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CONHECIMENTO GERAIS PROFESSOR: ROGÉRIO SILVA ORGANIZAÇÃO ESTRUTURA POLÍTICA O Brasil é formado por 26 Estados, a União, o Distrito Federal (cuja capital é Brasília) e os Municípios, sendo ele uma República Federativa. Cada ente federativo possui sua autonomia financeira, política e administrativa, em que cada Estado deve respeitar a Constituição Federal e seus princípios constitucionais, além de ter sua Constituição própria; e também, cada município (através de sua lei orgânica), poderá ter sua própria legislação. Essa organização é formada pelos três poderes: Poder Executivo, Poder Judiciário, Poder Legislativo, adotando a teoria da tripartição dos poderes. A administração pública federal é feita em três níveis, cada qual com sua função geral e específica: Nível Federal – a União realiza a administração pública, ela é um representante do governo federal, composta por um conjunto de pessoas jurídicas de direito público. Nível Estadual – os Estados e o Distrito Federal realizam a administração pública. Nível Municipal – os Poderes Legislativo e Executivo realizam a administração pública nos municípios. Além dessas divisões dentro dos órgãos existem outras subdivisões (como conselho, coordenação, diretoria, etc.) chamado de Organização ou Estrutura do Poder. Divisão dos Poderes no Brasil A separação dos poderes no Brasil passou a existir com a Constituição outorgada de 1824 que prevaleceu até o fim da Monarquia, mas além dos três poderes, na época, havia também o quarto poder, chamado de Moderador, que era exercido pelo Imperador, mas foi excluído da Constituição da República, em 1891. No art. 2º da Constituição Federal de 1988 vemos os Poderes da União que são: Legislativo, Judiciário e Executivo. Além disso, existe o Ministério Público (MP). Elle tem total independência dos outros poderes em algumas situações. Seu objetivo principal é garantir que a lei seja cumprida e agir na defesa da ordem jurídica. Poder Legislativo no Brasil O Poder Legislativo é realizado pelo Congresso Nacional. Esse poder é responsável por criar as leis e é formado pela Câmara dos Deputados (representantes do povo), Senado Federal (representantes dos Estados e Distrito Federal), e Tribunal de Contas da União (órgão regulador e fiscalizador das ações externas, prestando auxílio para o Congresso Nacional). O Congresso Nacional elabora as leis e realiza a fiscalização financeira, contábil, operacional, patrimonial e orçamentária da União e entidades ligadas à Administração direta e indireta. O Poder Legislativo é organizado em duas casas (bicameralismo), tradição desde o período da Monarquia (1822-1889). No caso, as Casas são: Câmara Baixa (Câmara dos Deputados) e Câmara Alta (Senado). O objetivo é que uma Casa realize o trâmite e discussões das matérias e a outra Casa melhore e revise os trabalhos e vice-versa. Assim, as duas casas poderão contribuir para a elaboração das normas jurídicas. A Câmara dos Deputados tem como função, além de representar o povo, discutir sobre os assuntos nacionais e legislar sobre eles, fazendo a fiscalização dos recursos públicos. Poder Executivo no Brasil Com a preferência do sistema presidencialista, proposto na Constituição de 1988, esse poder é exercido pelo Presidente da República com a ajuda dos ministros de Estado. O Presidente da República age liderando, sancionando, promulgando, dando ordens para publicação das leis, criando cargos, funções ou empregos públicos na administração pública, aumentando salários, vetando projetos de leis e coordenando a administração federal. É crime presidencial, art. 85, atos do Presidente da República que impedem o exercício do Poder Legislativo, Judiciário, Ministério Público e as constituições das demais unidades da federação. Poder Judiciário no Brasil O judiciário tem o poder de julgar e garantir o cumprimento das leis, promovendo a paz social. Ele tem uma estrutura singular e existe uma hierarquia dos seus órgãos, nomeados de 'instâncias'. Instâncias do Poder Judiciário Supremo Tribunal Federal (STF) – é formado por onze ministros, nomeados pelo Presidente e aprovados pelo Senado Federal. Ele é responsável por julgar os casos referentes a violação da Constituição Federal. O Conselho Nacional de Justiça controla a administração e a parte financeira do Judiciário. Superior Tribunal de Justiça (STJ) – é formado por no mínimo 33 ministros, nomeados pelo Presidente e aprovados pelo Senado. Ele torna as leis federais uniformes e harmônicas às decisões dos tribunais regionais federais e estaduais (2ª instância), além de apreciar recursos especiais que contestam as leis federais. Justiça Federal – controlado administrativa e financeiramente pelo Conselho da Justiça Federal, é formado pelos Tribunais Regionais Federais (TRFs) e Juízes Federais. Ele julga as ações judiciais dos Estados, da União, autarquia ou empresa pública federal. Temos também Justiça do Trabalho, Justiça Eleitoral, Justiça Militar e Justiça Estadual. Quantos são e de que forma é definido o número de Deputados O art. 45 da Constituição Federal determina que o número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, deve ser estabelecido por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às eleições, para que nenhuma das unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados. A Lei Complementar nº 78, de 30 de dezembro de 1993, estabelece que o número de Deputados não pode ultrapassar quinhentos e treze. A Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística fornece os dados estatísticos para a efetivação do cálculo. Assim, desde 1993, a Câmara dos Deputados é composta por exatamente 513 Deputados. No Pará temos 17 deputados Federais e 41 Estaduais. Feitos os cálculos, o Tribunal Superior Eleitoral encaminha aos Tribunais Regionais Eleitorais e aos partidos políticos o número de vagas a serem disputadas. Além do número mínimo de representantes, a lei determina que cada Território Federal será representado por quatro Deputados Federais. Senado Federal O Senado tem 81 integrantes. Eles são eleitos para mandatos de oito anos de duração. A cada quatro anos, são realizadas eleições em que são eleitos 27 ou 54 senadores. Ou seja, de quatro em quatro anos a Casa é renovada (em uma eleição, 1/3 dela é mudada; em outra; 2/3). 1-POLÍTICA Atualidade – Professor: Rogério Silva 2 Diferentemente da Câmara, onde há representação da população de forma proporcional por estado, no Senado há três senadores para cada estado e para o Distrito Federal. SISTEMA ELEITORAL: Voto Distrital Além de estreitar as relações entre o político e a sua base eleitoral, o eleitor passa a ter consciência plena de quem o representa na sua localidade. Essa aproximação facilita na hora de fiscalizar, cobrar e saber o que o político da sua região está fazendo. Uma das maiores virtudes do voto distrital é eliminar a lógica dos puxadores de voto, o famoso efeito Tiririca. O sistema atual permite que você vote em um e acabe elegendo outro sem nem saber. Nas eleições de 2014, por exemplo, apenas 38 dos 513 deputados foram eleitos por suas próprias pernas. O restante contou com votos dados a outros políticos ou às suas legendas. No sistema proporcional, os candidatos a deputado federal e estadual e vereador precisam percorrer todo o estado (ou cidade) em carreatas caras para se fazerem conhecidos. Já no voto distrital, eles se limitariam a uma área bem menor,diminuindo significativamente os gastos com campanha. Campanhas mais baratas refreiam a corrupção e abrem caminho à eleição de lideranças locais. Em vez de ter que escolher entre mais de 1.000 candidatos a deputado federal, por exemplo, como ocorre no sistema proporcional, você optaria por no máximo 35 nomes - número total de partidos que existe atualmente, já que cada legenda só poderia indicar um candidato por distrito. A multidão de políticos que fazem aparições relâmpago na propaganda eleitoral televisiva desapareceria. E ficaria muito fácil estudar a trajetória dos pretendentes. (Fonte: http://www.euvotodistrital.org.br/#entenda) FIM DA REELEIÇÃO A Câmara dos Deputados aprovou na noite desta quarta-feira (27), por 452 a favor, 19 contra e uma abstenção, o fim da reeleição para presidente da República, governador e prefeito. A votação foi parte da série de sessões iniciada nesta semana, destinada à apreciação das propostas de reforma política. O texto do fim da reeleição, de autoria do relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), não altera o tempo atual de mandato (quatro anos), mas, nesta quinta-feira (28), o plenário analisará a ampliação da duração do mandato para cinco anos. Antes de votar o fim da reeleição, os deputados rejeitaram nesta quarta o financiamento exclusivamente público das campanhas e aprovaram a doação de empresas a partidos, mas não a candidatos. A proposta de emenda à Constituição da reforma política começou a ser votada no plenário nesta terça (26). Por decisão dos líderes partidários, cada ponto da PEC, como o fim da reeleição, será votado individualmente, com necessidade de 308 votos para a aprovação de cada item. Ao final, todo o teor da proposta de reforma política será votado em segundo turno. Se aprovada, a PEC seguirá para análise do Senado. Fim da reeleição: Pelo texto aprovado pelos deputados, a nova regra de término da reeleição não valerá para os prefeitos eleitos em 2012 e para os governadores eleitos em 2014, que poderão tentar pela última vez uma recondução consecutiva no cargo. O objetivo desse prazo para a incidência da nova regra foi obter o apoio dos partidos de governantes que estão atualmente no poder. (g1.globo.com/politica/noticia/2015- 28/05/2015) ELEIÇÕES-2018 O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), foi inscrito por um grupo de parlamentares do partido para as prévias tucanas que definirão o candidato ao governo estadual. Foram reunidas 1.704 assinaturas de apoio à pré-candidatura, o que representa 47% dos delegados do partido no Estado, dizem os apoiadores de Doria. O prefeito é esperado para ato organizado por apoiadores na sede do Diretório Estadual da legenda, nesta segunda-feira. Na ocasião, ele deve "aceitar" a inscrição e declarar que está na disputa. Os adversários do prefeito João Doria nas prévias que definirão o candidato tucano ao governo de São Paulo acusam o diretório estadual da legenda de favorecê-lo na disputa. A direção do partido nega. O cientista político Luiz Felipe d'Ávila e o secretário estadual de Desenvolvimento Social, Floriano Pesaro, que disputam a vaga, dizem que a distribuição das urnas na eleição interna do próximo domingo privilegiou militantes da capital, administrada por Doria, em detrimento do interior do Estado. IMPEACHMENT DE DILMA ROUSSEFF Em 31 de agosto de 2016, a presidente do Brasil, Dilma Vana Rousseff, foi destituída do cargo após a conclusão de um processo de impeachment, aberto contra ela em 12 de maio do mesmo ano. Entretanto, Dilma Rousseff não perdeu seus direitos políticos com a destituição, isto é, não ficou inabilitada para exercer cargos públicos por um período de oito anos, como prevê a Constituição Federal em seu artigo 52. Segundo a Constituição Federal do Brasil, durante o processo de impeachment, os senadores desempenham função de juízes. Portanto, foi montada uma Comissão Especial de Impeachment para apurar as denúncias do processo, ouvir testemunhas da acusação e da defesa e debater política e juridicamente o caso. No pedido que foi acolhido, os denunciantes formularam a acusação de crime de responsabilidade contra a presidente Dilma com base no artigo 85 da Constituição Federal e Lei 1. 079/1050. O argumento principal dizia respeito à violação, por parte da presidente, de leis relativas ao orçamento e ao controle fiscal, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). OPERAÇÃO LAVA JATO O nome do caso, ―Lava Jato‖, decorre do uso de uma rede de postos de combustíveis e lava a jato de automóveis para movimentar recursos ilícitos pertencentes a uma das organizações criminosas inicialmente investigadas. Embora a investigação tenha avançado para outras organizações criminosas, o nome inicial se consagrou. A operação Lava Jato é a maior investigação de corrupção e lavagem de dinheiro que o Brasil já teve. Estima-se que o volume de recursos desviados dos cofres da Petrobras, maior estatal do país, esteja na casa de bilhões de reais. Soma-se a isso a expressão econômica e política dos suspeitos de participar do esquema de corrupção que envolve a companhia. No primeiro momento da investigação, desenvolvido a partir de março de 2014, perante a Justiça Federal em Curitiba, foram investigadas e processadas quatro organizações criminosas lideradas por doleiros, que são operadores do mercado paralelo de câmbio. Depois, o Ministério Público Federal recolheu provas de um imenso esquema criminoso de corrupção envolvendo a Petrobras. Nesse esquema, que dura pelo menos dez anos, grandes empreiteiras organizadas em cartel pagavam propina para altos executivos da estatal e outros agentes públicos. O valor da propina variava de 1% a 5% do montante total de contratos bilionários superfaturados. Esse suborno era distribuído por meio de operadores financeiros do esquema, incluindo doleiros investigados na primeira etapa. As empreiteiras - Em um cenário normal, empreiteiras concorreriam entre si, em licitações, para conseguir os contratos da Petrobras, e a estatal contrataria a empresa que aceitasse fazer a obra pelo menor preço. Neste caso, as empreiteiras se cartelizaram em um Atualidade – Professor: Rogério Silva 3 ―clube‖ para substituir uma concorrência real por uma concorrência aparente. Os preços oferecidos à Petrobras eram calculados e ajustados em reuniões secretas nas quais se definia quem ganharia o contrato e qual seria o preço, inflado em benefício privado e em prejuízo dos cofres da estatal. O cartel tinha até um regulamento, que simulava regras de um campeonato de futebol, para definir como as obras seriam distribuídas. Para disfarçar o crime, o registro escrito da distribuição de obras era feito, por vezes, como se fosse a distribuição de prêmios de um bingo (veja aqui documentos). Funcionários da Petrobras - As empresas precisavam garantir que apenas aquelas do cartel fossem convidadas para as licitações. Por isso, era conveniente cooptar agentes públicos. Os funcionários não só se omitiam em relação ao cartel, do qual tinham conhecimento, mas o favoreciam, restringindo convidados e incluindo a ganhadora dentre as participantes, em um jogo de cartas marcadas. Segundo levantamentos da Petrobras, eram feitas negociações diretas injustificadas, celebravam-se aditivos desnecessários e com preços excessivos, aceleravam-se contratações com supressão de etapas relevantes e vazavam informações sigilosas, dentre outras irregularidades. Operadores financeiros - Os operadores financeiros ou intermediários eram responsáveis não só por intermediar o pagamentoda propina, mas especialmente por entregar a propina disfarçada de dinheiro limpo aos beneficiários. Em um primeiro momento, o dinheiro ia das empreiteiras até o operador financeiro. Isso acontecia em espécie, por movimentação no exterior e por meio de contratos simulados com empresas de fachada. Num segundo momento, o dinheiro ia do operador financeiro até o beneficiário em espécie, por transferência no exterior ou mediante pagamento de bens. http://lavajato.mpf.mp.br/entenda-o-caso REFORMA DA PREVIDÊNCIA As armadilhas da proposta de Temer para a Previdência por Rodrigo Martins — publicado 07/12/2017. Carta Capital O que vamos fazer de mais importante é combater os privilégios. Tem muita gente no Brasil que trabalha pouco, ganha muito e se aposenta cedo‖, diz uma das propagandas bancadas pelo governo federal na televisão, em nova tentativa de reduzir a ampla rejeição popular à reforma da Previdência. O peemedebista (M. Temer) não corre, porém, o risco de perder tais privilégios. As mudanças só valerão para quem entrar no serviço público após a aprovação da reforma. Com um custo estimado em 20 milhões de reais, a nova campanha publicitária, produzida pelas três agências que atendem o Planalto (Calia, Artplan e NBS), aponta para os supostos privilégios que os servidores teriam na comparação com os trabalhadores da iniciativa privada. A propaganda ignora as diversas alterações nas regras de aposentadoria do funcionalismo desde a promulgação da Constituição de 1988. Quem entrou no serviço público a partir de 2013, quando passou a vigorar a última mudança, já está submetido a exigências de idade mínima e tempo de contribuição, além de não poder receber benefícios superiores ao teto do Regime Geral de Previdência Social, hoje fixado em 5.531 reais. Aqueles que desejam uma aposentadoria maior precisam contribuir adicionalmente para um fundo complementar de previdência. ―A reforma do setor público está feita. Dentro de 25 ou 30 anos não haverá mais servidores em regimes anteriores, recebendo benefícios elevados, como é o caso de Temer‖, afirma Floriano Martins de Sá Neto, presidente da Anfip, a associação nacional dos auditores fiscais. De acordo com as projeções do próprio governo, incluídas no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2017, atualmente o déficit do Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores corresponde a 1,1% do PIB. Em 2060, esse porcentual estará reduzido a 0,4%. ―De forma ardilosa, o governo parece querer jogar a população contra o servidor, ora convertido no grande vilão da Previdência.‖ Oito em cada dez brasileiros rejeitam a reforma da Previdência proposta pelo governo, atesta a última rodada da pesquisa CUT/Vox Populi. Diante da resistência dos parlamentares em aprovar o impopular pacote a menos de um ano das eleições, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, aceitou um projeto mais enxuto, capaz de poupar 480 bilhões de reais em dez anos, segundo os cálculos palacianos, 60% da economia prevista no texto original. Os números parecem tão suspeitos quanto o empenho do governo em aprovar, no Congresso, a Medida Provisória nº 795/17, que reduz impostos para as petroleiras até 2040 e geraria renúncia fiscal de 40 bilhões por ano, ou 1 trilhão em 25 anos, segundo um estudo da Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados. ―Isso representa mais de 20 anos da suposta economia que seria obtida com a reforma da Previdência‖, afirma Eduardo Fagnani, professor do Instituto de Economia da Unicamp. O especialista alerta para o risco de as receitas previdenciárias despencarem nos próximos anos. Primeiro, em decorrência dos precários contratos autorizados pela reforma trabalhista, que devem reduzir a massa salarial sobre a qual incidem as contribuições para o INSS. Em segundo lugar, pelas exigências impostas ao trabalhador para se aposentar. As dificuldades são tantas que boa parte dos brasileiros deve migrar para a previdência privada. Não bastasse, Fagnani aponta uma série de pegadinhas na nova proposta de reforma. Um exemplo: o tempo mínimo de contribuição para os trabalhadores da iniciativa privada continua a ser de 15 anos. No entanto, quem se aposentar logo após cumprir essa exigência terá direito a apenas 60% do benefício integral, enquanto hoje receberia 85%. Dessa forma, um trabalhador com rendimento médio de dois salários mínimos (1.874 reais) ganhará 1.124 reais ao se aposentar após 15 anos de contribuição. Pelas regras atuais, ele receberia 1.592 reais. LEIA O TEXTO COMPLETO EM: https://www.cartacapital.com.br/revista/981/as-armadilhas-da-proposta-de- temer-para-a-previdencia STF concede salvo-conduto ao ex-presidente Lula até julgamento final de habeas corpus 22/03/2018 Por maioria de votos, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu liminar ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para impedir a implementação de ordem de prisão em decorrência de execução provisória da pena até a conclusão do julgamento do Habeas Corpus (HC) 152752, que será retomado na próxima sessão plenária, a ser realizada no dia 4 de abril. O habeas corpus começou a ser apreciado nesta quinta-feira (22) e, após os ministros admitirem a tramitação do pedido, o julgamento foi suspenso e será retomado com a análise do mérito. No HC 152752, a defesa do ex-presidente busca evitar a execução provisória da pena a ele imposta, tendo em vista a confirmação pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) de sua condenação pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A corrente majoritária conheceu (permitiu a tramitação) do HC, entendendo possível a apreciação do habeas impetrado contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). PGR A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, se pronunciou no sentido da manutenção da atual jurisprudência do STF, Atualidade – Professor: Rogério Silva 4 que autoriza a prisão após condenação em segunda instância. Ela reiterou posicionamento da Procuradoria-Geral da República (PGR) quanto à matéria e manifestou-se pela denegação do pedido de habeas corpus. Preliminar O ministro Edson Fachin (relator) submeteu à Corte preliminar quanto à admissibilidade do habeas corpus. Seu entendimento foi no sentido da inviabilidade de conhecimento do pedido, por ser substitutivo do recurso ordinário previsto no artigo 102, inciso II, alínea ―a‖, da Constituição Federal – a seu ver, instrumento específico para impugnar esse tipo de decisão. Também votaram pelo não conhecimento do HC os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia. No entanto, a maioria do Plenário acompanhou a divergência iniciada pelo ministro Alexandre de Moraes pelo cabimento da impetração. Apesar da existência de recurso próprio, Moraes entende que a Constituição abriu uma dupla possibilidade. ―Da mesma forma que prevê o recurso ordinário constitucional, o artigo 102, inciso I, letra ―i‖ traz como competência do Supremo processo e julgamento de HC quando o coator for tribunal superior‖, avaliou. Para o ministro, a interpretação a ser aplicada deve proteger da melhor forma a liberdade de locomoção. ―O HC é antigo mas não envelhece, porque tem a destinação mais importante de todas as ações constitucionais, que é a proteção da liberdade de ir e vir‖, concluiu. No mesmo sentido votaram os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello. Liminar Diante da decisão de suspender o julgamento, o advogado solicitou a concessão de cautelar a fim de que não haja implementaçãode prisão até a conclusão do julgamento do HC. Por maioria, o Tribunal acolheu o pedido, com o entendimento de que o ex-presidente não poderia ficar nesse intervalo sujeito à prisão. A maioria dos ministros seguiu a posição adotada pela ministra Rosa Weber, para quem, uma vez que o julgamento foi suspenso, decorre impedir as consequências do adiamento. ―É inviável atribuir a um jurisdicionado (qualquer jurisdicionado, independentemente de quem está sendo tratado nesse processo) o ônus da nossa inviabilidade de julgá-lo com maior celeridade‖, afirmou. Seguiram essa linha os ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello Os demais ministros acompanharam a posição do relator, ministro Edson Fachin, para quem o ato questionado pelo HC não contraria a jurisprudência do STF sobre a execução provisória da pena. Nessa linha votaram os ministros Alexandre de Moraes, Roberto Barroso, Luiz Fux e a presidente, ministra Cármen Lúcia. http://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo BATERIA-01___________________________________________ 1. (FADESP-SALINAS-17) De um lado há a versão de que ela está sendo implantada com o objetivo de promover o crescimento da economia brasileira, propondo-se a garantir os direitos dos trabalhadores e com o único objetivo de fortalecer as negociações coletivas, dando-lhes mais segurança jurídica. De outro lado, argumenta-se que uma de suas principais razões é a pressão de grandes empresas transnacionais e grandes corporações para que os governos tomem medidas para extinguir a legislação vigente e facilitar a exploração capitalista. Estamos falando da reforma A) do Sistema Único de Saúde. B) previdenciária. C) da Lei de Proteção Ambiental. D) trabalhista 2. (FADESP-Cosanpa-17) A Proposta de Emenda Constitucional do fim do foro privilegiado foi aprovada, em primeiro turno, pelo Senado Federal. Na prática, esta PEC busca alterar a regra que vigora atualmente, a qual estabelece que A) prefeitos de municípios de grande porte ou de capitais não sejam julgados. B) governadores recebam benefícios fundiários após o término de seus mandatos. C) políticos em exercício possam receber verbas públicas em negócios particulares. D) senadores podem ser investigados e julgados apenas pelo Supremo Tribunal Federal. 3. (QUADRIX-CRA-AC-16) A grave e multifacetada crise política atravessada atualmente por nosso país possibilita que a estrutura de poder brasileira seja diariamente repercutida nos principais meios de comunicação. Além do debate acerca de diversas propostas de reformas políticas, temos a oportunidade atualmente de conhecer e discutir a fundo as características de nossa estrutura política. Com base em seus conhecimentos acerca do sistema político brasileiro, analise as afirmativas. I. O Poder Legislativo brasileiro adota o chamado sistema bicameral. II. A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo. Eles são eleitos, proporcionalmente, em cada Estado, território e no Distrito Federal. III. O Senado Federal é composto por mais de trezentos membros, denominados senadores. Eles são os principais representantes dos municípios brasileiros. Está correto o que se afirma em: a) I b) II c) I e II d) III e) todas 4. (FADESP-SALINAS-17) Recentemente, no âmbito do processo de discussão sobre a reforma política na Câmara dos Deputados, a Comissão da Reforma Política decidiu que, a partir das eleições de 2018, o novo sistema eleitoral para deputados federais, estaduais e vereadores será o A) Distritão. B) Proporcional. C) Transferível. D) Coletivo. 5. (RS-18) A linha sucessória do executivo Federal, na ordem correta é: a) Presidente da Câmara de Deputados, Presidente do Senado e Presidente do STJ. b)Presidente da Câmara de Deputados e Presidente do Senado apenas. c) Presidente da Câmara de Deputados, Presidente do Senado e Presidente do STF. d)Presidente do Senado, Presidente da Câmara de Deputados e Presidente do STF. e) Presidente do Supremo Tribunal, Presidente do Superior Tribunal Federal e Presidente da Assembleia Legislativa. 6. (RS-18) O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, decidiu nesta terça-feira (27, fev.) trocar o comando da Polícia Federal e demitir o atual diretor-geral da corporação, Para o lugar do mesmo, que permaneceu por pouco mais de 3 meses no cargo, Jungmann indicou o atual secretário nacional de Segurança Pública. O Diretor Geral da PF demitido foi: a) Fernando Segovia. b) Rogério Galloro. Atualidade – Professor: Rogério Silva 5 c) Rodrigo Maia. d) Sergio Moro. e) Eunicio de Oliveira. 7. (Fadesp-Salinas-17) De um lado há a versão de que ela está sendo implantada com o objetivo de promover o crescimento da economia brasileira, propondo-se a garantir os direitos dos trabalhadores e com o único objetivo de fortalecer as negociações coletivas, dando-lhes mais segurança jurídica. De outro lado, argumenta-se que uma de suas principais razões é a pressão de grandes empresas transnacionais e grandes corporações para que os governos tomem medidas para extinguir a legislação vigente e facilitar a exploração capitalista. Estamos falando da reforma A) do Sistema Único de Saúde. B) previdenciária. C) da Lei de Proteção Ambiental. D) trabalhista. ECON ciência que estuda os fenômenos relacionados com a obtenção e a utilização dos recursos materiais necessários ao bem- estar. SISTEMA CAPITALISTA O capitalismo teve seu início na Europa e começou a brotar por volta do século XV com a decadência do sistema feudal, e começou a florescer por volta do século XIII, com o aparecimento da burguesia, classe social que possuía os meios de produção e com a expansão comercial, neste período várias cidades cresceram, foram abertas novas rotas marítimas, que permitiram o contato com novos centros comerciais, descoberta de metais preciosos no novo mundo e ampliação do comércio entre as cidades européias. A expansão do capitalismo comercial, ocorreu entre os séculos VIII e XVII, com a difusão das idéias mercantilista, no qual estimulou os sentimentos nacionalistas, provocou o florescimento do comercio e criou condições para o surgimento do modo de produção capitalista. As riquezas acumuladas durante o período mercantilista deixaram de funcionar como capital comercial e capital usurário (empréstimos a juros), para assumir a forma de capital industrial. – Evolução do capitalismo O capitalismo toma seu grande3 impulso a partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial iniciada na Inglaterra, e estendendo-se nos países da Europa Ocidental e posteriormente aos Estados Unidos. A Revolução Industrial iniciou um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucros e acumulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia, acabando com o privilégio de nascimento e a força do capital se impõe e começam a surgir as primeiras teorias econômicas. Essas teorias conhecidas como liberalismo econômico defendia a livre iniciativa e a não interferência do Estado na economia. Em pouco tempo, o liberalismo econômico mostrou suas primeiras imperfeições e as empresas passaram a enfrentar dificuldades para comercializar os seus produtos, pois o mercado consumidor não cresciam na mesma proporção que a capacidade produtiva da indústria. – O capitalismo no século XX No século XIX a economia capitalista vivia a fase do capitalismo competitivo, ondecada ramo de atividade econômica era ocupada por um grande numero de empresas, normalmente pequenas, que concorriam intensamente entre si. O Estado quase não interferia na economia, limitando-se apenas à política. No século XX, a partir da primeira guerra mundial, o capitalismo passou por várias mudanças, primeiramente os Estados Unidos passa a liderar o mercado capitalista, o capitalismo deixou de ser competitivo para ser capitalismo monopolista, essa transformação deu-se através de dois processos principais: Várias empresas foram a falência, as maiores compraram a menores e outras se unificaram (surge a sociedade anônima). AS grandes empresas passaram a controlar sozinha um ramo de atividade. Com as grandes crises econômicas ocorrida principalmente entre 1929 e 1933 o Estado passou a interferir na economia , exercendo influências decisiva em todas as atividades econômicas. Agora o Estado passou a controlar os créditos, os preços, as exportações e importações, mas sempre levando em conta os interesses das grandes empresas capitalistas. O capitalismo do século XX passou a manifestar crises que se repetem a intervalos. O período que as separam tornam-se progressivamente mais curtas. O desemprego, as crises nos balanços de pagamentos, a inflação, a instabilidade do sistema monetário internacional e o aumento da concorrência entre os grandes competidores caracterizam as chamadas crises cíclicas do sistema capitalista. GLOBALIZAÇÃO O fim das tradicionais estruturas socialistas do leste europeu e da União Soviética deu origem a uma nova ordem internacional. Ao contrario da bipolaridade ideológica e política, e conseqüentes alinhamentos, surgiu a plena hegemonia capitalistas, sob a liderança de poderosos blocos econômicos, tornando o fator econômico o principal elemento definidor de uma ordem mundial em estruturação. Assim, as relações internacionais têm consolidado a supremacia mundial de três grandes blocos econômicos: a América do Norte, cujos três países se organizaram no NAFTA; a Comunidade Econômica Européia, em progressiva união de seus países; e bloco oriental, envolvendo toda a bacia do Pacifico. Em contraposição, evidenciou-se o mundo pobre; que em 1992, mostrava que 65% da população mundial vivia em alto grau de sofrimento humano. Evidenciou-se que o fator econômico é a chave de acesso ao poder e à qualidade de vida e constatou-se o agravamento da situação dos grupos humanos menos favorecidos. Considerando o conjunto da população mundial, pode-se concluir que tanto o socialismo quanto o capitalismo não conseguiram resolver todos os desafios socioeconômicos e político do final do século XX. O socialismo não conseguiu acompanhar a dinâmica econômica dos países capitalistas, alem de não oferecer as liberdades democráticas exigidas por sua população, e muito menos superou os entraves burocráticos estabelecidos. Já o capitalismo também não foi capaz de dar respostas adequadas a miséria da maioria da população e ás suas crescentes carências, exceto em alguns pontos do planeta. Mais grave ainda é que os imensos bolsões de pobreza e marginalidade alcançam hoje até mesmo aqueles países tidos tradicionalmente como desenvolvidos. Alem dos blocos econômicos e o mundo pobre, destacam-se ainda alguns países comunistas, como China e Cuba. O primeiro tem empreendido reformas econômicas sem uma correspondente abertura econômica, com bons resultados, Cuba, por sua vez, sob um forte cerco dos EUA, tem mergulhado em dificuldades crescentes, destacando-se de forma positiva somente nas áreas da saúde e da educação. Globalização Chama-se de globalização, ou mundialização, o crescimento da interdependência de todos os povos e países da superfície terrestre. 2-ECONOMIA Atualidade – Professor: Rogério Silva 6 O elemento básico desse sistema de mundo é o processo de globalização da economia, que atinge todo um conjunto de fatores econômicos: a produção, as patentes, as finanças, o comércio e a publicidade. Numa economia mundial integrada, o processo econômico das grandes empresas é pensado em escala global. A globalização da economia manifesta-se em diferentes aspectos das relações econômicas mundiais, como: -Criação de organizações econômicas macrorregionais: uma série de acordos políticos, envolvendo setores públicos (Estado) e privados (empresas particulares) de diversas nações, deram origem a organizações econômicas macrorregionais que interligam os países de uma determinada região do mundo. O objetivo dessas organizações supra é reduzir as barreiras alfandegárias e facilitar as trocas comerciais e financeiras, tornando cada vez mais livres a circulação de bens e serviços entre os países envolvidos. Entre as unidades econômicas podemos destacar: Nafta, MERCOSUL, União Européia. -Crescimento do comércio internacional: o mundo se integrou num imenso mercado planetário, vencendo as barreiras da distância, das línguas, das raças e das culturas distintas. Vários fatores explicam esse enorme crescimento do comércio: o progresso econômico dos países em vias de desenvolvimento, a expansão das empresas multinacionais, os acordos de cooperação comercial entre países, o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação internacional, o barateamento dos custos dos transportes de cargas. - Fluxo financeiro: o crescimento do intercâmbio internacional provocou enorme aumento dos fluxos financeiros que circulam pelo mundo. -Mundialização da produção: a maior parte da produção industrial e do comércio do mundo é controlada por poderosas empresas multinacionais, que estão desenvolvendo um novo processo de divisão internacional do trabalho. Com filiais em diversas regiões do mundo, a empresa multinacional pode instalar as várias fases de sua operação econômica em unidades situadas em diferentes países, escolhendo-os segundo critérios que lhe pareçam mais vantajosos em termos de salário, qualificação profissional, pagamento de tributos, infra-estrutura urbana local, etc. - Efeitos da globalização: - Comunicação mundial integrada; - Aumento do desemprego; - A concorrência dos novos fatores econômicos - os novos países industrializados estão concorrendo no mercado internacional com produtos similares aos das grandes potências, a um preço mais acessível; - ônus para o Terceiro Mundo - a maioria dos países do terceiro mundo ainda continuam como meros exportadores de matéria-prima ou de alguns poucos produtos primários. Com economias debilitadas, incapazes de competir em pé de igualdade no mercado global, grande parte dos países subdesenvolvidos tem demonstrado mais conseqüências negativas do que vantagens em relação à globalização. Neoliberalismo A prática do neoliberalismo é norteada, fundamentalmente pela ideia de Estado mínimo, que significa intervenção estatal mínima sobre a atividade econômica, e esta deve ser regulada pelo mercado e suas leis, segundo a doutrina liberal da ―Mão invisível‖, cuja referencia central é a obra de Adam Smith. A Doutrina político-econômica neoliberal foi elaborada para adaptar o modelo liberal as condições do sistema capitalista do século XX. Para os neoliberais acreditam que a sociedade civil deve buscar soluções para seus problemas, e não o Estado. A ele cabe apenas a tarefa de garantir o bem comum e o equilíbrio social, os neoliberais são contra a postura assistencialista do poder público. A política neoliberal só seria consolidada de fato nos anos 70 e 80, principalmente nos governos de Margaret Thacher, Ronald Regan e de Helmut Kohl, se difundido posteriormente para outros países do mundo. No Brasil e em outrospaíses, essa perspectiva gerou uma onda de privatizações de empresas publicas, que foram criticadas por parte da sociedade privada. BRASIL: Algumas Características. Sétima maior economia do mundo em 2010 segundo o FMI, e o Banco Mundial, e a segunda maior do continente americano, atrás apenas dos Estados Unidos. 60% das exportações principalmente de produtos manufaturados e semimanufaturados. Os principais parceiros comerciais do Brasil: MERCOSUL e América Latina, União Europeia, Estados Unidos. Fabricante de submarinos a aeronaves Atuante na pesquisa espacial: Pioneiro no campo econômico do etanol Forte no petróleo. Possui montadoras de automóvel em seu território nacional. - Brasil Exportador 1. Soja-triturada; 2. Minérios de ferro e seus concentrados; 3. Óleos brutos de petróleo; 4. Açúcar de cana, em bruto; 5. Carne de frango congelada, fresca ou refrigerados, inclusive miúdos; 6. Farelo e resíduos da extração de óleo de soja; 7. Celulose PRIVATIZAÇÕES Entende-se por privatização o processo de transferência de órgãos ou empresas estatais (pertencentes ao Estado, portanto, públicos) para a iniciativa privada por meio da realização de vendas, que costumam ser instrumentalizadas a partir de leilões públicos. Diferentemente do que muitos imaginam, esse processo é considerado comum, ocorrendo de forma menos intensa no Brasil desde a década de 1980. No entanto, podemos dizer que o Brasil ingressou, de fato, na era das privatizações a partir dos anos 1990, com destaque para o Governo FHC. Ao todo, foram privatizadas mais de 100 empresas, que, até 2005, geraram uma receita de 95 bilhões de dólares, o que, corrigindo para valores de 2013, equivale a 143 bilhões de dólares. As privatizações no Brasil tiveram direta relação com o Consenso de Washington, realizado em 1989, que apresentava uma série de recomendações econômicas que funcionaram como instrumento de pressão internacional para a adoção do neoliberalismo, principalmente pelos países subdesenvolvidos. Dessa forma, muito instrumentalizadas pelo FMI, as recomendações desse consenso foram amplamente difundidas no Brasil, das quais as privatizações são destaque. Os defensores das privatizações no Brasil argumentam que a administração pública centralizadora é bastante precária, impede a evolução das empresas e trava a economia. Com as privatizações, a lucratividade dessas instituições elevar-se-ia, gerando mais riquezas (embora essas mesmas riquezas não mais pertençam ao poder público, e sim ao grupo de empresários investidores). No cerne dessa proposição está a minimização dos gastos com a folha salarial, uma vez que o número excessivo de funcionários é diminuído e, sempre que possível, os cargos passam a ser terceirizados. Para se ter uma ideia, entre 1995 e 2005, o número de empregados em empresas privatizadas nesse período caiu de 95.000 para 28.000 trabalhadores, assinalando uma queda superior a 70%. Enquanto isso, nessas mesmas empresas, a lucratividade saltou de 11 bilhões de reais para 110 bilhões de reais, um aumento de 900%. Atualidade – Professor: Rogério Silva 7 É justamente nesse ponto, no entanto, que se encontra boa parte das críticas direcionadas às privatizações no Brasil. As argumentações estão no fato de que elas foram responsáveis por acelerar o processo de terceirização da economia e precarização das relações de trabalho, aumentando o desemprego e diminuindo a renda dos assalariados. Os críticos – geralmente representados por grupos e partidos de esquerda – afirmam que essa difusão somente foi possível graças à estruturação feita pelo governo a partir da década de 1960 que permitiu a integração nacional das redes de telefonia. Além disso, questiona-se a qualidade dos serviços das empresas de telefonia, frequentes alvos de reclamações dos consumidores. Outro assunto que gera polêmica no debate entre ―privatistas‖ e ―estatistas‖ foi a venda da Companhia da Vale do Rio Doce, uma das maiores empresas de minérios do mundo e que, até então, era uma das principais estatais brasileiras. Os questionamentos referem-se, principalmente, aos valores da venda (pouco mais de 3 bilhões de dólares na época), considerados muito baixos para os padrões de operacionalização das empresas. A seguir, um resumo das principais etapas das privatizações ocorridas no Brasil, com base em informações fornecidas pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento): - Década de 1980: privatização de quase 40 empresas, todas de pequeno porte; - 1990: Criação do Plano Nacional de Desestatização (PND); - 1990-1992: venda de 18 empresas atuantes no setor primário da economia, com ênfase no setor siderúrgico. Foi gerada uma receita de 4 bilhões de dólares; - 1993: Privatização da CSN, Companhia Nacional de Siderurgia; - 1995: Criação do Conselho Nacional de Desestatização (CND); - 1996: Arremate de mais 19 empresas, com uma arrecadação de 5,1 bilhões de dólares. Privatização da Light, empresa do setor de eletricidade; - 1997: Venda da Vale do Rio Doce, privatização de vários bancos estaduais (alguns federalizados antes da venda) e início do processo de privatização do setor de telefonia; - 1998: Privatização de empresas de energia na região Sul, além de ferrovias e rodovias na região Sudeste; - 1999: Venda da Damatec (empresa no setor de informática) e do Porto de Salvador, além da CESP (Companhia Elétrica do Estado de São Paulo); - 2000: Redução nas ações estatais de participação na Petrobras e venda do Banco do Estado de São Paulo (Banespa), além de inúmeros outros bancos estaduais. - 2002-2008: Continuação da privatização de bancos e empresas elétricas estaduais. Vendas e concessões para o uso de rodovias. INFLAÇÃO: Inflação oficial é a mais baixa para janeiro desde o início do Plano Real. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, ficou em 0,29% em janeiro deste ano. Em dezembro de 2017, a taxa havia sido de 0,44%. Já em janeiro de 2017, foi de 0,38%. Essa é a inflação mais baixa para os meses de janeiro desde o início do Plano Real, em 1994. Os dados foram divulgados hoje (8), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, a inflação acumulada é de 2,86%. Em janeiro, as principais altas vieram dos grupos de transportes (1,10%) e alimentos (0,74%). Também tiveram alta de preços os grupos de saúde e cuidados pessoais (0,42%), despesas pessoais (0,22%), educação (0,22%), artigos de residência (0,14%) e comunicação (0,11%). Ao mesmo tempo, os gastos com habitação (com deflação, ou seja, queda de preços de 0,85%) e com vestuário (-0,98%), contribuíram para segurar a inflação de janeiro e torná-la a menor taxa para meses de janeiro dentro da série histórica iniciada com o Plano Real.(EBC 08/02/2018) PIB: Crescimento de 1% DESEMPREGO Desemprego no Brasil é maior da América Latina e Caribe, diz CEPAL. De 2015 para 2016, o desemprego no Brasil passou de 9,3% para 13%, dados coletados em 20 regiões metropolitanas do país. De 2015 para 2016, o desemprego no Brasil passou de 9,3% para 13%, segundo dados coletados em 20 regiões metropolitanas do país. O índice de desocupação é o maior da América Latina e do Caribe, revela a nova edição do Anuário Estatístico da Comissão Econômica da ONU para a região, a CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe). Em 2016, ano em que foram obtidos dados desagregados por gênero sobre desemprego, as mulheres eram as mais afetadas pela falta de postos de trabalho — a desocupação entreelas chegou a 14,7%, ao passo que, entre os homens, o índice era de 11,6%. Tanto em 2015 quanto em 2016, o Brasil teve taxas de desemprego acima das médias da América Latina e Caribe, apesar da tendência crescente identificada na região. Em 2015, a desocupação afetava 7,4% da população latino-americana e caribenha. Em 2016, o índice subiu para 8,9%. As desigualdades de gênero também foram observadas a nível regional. Quase 11% das mulheres não tinham trabalho em 2016. Entre os homens, a proporção era de 7,9%. Em 2015, apesar de o desemprego ultrapassar 9%, o Brasil estava melhor que países como Bahamas, Barbados, Belize, Jamaica e Costa Rica. No ano seguinte, o país chegou à pior posição da lista organizada pela CEPAL, com o mais alto índice de desocupação. (07/02/2018). Caminhões parados em rodovia no PA causam prejuízo. Caminhoneiros passam até 125 horas retidos em rodovia, segundo o Dnit. Transportadoras das regiões médio-norte e norte de Mato Grosso contabilizam um prejuízo diário de R$ 9 milhões após caminhoneiros que seguem para os portos do Pará passarem dias parados na BR-163. Pelo menos mil veículos carregados, em sua maioria, com soja, enfrentam dificuldades em um trecho não pavimentado da rodovia, na subida da serra do município de Moraes Almeida (PA). Nesta segunda-feira (5), o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou, por meio de nota, que os caminhões estão sendo retidos em Novo Progresso por pelo menos Atualidade – Professor: Rogério Silva 8 125 horas, a fim de evitar acúmulo de veículos em Moraes Almeida, onde o tempo de parada é estimado em 9 horas. Segundo Geison Tanchela, gerente de uma transportadora, o prejuízo no faturamento é resultado dos dias a mais de viagem, uma vez que, normalmente, o tempo médio para fazer o transporte dos grãos de Mato Grosso aos portos do Pará – Miritituba e Santarém – é de cinco dias. ―Hoje são mil caminhões parados a um custo de frete de R$ 220 por tonelada, fechando a conta de algo em torno R$ 9 milhões por dia a todas as transportadoras que transportam os grãos para esses dois portos‖, disse. (G1.com 05/02/2018). BATERIA-02_____________________________________________ 1. (FADESP) A globalização é responsável pelo alto nível de concentração de capitais das mega empresas, pela agilidade nas comunicações e deslocamentos, contribuindo, assim, para o encurtamento das distâncias e para a capacidade de intervenção dessas empresas na economia mundial. Sobre esse processo, é correto afirmar que (A) o comércio internacional de produtos manufaturados e de combustíveis, a partir da globalização, tem restringido sua produção ao mercado dos países desenvolvidos. (B) os principais protagonistas e beneficiários desse processo de mundialização são as empresas, pois podem planejar e executar suas ações econômicas, objetivando o mercado mundial. (C) a maioria dos países que apresentam produção científica expressiva inclui-se no grupo dos três grandes pólos da economia mundial (Estados Unidos, África do Sul e América do Sul, com Brasil e Argentina). (D) o maior volume de recursos para compra e fusões entre empresas foi movimentado pela União Europeia e Japão, com isso houve a redução da capacidade de intervenção desses pólos na economia mundial. 2. (RS-18) Produto Interno Bruto (PIB) é um dos principais indicadores para se avaliar a atividade econômica de um país. Ele representa a soma, em valores monetários, de todos os bens e serviços finais produzidos durante um período. O PIB do Brasil em 2017 foi estimado, aproximadamente: a) Seiscentos bilhões de reais. b) Dez bilhões de reais. c) Doze Trilhões de reais. d) Seis trilhões de reais. 3. (EXCELENCIA-17) A PEC 241 é uma das principais propostas do governo de Michel Temer para reequilibrar as contas públicas e viabilizar a recuperação da economia brasileira. Hoje a dívida bruta supera 70% do PIB e, se os gastos públicos continuarem a subir, pode chegar a 132,5% em 2026. http://especiais.g1.globo.com/economia/2016/pec241- umtetoparaosgastospblicos/> Acesso em: 25 out. de 2016. Sobre a PEC 241 é INCORRETO afirmar: a) A PEC 241 prevê um limite anual de despesas para os três poderes ao longo das próximas duas décadas. Se a regra for aprovada, os gastos públicos só poderão aumentar de acordo com a inflação do ano anterior. b) A premissa que orientou a criação da PEC 241 é pôr fim à sequência de rombos nas contas públicas brasileiras. O ano de 2016 será o terceiro seguido com as contas no vermelho. c) Pelas regras da PEC 241, saúde e educação só terão que obedecer à regra de teto de gastos a partir de 2018. O Conselho Nacional de Saúde calcula em mais de R$ 400 bilhões as perdas para a saúde nos próximos 20 anos com a PEC 241 d) Nenhuma das alternativas. 4. (R-18) A política econômica neoliberal esta consolidada no Brasil e isso ficou explicito quando o governo federal atual privatizou: a) Usinas Hidrelétricas em Minas Gerais. b) A Usina recém construída de Belo Monte e Itaipu. c) Todo o sistema ferroviário do Sul, Sudeste, Norte e Nordeste. d) Os aeroportos de Fortaleza, Belém e São Paulo. e) O sistema telefônico da Telebrás e da ANA ( Agência nacional de Águas). 5. (DETRAN-CE-18) Durante o período de 1969 a 1973, o Brasil registrou um excepcional e invejável crescimento econômico, muito embora, paralelamente, as desigualdades sociais tenham sido acentuadas e a classe trabalhadora tenha sofrido com arrocho salarial. Esse período ficou conhecido na história do Brasil como a) onda de estagnação. b) milagre econômico brasileiro. c) ciclo de financeirização do capital. d) reprimarização ou desindustrialização da economia. 6.(FCC-17-PCAP) Em passado recente as três grandes agências internacionais de classificação de risco voltaram suas atenções para a economia brasileira. Sobre esse fato considere as afirmações: I. A classificação de risco (rating) soberano é a nota dada por agências classificadoras de risco que avaliam a capacidade e a disposição de um país em honrar, pontual e integralmente, os pagamentos de sua dívida. II. As agências atribuem as notas de risco de crédito apenas a Estados nacionais, mas excepcionalmente podem avaliar empresas, especialmente estatais que estão em vias de desestatização. III. Desde final de 2016 as principais agências de risco incluíram o Brasil no grupo de países com classificação A-, isto é, país com baixo grau de investimento financeiro. IV. Quanto pior for a classificação de risco maior são os juros cobrados pelos investidores para emprestar dinheiro, o que amplia a crise econômica do país endividado. Está correto o que se afirma APENAS em Parte superior do formulário a) II e III. b) I e III. c) I e IV. d) II e IV. e) III e IV 7. (CONSUPLAN-17) ―Quase metade das empresas que passarão a enviar, a partir do eSocial, informações em tempo real ao governo a partir de 2018 ainda não se preparou para o novo sistema. A Receita Federal estima que 14 mil companhias estarão sujeitas ao eSocial a partir de janeiro. As demais entram no sistema no segundo semestre de 2018.‖ (www1.folha.uol.com.br/ mercado/2017/07/ 1901776-empresas- nao-se-preparam-para-novo-esocial-vigente-a-partir-de-2018) Em relação ao chamado eSocial é correto afirmar que trata-se de um a) Instrumento de fiscalização única para controlar o pagamento ou não do Imposto de Renda. b) Sistema operacional que permite a negociação entre patrões e empregados sem a necessidade da sindicalização. c) Sistema nacional que permite a unificação de negociações salariais para impedirou minimizar as discrepâncias sociais. d) Instrumento de unificação das informações referentes à escrituração das obrigações fiscais, previdenciárias e trabalhistas. Atualidade – Professor: Rogério Silva 9 URBANIZAÇÃO O maior aumento da população urbana em relação à população do campo, ou seja, é quando ritmo de crescimento da população urbana e superior ao ritmo da população rural. É um aumento no sentido demográfico, é o mais tradicional conceito de urbanização. A instalação de equipamentos urbanos (infra-estrutura), como energia elétrica, água e esgotos, pavimentação, estradas, equipamentos transmissores de informação, transportes coletivos, escolas, hospitais, comércio e outros serviços. O sentido mais imediato sugere o aparecimento de novas cidades. A expansão do modo de vida urbano, e de algumas formas espaciais urbanas (valores sócio-culturais e equipamentos urbanos) além dos limites territoriais urbanos, penetrando nas zonas rurais mais distantes, onde os valores e as formas espaciais eram outras. Esse modo e ritmo de vida são ditados por uma sociedade industrial, com relações de trabalho tipicamente industrial, tais como: assalariamento; especialização e divisão do trabalho. - Evolução do processo de Urbanização no Brasil: Problemas sócio – econômicos decorrentes da decadência econômica das demais regiões brasileiras. Contexto: Séc. XVI até o início do século XX. Ocupação portuguesa da faixa litorânea criando núcleos urbanos portuários. As cidades estavam ligas às atividades econômicas que se desenvolviam dentro da organização espacial na forma de ―arquipélago‖. -Urbanização na Fase de industrialização e formação do Mercado Nacional: Contexto: Início do século XX até meados dos anos 40. Esse momento corresponde ao início do processo de industrialização e ao surgimento do embrião de um mercado de escala nacional. A modernização econômica do país ficou concentrada principalmente na região Sudeste do país, tendo as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo concentrado nos ano 30, aproximadamente 60% da produção industrial brasileira tornando essa região o principal pólo de atração demográfica das demais regiões brasileiras, inclusive pela retração das atividades econômicas das mesmas. - A Urbanização Brasileira no Pós – Guerra: A partir desse marco o país aprofundou o processo de modernização. Nosso espaço econômico amplia-se e é interpenetrado por empresas multinacionais de produção de bens de consumo duráveis e de bens intermediários. As grandes cidades eram o meio técnico apto a receber inovações tecnológicas e ramos produtivos mais avançados. Dessa forma intensa urbanização ocorrida no Brasil a partir deste momento está diretamente relacionada à intensificação da modernização econômica do país assim como ao agravamento dos problemas sócio – econômicos decorrentes da decadência econômica das demais regiões brasileiras. - Fatores responsáveis pela Urbanização Brasileira: A extrema concentração fundiária herdada do processo de colonização. As péssimas condições de vida existentes na zona rural, em função da estrutura fundiária bastante concentrada, dos baixos salários, da falta de apoio aos pequenos agricultores, do arcaísmo, das técnicas de cultivo, etc., aparecem como grandes agentes motivadores da migração campo-cidade. O processo de industrialização, especialmente em alguns estados do Centro-Sul, que motivou a migração para as grandes cidades que passam a polarizar a economia do país. A modernização do processo produtivo no campo, que passa a absorver cada vez menos mão-de-obra. A integração nacional pós-50, que com o surgimento das rodovias, facilitou a migração do campo para as grandes cidades, assim como a difusão dos valores urbanos através dos meios de comunicação como o rádio e televisão, que seduziam a população rural a migrar para a cidade. Os excluídos do campo criam perspectiva em relação ao espaço urbano e acabam se inserindo no espaço urbano no Circuito Inferior da Economia (mercado informal). As políticas públicas em regiões como a Amazônia em que o processo de ocupação se deu com base no núcleo urbano criado as margens das rodovias. - Características da urbanização do Brasil: O Processo de intensa urbanização é recente, ocorrendo, sobretudo após-segunda guerra mundial. Urbanização terciária, ou seja, grande parte da população atraída para a cidade foi absorvida no setor terciário. Intenso processo de metropolização, ou seja, os fluxos migratórios se direcionaram para as grandes cidades que cresceram de maneira acelerada, criando uma série de problemas urbanos. Tais problemas são resultado de um fenômeno urbano característico de muitos países subdesenvolvidos: a macrocefalia urbana. O crescimento rápido de algumas cidades, que acaba culminando no fenômeno da metropolização, é resultado da incapacidade de criação de empregos, seja na zona rural, seja em cidades pequenas e médias, o que força o deslocamento de milhões de pessoas para as cidades que polarizam a economia de cada país. O POVO BRASILEIRO ―A expansão do domínio português terra adentro, na constituição do Brasil, é obra dos mamelucos… O mameluco abriu seu mundo vasto andando descalço, em fila, por trilhas e estreitos sendeiros, carregando cargas no próprio ombro e no de índios e índias cativas…‖ – Darcy Ribeiro em ―O Povo Brasileiro‖. O Censo 2010 compreendeu um levantamento minucioso de todos os domicílios do país. Nos meses de coleta de dados e supervisão, 191 mil recenseadores visitaram 67,6 milhões de domicílios nos 5.565 municípios brasileiros para colher informações sobre quem somos, quanto somos, onde estamos e como vivemos. A população brasileira cresceu, em 138 anos, quase 20 vezes, segundo apontam os resultados do Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2010, atingimos a marca de 190.755.799 habitantes. Dados preliminares divulgados pelo IBGE em novembro do ano passado apontavam 190.732.694. Em 1872, quando foi realizado o primeiro recenseamento, éramos 9.930.478. Os dados fazem parte da Sinopse do Censo Demográfico 2010, divulgada nesta sexta-feira (29) pelo IBGE. O documento, segundo o instituto, apresenta os primeiros resultados definitivos do último recenseamento. Alguns números divulgados preliminarmente em novembro de 2010 foram ajustados, a exemplo do total da população, com a inclusão de estimativas sobre a população dos domicílios considerados fechados durante a coleta de dados. Os censos demográficos são realizados no Brasil a cada dez anos. Participaram desta edição, segundo o IBGE, cerca de 230 mil recenseadores, supervisores, agentes censitários e analistas censitários. A coleta do Censo 2010 foi realizada entre 1º de agosto e 30 de outubro de 2010. Desde 1872, o maior índice de crescimento da população brasileira foi registrado na década de 50, quando o Brasil crescia 2,99% ao ano. Isso, de acordo com Fernando Albuquerque, gerente da Coordenação de População e Indicadores Sociais, porque o Brasil registrou o declínio de mortalidade após a Segunda Guerra Mundial, em 1945 e manteve altos os níveis de fecundidade. Albuquerque explica ainda que a fecundidade só começa a declinar no início dos anos 60. "Com isso, há diminuição da taxa de crescimento. Já o declínio de fecundidade se acentua no início dos anos 80", afirma. 3-SOCIEDADE Atualidade – Professor: RogérioSilva 10 -População por cor ou raça Além da Sinopse com dados definitivos do Censo 2010, o IBGE divulgou, também nesta sexta-feira, resultados preliminares do Universo do Censo Demográfico 2010. Segundo o levantamento, o Brasil tem mais de 91 milhões de pessoas que se declaram brancas; 82,2 milhões que se declaram pardas (veja gráfico ao lado). A maioria da população branca prevalece entre a população urbana, segundo o IBGE (80.212.529 do total de 160.925.792). Já entre a população rural (29.830.007), 16,1 milhões se declaram pardos. -Crescimento populacional Apesar do crescimento significativo da população em quase 140 anos, entre 2000 e 2010 o Brasil registrou crescimento médio anual de 1,17% - a menor taxa observada na série. No período, as maiores taxas de crescimento foram observadas nas regiões Norte (2,09%) e Centro-Oeste (1,91%). As dez Unidades da Federação que mais aumentaram suas populações se encontram nessas regiões: Amapá (3,45%), Roraima (3,34%), Acre (2,78%), Distrito Federal (2,28%), Amazonas (2,16%), Pará (2,04%), Mato Grosso (1,94%), Goiás (1,84%), Tocantins (1,80%) e Mato Grosso do Sul (1,66%). De acordo com o IBGE, a componente migratória contribuiu significativamente para esse crescimento. Dentre as outras três grandes regiões, a Unidade da Federação que mais cresceu, segundo o IBGE, foi Santa Catarina (1,55%), influenciada pelo alto crescimento de Florianópolis e seu entorno, além das regiões de Tijucas, Itajaí, Blumenau e Joinville, todas no leste do estado. As regiões Nordeste e Sudeste apresentaram um crescimento populacional semelhante, de pouco mais de 1% ao ano, ainda que esta última tenha apresentado uma queda mais pronunciada, quando comparada com a taxa de crescimento entre os censos de 1991 e 2000. A Região Sul, que desde o Censo Demográfico 1970 vinha apresentando crescimento anual de cerca de 1,4%, foi a que menos cresceu (com taxa de 0,87%), tendo sido influenciada pelas baixas taxas observadas nos estados do Rio Grande do Sul e Paraná, de 0,49% e 0,89%, respectivamente. Em 2000, o ranking de estados mais populosos era formado, segundo o IBGE, por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Bahia, Paraná, Ceará e Rio Grande do Sul. Em 2010, o ranking passou a ser formado por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pará, Ceará, Goiás, Bahia e Maranhão (o Rio Grande do Sul passou a ocupar a 15ª posição). Em 2017 a projeção é de 207 milhões de pessoas. http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/04/ibge-atualiza-dados-do- censo-e-diz-que-brasil-tem-190755799-habitantes.html NATALIDADE E MORTALIDADE A taxa de natalidade e mortalidade são dados estatísticos segundo o número de nascidos e o número de mortes e, por isso, eles determinam o crescimento demográfico da população. Sendo assim, a taxa de natalidade (TN) indica a número de nascimentos por mil habitantes no período de um ano, enquanto a taxa de mortalidade (TM) corresponde ao número de óbitos anuais por mil habitantes. A diferença entre as taxas de natalidade e mortalidade é chamada de crescimento vegetativo (CV). Para exemplificar melhor esses conceitos, podemos pensar numa cidade de mil habitantes, onde o nascimento de bebês durante um ano foi de 30 crianças, o que significa que a taxa de natalidade naquele ano foi de 30%. Da mesma maneira, se o número de mortes na mesma cidade durante um ano foi de 10 pessoas, a taxa de mortalidade será de 10%. - Crescimento Vegetativo O crescimento Vegetativo é um conceito que está associado ao crescimento populacional, sendo determinado de acordo com as condições sócio econômicas e culturais de um país. Em resumo, o crescimento vegetativo corresponde à diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Esses valores estatísticos são classificados de duas maneiras, ou seja, o crescimento vegetativo é positivo quando o número de nascimentos for superior ao número de mortes, e pode ser negativo quando o número de mortes for superior ao de nascimentos. Por fim, o crescimento vegetativo pode ser nulo, ou seja, quando o número de nascimento registrados é equivalente ao número de mortes num mesmo espaço de tempo. - Taxa de Fecundidade Associado ao conceito de natalidade, a taxa de fecundidade é um dado estatístico que indica a média do número de filhos que uma mulher tem durante sua idade fértil (de 15 a 50 anos aproximadamente). Nas últimas décadas, as pesquisas sobre a taxa de fecundidade indicam uma diminuição em diversas partes do mundo, sobretudo nos países desenvolvidos. De tal modo, esse dado é muito relativo, uma vez que varia muito de país para país, segundo as condições socioeconômicas. Segundo dados do IBGE, no Brasil a taxa de fecundidade tem diminuindo, de forma que no ano 2000 era de 2,4 e em 2015 é de 1,7. - Expectativa de Vida A expectativa de vida, também chamada de ―esperança de vida‖ corresponde ao número de anos atingidos por uma população num determinado espaço de tempo. Com o passar dos anos, esse dado felizmente tem aumentado em diversas partes do mundo. Atualmente, no Brasil, a esperança de vida é de 75 anos. Atualidade – Professor: Rogério Silva 11 - Mortalidade Infantil A mortalidade infantil corresponde a morte de crianças entre os zero e doze meses de vida. Embora a mortalidade infantil tenha diminuído, ainda é uma realidade em muitos locais do mundo, sobretudo naqueles locais que apresentem as piores condições de vida, desde falta de saneamento básico e acesso à educação e saúde, proliferação de doenças, dentre outros. - Taxa de Natalidade e Mortalidade Brasileira Durante as últimas décadas, o Brasil tem apresentado grande redução na taxa de natalidade e de mortalidade. Isso indica que houve melhora nas condições de vida da população, desde melhoria na alimentação, avanço da medicina, acesso à educação e saúde, dentre outros fatores. Segundo pesquisas do IBGE, a taxa bruta de natalidade no Brasil por mil habitantes era de 20,86 no ano 2000 e, em 2015 passou para 14,16. Já a taxa de mortalidade em 2000 era de 6,67 e em 2015 de 6,08. PARÁ ESTRUTURA ETÁRIA A divisão populacional de um determinado local conforme a faixa etária ocorre da seguinte forma: Jovens – do nascimento até aos 19 anos de idade; Adultos – corresponde à população que possui entre 20 a 59 anos de idade; Idosos ou melhor idade – pessoas que apresentam 60 anos de idade ou mais. No Brasil, em consequência da desaceleração do aumento médio anual da população (crescimento demográfico) e o envelhecimento populacional, está havendo a mudança do desenho da pirâmide etária. Até os anos 1980, a pirâmide era afunilada na ponta e larga na base, setor em que estão representadas as camadas de jovens. No ano de 2000, a pirâmide mostrou uma base mais estreita e formato menos afunilado, indicando a tendência de crescimento da população adulta. Nas últimas décadas, aumentou o percentual de idosos e adultos e diminuiu a porcentagem de jovens. Esse fato é o resultado da diminuição das taxas de mortalidade e natalidade e aumento da expectativa de vida. Em 1950, a distribuição era a seguinte: idosos, 4,6%; adultos, 43,1%; e jovens, 52,3%. Conforme dados do último recenseamento geral da população, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a faixa etária dos jovens abrange 40,2%, a dos adultos 50,5%, e a dos idosos, 9,3% do total da população. A média da expectativa de vida da população brasileira só não é maior devido à grande quantidade de assassinatos entre os indivíduos da faixa etária compostapor jovens. MERCADO DE TRABALHO Nas pesquisas de emprego realizadas pelo IBGE, é considerada população economicamente ativa (PEA) a parcela dos trabalhadores ocupados e desocupados na semana em que é realizado o levantamento dos dados. As pessoas ocupadas são aquelas que estão exercendo algum trabalho, o qual pode ser formal, ou seja, com carteira de trabalho registrada ou ligado às profissões liberais (prestação de serviços, em geral), participando do sistema de arrecadação de impostos, ou informal, realizado pelas pessoas subempregadas, que obtêm renda, ou complementam-na, sem registro em carteira e sem participar diretamente do sistema tributário. São os camelos, vendedores ambulantes, guardadores de carros, diaristas urbanos e rurais (bóias- frias), trabalhadores sem carteira assinada, artesãos, barqueiros, etc. Os desempregados também são considerados ativos, por estarem apenas temporariamente desocupados e, portanto, interferirem no mercado de trabalho. Quando os índices de desemprego se elevam, há Atualidade – Professor: Rogério Silva 12 uma tendência de rebaixamento dos salários, decorrente da maior oferta de mão-de-obra disponível no mercado, naquelas categorias profissionais nas quais as taxas de desemprego são mais elevadas. Os dados censitários de população inativa costumam incluir também o desempregado oculto, ou seja, as pessoas que desistiram de procurar ocupação na semana em que o IBGE realiza a pesquisa. Esse órgão só classifica como desempregado quem está à procura de serviço na semana em que é realizado o levantamento, ou seja, se uma pessoa está desempregada há alguns meses e naquela semana não procurou ocupação, ela é classificada como inativa, e não como desempregada. Em 2008, a População Economicamente Ativa (PEA) do Brasil alcançou cerca de 100 milhões de pessoas (crescimento anual de 1,6% em relação ao ano anterior). Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD, aproximadamente 93 milhões de pessoas estavam ocupadas em 2008 sendo que 7 milhões se encontravam em situação de desemprego. As informações publicadas no Brasil em números de 2010 do IBGE, também revelaram a menor taxa de desempregados da década, que correspondeu a 7,1% da População Economicamente Ativa. Além disso, 52% da população ocupada contribuíam para a previdência social, enquanto que em 2007 esse número correspondeu a 50%. O desemprego é classificado em duas categorias: conjuntural e estrutural. Quando a conjuntura econômica é desfavorável – recessão econômica, desemprego elevado, redução nos índices de consumo -, muitos trabalhadores são dispensados de seus postos, mas os empregos podem ser recuperados, caso a situação econômica melhore, por meio de investimentos para a criação de novos postos de trabalho. Usando outro exemplo, uma seca prolongada, uma forte geada, ou qualquer outra adversidade que provoque redução da produção agrícola faz com que um número menor de pessoas seja empregado no setor. Caso a produção volte a crescer, o número de postos também aumentará. Esse é o desemprego conjuntural. Já o desemprego estrutural é provocado pelo desenvolvimento de novas tecnologias, que extinguem definitivamente muitos postos de trabalho. A robotização e a informatização, por exemplo, substituem os trabalhadores por máquinas em indústrias e bancos. Nessas situações, os postos de trabalho estão estruturalmente extintos, determinadas funções deixam de existir. No Brasil, com a abertura econômica (maior abertura do mercado consumidor interno aos produtos importados e aos investimentos estrangeiros), que se iniciou em 1988, houve modernização da estrutura produtiva, fusão de empresas e aumento da concorrência entre as empresas em praticamente todos os setores da economia. Essa mudança estrutural levou as empresas a buscarem aumento da produtividade por meio da modernização da produção (investimentos em informática, mecanização, robotização, etc.), o que provocou a extinção de muitos postos de trabalho, ou seja, causando desemprego estrutural, também chamado desemprego tecnológico. Em 1990, iniciou-se o processo de privatização de empresas estatais em vários setores da economia: siderurgia, petroquímica, mineração, bancos estaduais, telefonia, transporte, energias entre outras atividades. Ao longo desse processo, ainda em andamento, as empresas estatais receberam investimentos para modernizar a produção e passaram por enxugamento em seu quadro de funcionários, aumentando os índices de desemprego. Por outro lado, a modernização do parque industrial brasileiro e da produção agropecuária, além dos investimentos em infra-estrutura nos setores de transportes, comunicações e energia, tem permitido a criação de novos postos de trabalho, que exigem utilização de mão-de- obra com maior qualificação. Em alguns setores de alta tecnologia tem faltado mão-de-obra e, ao mesmo tempo, os trabalhadores de menor qualificação profissional e de baixa escolaridade têm encontrado sérias dificuldades para arrumar emprego. No Brasil, não apenas a modernização do parque industrial provoca desemprego, mas também o re-direcionamento dos investimentos no setor. A dispersão espacial do parque industrial provoca desemprego em regiões que se industrializaram há mais tempo, como o ABC paulista, e geração de novos postos nos lugares que estão recebendo investimentos, no estado do Ceará por exemplo. Apesar da globalização, o número de pessoas ocupadas cresceu, mas em ritmo inferior ao necessário para absorver o aumento da população economicamente ativa. NOTICIAS DA SOCIEDADE 1-IDH no Brasil e Pará: O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é uma medida semelhante ao IDH que avalia o desenvolvimento de um município a partir de uma série de fatores como renda, acesso a educação, expectativa de vida, entre outros. A partir do IDHM é que podemos avaliar o quão avançada está uma cidade em relação a outra. Para chegar até o índice geral, é feito um cálculo levando em consideração os índices de educação, renda e longevidade. Dentro de educação, entram, por exemplo, a porcentagem de crianças matriculadas em escolas; de jovens formados no Ensino Médio e de adultos com pelo menos o Ensino Fundamental completo. O índice também em consideração esperança de vida, mortalidade e taxas de fecundidade, bem como condições financeiras dos habitantes de cada município (renda per capita, por exemplo). O Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, realizado pelo PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), em parceria com a Fundação João Pinheiro e o Instituto de Pesquisa Econômica aplicada compila todas essas informações. Confira nessa lista as 10 cidades brasileiras com maior índice de desenvolvimento, de acordo com informações do Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil. Os dados são do ano de 2010 (os mais recentes do atlas). Obs: Os dados específicos citados na lista (como expectativa de vida e renda per capita) servem como exemplos, e não são os únicos levados em consideração para a obtenção do índice geral. 1º – São Caetano do Sul/SP – 0,862 São Caetano do Sul é a cidade do Top10 com a maior renda per capita, o que compensa outros fatores e a classifica como a cidade com maior IDH do Brasil. De acordo com o ranking, a renda per capita de São Caetano do Sul era de R$ 2.043,74 em 2010. 2º – Águas de São Pedro/SP – 0,854 Com índices de renda consideravelmente inferior a da primeira colocada (R$ 1.580,72), Águas de São Pedro esbanja grandes índices de longevidade. A expectativa de vida dos nascidos na cidade paulista é de 78,37