, estes empreendimentos foram destinados ao público de alto rendimento. 
 
Dos 291 empreendimentos lançados, 180 (61,86%) estão localizados na Zona da Orla, 71 (24,40%) 
na Zona Intermediária, 20 (6,87%) na Zona Central, 14 (4,81%) na Zona Noroeste e 6 (2,06%) em 
Zonas Especiais de Interesse Social (ZEIS)9. 
 
Quanto ao padrão, dos 291 empreendimentos lançados entre 2006 e 2013, 104 (35,73%) destes 
foram orientados para público de alto rendimento, 98 (33,68%) para o médio rendimento, 37 
(12,71%) para o baixo rendimento, com provisão de Habitações de Mercado Popular e 52 (17,88%) 
sem classificação, pois não foram vendidos no mercado imobiliário. 
 
Dos 37 empreendimentos orientados ao público de baixo rendimento, 27 (73%) foram 
especificamente para Habitações de Mercado Popular, produzidos pelas Companhias 
Habitacionais Públicas, Cooperativas e Incorporadoras voltadas a esse público. 
 
A oferta de vagas de autos dos referidos empreendimentos foi de aproximadamente 51.000 
unidades, tendo em média, 175 vagas de autos por edifício, equivalente a 1.275.000m² ou 24,53% 
das áreas construídas. 
 
 
8
 Por melhor aproveitar os recursos naturais e energéticos, conforme parâmetros do decreto Nº 5.998 de 28 de 
novembro de 2011. 
9
 Áreas definidas por lei municipal onde é prioritária a fixação da população de baixa renda. 
19 
 
Figura 14 - Empreendimentos aprovados de 2006 a ago/2013 
 
 
Fonte: Departamento de Controle do Uso e Ocupação do Solo e Segurança de Edificações – Secretaria de 
Infraestrutura e Edificações, 2013. 
Elaboração: Coordenadoria de Planejamento Econômico – Secretaria de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
RCH – REGIÃO CENTRAL HISTÓRICA. 
ZOI – ZONA DA ORLA E INTERMEDIÁRIA. 
ZNO ZONA NOROESTE. 
 
A outorga onerosa do direito de construir - autorização para construir além dos limites 
estabelecidos para o local mediante contrapartida financeira – é um instrumento da política 
urbana que visa a arrecadação de recursos e bens para a aplicação, dentre outros, na 
regularização fundiária e na execução de programas habitacionais de interesse social. 
De 2006 até a presente data apenas 11 empreendedores solicitaram a certidão com o cálculo para 
a utilização do referido instrumento, conforme demonstrado a seguir, evidenciando a ineficácia da 
sua aplicabilidade: 
20 
 
2006 - Avenida Anna Costa, 471; 
2007 - Avenida Conselheiro Nébias, 778; 
2008 - Avenida Anna Costa, 429; 
2009 – Avenida Almirante Cóchrane, 25, 27, 29 e 33; 
2009 - Avenida Conselheiro Nébias, 701; 
2009 – Avenida Senador Pinheiro Machado, 30; 
2010 – Avenida Dr. Epitácio Pessoa, 667; 
2011 – Avenida Dr. Epitácio Pessoa, 409; 
2011 – Avenida Joaquim Montenegro, 117; 
2011 – Avenida Anna Costa, 230; 
2012 – Rua Guaiaó esquina com Rua Professor Pirajá da Silva, 560. 
O processo para criação do Fundo Municipal de Desenvolvimento Urbano, que se encontra na 
Câmara Municipal para análise e aprovação, é um instrumento que tem por objetivo prover 
recursos a serem aplicados nos projetos de desenvolvimento e renovação urbana, bem como nas 
obras prioritárias do sistema viário, de transporte coletivo e equipamentos públicos, conforme 
artigo 53 da Lei Complementar n° 731/2011. Este instrumento será de extrema importância, pois 
receberá os valores provenientes dos empreendimentos em que há exigência de apresentação de 
Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, conforme a Lei Complementar 793/2013, dentre outros. 
 
A projeção populacional e domiciliar mais recente, elaborada para a SABESP, não apresenta 
significativa variação das tendências verificadas pelo Censo Demográfico de 2010. Segundo este 
estudo, para 2025 é previsto um crescimento populacional de 5,3% em face de uma ampliação dos 
domicílios ocupados da ordem de 15,8%. Portanto, é possível antever que permanece o desafio de 
produção de unidades habitacionais em ritmo superior ao do crescimento populacional. (Figura 
15) 
21 
 
Figura 15 - Santos: Projeção de População Residente e Domicílio Ocupado 2010 a 2025 
 
Fonte: Revisão e Atualização do Plano Diretor de Abastecimento de Água da Baixada Santista - SABESP, 2009. 
 
 
 
 
 
 
22 
 
3. DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO 
 
Segundo diversos indicadores que medem a riqueza dos municípios, Santos apresenta uma das 
menores proporções de pobreza no País. O PIB de Santos é de R$ 27,62 milhões e só é menor que 
os PIB de São Paulo, São Bernardo, Osasco, Guarulhos, Campinas e Barueri. O PIB per capita é de 
R$ 65.848,41 ficando Santos entre os 13 maiores PIB per capita do Estado de São Paulo. 
 
Embora venha sendo reduzida a participação populacional de Santos, com relação à RMBS, o 
município mantém grande relevância econômica regional, considerando que 40% do Valor 
Adicionado da RMBS, ainda provêm do município de Santos, mantendo o mesmo nível do início da 
década passada. 
 
O domínio das atividades relacionadas ao comércio e serviços na economia de Santos, 
compreendida no contexto da Região Metropolitana da Baixada Santista - RMBS10 estabelece um 
diferencial da economia da região em relação às demais da macrorregião do entorno da capital 
paulista. Segundo a Pesquisa da Atividade Econômica do Estado de São Paulo - PAEP, a 
participação da RMBS nas atividades comerciais e de serviços de todo Estado de São Paulo chega a 
3%. 
 
O mercado interno de Santos tem por vocação o perfil econômico de caráter Nacional e 
Internacional, em decorrência da crescente atividade portuária e a proximidade com Cubatão11, 
respondendo por 41% do valor adicionado da Baixada Santista. Assim, a característica de uma 
economia baseada nas atividades de serviços e comércio, interage, por exemplo, com a produção 
industrial de Cubatão, que é altamente especializada no setor petroquímico e metalurgia básica. 
Grande parte do setor de serviços, que se especializou com a implantação do parque industrial de 
Cubatão na década de 50, se relaciona com os serviços de apoio à atividade industrial12. 
 
 
10
 A Região Metropolitana da Baixada Santista é formada pelos municípios de Santos, São Vicente, Cubatão, Praia 
Grande, Mongaguá, Peruíbe, Itanhaém, Bertioga e Guarujá. 
11
 Polo petroquímico da região e um dos maiores do Estado. 
12
 Que foi se desenvolvendo e consolidando como uma rede de apoio em vários níveis, desde os serviços mais 
diretamente ligados à produção como de apoio no setor de distribuição. 
23 
 
Com a crescente movimentação de carga, observada nos últimos 10 anos, ilustrada na Figura 16, o 
Porto de Santos duplicou sua capacidade de movimentação, passando de 48 para 97 milhões de 
toneladas/ano,conforme ilustrado na Figura 17. Esse incremento contribuiu para o agravamento 
da mobilidade regional, especialmente em Santos, Cubatão e Guarujá. Neste sentido, projetos 
voltados para modernização da infraestrutura, nos diversos modais, são fundamentais para 
impulsionar a expansão dessas atividades, como também para minimizar os impactos negativos 
causados pela interferência na malha viária urbana das cidades da região. 
 
Figura 16 - Porto: Movimentação de Cargas em Santos e Região (em milhões de ton.) 
 
Fonte: CODESP, 2012. 
 
24 
 
Figura 17 - Evolução da Movimentação Total no Porto de Santos (em milhões de ton.) 
 
Fonte: CODESP, 2012. 
 
Projetos como o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) e o túnel ligando os municípios de Santos e 
Guarujá, acompanhados de uma nova configuração viária na entrada da cidade de Santos, são 
algumas das iniciativas que se apresentam como necessárias para enfrentar alguns dos problemas 
da região. Por exemplo, para que a Mobilidade Urbana, uma das principais demandas a serem 
atendidas13, deixe de ser considerada um problema e passe a se apresentar, definitivamente, 
como solução para a região. A discussão de questões como Meio Ambiente, Sustentabilidade e 
Desenvolvimento Tecnológico deve preceder todo e qualquer tipo de iniciativa voltada para a 
solução desses desafios. 
 
A existência do Porto levou a rede de serviços de Santos a se desenvolver, sobretudo nas áreas de 
logística e transportes, além dos serviços relacionados à administração pública e de apoio ao setor 
financeiro. A atividade portuária, portanto, garante grande participação na Economia por tratar-se 
do maior Porto do Hemisfério Sul, em infraestrutura, e no que se refere à movimentação de carga. 
A influência da atividade econômica do Porto de Santos compreende os Estados de São Paulo, 
Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul – que abarca 49,44% do PIB brasileiro e 
 
13
 Em face da ampliação da pendularidade intra e inter-regional, bem como da intraurbana e do desenvolvimento 
econômico gerado pelos setores Portuário e de Petróleo. 
25 
 
48% da balança comercial, e tem projeções de forte crescimento, mesmo no cenário pessimista, 
conforme apresenta a Figura 18. 
 
Figura 18 - Porto: Cenário da Movimentação de Cargas em Santos (em milhões de ton) 
 
Fonte: CODESP, 2012. 
 
A movimentação de cargas, no Porto, dobrou em apenas 10 anos (2001 a 2010). Em projeção 
otimista para 2019, este número deverá dobrar novamente, atingindo 170 milhões de 
toneladas/ano. Assim, é preciso reavaliar com atenção os impactos dessa atividade na cidade, 
pois, as operações portuárias de granéis sólidos14 contribuíram, para que a qualidade do ar tenha 
atingido índices alarmantes15. Uma questão de saúde pública, conforme constatado pelo Instituto 
Saúde e Sustentabilidade em pesquisa16, sobre os impactos da poluição atmosférica no estado de 
São Paulo. 
 
14
 Que são importantes para a economia, mas causam grande transtorno para a população santista. 
15
 O monitoramento dos indicadores ambientais deve ser priorizado pelo Poder Público, seguindo as premissas do 
programa “Cidades Sustentáveis”, do PNUD, do qual a Prefeitura Municipal de Santos é signatária. 
16
 Lançado em setembro deste ano, o trabalho contém gráficos demonstrativos alertando que desde 2006, as médias 
anuais na região da baixada santista das concentrações de material particulado - MP 2,5μ (micras) são de 3 a 4 vezes 
maiores do que o preconizado pela Organização Mundial de Saúde, mesmo quando desconsiderados os dados 
coletados na cidade de Cubatão - Embora a própria OMS enfatize que não há nível seguro de exposição humana a 
toxidade de poluentes. As MP 2,5μ são as partículas inaláveis finas iguais ou menores que 2,5μm que atingem as vias 
respiratórias inferiores e alvéolos, transportando gases absorvidos em sua superfície, para os pulmões. 
26 
 
Em 2009, Santos ocupava a sexta colocação no ranking de cidades mais poluídas do Estado. 
Assunto que merece grande destaque e reflexão, pois em 2011 a cidade teve 301 mortes 
atribuídas à poluição. A pesquisa em referência, bem como um estudo detalhado das condições 
climáticas e do ar em nossa região, deverão balizar as ações dos governos, no tocante a 
Mobilidade Urbana17. 
 
As perspectivas abertas pelo Pré-sal vão além dos fatores inerentes e intrínsecos ao setor de 
energia, na medida em que potencializam o desenvolvimento da economia. Assim, o setor de 
petróleo e gás, embora incipientes enquanto gerador de valor agregado, já impulsiona uma série 
de atividades da economia, como o setor de construção civil, serviços, comércio, que se sofisticam 
gerando riqueza e trabalho. 
 
As atividades do setor de petróleo e gás apontam para o desenvolvimento social, quando dotam a 
Administração Pública de recursos para a criação de politicas inclusivas e quando dinamizam as 
escolas, universidades e cursos para a formação de quadros qualificados na área. Significam, 
ainda, um forte estímulo para o desenvolvimento e qualificação na área tecnológica, para o que, o 
credenciamento de Santos, como integrante da rede estadual de Parques Tecnológicos, é o 
resultado decisivo. Entretanto, considerando este novo setor como uma oportunidade à 
sociedade, apresenta-se à Administração Pública o desafio de propiciar o desenvolvimento das 
atividades, de maneira sustentável. 
 
Em contrapartida à evolução do Porto e áreas afins, no município de Santos, o Turismo Balneário 
apresentou redução nas últimas décadas. Muitas famílias ainda procuram a cidade em feriados e 
na temporada, adensando áreas da orla, como por exemplo, o bairro do José Menino, que possui 
relevante participação de domicílios ocasionais. 
 
De acordo com o Censo 2010, 11,33% dos domicílios particulares permanentes são de uso 
ocasional, dado que reforça o turismo balneário. Contudo, o turismo vem mudando de perfil, na 
última década, em virtude de outros focos de atração, como a dinamização dos negócios, atrações 
 
17
 Outros fatores que poderão contribuir para a melhoria da qualidade ambiental são: a substituição de combustíveis 
em frotas de transporte público, controle de emissões dos veículos, diretrizes sustentáveis para construção civil, entre 
outras ações que são notoriamente responsáveis pelas emissões de particulados. 
27 
 
culturais, Cruzeiros Marítimos e outros, conforme indica a Figura 19. Os desafios vão muito além 
da infraestrutura, pois se faz necessária a capacitação dos empresários e colaboradores, quanto ao 
atendimento no Turismo Receptivo, exploração sustentável do Ecoturismo na Área Continental, 
com preservação dos conceitos e características locais e, sobretudo o fomento ao 
empreendedorismo, tendo como oportunidade a “nova” Economia Criativa18. 
 
Figura 19 - Evolução da Movimentação de Passageiros 
 
Fonte: CODESP, fev-2012. 
 
 
 
 
 
 
18
 Terceiro maior PIB no mundo, ficando atrás de Petróleo e Armas. 
28 
 
4. RENDA E EMPREGO 
 
Em 2010, o rendimento domiciliar19 per capita em Santos foi de R$ 1.682,00. No município, 6,6% 
dos domicílios concentram rendimentos de até meio salário mínimo per capita. Na faixa 
intermediária de rendimentos, de meio a três salários mínimos per capita, situam-se 58,9% dos 
domicílios. 16,1% dos domicílios auferem renda domiciliar per capita superior a cinco salários 
mínimos, o que equivale a 23.286 domicílios, conforme demonstra a Figura 20. Em contrapartida, 
1,5% dos habitantesvivem em situação de extrema pobreza, equivalendo a 6.245 pessoas, 
conforme Figura 21. Portanto, 90,7% da população estão acima da linha da pobreza. (Figura 22) 
 
Figura 20 - Pessoas de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento nominal mensal 
 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010. Fundação SEADE. 
Figura 21 - População em situação de Extrema Pobreza 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
 
19
 O aumento real da Renda Média Domiciliar per capita foi 19,7%, a terceira pior da RMBS, segundo o IBGE. 
29 
 
Figura 22 - Proporção de moradores abaixo da linha da pobreza e indigência Santos 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010 e Portal ODM. 
 
O rendimento per capita é expressivo na região da Orla, como apresenta a Figura 23. Nestes 
bairros, o rendimento varia entre R$1.866,00 a R$6.222,00, com pequenos focos com valores 
acima dos R$6.222,00, como por exemplo, Gonzaga, Ponta da Praia e Boqueirão. No restante do 
município, a faixa recorrente está entre R$622,00 e R$1.866,00, com setores com rendimento per 
capita entre 0 e R$622,00, como por exemplo, Monte Cabrão, Paquetá e Rádio Clube. 
 
Figura 23 - Santos: Espacialização da renda média dos responsáveis 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. Elaboração: Instituto Pólis. 
30 
 
Comparando a remuneração média por trabalhador com o respectivo número de empregados de 
Santos, o município apresenta massa salarial elevada. Dos 180.404 empregados em 2011 a ordem 
de grandeza da massa salarial foi R$333,7 milhões, resultando na média de R$1.849,69 por 
trabalhador. (Figura 24). 
 
Figura 24 - Estado de São Paulo: Ranking Municipal de Empregos 
 
Fonte: FIESP, 2011. 
 
Ainda na comparação com outras regiões do Estado de São Paulo, Santos apresenta padrões 
socioeconômicos que levam a cidade a ocupar uma posição de destaque. A exemplo da taxa de 
crescimento demográfico, que é baixa e semelhante a dos países desenvolvidos, além de 
apresentar taxas de mortalidade geral20 em queda, que são o reflexo das condições de 
infraestrutura do município, onde, praticamente, os serviços de água, esgoto e energia elétrica 
abrangem toda a cidade. 
 
Os indicadores socioeconômicos da Cidade superam tanto a média do País, como a do Estado de 
São Paulo, colocando-a como uma das primeiras em relação ao Índice de Desenvolvimento 
Humano Municipal (IDHM). Superior, inclusive, a outras regiões administrativas do Estado, 
resultado do nível de renda da população, escolaridade e esperança de vida. No entanto, é 
importante considerar de maneira detalhada as desigualdades sociais que a pesquisa não acolhe, 
pois os indicadores médios são do país. Já sobre a questão da “liberdade econômica”, que tratam 
 
20
 A taxa de mortalidade infantil (CMI) em Santos é alta, correspondendo a aproximadamente 14 mortes por mil 
habitantes. 
31 
 
os economistas modernos, Santos ainda precisa prover a integração e manutenção da população 
de baixo rendimento na própria cidade, focando políticas como educação, habitação e emprego. 
 
Quanto à evolução do emprego formal do santista, segundo o CAGED21, no período de Janeiro a 
Dezembro 2011, de um universo de 180.404 empregos formais, 131.648 pessoas correspondem 
ao setor de serviços, contra 31.601 no Comércio e 7.445 na Construção Civil. Este setor registrou a 
maior variação positiva no período (4,63%). (Figura 25) 
 
Figura 25 - Evolução do Emprego Formal 
 
Fonte: MTE - RAIS, 2012. 
 
No comparativo com São Paulo, percebe-se que Santos sofre com as interferências da Economia 
Mundial, pela relação estreita do Porto com as exportações do País. No ápice da crise 
internacional de 2008/09, conforme demonstra a Figura 26, os empregos no município sofreram 
forte redução, resultado, sobretudo da baixa produtividade portuária e áreas correlatas. Este fato 
demonstra o quão sensível aos movimentos da economia mundial é o município. 
 
 
21
 Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego. 
32 
 
Figura 26 - Variação do Emprego Formal (em %) 
 
 
Fonte: CAGED - MTE, 2012. Elaboração: Coplanec – Sedurb, 2013. 
 
Embora todos os setores apresentem altas taxas de rotatividade, o volume de trabalhadores 
absorvidos pelo setor de Serviços o torna carro-chefe da economia Santista. Segundo o SEADE, em 
2011, se compararmos a capacidade empregatícia, “Admissões” de cada setor, a Indústria 
responde por 3.742 trabalhadores, o comércio por 15.233 e o Setor de Serviços por 54.674 
trabalhadores. O setor de Serviços, ao lado do Comércio, é responsável pela maior absorção da 
força de trabalho de mulheres e jovens. 
 
O município é o único do litoral que possui menos de 50% dos responsáveis com menos de 3 
salários mínimos – s.m22, conforme ilustra a Figura 27. 
 
 
22
 Excluindo a faixa dos sem rendimento. 
33 
 
Figura 27 - Santos: Rendimento Nominal Mensal dos Responsáveis por Domicílios 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. Elaboração: Instituto Pólis. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
5. USO DO SOLO URBANO 
 
O Setor Terciário, no que se refere ao emprego e a utilização do solo urbano, é responsável pela 
maior fatia de absorção da força de trabalho de Santos. Essa população, seja empregada ou 
usuária dos serviços, se desloca pela cidade diariamente e gera o fenômeno chamado 
“pendularidade”, ou seja, faz o movimento casa-trabalho e trabalho-casa, de forma pendular. 
 
Invariavelmente, grupos que utilizam o transporte coletivo ou individual, se deslocam para área da 
cidade com grande concentração de comércios e serviços, distribuídos ao longo de um eixo norte-
sul (do Centro ao Gonzaga), entre as Avenidas Anna Costa e Conselheiro Nébias, como 
demonstram as Figura 28 e Figura 30. A concentração de empregos formais está no eixo destes 
bairros e o setor da Construção Civil, ainda não vem promovendo empreendimentos habitacionais 
em nível necessário ao atendimento da demanda nesta área que concentra grande parte do 
terciário de Santos, a Região Central Histórica23. 
 
Em Santos, além da existência do Porto que dinamiza uma série de atividades24, a economia, nos 
serviços ligados aos segmentos de lazer, cultura, alimentação e alojamento relacionados ao 
Turismo, faz de Santos um pólo comercial e de serviços de todo o litoral paulista - um dos mais 
importantes do País. 
 
Uma característica do setor de serviços de Santos é o predomínio das empresas de serviços 
focadas no apoio à atividade industrial. Esta capacidade já instalada no setor produtivo 
potencializará o desenvolvimento econômico do próximo período, tanto no setor portuário 
quanto no setor de energia. 
 
É notável a escassez de comércios e serviços na zona noroeste, que além da Avenida Nossa 
Senhora de Fátima, apresenta outros poucos eixos de menor intensidade, como as Avenidas 
Jovino de Melo e Álvaro Guimarães. (Figura 29) 
 
23
 Compreendida pelos bairros Chinês, Valongo, Centro, Paquetá, Vila Nova e Vila Mathias. 
24
 Como logística de transportes, agências de viagens, serviços de apoio, corretagem e reparação de contêineres. 
35 
 
Na Zona Noroeste25 não há diversificação de utilização do solo, com capacidade de absorção de 
empregos em grandes proporções, que possa reduzir as pendularidades provocadas pela atração 
que exerce oeixo formado entre os bairros centrais e o Gonzaga, por exemplo. A região 
aparentemente é um setor dormitório da Cidade, com características de edificações unifamiliares 
em tipologia horizontal, além de ser produtora de viagens, sobretudo pelos morros, onde a 
situação se agrava quando há os períodos de chuva ou alta da maré26. 
 
O regramento do Uso do Solo nessa região fica prejudicado pela existência do principal acesso à 
área urbana do município e da margem direita do porto de Santos, que atrai maciça frota de 
caminhões, advinda do Sistema Anchieta-Imigrantes, atendendo, ainda, bairros de Porto Seco ou 
Retroporto, como o Chico de Paula. Nesta região se estabelecem oficinas mecânicas, borracheiros, 
estacionamentos para caminhões, e toda sorte de serviços e comércio de peças voltadas a estas 
atividades. Situação semelhante ocorre no Bairro do Macuco, na Zona Intermediária, causando 
grandes conflitos com a população residente no entorno. 
 
Na tipologia residencial, a ocupação vertical tende a ser predominante nos bairros da Zona da 
Orla, assim como em alguns bairros da Zona Intermediária como o Campo Grande, Encruzilhada e 
Marapé. O oposto ocorre na Zona Noroeste e nos morros, onde prevalecem residências 
horizontais. As edificações verticais se dão apenas em conjuntos habitacionais e alguns 
empreendimentos residenciais novos. 
 
 
 
25
 A Zona Noroeste, pela lei 731/2011, é dividida em três áreas contíguas, setorizadas pelos viários da Avenida Nossa 
Senhora de Fátima e Via Anchieta, sendo a primeira delas composta pelos bairros Rádio Clube, Castelo, Areia Branca, 
São Jorge, Caneleira, Santa Maria, Bom Retiro, Ilhéu Alto e Chico de Paula, a segunda pelos bairros Saboó e Vila 
Haddad e a terceira formada pelos bairros Piratininga e São Jorge. 
26
 Os parcelamentos dos bairros da Zona Noroeste, em sua maioria, foram executados abaixo da cota de maré cheia. O 
assunto é objeto de plano específico, o Santos Novos Tempos, que intenta resolver o assunto, via um sistema 
integrado de macrodrenagem. 
36 
 
Figura 28 - Uso do Solo Urbano de Santos 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
Figura 29 - Uso do Solo Urbano de Santos: Zona Noroeste 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
37 
 
Figura 30 - Uso do Solo Urbano de Santos: Eixo Norte Sul 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
38 
 
Quanto à dinâmica da densidade domiciliar, em especial quanto à evolução e formação da cidade, 
Santos, enquanto Vila, começou na região do Valongo no século XVI e sua urbanização, após o 
século XIX, seguiu vetor rumo à barra27, sempre motivada a expandir territorialmente por motivos 
de exclusão e / ou oportunidade. A exclusão ocorreu quando famílias mais abastadas, em face da 
precariedade da saúde pública28 migravam para territórios onde não havia ocupação. Bairros 
como Vila Mathias e outros da atual Zona Intermediária foram possíveis pelo advento da 
tecnologia, principalmente da energia elétrica e os bondes a muares. Oportunamente a “indústria” 
da construção civil da época parcelava o território e permitia às famílias emergentes que se 
desgarrassem das demais e rumassem à barra ou regiões próximas a ela. O processo se repetiu, 
paulatinamente, até a industrialização do país e as grandes obras rodoviárias estaduais, no pós-
guerra, quando a cidade experimentou um grande e desenfreado “boom imobiliário”29. 
 
Na época, as Leis Municipais que tratavam do controle e ordenamento do território eram 
extremamente funcionalistas e entendiam que as regiões tinham funções e não vocações. Desta 
forma, toda a região da Orla foi adensada e o Centro esvaziado, em que pese o uso Habitacional, 
conforme aponta a Figura 31. 
 
Além de alguns casos pontuais nas Zonas da Orla e Intermediária, conforme Figura 33, onde 
predominam os novos empreendimentos, é nítida a alta densidade domiciliar na faixa de quadras 
que acompanham a praia. Algumas quadras chegam a ultrapassar os 500 domicílios por hectare. 
Observa-se então, na porção leste da ilha, um declínio na quantidade de domicílios conforme se 
adentra a Zona Intermediária e por sua vez a Região Central Histórica. Esta sem dúvida é a área 
com menor produção de habitação, ainda que exista a infraestrutura adequada. 
 
Mesmo ao longo das últimas duas décadas, os Planos Diretores já permitiam o uso residencial em 
Áreas Centrais. Mas, não foi bastante para que a diversificação de usos do solo fosse 
restabelecida, tal como acontece nos grandes centros metropolitanos. 
 
 
27
 Do ponto de vista da expansão urbana. 
28
 Especialmente pela baixa expectativa de vida decorrente das mazelas oriundas de região sem saneamento básico, 
que ceifavam a vida de grandes grupos de indivíduos até a Comissão de Saneamento, já no século XX. 
29
 As grandes obras de engenharia não foram as únicas responsáveis. A situação econômica contribuiu, principalmente 
pela expansão do Porto e a natural cadeia produtora que o subsidia. 
39 
 
Já na Zona Noroeste, conforme Figura 32, podemos verificar que uma considerável parte da região 
possui densidade variando entre baixa (até 34 domicílios/ha) e média (de 35 a 137 domicílios/ha). 
As áreas que destoam disto ora são aglomerados subnormais, ora conjuntos habitacionais 
(densidade de 138 a 344 domicílios/ha). 
 
Portanto, além de permitir o uso habitacional em regiões dotadas de infraestrutura plena, é 
necessário incentivar a atividade imobiliária nestas áreas, sem imposições urbanísticas que 
desestimulem o setor a empreender nas regiões onde a municipalidade intenta adensar, com 
tipologias alternativas, acessíveis à renda da maior parte da população Santista. 
 
Figura 31 - Densidade Domiciliar de Santos 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
40 
 
Figura 32 - Densidade Domiciliar de Santos: Zona Noroeste 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
41 
 
Figura 33 - Densidade Domiciliar de Santos: eixo Norte Sul 
 
Fonte: Coordenadoria de Políticas Urbanas – Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, 2013. 
 
42 
 
6. MOBILIDADE URBANA 
 
A partir da década de 1970 houve saturação da Ilha de São Vicente, em especial em Santos, com 
expressiva migração para os municípios ao redor, devido à urbanização dispersa. No município, 
ocorreu a ampliação do processo de ocupação de áreas ambientalmente frágeis e houve 
expressiva desaceleração do crescimento demográfico30, mas a cidade continua a concentrar 
grande parte do terciário regional. Este processo, com maior crescimento dos municípios ao redor, 
é responsável pela formação de pendularidades entre as áreas atrativas de viagens, localizadas na 
ilha de São Vicente e as produtoras, situadas nos municípios do entorno31, conforme demonstram 
a Figura 34 e a Figura 35. Estas pendularidades somam-se às com destino às indústrias de Cubatão 
e fora da região, em especial no caso da RMSP, que se tornou a principal atratora de viagens fora 
da RMBS. 
 
Figura 34 - Pesquisa OD BS 2012: Produção de Viagens 
 
Fonte: EMTU, 2013 
 
 
30
 TGCA de 0,2 nos anos 90 / 0,4 nos anos 2000 / 0,3 nos anos 2010. 
31
 Além das pendularidades intramunicipais. 
43 
 
Figura 35 - Pesquisa OD BS 2012: Atração de Viagens 
 
Fonte: EMTU, 2013Em virtude do crescimento da frota motorizada individual32, conforme apresentado nas Figura 36 
e Figura 37, além da insuficiência do atendimento dos sistemas de transporte e da falta de 
ampliação da capacidade do sistema viário, estes deslocamentos pendulares levaram a área 
central da RMBS a uma crise de Mobilidade Urbana, na última década. Neste contexto, Santos foi 
especialmente afetada. 
Figura 36 - Frota Total de Veículos, por tipo 
 
Fonte: Fundação SEADE, 2011. 
 
32
 A frota total de veículos em cinco anos teve um aumento de 20,5%, sendo que os automóveis sofreram um 
aumento de 13,5% e as motocicletas 24.2%. Isso representa 1,6 veículos (frota total) por habitante. 
 
44 
 
Figura 37 - Índice de Mobilidade Total x Motorizada 
 
Fonte: OD BS, EMTU, 2013. 
 
Esta crise é agravada em função do crescimento do Porto e das indústrias de Cubatão, em função 
da sobreposição da circulação de cargas portuárias e industriais às pendularidades citadas e à 
circulação de bens de abastecimento da área insular, que concentra grande parte do terciário 
regional. 
 
Segundo as tabelas da Figura 38 a Figura 42, no que concerne à pendularidade, diariamente 
40.226 santistas (10% da população) saem do município para estudar e/ou trabalhar e 70.717 
indivíduos, somente para trabalhar (17,1%). O equivalente a 28% (118.300 pessoas) da população 
santista entra no município para estudar e/ou trabalhar, 47,7% somente para trabalhar. Isso se 
deve, provavelmente, ao custo de vida mais elevado na cidade, em setores como habitação, 
alimentação e outros serviços e comércio básicos. Já o percentual de saída e entrada sobre a 
população que trabalha e estuda aumentou de 28,9% (2000) para 51,4% (2010). 
 
45 
 
Figura 38 - Total (1) de pessoas que saem do 
município para trabalhar e/ou estudar em 
2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográficos 2000 e 2010; INCT – 
Observatório das Metrópoles – Baixada Santista, 2013. 
(1) Quem faz os dois movimentos foi contado uma 
vez. 
Figura 39 - Total de pessoas que entram do 
município para trabalhar e/ou estudar em 
2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográficos 2000 e 2010; INCT – 
Observatório das Metrópoles – Baixada Santista, 2013. 
 
Figura 40 - Taxa de Repulsão para o 
Trabalho - Percentual de pessoas que saem 
do município para trabalhar em 2000 e 2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográficos 2000 e 2010; PNUD 
– Atlas do Desenvolvimento Humano; INCT – 
Observatório das Metrópoles – Baixada Santista, 2013. 
Figura 41 - Taxa de Atração para o Trabalho - 
Percentual de pessoas que entram do 
município para trabalhar em 2000 e 2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográficos 2000 e 2010; PNUD 
– Atlas do Desenvolvimento Humano; INCT – 
Observatório das Metrópoles – Baixada Santista, 2013. 
Figura 42 - Percentual de saída e entrada de pendularidade sobre a população que trabalha e 
estuda no município em 2000 e 2010 
 
Fonte: IBGE, Censo Demográficos 2000 e 2010; INCT – Observatório das Metrópoles – Baixada Santista, 2013. 
 
46 
 
 
Para uma análise mais aprofundada sobre o assunto há de se analisar os indicadores de acidentes 
de trânsito, transporte coletivo e tempo médio de viagem isoladamente, posteriormente cruzar as 
informações e interpretar as tendências. 
 
Sobre o transporte coletivo comum, apontado na Figura 43, este teve um aumento de 1,15% entre 
2008-2012, enquanto transporte “Seletivo” teve um aumento de 4,7%, detalhado na Figura 44. O 
aumento da renda da população somado a boa qualidade do transporte “Seletivo”, que oferece 
conforto, climatização e rapidez, contribuíram para a elevação do uso do mesmo. 
 
Figura 43 - Transporte Coletivo Municipal 
 
Fonte: CET Santos, GETP, 2013 
 
Figura 44 - Transporte Seletivo Municipal 
 
Fonte: CET Santos, GETP, 2013 
 
Apesar do aumento da frota e da pendularidade, o número de acidentes no trânsito apresentou 
uma queda de 7,5%, na análise da série histórica, enquanto o número de vítimas fatais manteve a 
média anual de 15 mortes nos últimos 4 anos (2009-2012), ilustrado pela Figura 45. 
 
47 
 
 
Figura 45 - Santos: Acidentes e Vítimas 
 
Fonte: CET Santos, 2013. 
 
O tempo médio de viagem dos ônibus aumentou em torno de 6 minutos entre 2007-2012, devido 
principalmente ao aumento do número de carros e motos, conforme ilustra a Figura 46. Em 
contrapartida, o tempo de viagem dos carros diminuiu 1 minuto, pela implantação e abertura de 
novas vias, bem como pela implantação de faixas de transporte de massa, em horários 
intermitentes. 
 
Figura 46 - Tempo Médio de Viagem (todos municípios) 
 
Fonte: OD BS, EMTU, 2013. 
 
48 
 
 
Contudo, é importante ressaltar que Santos ainda não possui corredores exclusivos de transporte 
coletivo de média capacidade e o sistema de itinerários, que está sendo revisto, ainda mantém 
uma organização semelhante ao do extinto sistema de bondes, sem a implantação de sistema 
troncal. 
 
Ao todo, a frota de transporte público conta com 300 veículos, em 40 linhas, que transita na 
cidade perfazendo 146.844 viagens por dia, em média anual. Os intervalos variam de 10 a 32 
minutos e o percurso de 22.953.395,00 quilômetros, ao ano. O número de passageiros 
transportados anualmente é de 53.598.085, sendo destes, 13.045.095 gratuitamente, ou seja, 
24,34% da população. 
 
Como o estímulo ao transporte coletivo ainda não é suficiente, a alternativa de parte relevante da 
população ainda é o transporte individual, se valendo da grande oferta de veículos e acessíveis 
condições de pagamento disponíveis no mercado33. 
 
Porém, embora a frota aumente, os acidentes e mortes no trânsito apontam tendência de queda 
(Figura 45). Como o município progressivamente tem construído ciclovias, outro fator 
preocupante é o número de acidentes envolvendo carros e bicicletas, que subiu nos últimos 2 
anos. Há de se aumentar os 30,5 Km de ciclovias com qualidade, com políticas de educação no 
trânsito, sobretudo com o estímulo público ao transporte individual por bicicletas, seja ofertando 
veículos públicos ou subsidiando empresas que o façam. 
 
 
 
 
 
 
 
33
 O Governo Federal, para oxigenar a economia nacional em tempos de crise internacional, reduziu a carga tributária 
na produção de veículos e estimulou a aquisição, em detrimento às políticas municipais de contenção do carro no 
tecido urbano. 
49 
 
 
7. INFRAESTRUTURA URBANA 
 
Santos apresenta, em média, elevados índices de infraestrutura urbana. Os dados das 
Concessionárias, em que pesem abastecimento de água, esgotamento sanitário, fornecimento de 
luz e energia e Coleta de Lixo, apontam para cobertura “universal”, de acordo com a Figura 47. No 
entanto, as regiões que mais carecem são exatamente as que mais sofrem com o residual dos 
indicadores do grande atendimento, a exemplo das áreas de regularização fundiária e urbanística 
ou áreas lindeiras às áreas de risco. 
 
Figura 47 - Rede de Infraestrutura de Santos pelos domicílios urbanos 
 
Fonte: Prefeitura Municipal de Santos e Instituto Pólis, 2013. 
(1) - domicílios urbanos de casas, casas de vila e apartamento sem energia elétrica. Censo 2010, dados do Universo, 
IBGE. 
(2) - domicílios urbanos de casas, casas de vila e apartamento sem rede de abastecimento de água. Censo 2010, dados 
do Universo, IBGE. 
(3) - domicílios urbanos de casas, casas de vila e apartamento sem rede de esgoto ou fossa séptica. Censo 2010, dados 
do Universo, IBGE. 
(4) - domicílios urbanos de casas, casas de vila e apartamento sem coleta de lixo por serviço de limpeza oucaçamba 
por serviço de limpeza . Censo 2010, dados do Universo, IBGE. 
 
 
Abastecimento de Água 
 
No indicador realizado pela COPLANEC, que utiliza o Censo IBGE 2010 e o PLANO DE 
SANEAMENTO DA PMS (PLANSAN, 2010), o índice de abastecimento público de água potável na 
área urbana é de 96,15%. A referência para elaboração de metas é de que 100% da população seja 
atendida pela rede de abastecimento público de água potável. 
50 
 
 
A SABESP trabalha no Plano Metropolitano de Desenvolvimento Estratégico da Baixada Santista 
(PMDE-BS). Atualmente, o Sistema Centro da SABESP atende satisfatoriamente a cobertura da 
área insular de Santos, como mostram as Figura 48 e Figura 49, embora sejam registradas algumas 
interrupções do fornecimento, em áreas de morros, por falta de pressão, em períodos de pico. 
 
Figura 48 - Domicílios (1) com acesso ao abastecimento de água 
 
Fonte: IBGE. Censo demográfico 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
(1) Inclui acesso à água por rede geral de distribuição, poço ou nascente na propriedade. 
 
Figura 49 - Santos: Cobertura do SAA da SABESP 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. Elaboração: Instituto Pólis. 
51 
 
 
Entretanto, conforme as projeções populacionais da SABESP (Plano Diretor de Abastecimento de 
Água), será necessário ampliar a produção de água na próxima década, para atender os períodos 
de pico, conforme Figura 50. 
 
Figura 50 - Ampliações do SAA Centro - SABESP 
 
Fonte: Plano Diretor de Abastecimento de Água da Baixada Santista – Sabesp, 2009. 
 
Esgotamento sanitário 
 
Em Santos, segundo o Censo 2010, 96,1% das moradias têm banheiro ligado à rede de 
esgotamento sanitário, enquanto no Estado esse porcentual é de quase 91,5%, conforme Figura 
51. 
 
52 
 
 
Figura 51 - Domicílios com banheiro ligado à rede geral pluvial ou de esgoto ou com fossa 
séptica 
 
Fonte: IBGE. Censo Demográfico, 2010 (resultados preliminares). Fundação SEADE. 
Nota: O denominador de taxa corresponde aos domicílios com declaração de existência de banheiro ou sanitário. 
 
Sobre o índice de cobertura da SABESP, PLANSAN 2010, 97% dos domicílios são ligados à rede 
coletora de esgotos, Figura 52. A Companhia prevê atingir a cobertura de 99% dos domicílios até o 
ano de 2015, excluindo-se áreas irregulares e áreas de obrigação de fazer de terceiros. De acordo 
com o Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Santos (DAEE, 2010), a cobertura do 
sistema de esgoto34 era de 97% até abril de 2010, não computados os domicílios não atendíveis. Já 
no Relatório de Qualidade das Praias Litorâneas (CETESB, 2013) esta cobertura aumentou para 
98%. 
Figura 52 - Santos: Cobertura do SE da SABESP 
 
Fonte: Censo Demográfico IBGE, 2010. Elaboração: Instituto Pólis. 
 
34
 Relação entre o número de imóveis em cujos logradouros deve haver rede coletora à disposição e o total de imóveis 
existentes. 
53 
 
 
Na Área Continental somente o Caruara possui sistema público de esgotamento sanitário. 
 
Com relação ao tratamento do esgoto coletado, como ilustra a Figura 53, 100% do material é 
tratado na estação de pré-condicionamento35, localizado no bairro do José Menino, que atende 
também à área insular do município de São Vicente. Mesmo com altos índices de coleta e pré-
condicionamento, Santos apresenta um grande número de palafitas montadas sobre rios e 
manguezais na Zona Noroeste da cidade. Cerca de 8 mil famílias36 vivem em aglomerados 
subnormais, gerando um enorme volume de resíduos e esgoto descartados diretamente nas águas 
estuarinas, prejudicando muito a balneabilidade das praias na região37. 
 
Figura 53 - Santos: Sistema de Coleta e Tratamento de Esgotos - SABESP 
 
Fonte: Relatório 4 da Proposta do Plano Municipal Integrado de Saneamento Básico de Santos, Revisão 5 
(DAEE, 2010, Anexo). 
 
 
 
 
35
 Estação de Pré-condicionamento REBOUÇAS. 
36
 Aproximadamente 30 mil pessoas. 
37
 No ano de 2012, Santos teve 42,5% dos dias com suas praias impróprias para o banho. 
54 
 
 
Perdas 
 
Além da cobertura de água e esgoto, outro assunto relevante são as perdas do sistema. Com mais 
de um terço do abastecimento de água potável do Brasil sendo desperdiçado nos sistemas de 
distribuição municipal antes de chegar aos consumidores, fica claro que a forma mais sustentável 
e de menor custo, para evitar tais perdas é otimizar as redes de distribuição existentes nas 
municipalidades, por meio de um Plano de Redução de Perdas sistemático. 
 
O índice de perdas é observado na diferença entre os pontos de abastecimento e os de coleta de 
esgotamento sanitário, sendo que há 200.494 pontos de abastecimento e 191.913 pontos de 
esgotamento sanitário, conforme série histórica, Figura 54. 
 
Figura 54 - Evolução do número de ligações de água e Esgoto e do Consumo de Água 
 
Fonte: SABESP, 2010. 
O Plano de Saneamento (PLANSAN 2010) indica a perda de 256 litros por ligação, causando o 
enorme desperdício de 6,1 milhões de m³ (6,1 bilhão de litros) de água tratada, por ano na cidade 
de Santos. 
 
Abastecimento de Água e Esgoto em Santos
200.494
195.693194.319192.862
191.381 191.913
187.146
185.758184.243
181.960
170.000
175.000
180.000
185.000
190.000
195.000
200.000
205.000
Água 191.381 192.862 194.319 195.693 200.494
Esgoto 181.960 184.243 185.758 187.146 191.913
2005 2006 2007 2008 2009
55 
 
 
Segundo o Instituto Trata Brasil, em 2.011, esta perda foi de 17,39% da água distribuída na cidade, 
muito abaixo da média nacional que é 38,8%. A meta proposta pelo PLANSAN é atingir no ano de 
2039, 225 litros de água desperdiçados por ligação/dia, uma pequena diferença de 
aproximadamente 12% de redução em 30 anos. Se levarmos em consideração o consumo diário 
médio de água por habitante, na região Sudeste do Brasil, em 2011, que foi de 189,7 litros, o atual 
desperdício anual na cidade daria para abastecer sua população por aproximadamente 77 dias. 
 
Segundo o SISPERDAS (SABESP, 2007), o Índice de Atendimento de Santos Insular era de 100%, 
sem contar os domicílios não atendíveis. O índice de perdas era de 459 (l/lig. dia), contra 563 da 
RMBS. 
 
O gerenciamento do PMDE-BS é realizado pela Agência Metropolitana da Baixada Santista (AGEM) 
e este trabalho está alinhado com o Plano de Ação da Macrometrópole (PAM)38, que visa o 
planejamento integrado das regiões metropolitanas e aglomerados urbanos de todo o Estado. 
Entre 2007 e 2020, serão investidos R$ 85 milhões na cidade de Santos, apenas no sistema de 
abastecimento de água. A SABESP informa já ter atingido a universalização do abastecimento em 
áreas regulares. 
 
Drenagem 
 
Com o Programa de macro drenagem Santos Novos Tempos39, estima-se que nos próximos 30 
meses os problemas de enchente estarão resolvidos. Porém, a questão de moradia das pessoas 
residentes em habitações subnormais, parece estar longe de um desfecho aceitável, levando em 
consideração que entre os anos de 2009 e 2012, somente 712 famílias foram beneficiadas por 
programas habitacionais, em Santos. Desta forma, projeta-se um cenário bastante delicado para 
solução deste problema socioambiental, que afeta toda a região40. (Figura 55 e Figura 56) 
 
 
38
 Iniciativa da Subsecretaria Estadual de Desenvolvimento Metropolitano. 
39
 Que está em execução nesta área da cidade. 
40
 Por motivo da escassez de áreas para absorção das famílias a serem removidas de áreas de risco ou de regularização 
fundiária e urbanística.

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