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Teoria Social Cognitiva de Albert Bandura

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ALBERT BANDURA – TEORIA SOCIAL COGNITIVA (TEORIA DA APRENDIZAGEM SOCIAL)
Albert Bandura nasceu em 04 de dezembro de 1925, em Mundare, uma cidade pequena das planícies do norte de Alberta, no Canadá. Único menino de uma família de cinco irmãs mais velhas e foi encorajado por estas a ser independente e autoconfiante. Ele aprendeu a autodirecionar seus estudos.
Formou-se em Psicologia na British Columbia em apenas três anos e procurou uma pós em psicologia clínica que tivesse base na teoria da aprendizagem. Na Universidade de Iowa, Bandura concluiu o mestrado e doutorado em psicologia clinica, e o pós doutorado no Wichita Guindance Center. Em 1953, passou a integrar o corpo docente da Universidade Stanford, onde permaneceu como membro do Centro para Estudos Avançados em Ciências Comportamentais.
A teoria social cognitiva de Bandura considera a importância dos eventos casuais e fortuitos, mas o que valoriza não é o evento em si, mas a forma como reagimos a ele.
A teoria social cognitiva apóia-se em vários pressupostos básicos:
Primeiro: A característica principal do ser humano é a plasticidade, ou seja, a flexibilidade para aprender uma série de comportamentos em diversas situações. Embora Bandura concorde com Skinner no fato das pessoas aprenderem pela experiência direta, ele dá mais ênfase à aprendizagem vicariante (por observação) e aprendizagem enativa.
Segundo: Modelo de causação recíproca triádica, no qual fatores comportamentais, ambientais e pessoais oferecem às pessoas a capacidade de regularem suas vidas. 
Terceiro: A teoria social cognitiva assume o papel de agencia, ou seja, as pessoas tem a capacidade de exercer controle sobre a natureza e sobre a qualidade de suas vidas.
Quarto: As pessoas regulam sua conduta por meio de fatores externos e internos. O ambiente físico e social correspondem aos fatores externos; e auto observação, julgamento e autorreação correspondem aos fatores internos.
Quinto: Quando as pessoas estão em situações moralmente ambíguas, tendem a regular seu comportamento por meio dos padrões morais de conduta. Podendo assim: redefinir o comportamento, desconsiderar ou distorcer as conseqüências do comportamento, desumanizar ou acusar as vítimas do comportamento, ou ainda deslocar ou pulverizar a responsabilidade por suas ações.
Aprendizagem Vicariante (por observação)
Um dos pressupostos mais básicos da teoria social cognitiva de Bandura é que podemos aprender inúmeras atitudes, habilidades e comportamentos através da aprendizagem vicariante (por observação). Ainda que também sejamos capazes de aprender com a experiência direta, aprendemos muito pela observação do comportamento de outras pessoas.
Para Bandura, a aprendizagem por observação é mais eficiente do que a experiência direta. Observando as pessoas aprendem várias respostas que poderiam ser seguidas de punição ou por nenhum reforço.
De acordo com Bandura, a essência da aprendizagem vicariante (por observação), é a modelagem. Ele afirma que a modelagem envolve processos cognitivos, não apenas a imitação, ou seja, também implica em representar simbolicamente e armazenar as informações para uso futuro (Bandura, 1986, 1994).
Segundo Bandura, existem fatores que determinarão se a pessoa aprenderá com o modelo em uma situação em particular. O primeiro destes fatores se refere às características do modelo, ou seja, as pessoas tendem a reproduzir comportamentos de pessoas com alto status, poderosos, comportamentos valorizados ou competentes. O segundo fator envolve as características do observador, ou melhor, se refere a sua capacidade de modelagem. Crianças e pessoas sem a habilidade desejada (novatos) têm maiores chances de modelar um novo comportamento a partir da observação. O terceiro fator envolvido são as conseqüências do comportamento a ser modelado podem ter um efeito no observador. Ou seja, quanto maior o valor atribuído pelo observador ao comportamento, mais provavelmente ele irá adquirir tal comportamento. Outro fator que pode facilitar a aprendizagem é quando o modelo foi fortemente punido pela emissão de um comportamento e o observador aprende a não emitir tal comportamento (ex. Uma pessoa que levar um forte choque elétrico ao tocar em um fio ensina ao observador a não tocar no fio).
Processos que governam a aprendizagem vicariante (por observação)
Segundo Bandura (1986), a aprendizagem por observação é governada por quatro processos: atenção, representação, produção do comportamento e motivação.
Atenção: antes de aprender o comportamento de uma pessoa, primeiro precisamos prestar atenção nela. Quanto mais oportunidades temos de observar indivíduos com os quais nos associamos, temos mais probabilidade de prestar atenção em seus comportamentos. Outro fator importante é que quanto mais atraentes forem os modelos maior a probabilidade de serem observados, figuras populares da televisão e esporte tem mais chance de serem observadas de modo atento do que figuras de pouca importância. Além disso, a natureza do comportamento afeta nossa atenção (observamos os comportamentos que consideramos importante ou valioso para nós).
Representação: Para que a observação 	conduza a novos padrões de resposta, eles devem ser representados simbolicamente na memória. Ou seja, envolve a retenção e memorização da informação (comportamento). A representação simbólica não precisa ser verbal, visto que a observação pode ser retida em imagens, e estas podem ser evocadas na ausência do modelo físico.
A codificação verbal é também interessante, visto que através da linguagem podemos avaliar verbalmente nossos comportamentos e decidir quais deles desejamos descartar ou reproduzir. A codificação verbal também nos ajuda a ensaiar um comportamento repetidas vezes a nós mesmos, antes da oportunidade de execução real surgir. Ainda é importante o ensaio para que possamos reter a informação.
Produção do comportamento: Após prestar atenção a um modelo e reter o que observamos, precisamos reproduzir o comportamento. Nesse momento devemos nos questionar: “como posso fazer isso?”, “ O que estou fazendo?”, e por fim “Estou fazendo certo?” . Esta última pergunta nem sempre é fácil de responder, principalmente se a habilidade reproduzida for motora, como pular um trapolim ou dançar. Por isso alguns atletas usam câmeras de vídeo para ajudá-los a adquirir ou melhorar as habilidades.
Motivação: A motivação para realizar um comportamento irá tornar mais efetiva a aprendizagem por observação. A atenção e a representação podem levar à aquisição da aprendizagem, mas a motivação é quem facilita a execução do comportamento. Ex. Uma pessoa pode observar outra utilizando o aspirador de pó e não ter motivação em executar esse comportamento.
Aprendizagem enativa
Bandura acredita também que podemos aprender a partir da aprendizagem enativa, ou seja, o comportamento humano pode ser aprendido quando as pessoas pensam e avaliam sobre as conseqüências de seu comportamento. Para ele, as conseqüências de uma resposta: 
informam os efeitos de nossas ações, e assim retemos e usamos como guia em respostas futuras; 
as conseqüências de nossas ações motivam nosso comportamento antecipatório, ou seja, podemos representar simbolicamente os resultados de uma ação e agir em conformidade (ex, vou viajar a um lugar frio, então levo o casaco de frio na bagagem de mão, não preciso chegar e sentir o clima gélido para comprar roupas apropriadas);
as conseqüências da resposta reforçam o comportamento, o que foi bastante descrito por Skinner, no comportamento operante, no entanto, Bandura discute que comportamentos complexos são bastante facilitados pela intervenção cognitiva.
Em síntese, Bandura, acreditava que novos comportamentos podem ser adquiridos pela aprendizagem observacional e pela aprendizagem enativa. Para ele o elemento central da aprendizagem observacional é a modelagem, que é facilitada pela observação das atividades, pela codificação na memória, pela real execução do comportamento e estar motivado o suficiente. Segundo Banduraa aprendizagem enativa, permite o aprendizado pela experiência direta, pensando e avaliando as conseqüências do comportamento. Para ele, o processo de aprendizagem proporciona às pessoas o controle sobre os eventos que moldam suas vidas. Tal controle, dependerá da interação recíproca de variáveis pessoais, comportamentais e ambientais. Vale ressaltar que, por pessoais, Bandura entende os fatores cognitivos como memória, antecipação, planejamento e julgamento.
Autoeficácia
Bandura afirma que a maneira como pessoas agem em uma situação dependerá da interação dos fatores comportamentais, ambientais e cognitivos, em especial os cognitivos relacionados às crenças de que elas são capazes de emitir um comportamento necessário para obter o resultado desejado. Ele define como autoeficácia crenças das pessoas em sua capacidade de executar determinados comportamentos. 
DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS DA TEORIA DA APRENDIZAGEM DE SKINNER E BANDURA
Para os teóricos da aprendizagem os princípios da aprendizagem podem proporcionar uma mudança comportamental. Ao estudarmos Bandura, notamos que ele não adotou o behaviorismo radical como abordagem, ele ampliou a teoria Skinnerianna, e a denominou inicialmente de Teoria da Aprendizagem social, e atualmente, de Teoria Social Cognitiva, tal mudança deixa clara a ênfase em processos cognitivos vitais para o desenvolvimento.
 Teoria Social Cognitiva de Bandura compartilha com a teoria de Skinner:
- a importância da aprendizagem de um comportamento a partir da interação do indivíduo com situações e contextos específicos,
 - a importância do reforço para a alteração ou permanência de determinado comportamento,
- ambos afirmam que a terapia tem como papel propiciar a aprendizagem de novos padrões comportamentais e não deve assumir o papel de estabelecer cura de uma doença caracterizada por sintomas. 
- de maneira geral, as abordagens focadas na aprendizagem partem do princípio de que “o comportamento humano é amplamente adquirido e que os princípios da aprendizagem são suficientes para explicar o desenvolvimento e a manutenção desse comportamento” (ALMEIDA E COLS, 2013, p.86). 
Divergências entre a Teoria Social Cognitiva e o Behaviorismo Radical
- Bandura discordava da utilização de organismos simples (pombos e ratos) e do ambiente do laboratório para o desenvolvimento de uma teoria,
- Bandura afirma que o comportamento não é regulado apenas pelas consequências externas, ele argumenta que expectativas e processos autorregulatórios internos participam do processo de aprendizagem.
- Bandura acredita que autoavaliação obtida através de relatos verbais são úteis para se conhecer os processos cognitivos.
- Para os behavioristas a ação do ambiente sobre a pessoa é o impulso para seu desenvolvimento, enquanto os teóricos da aprendizagem social argumentam que processos cognitivos individuais são responsáveis pelo desenvolvimento da pessoa.
- Teoria Social Cognitiva não enfatiza apenas eventos externos, mas, também, eventos internos, ou seja, para Bandura, devemos atentar não apenas ao comportamento, mas também na cognição e emoção, e priorizar a relação pensamento, sentimento e comportamento. 
- O papel do reforço é visto de forma diferente por Bandura, como no caso da aprendizagem vicariante/observacional, já mencionada, o reforço proporciona a aprendizagem de maneira antecipatória, visto que possibilita ao indivíduo atentar/observar e a ensaiar o comportamento observado. 
 Devemos ter claro que apesar das divergências teóricas aqui apresentadas, cada teoria procura responder aquilo a que se propõem. Skinner, teve um papel decisivo para que a Psicologia ganhasse o status de ciência, pois adotou uma psicologia objetiva, foi perspicaz na escolha de seu objeto de estudo, utilizou métodos descritivos e mensuráveis. Skinner nunca afirmou que comportamento observável se limitava a eventos externos, no entanto optou em ser determinista e ambientalista, decisão que foi coerente aos seus métodos de estudo. Ele ampliou as teorias de Thornidike e Watson, ao adicionar o condicionamento operante ao respondente que já existia.
Para finalizar, vale ressaltar que Skinner foi imprescindível na elaboração e entendimento dos conceitos de modelagem, reforçamento, punição, esquemas de reforçamento e extinção. Ele nunca negou a existência dos estados internos, mas preferiu não estudá-los, visto que sua observação era limitada. Por outro lado, Bandura ousou resgatar e estudar os estados internos, e não teve medo de investigar uma esfera subjetiva e imprecisa. Ele conseguiu esclarecer a influência de aspectos individuais (cognição, memória, antecipação) como integrantes da constituição da personalidade sem se distanciar da ciência ou criar constructos hipotéticos ou especulativos . 
Referências:
ALMEIDA, A.P E COLS. Comparação entre as teorias da aprendizagem de Skinner e Bandura. Cadernos de Graduação - Ciências Biológicas e da Saúde. Maceió, v. 1(nº 3), 81-90, 2013. https://periodicos.set.edu.br/index.php/fitsbiosaude/article/viewFile/905/608 acesso em 05/04/2016.
FEIST, J.; FEIST, G.J.; ROBERTS, T.A. Teorias da Personalidade. 8ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2015.
PAPALIA, D.E; OLDS, S.W; FELDMAN, R.D. Desenvolvimento Humano. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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