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A BROCA DO ABACATE, Stenoma catenifer

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A BROCA-DO-ABACATE, Stenoma catenifer (WALS.) (LEPIDOPTERA: ELACHISTIDAE): DISTRIBUIÇÃO DE OVOS, DANOS E PARASITISMO 
	 
	
	 
	
A broca-do-abacate, Stenoma catenifer (Lepidoptera: Elachistidae), pela falta de métodos seguros e viáveis de controle, continua sendo fator limitante para o cultivo do abacate no Brasil nas últimas décadas. 
O adulto da broca é uma mariposa de coloração amarelo-palha, com pontuações escuras sobre as asas, e mede aproximadamente 15 mm de comprimento. Os ovos são branco-esverdeados, têm forma oblonga e apresentam estrias longitudinais; medem cerca de 0,5 mm de comprimento As lagartas recém-eclodidas são branco-acinzentadas, têm a cabeça escura, tornando-se posteriormente roxas; atingem cerca de 20 mm de comprimento em seu máximo desenvolvimento. Perfuram a epiderme dos frutos e alimentam-se da polpa do abacate, formando galerias em seu interior, depreciando assim o valor comercial do produto. O ciclo biológico – de ovo a adulto – dura cerca de 30 dias. Cada fêmea pode depositar mais de 120 ovos.
Apesar dos danos severos que a lepidobroca acarreta aos frutos pouco se conhece sobre aspectos bioecológicos, tais como a distribuição espacial e temporal de ovos e de danos, e sobre a ação de inimigos naturais. Estudos realizados em pomar comercial em dois municípios, tradicionais produtores de abacate no Norte do Paraná, Arapongas e Cambé, durante 2001 e 2003, revelaram que a broca prefere ovipositar em frutos do estrato superior do abacateiro e em plantas localizadas nas partes mais altas da propriedade. As posturas são geralmente isoladas, e depositadas principalmente na região do pedúnculo, em cerca de 50% dos frutos examinados. Apesar da preferência oviposicional da mariposa pela região do pedúnculo, a maioria (em torno de 80%) dos orifícios de penetração concentra-se na parte inferior do fruto. Este comportamento do inseto demonstra a existência de um intervalo de tempo, embora pequeno, entre a eclosão e a penetração no fruto, durante o qual a lagarta de primeiro instar fica exposta à ação de agentes de controle. Essa é uma observação importante para o monitoramento e controle, direcionando-os, principalmente, ao estrato superior das plantas.
Vários grupos de inimigos naturais da broca-do-abacate têm sido detectados em pomares no Norte do Paraná, porém os mais freqüentes e abundantes são parasitóides de ovos pertencentes à família Trichogrammatidae: Trichogramma pretiosum Riley, Trichogramma bruni Nagaraja e Trichogrammatoidea annulata De Santis, sendo esta última espécie a mais comum dentre os parasitóides de ovos. 
Levantamentos realizados nos últimos anos em diversos municípios do norte do Paraná revelaram níveis variáveis de parasitismo natural por essas vespinhas, atingindo em algumas avaliações mais de 80% dos ovos da praga. Embora a densidade populacional desses agentes biológicos tenha atingido níveis relativamente altos, os níveis de parasitismo não têm sido suficientes para evitar danos severos à produção. Entretanto, o fato de os tricogramatídeos serem constantes e freqüentes ao longo dos anos, evidencia o grande potencial desses agentes biológicos para controle da broca-do-abacate. Em função disso, estudos estão em andamento no laboratório de manejo ecológico de pragas do Instituto Agronômico do Paraná, em Londrina, para selecionar a espécie de parasitóide mais promissora com vistas a iniciar um programa de liberações inundativas em pomares comerciais orgânicos no Paraná. Esses pomares, por suas características peculiares de manejo do cultivo, que têm como objetivo preservar o equilíbrio do agroecossistema, podem aumentar as chances de sucesso do controle biológico da broca-do-abacate através de vespinhas parasitóides de ovos.
	
Autores: Celso Luiz Hohmann, Ph. D. e Ana Maria Meneguim, M. Sc. Área de Proteção de Plantas, Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR, C. postal 481, 86001-970, Londrina, PR. E-mail: celuiz@iapar.br
Trabalho na íntegra: RBF 25(3): 432-435, 2003
Ver também: RBF 22(3): 359-363, 2000
Fotos:Hugo Y. Muramoto e Wagner S. de Oliveira

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