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_____________________________________ CAIO SERRA COSTA CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO ______________________________________________________ São Luís - MA 2017 ______________________________________________________ CAIO SERRA COSTA ______________________________________________________ São Luís - MA 2017 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil. Orientador: CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO Trabalho de conclusão de curso apresentado à Faculdade Pitágoras, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Civil. Aprovado em: __/__/____ BANCA EXAMINADORA Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) Dedico este trabalho a toda minha família, em especial aos meus pais que sempre me incentivaram na continuidade dos estudos. RESUMO Palavras-chave: Materiais; Controle tecnológico do Concreto; Controle de materiais; Ensaios. ABSTRACT Key-words: Word 1; Word 2; Word 3; Word 4; Word 5. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 1.1.1 Gerais 1.1.2 Específicos 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO 2.1.1 Conceito de concreto 2.1.2 Conceito de controle tecnológico do concreto 2.1.3 Insumos do concreto 1 INTRODUÇÃO O concreto é um material artificial proveniente da mistura de cimento, agregados miúdos, agregados graúdos, água, podendo conter ou não adições e aditivos. Atualmente é um dos materiais mais utilizados nas obras de construção civil. Desde seu nascimento até o momento atual, o concreto desenvolveu-se muito no que se refere à sua forma de uso, características, propriedades, qualidade e desempenho estrutural. Busca-se cada vez mais a obtenção de um concreto que atenda às especificações exigidas em projeto, que seja de boa qualidade e bom desempenho como também financeiramente acessível. Para a verificação da qualidade do concreto, faz-se uso do controle tecnológico - um conjunto de métodos ou procedimentos que levam à obtenção de um concreto de qualidade. O controle tecnológico vai desde o controle dos materiais que o compõe, passando pelas etapas de dosagem, transporte, recebimento, ensaios, lançamento, indo até a cura. Evidencia-se que tais operações anteriormente citadas são de igual relevância para a qualidade final do concreto e de responsabilidade tanto do fornecedor do concreto (no caso de concretos dosados em centrais), como do executante da obra – engenheiro ou responsável técnico. Considerou-se a construção do presente trabalho através de uma pesquisa bibliográfica com análise em livros, e dissertações através de fontes físicas e virtuais. Tem como objetivo apresentar os conceitos, métodos e recomendações dos principais ensaios dos materiais componentes do concreto, dos ensaios de controle de aceitação e das operações que influenciam na qualidade final do concreto, com o intuito de evitar problemas estruturais, retrabalhos, e falhas na fiscalização dos serviços de concretagem algo recorrente nas obras da construção civil. 1.1 OBJETIVOS DO TRABALHO 1.1.1 Geral: Este trabalho busca evidenciar a importância do controle tecnológico do concreto, do controle dos materiais que o compõe, dos ensaios a serem realizados e das operações que ocorrem antes, durante e depois dos serviços de concretagem, para a obtenção de um concreto conforme especificações, de boa qualidade e resistência final adequada. 1.1.2 Específicos: - Apresentar conceitos e noções dos principais ensaios dos materiais componentes do concreto. - Apresentar conceitos e noções dos ensaios de controle de aceitação do concreto. - Descrever as operações que influenciam na qualidade final do concreto. 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 CONTROLE TECNOLÓGICO DO CONCRETO 2.1.1 Conceito de concreto De acordo com (NEVILLE, 2013, p. 3) “O concreto no sentido mais amplo é qualquer produto ou massa produzido a partir de um meio cimentante”. “O concreto é a união de pedras, areia, cimento e água. Às vezes, usam-se adicionalmente produtos químicos – aditivos”. (BOTELHO, 2014, p. 30). É um material formado pela mistura homogênea de cimento, agregados miúdos e graúdos e água, com ou sem a incorporação de componentes minoritários (aditivos químicos, metacaulin, ou sílica ativa), que desenvolve suas propriedades pelo endurecimento da pasta de cimento (cimento e água). (NBR 12655, 2006, p. 3) Por conseguinte, o concreto é um produto artificial e homogêneo produzido através da mistura de agregados miúdos e graúdos a partir de um meio cimentante (água e cimento), que endurece, desenvolve e adquire resistência com o passar do tempo, podendo ainda conter ou não aditivos químicos e adições. 2.1.2 Conceito de controle tecnológico do concreto O controle tecnológico do concreto é o conjunto de operações que consistem em checar, por meio de ensaios, a qualidade do material que será empregado na obra, principalmente dos materiais que o compõe. Deve-se comprovar que os materiais empregados na elaboração do concreto atendem aos requisitos exigidos nas respectivas normas. Possui também a finalidade de verificar se o concreto atende às especificações, resistência e durabilidade exigidas, como também compreende as etapas de dosagem, transporte, recebimento, lançamento, e cura do concreto. O controle tecnológico serve como base para a avaliação da qualidade de uma construção e possui caráter indicativo de causas de patologias e problemas estruturais que eventualmente possam ocorrer nas estruturas de concreto. O programa de controle tecnológico deve ser elaborado em função do grau de responsabilidade da estrutura, conhecimento prévio das características dos materiais disponíveis para a execução das obras e outras condições estabelecidas pelos responsáveis por este controle. Os responsáveis pela programação e realização do controle tecnológico e o pessoal envolvido na sua execução, nas condições estabelecidas nesta Norma, devem possuir qualificação e experiência comprovadas nesta atividade. Ao término da obra deve ser elaborado um relatório conclusivo, contendo todos os resultados obtidos e análises efetuadas, encerrando com um parecer conclusivo da qualidade dos materiais constituintes do concreto, emitido pelo responsável pelo controle. (NBR 12654, 2012, p. 3) Existem duas vertentes a serem analisadas no que se refere à produção de concreto. O concreto pode ser produzido pela obra ou construtora - quando estas dispõem de uma central própria dentro do canteiro de obra; ou pode ser comprado diretamente numa empresa que produz e vende concreto - concreteira. Quando produzido dentro do canteiro por meio de uma central própria, é ideal a contratação de um laboratório para realização dos ensaiosdos materiais dos materiais componentes do concreto, formulação de dosagens, e realização de ensaios de recebimento - abatimento de tronco de cone para concreto fresco e moldagem de corpos de prova de concreto. Quando produzido por uma concreteira, a realização dos ensaios dos materiais do concreto e formulação de dosagens fica sob responsabilidade da própria concreteira que fornece o concreto. Neste caso, a obra ou construtora contratante da concreteira, deve apenas contratar um laboratório para a realização de ensaios de recebimento citados anteriormente. Nas duas vertentes o laboratório contratado deve emitir laudos com os resultados dos ensaios, com base naquilo que os compete. É importante certifica-se que o laboratório contratado não possui vínculos com a concreteira contratada pela obra ou construtora, que os funcionários recebam os devidos treinamentos e que seja acreditado pelo INMETRO. Pode ser possível ainda contratar um laboratório que controle todo o concreto, desde os ensaios dos componentes do concreto, dosagem, ensaios de recebimento, até as operações de lançamento, cura do concreto e posteriormente apresentação dos laudos técnicos de todas as atividades realizadas. 2.1.3 Materiais componentes do concreto A) Cimento Portland Vários são os tipos de cimentos encontrados no mercado, de diferentes marcas, propriedades, composições e indicados para várias finalidades no que se refere à aplicação. O cimento Portland é um produto obtido pela pulverização do clinker pela pulverização do clinker constituído essencialmente de silicatos de cálcio, com uma certa proporção de sulfato de cálcio natural, contendo, eventualmente, a adições de certas substancias que modificam suas propriedades ou facilitem seu emprego. O clincker é um produto de natureza granulosa, resultante da calcinação de uma mistura daqueles materiais, conduzida até a temperatura de sua fusão. (FALCÃO, 2014, p. 35) O cimento Portaland comum (tipo I) é o cimento mais utilizado em construções comuns de concreto onde não haja exposição a sulfatos no solo ou água subterrânea. O cimento de baixo calor de hidratação (tipo IV) desenvolve sua resistência de forma mais lenta que o cimento Portland comum, contudo sua resistência final não é afetada. É recomendado para estruturas nas quais um moderado calor de hidratação é desejado. O cimento modificado (tipo II) possui uma taxa de liberação de calor mais alta que o cimento do tipo IV e ganho de resistência semelhante ao cimento tipo I. É recomendado para estruturas nas quais um moderado calor de hidratação é desejado ou onde um moderado ataque por sulfatos pode ocorrer. O Cimento resistente a sulfatos (tipo V) - como o nome já diz é resistente a ataques a sulfatos externos. A escolha do tipo de cimento para compor o concreto está diretamente ligada ao local onde será aplicado e em função das especificações que se deseja alcançar. B) Agregados “Material particulado, incoesivo, de atividade química praticamente nula, constituído de misturas de partículas cobrindo extensa gama de tamanhos”. (FALCÃO, 2014, p. 63). “Material sem forma ou volume definido, geralmente inerte, de dimensões e propriedades adequadas para o preparo de argamassa e concreto”. (NBR 12655, 2006, p. 3) Os agregados devem ser formados por minerais rígidos, compactos, estáveis, duráveis e limpos. É importante que não contenham substâncias nocivas que afetem a hidratação e o endurecimento do cimento, ou que deixe a armadura desprotegida contra a corrosão ou afete a durabilidade. Os agregados utilizados no concreto devem ser devidamente selecionados a fim de fornecer concretos de qualidade. Fatores como a dimensão, petrografia, forma, porosidade e textura podem influenciar no desempenho do concreto, durabilidade e qualidade do mesmo. Chegam a ocupar cerca de 60 a 80% do volume total do concreto. Um ponto marcante dos agregados é a resistência mecânica. Tal propriedade se dá devido a 4 fatores: Aderência - Quanto mais áspero for, melhor será a aderência com a nata de cimento. Resistência - São resistentes ao esmagamento e à fragmentação. Tenacidade - São resistentes a ruptura por impactos. Dureza ou resistência ao desgaste - Resistente à abrasão e ao desgaste. B.1) Miúdos “São os agregados cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 4,75 mm” (NBR 7211, 2009, p. 3). Os agregados miúdos podem ser de dois tipos: naturais e artificiais. Dos classificados como naturais o mais conhecido é a areia natural, que pode ser de rio ou de cava (extraída de jazidas subterrâneas). Há também, mas pouco usada, a areia artificial - material produzido a partir do processo de britagem. Ambos são usados na confecção de variados tipos de concreto. Existem substâncias nocivas que podem apresentar-se juntas ao agregado, diminuindo assim sua qualidade, como: Argila em torrões e materiais friáveis - Trata-se de “bolotas de argila” junto às areias. Normalmente presentes em areias naturais de rio ou cava. A presença dos torrões trará prejuízo à resistência do concreto e também à sua aparência, uma vez que eles, no caso de concreto aparente, poderão produzir manchas na superfície. Os torrões de argila são detectados no agregado por diferença de coloração, como possuem baixa resistência são facilmente esmagados pela pressão do dedo. Materiais pulverulentos - O excesso deste material prejudica a aderência entre a pasta de cimento e a argamassa, aumenta o consumo de água devido à alta superfície específica, acarretando retração e diminuição da resistência de concretos e argamassa. Para retirada desse material, pode-se lançar jatos de água sobre o material para “lavá-lo” e utilizá-lo após a secagem. Materiais carbonosos - Podem ser partículas de carvão, linhito, madeira ou matéria vegetal sólida. Todos prejudiciais ao concreto. Materiais orgânicos - Sua natureza e teor podem inibir a hidratação do cimento, prejudicar a resistência do concreto, principalmente nas primeiras idades, aparecer fissuras e pontos escuros no concreto depois de endurecido. A quantidade de substâncias nocivas não deve exceder os limites máximos em porcentagem estabelecidos na ABNT NBR 7211. B.2) Graúdos “Agregado cujos grãos passam pela peneira com abertura de malha de 75 mm e ficam retidos na peneira com abertura de malha de 4,75 mm”. (NBR 7211, 2009, p. 3). Os agregados graúdos comumente usados na produção de concreto são as britas e os seixos rolados. Dois pontos dos agregados graúdos devem ser observados: a forma dos grãos e a resistência ao desgaste ou abrasão. A forma dos grãos é um índice obtido através de um ensaio que permite avaliar a qualidade de um agregado graúdo em relação à forma dos grãos. Os agregados classificados pelo ensaio como cúbico são excelentes para concreto. A resistência à abrasão é a resistência ao desgaste superficial dos grãos de agregado quando submetido ao atrito. Mensura, portanto a capacidade do agregado não se alterar (quebrar) quando manuseado. C) Água “A água destinada ao amassamento do concreto deve ser armazenada em caixas estanques e tampadas, de modo a evitar a contaminação por substâncias estranhas“ (NBR 12655, 2006, p. 12). “A qualidade da água é importante porque suas impurezas podem interferir na pega do cimento, afetar negativamente a resistência do concreto ou causar manchamento de sua superfície, podendo ainda levar à corrosão das armaduras” (NEVILLE, 2013, p. 74). É ideal quese use água potável na fabricação do concreto. No entanto, a potabilidade da água não é absoluta, pois águas potáveis podem conter teores de sódio e potássio altos, o que pode ser um risco. Águas com sabor salino, ou salobro, sem algas, e com a quantidade de cloretos e sulfatos dentro dos valores estabelecidos por norma, são adequadas para uso em concreto. D) Adições As adições são materiais que quando adicionados ao concreto melhoram seu desempenho. Existem adições que aumentam a resistência, colorem o concreto, diminuem o calor de hidratação e até reduzem fissuras. Entre os materiais utilizados como adições temos as fibras de nylon ou de polipropileno que evitam fissuras; os pigmentos ou corantes utilizados para dar cor ao concreto; as fibras de aço que substituem armaduras; o isopor para enchimentos, a sílica ativa e o metacaulim que aumentam a resistência e diminuem a permeabilidade, entre outros. Alguns cuidados devem ser seguidos para o uso de adições ao concreto, como por exemplo, saber se tal adição é compatível com os outros componentes do concreto, a realização de dosagens experimentais é imprescindível, como também, a definição dos sistemas de cura e tipos de formas. E) Aditivos químicos “Material adicionado durante o processo de mistura do concreto em pequenas quantidades (geralmente inferior a 5%), proporcional à massa de cimento, para modificar as propriedades do concreto fresco ou endurecido” (FALCÃO, 2014, p. 135). A utilização de aditivos tem se tornado algo constante na produção de concreto. Possuem a função de modificar, melhorar, ou fazer surgir certas propriedades e características no concreto. Os aditivos químicos existentes são basicamente de três tipos: redutores de água ou plastificantes, retardadores de pega e aceleradores. Os redutores de água são utilizados para reduzir o fator água/ cimento possibilitando a obtenção de uma resistência mais elevada, além de melhorar a trabalhabilidade e a redução do calor de hidratação. Os retardadores de pega são usados em concretos que são aplicados em locais de clima quente, onde o tempo de pega é diminuído pela elevada temperatura. Os aceleradores são aqueles que aceleram o endurecimento ou o desenvolvimento da resistência inicial. O uso de aditivos junto ao concreto possibilita várias vantagens, no entanto é necessário cuidado para obtenção dos benefícios. Podem ser usados combinados ou isolados. REFERÊNCIAS BOTELHO, M. H. (2014). CONCRETO ARMADO EU TE AMO. FALCÃO, L. A. (2014). MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO. NBR 12654, (2012). CONTROLE TECNOLÓGICO DE MATERIAIS COMPONENTES DO CONCRETO. NBR 12655, (2006). CONCRETO DE CIMENTO PORTALND - PREPARO, CONTROLE, E RECEBIMENTO - PROCEDIMENTO. NBR 7211, (2009). AGREGADOS PARA CONCRETO - ESPECIFICAÇÃO. NEVILLE, A. M. (2013). TECNOLOGIA DO CONCRETO.
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