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Materia D. Penal

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Art. 159 - Extorsão Mediante Seqüestro
Sequestrar pessoa com o fim de obter para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate. 
É um crime complexo ou conexo? Complexo, porque é formado pela reunião de fatos que por si só constituem crimes. É formado pelo artigo 148 mais extorsão 158, origiando o artigo 159.
Trata-se de um crime comum- o sujeito ativo não é somente quem realiza o seqüestro mas também aquele que vigia o local do crime para que a vítima não fuja bem como aquele que leva mensagem aos parentes
É um crime formal- consuma-se com a privação da liberdade da vítima, independentemente da obtenção da vantagem, basta provar a intenção do agente em obter a vantagem. ( intermediações do seqüestrado com os familiares da vítima). 
É um crime permanente – se prolonga no tempo, a qualquer momento podem ser presos em flagrante. 
Sujeito Passivo - é um crime de dupla subjetividade passiva, pois a vítima é tanto quem sofre o prejuízo patrimonial como quem é seqüestrada. 
Ex: seqüestra filho e exige dinheiro do pai. 
Tentativa – é possível, no momento em que a vítima está sendo levada ao veículo do seqüestrador é impedida pela polícia e posteriormente confessa que pretendia obter vantagem econômica. 
Tanto a extorsão mediante seqüestro na forma na forma simples como na forma qualificada são crimes hediondos – lei 8.072/90
Extorsão Mediante Seqüestro Qualificado - §§ 1º, 2º e 3º.
§1º
a) Seqüestro por mais de 24 horas – ( 12 a 20 anos) 
b) seqüestro de menor de 18 anos ou maior de 60 anos - 
c) seqüestro por associação criminosa. 
§2º - Extorsão mediante sequestro qualificada pela lesão corporal de natureza grave – pena de 16 a 24 anos. 
Crime preterdoloso. 
A lesão pode ocorrer tanto a título de dolo ou culpa. 
Se a lesão ocorrer em terceira pessoa, como por ex: a pessoa que leva o resgate, haverá o crime de extorsão mediante seqüestro em concurso com a lesão corporal. 
§3º extorsão mediante seqüestro qualificada pela morte - pena de 24 a 30 anos. É a pena mais grave do código penal. 
Delação Eficaz ou Premiada
É causa de diminuição de pena de 1 a 2/3, no crime de extorsão mediante seqüestro, e ocorre quando o crime for cometido por duas ou mais pessoas, e uma delas denuncia a autoridade facilitando a libertação do seqüestrado. 
Autoridade significa, delegado de polícia, ministério público, juiz, ou autoridade política que poderá contribuir para o crime. 
§4º Delação Eficaz – é aquela que consiste na libertação do seqüestrado. Causa de diminuição de 1 a dois 2/3. 
Requisitos Para Delação Eficaz
	crime de extorsão mediante seqüestro. 
	cometido em concurso.
c) delação feita por um dos co-autores ou partícipes. 
d) eficácia da delação ( libertação do seqüestrado). 
Artigo 163 Dano
Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia (móvel ou imóvel). 
Núcleos do tipo : destruir, inutilizar ou deteriorar.
Destruir - é eliminar a coisa, é desfazer a coisa 
Inutilizar - tornar a coisa imprestável. 
Deteriorar - estragar, mutilar - 
Na pichação há crime? Sim porque deteriorou a coisa. 
Fazer desaparecer a coisa é crime de dano? Ex: soltar o pássaro da gaiola; soltar cavalos abrindo a porteira? 
1ª Posição - sim, pois se enquadra nas três condutas. 
2ª Posição - não porque não destruiu não deteriorou e não inutilizou a coisa. O fato é atípico, cabendo apenas ação de indenização na área civil. Posição dominante. 
Objeto Material - Coisa alheia que pode ser móvel ou imóvel. 
Ex: destruiu a janela. 
Sujeito ativo - qualquer pessoa exceto o proprietário. 
Não se pune o dano culposo. 
Para haver o crime de dano, é necessário apenas o dolo de destruir ou é necessário a intenção de causar prejuízos? 
1ª Posição – Não basta o dolo de destruir, sendo necessário a intenção de causar prejuízo, pois está implícito no crime de dano. 
2ª Posição - basta a intenção de danificar não sendo necessário a intenção de causar prejuízo pois se fosse preciso a lei exigiria, o que não corre. 
Ex: Na madrugada, os assaltantes cavam um túnel ou detrói a grade para fugir 
Consumação : Consuma-se com a simples danificação ainda que seja parcial. É preciso a danificação senão não é crime. 
É possível a tentativa? Sim, acertou a janela do vizinho mas não a quebrou. 
Dano Qualificado: 
I - Se o crime é cometido com a violência ou grave ameaça a pessoa. 
A violência deve ser empregada antes ou durante o dano, para assegurar a execução do dano. Ex: vai destruir o caro da vítima e a vítima tenta impedi-lo e ele agride a vítima. 
Responderá por dano qualificado em concurso material com o crime de lesão corporal. 
Se após o dano o agente emprega violência física ou grave ameça, responderá por dano simples em concurso material com o crime de lesão corporal. 
II - Se o crime é cometido com emprego de substâancia inflamável ou explosiva se o crime não constitui crime mais grave. 
Inflamável - de fácil propagação ao fogo. 
Explosiva - que causa detonação. 
Se o fato não constitui crime mais grave: significa dizer que toda vez que o dano funcionar como elemento ou qualificadora de outro crime, o sujeito não responde por dano, só por estes outros crimes. 
ex: explodiu a porta da casa para furtar. Responderá por furto qualificado por destruição do obstáculo. 
III - contra o patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista. 
Depredar viatura militar. 
Banco do Brasil. 
IV- Motivo Egoístico ou prejuízo considerável para a vítima. 
Motivo egoístico – ocorre quando o agente visa com o dano uma vantagem pessoal que pode ser patrimonial ou não (ódio, inveja, prazer de maldade). Exige-se a intenção de prejudicar a vítima. 
ex: rasgou a roupa da moça da paquerar o rapaz.
Prejuízo considerável para a vítima - é o único ponto em que o código penal toma como referência a fortuna da vítima e não o valor da coisa. É preciso então ver a situação econômica da vítima. 
Ação Penal. 
No dano simples e qualificado inciso IV a ação é privada. 
Nas demais qualificadoras, I, II e III a ação é pública incondicionada. 
Art. 168 - Apropriação Indébita 
Apropriar-se de coisa alheia móvel de quem tem a posse ou detenção 
O núcleo do tipo é o verbo apropriar, que significa fazer sua coisa alheia móvel. . Apropriar-se é se comportar como dono. 
Sujeito Ativo - Possuidor, detentor da coisa. 
Pressuposto do Crime - é que o sujeito tenha a posse ou detenção lícita da coisa. 
A coisa lhe é confiada a título de posse ou detenção e em dado instante ele inverte o título e passa a se comportar como dono da coisa. 
Obs: Se a posse ou a detenção for ilícita não há apropriação indébita, haverá furto ou estelionato. 
Sujeito Passivo - possuidor ou detentor. 
Na apropriação indébita, o crime é posterior ao recebimento da coisa, quando ele obtém a posse ou detenção da coisa ele ainda não tem a intenção de apropriar-se, só depois ele resolve se apropriar, por isso é que o dolo e posterior. 
Ex: Emprestou veículo ao colega para ele usar, porém ele resolve se apropriar. 
Se o dolo for de “ab initio” ( desde o começo), ou seja quando recebeu a coisa já tinha intenção de apropriar-se não há apropriação indébita e sim furto ou estelionato. 
Ex: sujeito diz que quer experimentar o carro para comprar e desaparece com o carro, haverá estelionato porque desde o início ele tinha a intenção de apoderar-se do veículo. 
Consumação do crime: Consuma-se quando o agente passa a se comportar como dono, qualquer ato que revele o comportamento de dono já é crime consumado. 
Ex: tentou vender o carro do colega em Sorocaba e conseguiu vender em Carapicuiba. O crime se consumou em Sorocaba. 
Observação : Todos os crimes contra com o patrimônio, sem violância ou grave ameaça, se o agente reparar o dano antes da denúncia o da queixa é cabíbel o arrependimento posterior, dimuindo a pena de 1/3 a 2/13 ( furto, estlionato,
apropriação inbébita, receptação). 
Art. 169 – Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
É uma espécie de apropriação indébita, pois o núcleo do tipo é o verbo apropriar. 
A diferença é que, no art. 168, o agente recebe a coisa do proprietário de forma consciente e voluntária e no art. 168, ele recebe a coisa por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
Apropriação por erro. O erro pode ser sobre a pessoa ou sobre a substância. 
Sobre a pessoa – A manda B entregar um dinheiro a C, e B por erro entre a D que se apropria. 
Sobre a Substância ( identidade, qualidade ou quantidade)- A entrega a B mais do que devia, e B se recusa a devolver o excesso. Ex: A entre ga um terno para lavar na lavanderia, e o proprietário encontra dinheiro no bolso e se recusa a devolver. 
Caso Fortuito ou força da Natureza - são acontecimento estranhos a vontade do agente e do proprietário. 
Caso fortuíto – o animal de uma fazenda passa para a outra, e o proprietário desta se apropria dele. 
Força da Natureza – o ventou levou as roupas do varal para a casa da vizinha e esta se apropria. 
Privilegiada. – Art. 170 c/c o art. 155§2º 
169§ único I – Apropriação de tesouro. 
Tesouro – é o depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória, será dividido em igual parte ao proprietário do prédio e a aquele que encontrar. Assim, havendo apropriação da cota parte do proprietário, responderá pelo crime. 
169§único II – apropriação de coisa achada. 
O objeto material é a coisa perdida. Assim, quem encontrar e não devolver ao proprietário ou a autoridade competente responderá pelo crime. Coisa perdida é a que se encontra em lugar ou local público. 
Uma pedra de brilhante que cai do colar da vítima, se a mesma estiver procurando e alguém encontrar e não devolver, será furto.
Art. 171 - Estelionato - Obter para si ou para outrem, vantagem ilícita , em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento. 
Estelionato, vem de ESTELLO ( nome de um lagarto que muda de cor conforme seus predadores). 
O elemento essencial é a fraude ( ele engana a vítima para obter uma vantagem). Fraude é qualquer meio utilizado para enganar. 
Diferença entre fraude civil e fraude penal
Não há diferença ontológica isto é de essência, porque ambas visam enganar a vítima. A diferença é de grau, devendo ser analisado a luz do caso concreto. 
O critério utilizado para a distinção, é o do inadimplemento pré-concebido, isto é, se o agente age com dolo desde o inicio, com a intenção premeditada. a princípio pode haver estelionato ( fraude penal). Se o dolo for posterior ao negocio, isto é, o inadimplemento contratual não foi pré concebido a fraude é civil. Deve se analisar os antecedentes do acusado. 
Ex: o indivíduo comprou uma geladeira do vizinho as 15horas dizendo que pagaria no dia seguinte, silenciando que estava de mudança e mudade madrugada sem dar satisfação = fraude penal. . 
Ex: Deu um sinal e parou de pagar prestações, em princípio é fraude civil e não estelionato. 
Sujeito Ativo - Qualquer passivo.
Sujeito Passivo - é o enganado, que sofreu prejuízo. Se enganou uma pessoa e causou prejuízo a outra, há dois sujeitos passivos. Ex: enganou o empregado para lesar o patrão. 
O sujeito passivo deve ser determinado e com capacidade de discernimento ( de resistência). 
Se o agente engana um número indeterminado de pessoas Ex: posto de gasolina onde a bomba é viciada para marcar mais que o consumo, ou tem balança que marca mais do que leva, será crime contra a economia popular em concurso formal com estelionato. 
Se a vítima for doente mental ou incapaz também não há estelionato e sim o crime de abuso de incapazes art. 173. 
Consumação - é um crime material, consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita indevida em prejuízo alheio, ou seja quando o agente obtém proveito econômico causando dano a vítima. 
Tentativa é possível quando o resultado não ocorre por circunstâncias alheias. Ex: Sujeito simula ser funcionário da gradiente para receber meu televisor, e no exato momento o verdadeiro funcionário chega
Elementos do Crime.
	emprego de fraude.
	induzimento ou manutenção da vítima em erro.
	obtenção da vantagem - em prejuízo alheio. ( resultado duplo). 
	dolo. 
1- Emprego de Fraude- artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.
Artifício - é o aparato material, quando o agente modifica o aspecto exterior da coisa, faz uma encenação. 
Ex: mostra o motor novo e na hora entrega o motor velho. 
Ardil - é o aparato intelectual, é a mácula, a sutileza, a conversa enganosa . 
Para haver o crime de estelionato, a fraude deve ter idoneidade, isto é capacidade de enganar a vítima. 
Como é apurada a idoneidade do meio fraudulento?
1ª Posição – Posição Antiga – é apurada em função do homem médio da sociedade. Se a fraude é capaz de enganar o homem médio da sociedade era idônea, caso contrário aplica-se o artigo 17 do CP crime impossível. 
2ª Posição - Posição atual e tranqüila – a idoneidade deve ser apurada em função da vítima, analisando suas condições sociais, cultura e circunstâncias que se encontrava. Essa posição despreza o homem médio. Se a fraude é capaz de enganar a vítima é idônea e logo haverá o crime de estelionato. Assim, a fraude grosseira pode configurar estelionato. 
Ex: Carioca vendeu para o caipira o estelionato - 
Para a 1ª posição não há estelionato. 
Para a 2ª posição há estelionato pois enganou a vítima. 
Ex: Em uma festa durante a noite em ambiente escuro, o dono de uma barraca recebeu um cheque grosseiramente falsificado. 
Para a 1ª posição não há estelionato
Para a 2ª posição há estelionato pois, pelas circunstâncias em que se encontrava não pode analisar o cheque. 
2 - ELEMENTO: Induzimento ou manutenção da vítima em erro. 
Erro - é a falsa percepção da realidade . Só há estelionato, se a vítima incidir em erro. 
O erro tem ser provocado pela fraude. O agente provoca o erro de duas formas: 
a) induzindo a vítima em erro - quando o estelionatário cria uma situação que leva a vítima a incidir em erro. 
b) manutenção - quando a vítima já estava em erro e o estelionatário percebe e mantém essa situação. 
Ex: Vítima confunde pessoa como vendedor do baú da felicidade, e, o agente percebendo o erro recebe o pagamento como se fosse o vendedor. 
3- obtenção de vantagem ilícita - é preciso que se obtenha a vantagem, não basta a intenção.
b) prejuízo econômico a vítima- tem que haver prejuízo econômico a vítima. 
Basta o prejuízo potencial e não o prejuízo efetivo.
Ex: Estelonatário levou o carro da vítima, dois dias depois encontrou o carro sem nenhum dano. Não houve prejuízo efetivo, mas houve o prejuízo potencial, portanto é estelionato. 
4- Dolo -Não há estelionato culposo. 
Torpeza Bilateral ( fraude bilateral) 
Ocorre quando a vítima também esta de má-fé. A vítima visa enganar o estelionatário. 
Ex: Conto do bilhete premiado. O sujeito compra o bilhete por preço bem menor achando que estava enganando. 
Ex: O sujeito compra máquina de fazer dinheiro pensando em ficar rico. 
Ex: Uma pessoa contrata outra dizendo ser matador de aluguel, mas ele não ele matador. 
Nesses casos há crime de estelionato? ( chamado conto do vigário). 
Consumação – é um crime material - consuma-se com a obtenção da vantagem ilícita em prejuízo alheio. 
Art. 171 § 2 V - Tipo de Estelionato para receber indenização ou valor do seguro. 
Ocorre quando o agente detrói ou oculta coisa própria, ou lesa o corpo ou agrava as conseqüências da lesão ou doença para receber a indenização ou seguro. 
Ex: Se destroi a coisa segurada, ainda que a destruição seja parcial o crime é consumado. A lei pune a auto lesão como estelionato. O pressuposto do crime é de que o seguro seja válido e vigente, porque, se o seguro for nulo ou não estava em vigor trata-se de crime impossível.
Consumação - Com a simples conduta de destruir a coisa ou lesar o corpo. É um crime formal. O estelionato é um crime material mas nesse caso é exceção a regra, não sendo necessário a obtenção do seguro. 
Art. 171 §2º VI - Fraude no pagamento por meio de cheque: 
O crime ocorre de duas formas. 
	emissão de cheques sem fundo.
	frustrar o pagamento de cheque, que é quando o agente emite cheque com fundos e susta sem motivos. 
Emissão de cheques sem fundos 
O núcleo do tipo é o verbo emitir significa, preencher, assinar e colocar em circulação. 
Quem preenche e assina mas não coloca em circulação, não responderá por crime, nem mesmo na forma tentada, pois, foi apenas um ato preparatório. 
Trata-se de um crime próprio, pois o sujeito ativo somente pode ser o emitente, o titular da conta corrente. 
Se o agente acha cheque em branco, assina e coloca em circulação responderá por estelionato? Sim, mas não pelo artigo 171 §2ª VI e sim, 171 caput, pois ele não é titular da conta corrente. 
Pagamento de Cheque sem Fundos 
Se o agente após dar o cheques sem fundos, restituir a vítima, exclui a justa causa para ação penal? 
1ª Posição – Súmula 554 do STF, diz que o pagamento do cheque sem fundos antes do recebimento da denúncia não pode prosseguir o processo/ Exclui a justa causa – Interesse de Agir. 
2ª Posição – Aplica-se o artigo 16 – arrependimento posterior – antes da denúncia é mera causa de diminuição de pena, não impede a instauração do inquérito policial, nem da ação penal. . 
Crítica a Súmula - Incentiva a emissão de cheque sem fundos, pois se der algum problema ele paga e não responde por nada. 
Observação - 
A jurisprudência tem entendido que sem prejuízo novo não há estelionato. Se a dívida for anterior a emissão do cheque não é estelionato, pois, o prejuízo não foi novo, a dívida existia e contuará existindo. 
Ex: Pagamento de aluguel – não houve prejuízo novo. 
Ex: Empregada Doméstica – trabalhou 30 dias e patrão pagou com cheque sem fundos – o serviço é divida vencida. 
Pagamento de Dívida com cheque sem fundos? 
1ª se o jogo for lícito há estelionato, se for ilícito não há estelionato
2ª sempre há estelionato, independente/te do jogo ser lícito ou ilícito. 
Receptação - art. 180- É adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro de boa fé, a adquira, receba ou oculte. Pena 1 a 4 anos ou multa. 
Trata-se de um crime acessório, parasitário ( é aquele que pressupõe a existência de outro crime). A lei diz - adquirir produto de crime. 
Produto do crime : abrange a coisa adquirida diretamente pelo crime.
Ex: relógio furtado. Quem adquirir o relógio ou o dinheiro pelo relógio furtado haverá receptação.
Instrumento do crime - é o meio utilizado pelo agente para a prática do crime. 
Ex: Revolver. Quem adquirir a arma do criminoso não comete receptação, pois adquiriu o instrumento do crime, não o produto. 
Só há receptação se adquiriu o produto do crime. Roubo, furto, latrocínio. 
O crime anterior pode ser doloso ou culposo. Se for contravenção não receptação. 
Elementos do Crime: 
Sujeito ativo - qualquer pessoa, exceto aquele que praticou ou participou do crime anterior. Ex: “A” e “B” cometem um furto . A vende sua parte a b. O B, não comete receptação, pois participou direto do crime.
Sujeito Passivo - proprietário, possuidor, detentor. 
Objeto material - coisa que seja produto de crime. 
O que são essas coisas ? 
1ª Posição pode ser coisas móveis ou imóveis. Ex: alguém adquire uma fazenda, adquirida por estelionato. 
2ª Somente coisas móveis, pois a lei diz ocultar, e somente as coisas móveis podem ser ocultadas. 
Núcleos do tipo: 
Adquirir - é a obter a coisa de forma onerosa ( compra de veículo) ou gratuita ( doação). 
Ex: doa jóia roubada para a concumbina
Receber: é qualquer forma de obter a posse da coisa. . 
Transportar – é a levar a coisa de um lugar para outro. 
Conduzir – é dirigir por meio de transporte de locomoção. ( automóvel, caminhão, bicicleta. 
Ocultar – é esconder, colocar em esconderijo. 
Obs: Nas modalidades, transportar, conduzir e ocultar o crime é permanente. 
Se o agente, adquire, recebe e oculta, por quantos crimes responderá? 
Apenas um, princípio da temporariedade. 
Se estiver a extinta a punibilidade do primeiro crime furto, quem adquirir a rés furtiva, terá também extinta sua punibilidade? . 
Ex: Furtou um quadro nos anos 50 ( extinta punibilidade - prescrito ), vendeu para B baratinho. B responderá por receptação.? 
Sim, art. 108 do Código Penal. . A extinção de punibilidade de crime que é pressusposto elemento constitutivo ou circunstância de agravante de outro não se estende a este. 
Espécies de Receptação
1- Dolosa - Podendo ser própria art. 180- 1ª parte ou imprópria 180 2ª parte.
2- Qualificada. Art. 180 §§1º e 2º
3- Culposa. Art. 180 § 3º
4- Perdão Judicial – art. 180§5º na receptação culposa. 
5- Dolosa privilegiada – art. 180 §5º ultima parte. 
6- Qualificada em razão do objeto material – art. 180§6º - patrimônio público. 
OBS: Receptação, é o único crime contra o patrimônio, que admite a forma culposa. 
Receptação Dolosa Própria. - ocorre quando o agente adquire, recebe ou oculta coisa que sabe ser produto de crime. 
Elemento Subjetivo - é o dolo direto - é preciso ter a certeza de que a coisa é produto de crime
O dolo na receptação dolosa própria além de direto deve ser anterior ou concomitante a aquisição ou recebimento da coisa) sabe que é produto de crime. 
Se ele compra cosa de boa fé ( sem saber que é produto de crime), depois fica sabendo e não devolve a coisa, responderia por receptação dolosa própria? 
Não, pois, porque só há receptação dolosa própria, quando adquire ou recebe já sabendo que é produto de crime, não admite o dolo subsequente. 
Receptação Imprópria - ocorre quando o agente influi para que 3º de boa fé adquira, receba ou oculte a coisa. 
A lei pune como receptador aquele que intermediou o negócio. 
O sujeito ativo é aquele que influenciou para que alguém adquirisse, recebesse ou ocultasse. 
Influenciar - é convencer, estimular, induzir, instigar
É necessário que o terceiro esteja de boa - fé ou seja, desconheça a origem criminosa da coisa. 
Ex: “A” INFLUENCIA “B” a comprar objeto roubado de alguém. A sabe que é produto de roubo, logo responderá por receptação imprópria, desde que “B” esteja de boa fé. . 
Se “B” adquiriu de boa fé, responderá por receptação culposa. 
E se “B”, soubesse que era produto de roubo ou seja estava de má -fé? 
“B”, responde por receptação dolosa própria, e “A”que influenciou por participe de receptação dolosa própria, não responde receptação imprópria porque “B” não estava de boa-fé. 
Consumação – a receptação dolosa própria é um crime material, consuma-se quando o agente realizada um dos núcleos do tipo. Já a receptação dolosa imprópria, é um crime formal, consuma-se com a simples conduta de influenciar. Ainda que não adquira a coisa o crime está consumado. 
Receptação Qualificada
É adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, desmontar, remontar , vender, expor a venda ou de qualquer forma utilizar em proveito próprio ou alheio, no exercício da atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime. ( pena de 3a a 8 anos). 
É um crime próprio, pois só pode ser cometido por exerce atividade comercial. Mesmo que a atividade ser exercida de forma irregular ou clandestina, é considera comércio. Ex: camelô, desmanche, loja no fundo da residência sem firma aberta. 
O elemento subjetivo é o dolo, dolo eventual, pois a lei estabelece “ coisa que deve saber ser produto de crime”. 
O comerciante que desponta um veículo que sabe ser produto de crime? 
1º Posição – será qualificada, pois, o §1º abrange tanto as condutas de quem sabe ( dolo direto), como as de quem deve saber ( do eventual). 
2- posição
– não será qualificada, face o princípio da reserva legal, que prevê a expressão deve saber ( dolo eventual), não podendo utilizar-se da analogia para prejudicar o réu. 
Receptação Culposa 
É a cometida pela culpa. A lei fixa três indícios de culpa. 
Esses indícios são obtidos por: 
a) Natureza da Coisa - ex: relíquias históricas, objetos com carimbo de entidade estadual, toca fita danificado, veículo sem documentação. 
b) Desproporção entre o valor e o preço - pagou muito barato tem que desconfiar. 
c) Condição de quem oferece - ex: comprou de quem tem fama de ladrão, menor da praça da Sé.
A culpa é analisada em função do homem médio da sociedade. Se o resultado era previsto pelo homem médio da sociedade é porque há culpa. 
Receptação Privilegiada 
Réu primário, bem de pequeno valor. 
Receptação Qualificada em razão do objeto material Art. 180§6º
Quando o crime de receptação for cometido em detrimento de bens, instalações do Patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista. . 
Imunidades Penais Absolutas - art. 181
Imunidade Penal Relativa ou processual - art. 182
Art. 181 - É isento de pena quem comete o crime contra o patrimônio em prejuízo :
1- Cônjuge na constância da sociedade conjugal ( esposa furta dinheiro do marido). Não se aplica ao concubinato. 
Se houver separação de fato, persiste a imunidade, porque ainda está na constância do casamento. 
Se houver separação judicial não há imunidade. 
Furto durante o noivado, se vierem a se casar, não há imunidade porque tem que ser na constância da sociedade conjugal. 
II - ascendente ou descendente, seja parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural. 
Legitimo - resultante do casamento
Ilegítimo - não há casamento
Natural - é o consanguineo - biológico 
Civil - adoção. 
Trata-se de excusa absolutória - é o perdão legal, a própria lei perdoa. O delegado não deve nem instaurar o inquérito policial. O fato é típico, antijuridico e culpável, mas não há punibilidade, ou seja a possibilidade do Estado aplicar a pena. 
Filho adotivo, furta adotante, há imunidade? 
Há dois tipos de adoção:
1- Plena - para menor de 18 anos é regido pelo ECA, cria vínculo com toda a família do adotante. Há imunidade, entrou na família como se tivesse nascido. 
2- Simples ou Restrita - para maiores de 18 anos, só há vínculo entre adotante e adotado. Os demais parentes são estranhos ao adotado. O pai do adotante não é avô. Só haverá imunidade se furtar o adotante. Se furtar o pai do adotante não há imunidade. Na plena haveria.
O filho furta relógio do pai e vende a terceiro que sabe ser produto do furto. O 3º responde por receptação? 
Sim, o fato é típico e antijuridico, pois a excusa absolutária, incide sobre a punibilidade e não sobre o crime. 
Art. 182- Imunidades Penais Relativas
Incide sobre a ação penal, que de pública incondicionada passa a ser pública condicionada a representação. 
I - Cônjuge desquitado ou separado judicialmente. Se a sentença não transitou em julgado, aplica-se o artigo 181 - excusa absolutória. A partir do divorcio não há mais imunidade. 
	de irmão legítimo ou ilegítimo .
Se for contra cunhado há imunidade?
1ª posição - não porque não admite analogia
2ª posição sim, desde que o regime seja de comunhão universal de bens, pois de maneira reflexa, furtou a irmã. 
3- do tio ou sobrinho com que o agente coabita.- É preciso coabitação que é morar junto de maneira permanente ( se for hospitalidade transitória não há imunidade). 
Art. 183- Não se aplica o artigo 181 e 182 aos crimes de roubo, extorsão, e em crimes em que houver violência ou grave ameaça a pessoa. 
Ex: Filho simula seu próprio seqüestro para exigir dinheiro do pai. Não haverá imunidade e responderá por extorsão.

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