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Apostila - parte 1

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Português Instrumental 
Professora: Erika Mayrink Vullu 
2º período – Jornalismo/Publicidade 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 1 
 CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA - CES 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE I 
Fundamentos de linguagem e língua 
 
 
 
 
Revista O Globo, seção Gente Fina, p. 38, 6/08/2006. 
 
 
A linguagem é uma atividade humana que, nas representações de mundo que constrói, revela aspectos 
históricos, sociais e culturais. É por meio da linguagem que o ser humano organiza e dá forma às suas 
experiências. Seu uso ocorre na interação social e pressupõe a existência de interlocutores. 
 
São exemplos de diferentes linguagens utilizadas pelo ser humano as línguas (português, alemão, 
francês, italiano etc.), a pintura, a música, a dança, os logotipos, os quadrinhos, os sistemas gestuais, 
entre outros exemplos. 
 
 2 
O discurso é reflexo da realidade? 
 
 Os filósofos idealistas sempre afirmaram que a linguagem cria uma imagem do mundo. Que querem dizer esses 
filósofos com essa afirmação? A linguagem contém uma visão de mundo, que determina nossa maneira de 
perceber e conceber a realidade, e impõem-nos essa visão. A linguagem é como um molde, que ordena o caos, 
que é a realidade em si. Como a linguagem dá forma a esse caos, determinando o que é uma coisa, um 
acontecimento etc., cria uma imagem ordenada do mundo. Cada língua ordena o mundo à sua maneira. Assim, por 
exemplo, o português categoriza como duas cores distintas o verde e o azul, enquanto o japonês considera-as as 
matizes de uma só cor, designando-as por aoi. Isso não significa que os japoneses não percebam a diferença real 
que existe entre o verde e o azul, mas que tais diferenças são colocadas na categoria dos matizes de uma mesma 
cor. Os exemplos poderiam ser multiplicados. 
 O fundamental a ressaltar nas teorias idealistas, no entanto, é que a linguagem tem um papel ativo no processo 
de aquisição do conhecimento. Essa tese, como mostra Adam Schaff, constitui o elemento racional das teorias 
idealistas. Entretanto, essa primeira tese está associada, implícita ou explicitamente, a uma segunda que diz ser a 
linguagem produto de uma convenção arbitrária ou a função simbólica peculiar à psique humana. 
 Que é que determina, porém, essa imagem do mundo? Dizer que a linguagem, que contém essa imagem do 
mundo, é produto de uma convenção arbitrária é utilizar, para a explicação da gênese da linguagem, um axioma 
impossível de provar e que, por isso, é colocado na categoria dos elementos indemonstráveis. A tese da linguagem 
como resultado de uma convenção arbitrária é a aplicação para as línguas naturais do princípio de constituição dos 
sistemas simbólicos especiais, como, por exemplo, os sinais de trânsito e os símbolos matemáticos. Afirmar, por 
outro lado, que a linguagem é uma das formas de simbolização particular à psique humana é deixar o problema 
sem solução, pois o que queremos saber não é se a linguagem forma ou não uma imagem do mundo, mas o que é 
que determinou essa visão contida na linguagem. Foram fatores biológicos? Foi uma força superior? Foram outros 
fatores? Quais? Segundo Schaff, onde param os filósofos idealistas que consideram a linguagem produto da 
função simbólica começa o verdadeiro problema da filosofia da linguagem. 
 Só há uma resposta para esse problema: a linguagem cria a imagem do mundo, mas é também produto social e 
histórico. Assim, a linguagem “criadora de uma imagem do mundo é também criação desse mundo”. A linguagem 
formou-se, no decorrer da evolução filogenética, constituindo um produto e um elemento da atividade prática desse 
homem. À medida que os sistemas linguísticos se vão constituindo, vão ganhando certa autonomia em relação às 
formações ideológicas. Entretanto, o componente semântico do discurso continua sendo determinado por fatores 
sociais. É esse componente que contém a visão de mundo veiculada pela linguagem. Por isso, essa visão de 
mundo não é arbitrária, mas resulta de fatores sociais, não podendo, por conseguinte, ser alterada em razão de 
uma escolha arbitrária. Assim, o que está na consciência é provocado por algo exterior a ela e independente dela. 
 [...] 
 É preciso considerar, quando se diz que a linguagem reflete a realidade (seja seu nível aparente, seja seu nível 
de essência), que o espírito humano não é passivo e sua função não consiste apenas em refletir a realidade. Isso 
significa que o discurso não reflete uma representação sensível do mundo, mas uma categorização do mundo, ou 
seja, uma abstração efetuada pela prática social. A percepção pura não existe. Pelo contrário, certos dados da 
 3 
psicologia autorizam a dizer que a percepção é guiada pela linguagem. Porque o homem age e transforma a 
realidade, não a aprende passivamente. 
 [...] 
 A linguagem tem influência também sobre os comportamentos do homem. O discurso transmitido contém em 
si, como parte da visão de mundo que veicula, um sistema de valores, isto é, estereótipos dos comportamentos 
humanos que são valorizados positiva ou negativamente. Ele veicula os tabus comportamentais. A sociedade 
transmite aos indivíduos ― com a linguagem e graças a ela ― certos estereótipos, que determinam certos 
comportamentos. Esses estereótipos emaranham-se de tal modo na consciência que acabam por ser 
considerados naturais. Figuras como “negro”, “comunista”, “puta” têm um conteúdo cheio de preconceitos, 
aversões e hostilidades, ao passo que outras como “branco”, “esposa” estão impregnadas de sentimentos 
positivos. Não devemos esquecer que os estereótipos só estão na linguagem porque representam a condensação 
de uma prática social. 
 
FIORIN, José Luiz. Linguagem e Ideologia. SP. Ática, 1998. p.52-56. 
 
 
Língua é um sistema de representação socialmente construído, constituído por signos linguísticos. 
 
O signo linguístico é uma unidade de significação que possui dupla face: 
o significante (a sequência de sons que se combinam para formar palavras) 
e 
o significado (a própria ideia ou conteúdo intelectual) 
 
 
SIGNIFICANTE 
 
Cão (português) → 
Dog (inglês) → 
Cane (italiano) → 
 
 
SIGNIFICADO 
 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1) Leia a seguinte afirmação: 
 
“[...] a linguagem cria a imagem do mundo, mas é também produto social e histórico. Assim, a linguagem criadora 
de uma imagem do mundo é também criação desse mundo”. (FIORIN, 1998, p.53) 
 
 Analise a charge seguinte, considerando, para isso, a afirmação de Fiorin. 
 
 4 
 
 
 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
 
 
2) Comentando o noticiário relativo às manifestações da juventude no período em que se discutia a possibilidade 
de impeachment do Presidente Collor, E. B. M. e R.R. enviaram ao jornal Folha de São Paulo as seguintes cartas: 
 
“É irritante ler, nas últimas semanas, a cobertura das manifestações contra o poder central por parte da ‘juventude’. 
Excluindo qualquer tipo de valor sobre o processo, o que se deve ter como verdade é que é extremamente 
fantasioso se admitir que a nossa juventude tenha toda essa capacidade de percepção. É notória a cretinice dajuventude brasileira. O zeitgeist*, o espírito da época, submerge a atual geração num mar de hedonismo** e 
irresponsabilidade. É lindo fazer revolução com tênis Reebok e jeans Fórum. O que eu gostaria de ver, mesmo, é 
como essa juventude vagabunda, indolente e indisciplinada como a brasileira se comportaria diante de um grupo 
de choque, como nos confrontos que ocorrem em Seul”. 
(E.B.M. Folha de São Paulo, 1 de setembro de 1992. Painel do Leitor) 
 
“Belíssima a manifestação feita pelos caras-pintadas em favor do impeachment do marajá Collor! Isso prova que 
nossos jovens estão, cada vez mais, envolvidos com o cenário político de nosso país e prontos para se 
mobilizarem quando algo lhes desagrada. A juventude brasileira é consciente, crítica e perspicaz em relação às 
falcatruas de nosso governo”. 
 (R.R. Folha de São Paulo, 2 de setembro de 1992. Painel do Leitor) 
 
 
 
 5 
Explique de que maneira as cartas lidas relacionam-se à seguinte afirmação: 
 
→ O discurso não reflete uma representação sensível do mundo, mas uma abstração efetuada pela prática 
social. 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
___________________________________________________ 
___________________________________________________ 
 
3) Leia para resolver a questão proposta: 
 
 “A linguagem tem influência também sobre os comportamentos do homem. O discurso transmitido contém em si, 
como parte da visão de mundo que veicula, um sistema de valores, isto é, estereótipos dos comportamentos 
humanos que são valorizados positiva ou negativamente. Ele veicula os tabus comportamentais [...]”. (FIORIN, 
1998, p.55) 
 
Discuta de que forma se construiu o humor nas tiras seguintes, considerando o trecho acima: 
 
 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 6 
 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
 
 
 7 
VARIAÇÃO LINGUÍSTICA 
 
 
Norma Culta e Linguagem Informal 
 
 
Norma Culta 
 
 “A Academia Brasileira de Letras desfraldou 
recentemente uma nobre bandeira: a da defesa da 
língua portuguesa. A verdade é que ela está correndo 
sérios riscos, desde quando, nos currículos escolares, 
foram extintas disciplinas que enriqueciam a cultura dos 
nossos estudantes. 
Assim, primeiro foi a vez do latim, que é a nossa 
origem e a nossa matriz. Depois, riscado o 
ensino do idioma francês. Agora, estão abolindo o 
ensino da Literatura. Já existem gramáticas, e até 
mesmo professores, que estão cortando a segunda 
pessoa do singular e do plural - o tu e o vós - na 
conjugação de alguns verbos(...).” 
 
(MELO, Murilo Filho,O idioma pede socorro) 
 
Norma Culta/Jargões 
 
“As estruturas periventriculares do diencéfalo e do 
mesencéfalo - o hipotálamo ventromedial e a massa 
cinzenta central - desempenham um papel importante 
no tratamento das informações de natureza nociceptiva 
ou aversiva e na elaboração da resposta comportamen-
tal (ataque, fuga ou atitude congelada) que suscitam. A 
lesão do hipotálamo ventromedial aumenta a 
sensibilidade diante dos estímulos dolorosos, ao 
mesmo tempo, que acentua, de maneira mais geral, a 
reatividade diante de numerosos estímulos sensoriais”. 
 
 
 
 
Fonte: http://www.redepsi.com.br/portal/ 
 
 
Linguagem culta-informal 
 
“É sempre bacana ver milhares juntando as forças, as 
vontades, as desesperanças, para encher ruas com o 
alvo vestuário da paz. Não é muito a minha, esse 
negócio de acender vela e clamar ao firmamento, mas, 
em respeito aos sincretismos biodiversos, topo fingir 
não crer que do céu só vem relâmpago, chuva e bala 
perdida. 
 O que não dá mais, sinceramente, pra encarar com 
graça, educação e simpatia, é o lugar-comum ‘não se 
pode dissociar a questão da violência da questão das 
drogas’ (...)”. 
 
 
(Cláudio Manoel. Violência e drogas) 
 
Linguagem informal/gírias 
“Ah não, meu irmão... qual é a tua? 
Que bicho te mordeu aí na lua? 
Fica por aí que é o melhor que cê faz 
A vida por aqui tá difícil demais 
Aqui no mundo, o negócio tá feio 
Tá todo mundo feito cego em tiroteio 
Olhando pro alto, procurando a salvação 
Ou pelo menos uma orientação 
Você já tá perto de Deus, astronauta 
Então, me promete 
Que pergunta pra ele as respostas 
De todas as perguntas e me manda pela Internet” 
(Gabriel O Pensador) 
 
→ Cada falante da língua utiliza uma variante determinada pelo momento histórico em que vive, pela região em 
que mora, pela classe social a que pertence, por sua formação cultural. Mas há dois padrões de linguagem que um 
falante de formação escolar média deve conhecer e saber explorar: 
 
- a norma culta, que obedece radical 
mente às regras gramaticais e é preconizada pela escola; 
- a linguagem informal, que é usada em relações informais, na vida cotidiana, sem a preocupação de obedecer a 
normas gramaticais. São comuns, nesse tipo de linguagem, o uso de gírias, de expressões populares e as 
incorreções gramaticais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 8 
Outros exemplos de variação linguística 
 
 
 
Assaltante Cearense - Ei, bixim... Isso é um assalto!!! Arriba os braços e num se bula nem faça 
munganga...Passa vexado o dinheiro senão eu planto a pexera no teu bucho e boto teu fato pra fora... Perdão, 
meu Padim Ciço, mas é que eu tô com uma fome da moléstia... 
 
Assaltante Mineiro - Ó só! Prestenção!!! Isso é um assarto, uai...Levant'os braço e fica quetin quesse trêin na 
minha mão tá cheím de bala... É mió passá logo os trocado que eu num tô muito bão hoje não! Vai andando, 
sô.... Uai, tá esperando o que, uai? Ara, sô!! 
 
 Assaltante Gaúcho - O gurI, ficas atento... Báh, isso é um assalto... Levantas os braços e te aquieta, tchê! Não 
tente nada e tome cuidado que esse facão corta que é uma barbaridade... Passa os pilas pra cá! E te manda a la 
cria, senão quarenta e quatro fala!!! 
 
Assaltante Carioca - Seguiiiinnte aí, me'rmão... Tu se ferrô, aí, isso é um assalto... Passa a grana e levanta os 
braços aí rapá...Não fica de bobeira que eu atiro bem pra cacete... Aí, vai andando e se olhar pra trás vira 
presunto...Aí! 
 
 Assaltante Baiano - Ô meu rei....(longa pausa)........Isso é um assalto... Levanta os braços, mas não se avexe 
não...Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado... Vai passando a grana, bem devagarinho... 
....(longa pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado... Não esquenta, meu 
irmãozinho, vou deixar teus documentos na próxima encruzilhada... 
 
 Assaltante Paulista - Ôrra, meu...Isso é um assalto, meu.... Alevanta os braços, meu...Passa a grana logo, 
meu... Mais rápido que eu ainda preciso pegar bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do Parmera, 
meu.... Pô, se manda, meu... 
 
 Assaltante Brasiliense - Caro povo brasileiro! No final do mês, aumentaremos as seguintes tarifas: Energia, 
água, esgoto, gás, passagem de ônibus, IPTU, IPVA, licenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, 
álcool, imposto de renda, IPI, ICMS,PIS, COFINS ... E como sempre vocês vão ficar bem quietinhos, sem fazer 
nada... Evão votando, vão votando! 
(Autor desconhecido) 
 
 
 
 
 
 
 
 9 
ATIVIDADES 
 
1) TEXTO PARA ANÁLISE E DISCUSSÃO 
 
 
UMA REVOLUCAO LINGUISTICA 
 
O computador está conseguindo o que os burocratas não querem. Revolucionar a língua. 
 
Leia o título de novo. Eu sei que ele está errado – falta acento, falta cedilha, mas... você entendeu. Não entendeu? 
Vamos encarar os fatos: A língua portuguesa não morreu. Mas começa a cheirar mal. Esqueça se ela é bonita, ou se 
é rica, ou se é autêntica. Esqueça as emoções, esqueça o nacionalismo irracional que nos implantaram desde que 
nascemos. (...) 
 
Todos sabemos o que está acontecendo: ao lado da língua oficial convive uma língua paralela, o inglês. O que 
deveria ser motivo de comemoração (ter uma população parcialmente bilíngue) é considerado uma vergonha 
nacional. Os intelectuais sempre aparecem para denunciar que a cultura brasileira está sendo devorada pelo 
imperialismo e precisa ser salva, se possível, por alguma repartição pública. O que esses intelectuais não entendem, 
e jamais entenderão, é que a história da linguagem humana obedece a leis naturais e dinâmicas. O inglês tornou-se 
a língua planetária, entre outras coisas, porque é objetiva, simples, econômica. 
 
E o português? Nossos filhos passam alguns de seus mais produtivos anos escolares decorando uma língua que 
jamais falarão. Uma língua prolixa ao extremo, que conjuga seus verbos em um zilhão de modos diferentes. É um 
mastodonte atolado em regras, fragilizado num ecossistema cada vez mais hostil. (...) 
 
A saída para não mandar uma mensagem incompreensível é simplesmente não arriscar. E simplesmente escrever 
sem qualquer acento. Como no inglês, o significado da palavra será reconhecido no contexto da frase. Achar que o 
leitor não vai entender que “revolucao” quer dizer “revolução” é chamar o leitor de estúpido. Ou estupido. Qual a 
diferença? Ou diferenca? (...) 
 
O e-mail veio para ficar, e já está ajudando a tentar tirar a língua portuguesa da UTI da história. Caminhamos para 
um português mais objetivo, mais simples, mais adaptado aos novos tempos. Para os guardiões da tradição, é uma 
péssima notícia. Para o resto de nos, nao. 
 
 MARQUEZI, Dagomir. Uma revolucao linguistica. InfoExame, São Paulo, maio 1997 
 
 
 
► Marque no texto a ideia defendida pelo autor do texto e os argumentos que ele usou para fundamentá-la. 
 
► Posicione-se favorável ou desfavoravelmente ao ponto de vista defendido. 
___________________________________________________
___________________________________________________
___________________________________________________ 
___________________________________________________ 
 
 
2) No texto seguinte, foram acrescentados 10 desvios de acentuação, ortografia, colocação pronominal, 
concordância, pontuação, regência, crase e inadequação verbal. Encontre esses desvios, sublinhe-os e corrija-os 
no espaço abaixo do texto: 
 
 
 
 
 10 
 
Fazem anos que nós questionamos o nível da TV aberta, especialmente aos domingos. De nada adianta as 
queixas. Parece até provocação: primeiro, Fausto Silva, que não para com aquela eterna bajulação aos artistas; 
depois vêm Gugu, que ataca os nervos de qualquer um com suas reportagens "humanas" ou com a banda 
Calypso. E o que dizer de Netinho e seu piegas "Domingo da Gente"? Por fim, Raul Gil, que causa sono com seus 
surrados quadros. Embora ele sempre usa o chavão time que está ganhando não se meche, se trata de uma 
desculpa esfarrapada para a preguiça. Resta somente a você telespectador, dizer não à toda essa asneira: saia 
com a família, passeie no parque, vá na biblioteca, ao cinema, visite uma exposição ou leia um bom livro. Não 
esqueça de que conhecimento nunca é demais. 
 Ricardo Feltrin 
 Texto adaptado, extraído do site www.folhaonline.com 
 
1- __________________________________________________________________________________________ 
 
2- __________________________________________________________________________________________ 
 
3- __________________________________________________________________________________________ 
 
4- __________________________________________________________________________________________ 
 
5- __________________________________________________________________________________________ 
 
6- __________________________________________________________________________________________ 
 
7- __________________________________________________________________________________________ 
 
8- __________________________________________________________________________________________ 
 
9- __________________________________________________________________________________________ 
 
10- _________________________________________________________________________________________ 
 
 
3) Reescreva os trechos seguintes, extraídos de e-mails empresariais, em linguagem mais apropriada e de forma 
contextualizada: 
 
a) Tô nem aí pra essa urgência do diretor. 
 
_________________________________________________________________________________________ 
 
b) Não vai dar nem a pau. 
 
_________________________________________________________________________________________ 
 
c) Oh, trabalhinho safado... 
 
_________________________________________________________________________________________ 
 
d) Esta joça tá indo pro buraco. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 11 
Leia e responda. 
 
 
 
4) Sobre a tira, analise as afirmativas. 
 
I - Pode-se identificar, no último quadrinho, a fala de um nordestino, exemplo de variedade linguística regional. 
II - É apresentada uma visão estereotipada de uma fala que suprime, quase sempre, as sílabas finais das palavras. 
III - A fala no último quadrinho retoma o exemplo dado no segundo quadrinho, tornando-se mais inteligível. 
IV - O produtor da tira usou seu conhecimento das variedades linguísticas existentes entre as regiões do país para 
produzir efeitos de humor. 
 
Estão corretas as afirmativas 
 
A) I, II e III, apenas. 
B) II, III e IV, apenas. 
C) I, III e IV, apenas. 
D) II e IV, apenas. 
E) I, II, III e IV. 
 
5) A tira exemplifica o uso de variedades linguísticas. Sobre variedades e registros de linguagem, assinale a 
afirmativa INCORRETA. 
 
A) Preconceito linguístico é o julgamento negativo dos falantes em função da variedade linguística que utilizam. 
B) A maior ou menor proximidade entre os falantes faz com que usem variedades mais ou menos formais, 
denominadas registros de linguagem. 
C) Diferenças significativas nos aspectos fonológicos e morfossintáticos da língua marcam as variedades sociais, 
seja devido à escolaridade, à faixa etária, ao sexo. 
D) Norma culta ou padrão é a denominação dada à variedade linguística dos membros da classe social de maior 
prestígio, que deve ser utilizada por todos da mesma comunidade. 
E) Gíria ou jargão é uma forma de linguagem baseada em vocabulário criado por um grupo social e serve de 
emblema para os membros do grupo, distinguindo-os dos demais falantes da língua. 
 
6) Leia e responda. 
 
(…) Como não ter Deus?! Com Deus existindo, tudo dá esperança: sempre um milagre é possível, o mundo se 
resolve. Mas, se não tem Deus, há-de a gente perdidos no vaivem, e a vida é burra. É o aberto perigo das grandes 
e pequenas horas, não se podendo facilitar — é todos contra os acasos. 
Tendo Deus, é menos grave se descuidar um pouquinho, pois, no fim dá certo. Mas, se não tem Deus, então, a 
gente não tem licençade coisa nenhuma! Porque existe dor. E a vida do homem está presa, encantoada — erra 
rumo, dá em aleijões como esses, dos meninos sem pernas e braços. (…) 
 
(Guimarães Rosa, Grande sertão: veredas.) 
 12 
 
Uma das principais características da obra de Guimarães Rosa é sua linguagem inventada, barroca até certo 
ponto, mas instrumento adequado para sua narração, na qual o sertão acaba universalizado. 
 
 a) Transcreva um trecho do texto apresentado, onde esse tipo de “invenção” ocorre. 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
 
b) Transcreva um trecho em que a sintaxe utilizada por Rosa configura uma variação linguística que contraria o 
registro prescrito pela língua padrão. 
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
__________________________________________________________________ 
 
 
QUESTÕES LINGUÍSTICAS 
I- REGÊNCIA 
 
 
1) As frases abaixo seguem a regência verbal popular. Reescreva-as de acordo com o padrão culto: 
 
 
a) Não obedecerei suas ordens injustas! 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
b) Prefiro mil vezes morrer do que obedecer suas ordens. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
c) Não lembrei daquele compromisso importante. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
d) Meu filho sempre chega atrasado na escola. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
e) O brasileiro sempre aspira melhores condições de vida. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
f) O jovem não quis assistir o filme sugerido pela namorada. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
g) Reconhecimento profissional implica em comprometimento. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
h) Penso de que o Brasil é um país destinado a crescer. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
 13 
2) Substitua a expressão em negrito pelo pronome pessoal adequado: (Use os pronomes O, A, OS, AS, - e 
variações - ou LHE, LHES.) 
a) Devemos ser os primeiros a praticar a educação cívica e a meditar a educação cívica. 
__________________________________________________________________________________________ 
b) Uma criança chorou lá dentro e ninguém foi buscar a criança. 
__________________________________________________________________________________________ 
c) O relatório foi elaborado com muita cautela, para que o chefe não criticasse o relatório novamente. 
__________________________________________________________________________________________ 
d) A peça deveria ser realmente boa. Quando eles relataram a peça para nós, ficamos com vontade de ver a peça. 
__________________________________________________________________________________________ 
e) Apesar de o escritor não ter sido premiado, a Câmara dos Vereadores de sua cidade natal enviou ao escritor 
um telegrama, de congratulações pela magnífica obra apresentada. 
__________________________________________________________________________________________ 
f) Como o aparelho estivesse defeituoso, solicitamos à Concessionária que consertasse o aparelho. 
__________________________________________________________________________________________ 
 
 
II - USO DO ACENTO GRAVE INDICADOR DA CRASE 
 
REGRAS GERAIS 
 
- Fusão da preposição a + artigo feminino a. 
Exemplo: Referia-me à aluna de vermelho. (= ao aluno de vermelho) 
 
- Uso facultativo: antes de pronome possessivo feminino e de nomes próprios femininos. 
Exemplos: Entreguei o documento à (ou a) sua irmã. 
 Entreguei o documento à (ou a) Mariana. 
 
- Não ocorre o acento indicador da crase diante de palavras masculinas, verbos, pronomes pessoais e 
demonstrativos (com exceção de “aquele”, “aquela”). 
Exemplos: Falei a Cláudio que não mais o veria. 
 Comecei a trabalhar muito cedo. 
 Pedi a ela que me indicasse o endereço do advogado. 
 Explicarei a esta aluna como se faz para resolver a equação. 
 
 
 
 
 14 
PRÁTICA 
 
1) Coloque nos espaços a ou à e justifique a presença ou ausência do acento grave: 
 
a) Quando foi __________ chuvosa São Paulo, Jorge encontrou vários amigos. 
 
b) Quando foi __________ São Paulo, Jorge encontrou vários amigos. 
 
c) Ele pediu dinheiro emprestado __________sua prima. 
 
d) Não vou __________festa de Juliana. 
 
e) Fumar é prejudicial __________saúde. 
 
f) Aquele homem caminhava __________passo firme. 
 
g) Dirigiu-se ao escritório disposto __________brigar com o contador. 
 
h) ______noite, precisamente _______oito horas, meus parentes chegaram. 
 
i) Esta é__________mulher __________qual me referi ontem. 
 
j) ________ partir das duas horas, reabriremos a loja. 
 
k) Compras ______ vista são mais vantajosas do que as feitas _______ prazo. 
 
l) O contador referia-se _______ tabelas diversas. 
 
2) O gramático Celso Pedro Luft afirma que a grande utilidade do acento de crase no a é, antes de mais nada, um 
imperativo de clareza. Muitas frases em que a preposição indica uma circunstância (instrumento, meio etc.), em 
sequências do tipo "preposição a + substantivo feminino singular", podem dificultar a interpretação por parte de um 
leitor ou ouvinte. Não raro, a ambiguidade se dissolve com a crase - em outras, só o contexto resolve o impasse. 
 Nas frases explicitadas abaixo, a ausência do acento indicador da crase poderia provocar ambiguidade numa 
situação oral, se o próprio contexto não desfizesse a dubiedade. Explique os sentidos que as frases adquirem com 
e sem o acento da crase: 
 
 
a) Dilma Rousseff depôs a CPI. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
 15 
b) O homem pinta a máquina. 
__________________________________________________________________________________________ 
 
c) Joana cheira a gasolina toda manhã. 
__________________________________________________________________________________________ 
 
d) Matou alguém a fome. 
__________________________________________________________________________________________ 
 
e) Morta a testemunha que depôs a relatora da OAB. 
 
__________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 16 
FUNÇÕES DA LINGUAGEM 
 
► As funções da linguagem são o conjunto das finalidades comunicativas realizadas por meio dos 
enunciados da língua. 
 
 
FUNÇÃO REFERENCIAL OU DENOTATIVA 
 
 
ÊNFASE NO CONTEXTO 
 
Morador de rua é incendiado enquanto dormia no centro de SP 
RACHEL ANON da Agência Folha 
Um morador de rua teve seu corpo incendiado na madrugada desta terça-feira (27) enquanto dormia na calçada 
em frente ao prédio número 35 da rua São Vicente de Paulo, em Santa Cecília, região central de São Paulo. Ele 
está internado em estado grave e corre risco de morte. 
Segundo as primeiras informações de moradores, um homem vestido com uma jaqueta branca foi vistodeixando o 
local correndo e uma embalagem de óleo foi encontrada jogada na calçada. A polícia civil, porém, trabalha também 
com a hipótese de que ele mesmo tenha se ferido. 
A vítima é conhecida pela vizinhança pelo apelido de Cangaíba e teria aproximadamente 30 anos. De acordo com 
moradores, ele vive há mais de um ano na região e costuma cuidar dos carros estacionados na rua. 
Folha de São Paulo, 25/02/11 
 
 
 
FUNÇÃO EMOTIVA OU EXPRESSIVA 
 
ÊNFASE NO EMISSOR 
 
Tomado pela costumeira pressa de repórter, eu tinha que fazer, a toque de caixa, imagens do museu para compor 
a minha matéria. [...] 
 
Quando [...] chegamos ao primeiro corredor, o eixo da continuidade, tentei pedir algo a Bárbara, funcionária do 
museu que nos acompanhava. Não consegui falar. Tudo foi se desfazendo, todos os sentimentos e emoções, e 
também as racionalizações, reflexões ou desalentos mediados pelo intelecto. Tudo foi se desvanecendo dentro de 
mim — e um grande vazio, um vácuo que sugava a si próprio, se formou qual redemoinho em meu peito, até 
explodir num jorro de pranto, num colapso incontrolável. 
 
Não tive condições de prosseguir com o cinegrafista Fernando Calixto. Procurei um lugar onde esgotar as lágrimas 
e tentava me explicar, repetindo, aos soluços: “Pela metade, não. Não vou conseguir fazer meia visita. Pela 
metade, não. Ou encaro todo o périplo ou vou embora”. 
 
Não consegui nem uma coisa nem outra. Nem parei de chorar, nem me recompus; não me atrevi a percorrer todos 
os corredores, nem tampouco resisti a penetrar nos espaços desconcertantes do Museu Judaico de Berlim. 
 
Bial, Pedro. Quando o passado é um pesadelo. Almanaque Fantástico, São Paulo: Globo, n. 1, p. 61-62, nov. 2005. 
(Fragmento) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 17 
FUNÇÃO APELATIVA OU CONATIVA 
 
ÊNFASE NO RECEPTOR 
 
Para ser bom entendedor 
LEIA: Quem não está acostumado a ler tem mais dificuldade de concentração quando se vê diante de um livro, mas com um 
pouquinho de esforço vai desenvolver o hábito. AUMENTE SEU VOCABULÁRIO: Quando encontrar uma palavra 
desconhecida, não deixe de consultar o dicionário. VÁ ALÉM: Algumas leituras podem exigir conhecimento e referências que 
não estão no texto. Não passe por cima. Pesquise sobre o assunto. ESTUDE GRAMÁTICA: Bons conhecimentos gramaticais 
ajudam na interpretação dos textos. Saber o que é uma figura de linguagem, por exemplo, ajuda na compreensão da leitura. 
PEQUENAS DOSES: Quem não tem o hábito de ler pode começar a tentar interpretar textos pequenos. Gradativamente dará 
vontade de ler obras maiores. 
(Magazine. Set, 2003) 
 
 
 
FUNÇÃO FÁTICA 
 
ÊNFASE NO CANAL 
 
 “Olha aí... olha aí... Freguesia. Venha saborear. Pamonhas. Ei!! Ei!! Pamonhas deliciosas!! Pamonha fresquinha... É puro 
creme de leite... Hein!! Pamonha! Ei! Ei! Venha comprar, né!! Olha aí... Psiu!!! Pamonha fresquinha!” 
 
 
 
 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA 
 
 
ÊNFASE NO CÓDIGO 
 
Poesia: sf. 1. Liter. Forma de expressão artística através de uma linguagem em que se empregam, segundo certas 
regras, sons, palavras, estruturas sintáticas etc. [...] 
 
(Caudas Aulete, Minidicionário contemporâneo da língua portuguesa) 
 
 
 
FUNÇÃO POÉTICA 
 
 
ÊNFASE NA MENSAGEM 
 
 
beba coca cola 
babe cola 
beba coca 
babe cola caco 
caco 
coca 
 c l o a c a 
 
 (Décio Pignatari) 
 
 
 
 
 
 
 18 
ATIVIDADES 
 
1) Considerando que a linguagem é usada em várias situações, de acordo com os propósitos do usuário da língua, 
analise as seguintes situações de uso da linguagem. Escreva qual a função da linguagem predominaria nas 
situações propostas e justifique seu posicionamento. 
 
Situação 1 
Imagine que você precise viajar para apresentar um trabalho em um congresso e não dispõe de recursos 
suficientes. Para isso, você tem que convencer o coordenador do seu curso a ajudá-lo no financiamento. 
Função da linguagem: 
 __________________________________________________________________________________________ 
Justificativa: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
 
Situação 2 
Imagine que você deverá escrever uma notícia sobre a morte de alguma personalidade do âmbito político. 
Função da linguagem: 
 __________________________________________________________________________________________ 
Justificativa: 
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
 
2) Leia os seguintes trechos, extraídos do livro infantil Mania de explicação: 
 
 
Solidão é uma ilha com saudade de barco. [...] 
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele. 
 
FALCÃO, Adriana. Mania de explicação. São Paulo: Salamandra, 2001. p.17-27 
 
 
Observe agora as seguintes definições para as palavras “solidão” e “vontade”: 
 
 
Solidão [...] estado de quem se acha ou se sente desacompanhado ou só; isolamento [...] 
 
Vontade [...] faculdade que tem o ser humano de querer, de escolher, de livremente praticar ou deixar de praticar 
certos atos [...] 
 
HOAUISS, Antônio. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. p.2602-2882. 
 
 
 19 
a) Identifique a função de linguagem que predomina nas definições dadas no livro e no dicionário. 
 
_____________________________________________________________________________ 
 
b) Compare as definições de “solidão” e “vontade” no livro e no dicionário e explique as diferenças entre elas com 
base nas funções da linguagem. 
 
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________ 
 
PARTICULARIDADES DA LÍNGUA CULTA 
1) SE NÃO/ SENÃO 
 
A) Se não houver prova no próximo sábado, viajarei. ( = caso não haja – condição) 
 
B) Vá de uma vez, senão chegará tarde ao show. (= caso contrário) 
C) Nada havia a fazer senão conformar-se com a situação. (= a não ser) 
D) Não havia um senão naquela bela estátua. (= defeito, problema) 
 
2) POR QUE/ POR QUÊ/ PORQUE/ PORQUÊ 
 
A) Por que você faltou à reunião? (= por qual motivo – início de frase interrogativa direta) 
B) Diga-me por que faltou à reunião. (= o motivo pelo qual –frase interrogativa indireta) 
C) Esses são os motivos por que faltei à reunião. (= pelos quais) 
 
D) Você tem coragem de perguntar por quê?? (final de frase) 
 
E) Os técnicos faltaram à reunião porque não receberam a convocação enviada pelo chefe. 
 (= pois – explicação; causa) 
 
F) Dê-me apenas um porquê para a sua atitude. (= motivo) 
 
3) AFIM/ A FIM 
 
A) O gosto de Lúcio era afim ao da banda. (= semelhante – afinidade) 
 Tiveram comportamentos afins durante o ensaio. 
 
B) Pense bastante a fim de não falar bobagens. (= para/para que – finalidade, objetivo) 
* Uso informal: Laura não está a fim de Mauro. (= com interesse amoroso por; enamorado) 
 
 
4) AO ENCONTRO DE/ DE ENCONTRO A 
 
A) A escolhados cantores foi ao encontro do desejo da plateia. (= ser favorável a) 
B) Quando os viu, foi rapidamente ao encontro dos integrantes da banda. (=união) 
C) Essa medida desagradou os advogados, porque foi de encontro às suas aspirações. 
 (=ser desfavorável a) 
D) O caminhão que trazia o equipamento para o show foi de encontro ao carro. (= choque) 
 
 
 20 
5) DEMAIS/ DE MAIS 
 
A) Renato amou demais! (= muito) 
 Isso nos deixou felizes demais. 
 Estou bem demais! 
 B) Apesar de ter chegado ao sucesso como integrante da banda, resolvi partir sozinho, deixando aos demais a 
liberdade de escolha. (= outros) 
 
C) Não vejo nada de mais em sua atitude. (= de extraordinário) 
 Decidiram suspender o show porque havia convidados de mais. (= a mais; em excesso/ contrário de ‘de menos’) 
 
6) ONDE/ AONDE 
 
A) Onde o professor estacionou o carro? (= em que lugar) 
 Visitarei o país onde meus avós nasceram. (= em que; no qual) 
 
B) Aonde o professor se dirigiu com tanta pressa? (= a que lugar) 
 Visitarei o país aonde meus avós foram quando a 2ª guerra se iniciou. (= a que; ao qual) 
 
 
PRÁTICA 
 
1) Assinale a alternativa em que não haja erro de grafia: 
a) Senão fizer a prova no dia regular, não conseguirá a aprovação no concurso. 
b) Afim de que as soluções pudessem ser adotadas por todos, Júlio havia distribuído cópias do relatório no dia 
anterior. 
c) Concordo com você! Minhas ideias são completamente afins às suas! 
d) Com frequência, os médicos falam de AVC. Porisso, os próprios pacientes já estão familiarizados com esse 
termo. 
 
 
2) Assinale a única alternativa em que a expressão “porque” deve vir separada: 
a) Não compareci à reunião porque estava viajando. 
b) Se o Brasil precisa do trabalho de todos é porque precisamos de um nacionalismo produtivo. 
c) Em breve compreenderá porque tanta luta por um motivo tão simples. 
d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos. 
e) Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas. 
 
 
3) Assinale a única alternativa em que o uso do pronome relativo “onde” está adequado à norma culta da língua: 
 
a) Deitei-me às 2 horas e acordei às 5, onde dormi muito pouco. 
b) O jogador teve uma péssima atuação na partida, onde foi repreendido pelo técnico. 
c) Vários advogados se negaram a participar da festa beneficente, onde não concordavam com os motivos que 
levaram os organizadores a realizar tal evento. 
d) Os irmãos resolveram visitar os amigos em Portugal, onde já haviam vivido ótimas férias. 
e) Fui muito feliz na década de 80, onde fiz amizades que mantenho até hoje. 
 
 
4) As frases seguintes apresentam problemas referentes ao uso do pronome relativo “onde”. Reescreva-as, 
adequando-as à modalidade culta da língua: 
 
a) Desenvolvemos projetos de ação onde o importante é o voluntariado. 
____________________________________________________________________________________________ 
 
b) Aproveitei o tempo para ler alguns livros, onde eu me relaxei. 
____________________________________________________________________________________________ 
 21 
c) É necessário criar instrumentos para uma política social efetiva, onde o importante é o cidadão. 
 
____________________________________________________________________________________________ 
 
d) O bem-estar deve imperar em nosso país aonde devemos nos comprometer com a política. 
 
____________________________________________________________________________________________ 
 
e) Em todas as eleições surgem candidatos oportunistas, onde não devemos votar neles. 
 
____________________________________________________________________________________________ 
 
f) Temos de criar um país de cidadãos honestos onde haverá justiça social. 
 
____________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
4) Leia a frase seguinte: 
→ A opinião do jornalista veio de encontro à minha, porque seus argumentos são afins aos meus. No 
entanto, decepcionei-me com o editor-chefe do jornal já que ele assumiu uma postura preconceituosa que 
veio ao encontro do meu posicionamento contra a censura. 
Considerando que a expressão “AFINS” foi usada corretamente e observando o uso de “DE ENCONTRO A” e “AO 
ENCONTRO DE”, analise (comente, discuta, explique) a coerência ou incoerência dessa frase. Se for percebida 
alguma incoerência, proponha uma reescrita de forma a evitar tal problema. 
 
____________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
____________________________________________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 22 
 UNIDADE II 
COERÊNCIA e COESÃO 
 
 
Texto é uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão, dotada de unidade sociocomunicativa, 
semântica e formal. 
 
Um texto será bem compreendido quando avaliado sob três aspectos: 
a) o pragmático, que tem a ver com o seu funcionamento enquanto atuação informacional e comunicativa; 
b) o semântico-conceitual, de que depende a sua coerência; 
c) o formal, que diz respeito à sua coesão. 
 
Chama-se textualidade ao conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e não apenas 
um amontoado de frases. São sete os fatores responsáveis pela textualidade de um discurso qualquer: a 
coerência, a coesão, a intencionalidade, a informatividade, a aceitabilidade, a situacionalidade e a 
intertextualidade. 
 
 
Quando escrevemos um texto, uma das maiores preocupações é como amarrar a frase seguinte à 
anterior. Isso só é possível se dominarmos bem os princípios básicos de COESÃO. A cada frase enunciada 
devemos ver se ela mantém um vínculo com a anterior ou anteriores para não perdermos o fio do pensamento. De 
outra forma, teremos uma sequência de frases sem sentido, sucedendo-se umas às outras sem muita lógica, sem 
nenhuma coerência. 
 A coesão, no entanto, não é só esse processo de olhar constantemente para trás. É também o de olhar 
para adiante. Um termo pode esclarecer-se somente na frase seguinte. Se minha frase inicial for Pedro tinha um 
grande desejo, estou criando um movimento para diante. Só vamos saber de que desejo se trata na próxima frase: 
Ele quer ser médico. O importante é cada enunciado estabelecer relações estreitas com os outros a fim de tornar 
sólida a estrutura do texto. 
 Em outras palavras, poderíamos dizer que coesão é a costura necessária para que as partes do texto 
componham harmonicamente o todo. Ela representa o conjunto dos recursos linguísticos responsáveis pelas 
ligações que se estabelecem entre as partes de uma frase, entre as orações de um período ou entre os parágrafos 
de um texto. 
 Mas não basta costurar uma frase a outra para dizer que estamos escrevendo bem. Além da coesão, é 
preciso pensar na COERÊNCIA. Você pode escrever um texto coeso sem ser coerente: Por exemplo; 
 
Os problemas de um povo têm de ser resolvidos pelo presidente. Este deve ter ideais muito elevados. Esses ideais 
se concretizarão durante a vigência de seu mandato. O seu mandato deve ser respeitado por todos. 
 
 Nesse parágrafo, há coesão, mas de que ele trata? Dos problemas do povo? Do presidente? Do seu 
mandato? Fica difícil dizer. Embora ele tenha coesão, não tem coerência. Retomar a cada frase uma palavra da 
anterior não significa escrever bem. A coesão não funciona sozinha. No exemplo acima, teríamos que, de imediato, 
decidir qual a sua palavra-chave: presidente ouproblemas do povo? A palavra escolhida daria estabilidade ao 
parágrafo. Sem essa base estável, não haverá coerência no que se escrever; e o resultado será um amontoado de 
ideias. Enquanto a coesão se preocupa com a parte visível do texto, sua superfície, a coerência vai mais longe, 
preocupa-se com o que se deduz do todo. A coerência exige uma concatenação perfeita entre as diversas frases, 
sempre em busca de uma unidade de sentido. Veja o exemplo seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIO 
“Conhecido como um dos personagens mais brilhantes e rabugentos da história da televisão, o médico 
Gregory House, vivido pelo ator Hugh Laurie na série House, costumava sair de cada episódio como um rude 
herói: afinal, apesar do gênio difícil, ele conseguia diagnosticar as doenças mais raras e perigosas. Para a 
sorte de um paciente alemão que sofria de um grave problema no coração, seu médico era fã do programa, 
exibido entre 2004 e 2012, e foi com a "ajuda" de House que o cardiologista Juergen Schaefer diagnosticou o 
quadro do paciente, que já tinha o órgão comprometido pela doença” [...] 
 
Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/celebridades/medico-diagnostica-paciente-com-ajuda-de-dr-house 
Acesso em 27 fev 2014 
 
 23 
ATIVIDADES 
1) Torne o texto seguinte coerente, acrescentando palavras nas lacunas: 
 
 
Do riso ao trote 
 
 Andamos cansados de assassinatos em escolas, _______ e nos Estados Unidos, de guerras estúpidas e 
de trotes violentos _______, de vez em quando, terminam tragicamente. Mas acho que deveríamos ser menos 
cínicos, e começar a considerar normais essas _______, a não ser que decidamos ir fundo e pôr em questão 
também outras formas de relacionamento humano que tendemos a considerar não problemáticas. 
 Para começar, considere o caro leitor as piadas. Podem ser piadas relativas aos portugueses ou às loiras, 
mas as relativas aos homossexuais ou aos negros são exemplos mais evidentes. Freud acha que, quando fazemos 
uma piada, estamos de alguma ________ substituindo uma agressão física por uma agressão verbal, mesmo que 
a piada obrigue essa a ser indireta. Se _________ Freud, admitiremos que o desejo de destruição do outro – de 
qualquer um que seja diferente – só não é posto em prática por repressão, dito de outra maneira, como efeito de 
civilização, que é em grande parte um __________ de tecnologias para controlar pulsões, instintos. A __________ 
entre uma guerra e uma piada racista é grande, certamente, mas ambas pertencem à mesma linhagem: são uma 
forma de agredir o outro, de expressar a certeza de que o outro não é como nós. 
 Jogar calouros que não sabem nadar numa piscina, durante um trote – ou convidados em festas caseiras 
– é para muitos, apenas uma _________. Pode ser verdade que não haja nenhuma intenção – consciente – de 
provocar a morte de alguém. Mas fica uma pergunta __________ : por que divertir-se jogando os outros na água? 
 Mudo de cena, sem trocar de tema. Nos domingos à tarde, num dos programas mais assistidos da 
televisão brasileira, um ponto alto são as “vídeo-cassetadas”; em geral são cenas domésticas nas quais ocorre 
pequeno acidente inesperado. A sagrada família brasileira se diverte, o povo mais pacífico do mundo chora de 
tanto rir. Ri de alguém que se arrebenta, que corre o risco de ferimentos, que sofre ___________ diante de plateias 
que se tornaram multidões por via da televisão. Um ____________ de puro – pequeno? – sadismo. 
 Depois alguém dá um tiro em alguém por nada (por cá aquela palha, dir-se-ia) e todos nos horrorizamos, 
não entendemos de onde vem tanta _________. Ora, vem de dentro de nós, de todos nós. Se não cuidamos disso 
todos os dias, se não cultivarmos a leveza e a delicadeza, só nos divertimos com muito álcool, algum pó e alguém 
jogado na água. E se ele morrer, diremos que só estávamos nos divertindo um pouco. Não sabemos mais nada. 
Nem a semântica de “só”. 
(Adaptado de: POSSENTI, Sírio. Mal comportadas línguas. Curitiba, 2000). 
 
 
►Leia o texto a seguir para resolver as questões propostas: 
 
O perigoso vírus 
 (Jô Soares) 
 
Não sei se é verdade, mas circula um boato nos meios de informática de que está sendo preparado um novo vírus 
de computador, feito especialmente para interferir nos programas que escrevem os discursos do presidente. A 
característica mais fantástica desse vírus é que sua influência, ao contrário dos outros, não aparece dentro da 
máquina, mas apenas na hora em que ele é instalado no teleprompter, aparelho que permite às pessoas ler 
 24 
olhando diretamente para a televisão. É o que se usa normalmente nos telejornais, e teme-se que o vírus depois se 
propague, mas a intenção inicial é colocá-lo apenas para os discursos presidenciais. Não há dúvida de que esse 
vírus vai revolucionar e dinamizar todos os pronunciamentos feitos à nação. Os testes realizados têm sido muito 
promissores, mas ainda faltam alguns aperfeiçoamentos, pois, por mais que mexam na programação, o vírus ainda 
insiste em dar nexo a certos trechos do discurso. Os técnicos acham que esse pequeno problema poderá ser 
resolvido em pouco tempo, inclusive com o auxílio do próprio texto dos pronunciamentos. Já fico pensando nas 
maravilhas que poderiam acontecer. Oito horas da noite, todos sentados em frente à televisão, ansiosos pelas 
palavras do presidente, entra o emblema anunciando a cadeia nacional, contam-se os segundos regressivos e 
aparece a imagem simpática e descontraída do presidente. Olha direto para a câmera e começa: 
 
Senhoras e senhores, moços e moças. É fundamental, antes de mais nada, que neste 
pronunciamento, eu informe à nação que o rato roeu a roupa do rei de Roma. 
Mas só os pessimistas não percebem que isso nunca impedirá o nosso desenvolvimento 
porque, enquanto a aranha arranha a jarra, a jarra a aranha arranha. 
É claro que ainda não dominamos a inflação, mas continua nossa luta contra esse monstro, 
esse pato, que papou a pinta do Pluto, e o papa, num papo, passou um pito no Pepe, que pintava 
pipa no pé da papaia. 
Aos detratores da nossa política econômica, respondo que o nosso desenvolvimento jamais 
se fará farinha farinhada, porque não esfarela farofa de farofeiro fazendo farol, e às favas o povo. 
[...] 
Não posso deixar de dizer também que não sou daqueles que se intimidam na hora da 
batalha. Quanto maior o desafio, maior o meu empenho prenhe de pinho de pamonha do pampa. 
Finalmente, para terminar, pois já está na hora da novela, afirmo que é claro que, quando 
aqui cheguei, constatei na hora que aqui há eco e que aqui o eco há. E aos céticos que me 
perguntarem: “O quê? Aqui há eco? Aqui há eco? Que eco é?” Eu respondo sem medo: “É o eco 
que há cá!”. 
 
 Revista Veja. 2/2/1994. 
 
 
 
Para as questões 1, 2 e 3, atenha-se, principalmente, ao discurso que, supostamente, o presidente pronunciaria e à 
seguinte afirmação: 
 
 → A textualidade só pode ser avaliada no contexto discursivo para o qual o texto foi produzido. 
 
1) Considerando uma situação real em que o presidente fala à nação, é correto afirmar que: 
a) o suposto discurso é coerente, já que tem uma lógica interna e uma temática facilmente compreendidas pelos 
interlocutores; 
b) o suposto discurso é coerente, já que um presidente da República tem o direito, garantido pela Constituição, de 
elaborar pronunciamentos como bem quiser, mesmo que o povo não os entenda integralmente; 
c) o suposto discurso é incoerente, já que não há progressão de ideias nem um tema claramente desenvolvido nem 
explicitado; 
d) o suposto discurso é incoerente, já que um presidente da República não deve se dirigir aos seus compatriotas 
como“moços e moças”; 
e) o suposto discurso é incoerente, já que, num pronunciamento presidencial, é inadmissível o uso da 1ª pessoa do 
singular. 
 
2) Considerando que o discurso do presidente faz parte de um texto de um conceituado humorista, é correto 
afirmar que: 
a) o texto do presidente é coerente, pois é possível perceber a “voz” do humorista por meio do uso da 1ª pessoa do 
singular; 
 25 
b) o texto do presidente é coerente, pois o interlocutor compreende que as “quebras” ou “trava-línguas” que 
ocorrem no interior do discurso são elementos fundamentais para se estabelecer humor; 
c) o suposto discurso é incoerente, pois a ausência de progressão de ideias dificulta, ao interlocutor, compreender 
por completo a mensagem do texto; 
d) o suposto discurso é incoerente, pois um presidente da República não deve se pronunciar de forma desconexa, 
mesmo que seja num texto humorístico; 
e) o suposto discurso é incoerente, pois um presidente da República jamais se dirigiria aos seus compatriotas como 
“moços e moças”. 
 
3) No hipotético discurso pronunciado pelo presidente, as “quebras” (trava-línguas) lançadas no final de cada um 
dos parágrafos funcionam como um recurso linguístico utilizado pelo autor para conferir humor ao texto. 
 
 O trecho que NÃO justifica esse raciocínio está na alternativa: 
a) “É fundamental, antes mais nada, que neste pronunciamento eu informe à nação...”; 
b) “... enquanto a aranha arranha a jarra, a jarra a aranha arranha”; 
c) “... mas continua a nossa luta contra esse monstro, esse pato, que papou a pinta do Pluto, e o papa, num papo, 
passou um pito no Pepe”; 
d) “... porque não esfarela farofa de farofeiro fazendo farol, e às favas o povo”; 
e) “... maior o meu empenho prenhe de pinho de pamonha do pampa”. 
 
3) Os trechos seguintes apresentam marcas subjetivas do autor Jô Soares, EXCETO: 
a) “Não sei se é verdade...”; 
b) “A característica mais fantástica desse vírus...”; 
c) “... e teme-se que o vírus depois se propague...”; 
d) “Já fico pensando nas maravilhas que poderiam acontecer”; 
e) “... aparece a imagem simpática e descontraída do presidente...” 
 
4) A intenção principal do autor do texto é: 
a) propor soluções para os problemas enfrentados pelos presidentes da República quando fazem pronunciamentos 
na TV; 
b) discutir, com uma certa seriedade, o vazio, a inconsistência e uma falsidade que há por trás dos discursos 
presidenciais; 
c) apontar a ineficiência dos aparelhos eletrônicos utilizados nos pronunciamentos; 
d) criticar a inconsistência dos discursos presidenciais, utilizando-se da sátira e do humor; 
e) provocar uma profunda reflexão nos leitores quanto ao vazio dos discursos presidenciais. 
 
 
►Leia o texto seguinte para resolver as próximas questões: 
 
Conto de fadas para mulheres do século XXI 
 
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda princesa que, independente e cheia de 
autoestima, enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava 
em conformidade ecológica, se deparou com uma rã. 
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: 
 – Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má lançou-me um encanto e eu 
transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo 
príncipe e poderemos casar e constituir um lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe poderia vir morar 
conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias as minhas roupas, criarias os nossos filhos e 
viveríamos felizes para sempre. 
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à milanesa, acompanhadas de um cremoso molho 
acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria e pensava… 
Nem morta! 
Luís Fernando Veríssimo 
 
1) Luiz Fernando Veríssimo, ao tecer seu texto, fornece pistas que permitem ao leitor perceber modificações em 
relação ao conto de fadas tradicional. Uma das pistas que permitem ao leitor não se surpreender tanto com o 
desfecho da estória é: 
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a) “Era uma vez, numa terra muito distante”. 
b) “uma linda princesa que, independente e cheia de autoestima”. 
c) “Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito”. 
d) “Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à milanesa”. 
e) “a princesa sorria e pensava”. 
 
2) Do ponto de vista temático, a intertextualidade se estabeleceu porque o autor: 
 
a) baseou-se em um conto de fadas tradicional e corrompeu o seu tom original. 
b) criou uma estória original para as jovens mulheres do século XXI. 
c) partiu de um conto de fadas tradicional e manteve o seu tom cômico. 
d) desviou-se da abordagem típica de contos de fadas e criou um desfecho. 
e) ocultou os elementos característicos de uma narrativa fantasiosa 
 
3) No texto, é possível observar a convivência da linguagem culta com a coloquial, como exemplificam os 
fragmentos: 
 
a) “Era uma vez, numa terra muito distante” e “em conformidade ecológica”. 
b) “Uma bruxa má lançou-me um encanto” e “tu poderias preparar o meu jantar”. 
c) “constituir um lar feliz no teu lindo castelo” e “viveríamos felizes para sempre”. 
d) “Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à milanesa” e “a rã pulou para o seu colo”. 
e) “tu poderias preparar o meu jantar” e “Nem morta!”. 
 
 
 
A COESÃO TEXTUAL 
 
Cada elemento responsável pela coesão textual funciona, no interior do texto, como um pequeno “nó”, que 
serve para “amarrar” duas ou mais ideias. Existem, porém, diferentes tipos de elos textuais. 
Um desses tipos envolve o estabelecimento de referência. Em nossa língua, a classe dos pronomes 
constitui a principal fonte desses “nós” linguísticos, por poder atuar na substituição de substantivos ou expressões 
que designam algo já dito anteriormente, ou que será futuramente dito, pelo autor. Por isso, é importante que você 
conheça bem o uso dos pronomes, para que, com seu auxílio, garanta o estabelecimento correto das referências 
no interior de um texto, ou seja, consiga “amarrá-las” de forma adequada. Volte ao texto e reveja a utilização dos 
pronomes. 
É sempre bom reforçar que a coesão está linguisticamente assinalada nos textos, uma vez que a 
interpretação de determinados elementos textuais depende da interpretação de outro(s). Costuma-se dizer, quando 
há um nexo coesivo explícito, que um termo pressupõe o outro na medida em que não pode efetivamente ser 
“decodificado” (compreendido) sem que seja feita referência àquele outro termo. Quando um fenômeno como esse 
ocorre no interior de uma estrutura, diz-se que se estabeleceu uma relação de coesão entre dois elementos, que 
passam a estar potencialmente integrados na estrutura textual maior da qual fazem parte. 
Trataremos a seguir dos três tipos de coesão: a referencial, a lexical e a sequencial. 
 
I- COESÃO REFERENCIAL → permite a recuperação de termos do texto, evitando repetições. É o caso dos 
advérbios, pronomes e outros. Manifesta-se através da anáfora e da catáfora: 
 
ANÁFORA 
— Meu pai está irritado hoje. 
— Ele está preocupado com algo? 
— Quanto a isso, nada posso dizer. 
CATÁFORA 
— A noite passada se resumiu nisto: conversar, 
beber e comer! Eu me diverti muito, ou melhor, 
todos nós aproveitamos a agradável noite. 
 
 
 27 
Outros mecanismos linguísticos utilizados para se evitar a repetição: 
* Substituição 
 
 
 
 * Elipse 
 
 
 
 
II- COESÃO LEXICAL → efeito obtido pela seleção de vocabulário, é garantida por dois tipos de procedimento: 
* Reiteração 
 
 
 
 
 
 
Observação importante: as retomadas de um referente por uma expressão genérica ou por um hiperônimo são 
recursos naturais do texto para se evitar a repetição. Isso não significa, de maneira alguma, que o texto necessite 
apresentar esses recursos para que lhe seja garantida uma boa coesão. Mesmo porque a repetição pode ser 
evitada atravésde outros recursos, tais como elipse, pronominalização etc. Vale lembrar também que nem sempre 
a repetição deve ser encarada como um defeito “coesivo”, podendo, muitas vezes, contribuir para um efeito 
enfático. A escolha dos recursos coesivos mais adequados deve ser feita, portanto, levando-se em conta a 
articulação geral do texto e, eventualmente, os efeitos estilísticos que se desejam obter. 
* Colocação ou contiguidade 
 
 
 
 
ATIVIDADES 
 
1) Leia o texto para resolver a questão: 
 
 
A MALÁRIA mata de 2 a 3 milhões de pessoas no mundo por ano. A doença não possui nenhuma vacina aprovada 
pela comunidade científica e só existem cinco remédios para combatê-la. Boa parte dos doentes não responde 
mais ao tratamento, já que tais drogas estão ultrapassadas. Mesmo que não venha a falecer, quem já adquiriu 
MALÁRIA pode contrair a moléstia novamente, o que fatalmente ocorrerá se continuar morando numa área de 
risco. Há quem contraia a enfermidade mais de vinte vezes durante a vida, sofrendo com seus efeitos, como febres 
altíssimas e delírios. 
 
 Glauco Faria e Nicolau Soares. Doenças que não valem nada. Revista Fórum – nº 3. SP: Publisher Brasil, 2002. 
 
Identifique e classifique os elementos de coesão utilizados como co-referentes para MALÁRIA e REMÉDIOS. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
Eduardo ganhou duas passagens para o Rio de Janeiro. Perguntou se eu queria uma e se queria 
conhecer a Cidade Maravilhosa. 
— João vai conosco ao Rio de Janeiro? 
— (João) Vai (conosco ao Rio de Janeiro). 
A deputada parecia nervosa. A deputada havia sido vítima de um assalto. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
Um menino entrou depressa no supermercado. O garoto fugia de alguém. 
----------------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
A Enterprise partiu da estação espacial com toda a tripulação. A nave faria mais uma viagem 
intergaláctica. 
 
Houve um grande roubo no Banco do Brasil. Várias viaturas transportaram os bandidos que foram 
capturados para a delegacia. 
 28 
 
 
2) Leia o texto seguinte para responder à questão proposta: 
 
As cobaias perfeitas 
 
Por fora, uma enorme diferença. Um é cheio de pêlos, pequeno e, para muitos, bem nojento. O outro é, no geral, 
limpinho e aceito socialmente por todos. Por dentro, quem diria, o rato e o homem são quase idênticos. Aí está a 
explicação por que o pequeno roedor é usado na maioria das experiências científicas sobre comportamento 
humano e para desenvolvimento de remédios contra tudo o que é tipo de doença, de gripe a Aids e câncer. 
 
 Correio Brasiliense. 5/12/2002. 
 
Considerando que, normalmente, a identificação do referente aparece no início do texto, avalie a coesão 
estabelecida em “As cobaias perfeitas” e explique o efeito de sentido que se consegue com a esse tipo de 
construção. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
 
 
3) Leia o texto: 
 
Inimigos 
 
 O apelido de Maria Teresa, para o Norberto, era “Quequinha”. Depois do casamento, sempre que queria contar 
para os outros uma de sua mulher, Norberto pegava sua mão, carinhosamente, e começava: 
 ― Pois a Quequinha... 
 E a Quequinha, dengosa, protestava: 
 ― Ora, Beto! 
 Com o passar do tempo, o Norberto deixou de chamar a Maria Teresa de Quequinha. Se ela estivesse ao seu 
lado e ele quisesse se referir a ela, dizia: 
 ― A mulher aqui... 
 Ou, às vezes: 
 ― Esta mulherzinha... 
 Mas nunca mais Quequinha. 
 (O tempo, o tempo. O amor tem mil inimigos, mas o pior deles é o tempo. O tempo ataca em silêncio. O tempo 
usa armas químicas.) 
 Com o tempo, Norberto passou a tratar a mulher por “Ela”. 
 ― Ela odeia o Charles Bronson. 
 ― Ah, não gosto mesmo. 
 Deve-se dizer que o Norberto, a essa altura, embora a chamasse de Ela, ainda usava um vago gesto de mão 
para indicá-la. Pior foi quando passou a dizer “essa aí” e a apontar com o queixo. 
 ― Essa aí... 
 E apontava com o queixo, até curvando a boca com um certo desdém. 
 (O tempo, o tempo. O tempo captura o amor e não o mata na hora. Vai tirando uma asa, depois a outra...) 
 Hoje, quando quer contar alguma coisa da mulher, o Norberto nem olha na sua direção. Faz um meneio de lado 
com cabeça e diz: 
 ― Aquilo... 
 
Luís Fernando Veríssimo. Novas Comédias da Vida Privada. 
 
 
 29 
a) Considerando os mecanismos coesivos estudados, busque exemplos no texto que expliquem: 
 
ANÁFORA: ELIPSE: REITERAÇÃO: 
 
b) De que maneira o uso dos pronomes esta, ela, essa e aquilo contribui para a construção do efeito de humor 
que se pode observar no texto “Inimigos”? 
 
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
 
 
4) Note que, entre os dois períodos abaixo, não foi usada nenhuma conjunção: 
 
“É importante acreditar que o Brasil, no futuro, será outro. O que não pode acontecer é fechar os olhos para o que 
ele é hoje”. 
 
a) Qual a relação semântica que esses dois períodos mantêm entre si? 
_________________________________________________________ 
 
 
b) Eles poderiam ser unidos por uma conjunção que mantivesse esse sentido? Se sim, reescreva a frase utilizando 
tal conjunção. 
_________________________________________________________ 
_________________________________________________________ 
 
 
5) Leia: “quem não lê corre muito mais riscos de dar vexame por escrito, e isso não é algo a ser desconsiderado só 
porque se trabalha numa profissão que, aparentemente, não exige familiaridade com as palavras”. 
 
 No texto acima, o pronome demonstrativo “isso” é correferente de uma ideia. 
 Identifique essa ideia e explique se o pronome em questão é anafórico ou catafórico. 
 
_________________________________________________________ 
_________________________________________________________ 
_________________________________________________________ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 30 
COESÃO SEQUENCIAL 
→ Antes de se definir esse tipo de coesão, leia o texto abaixo e, em seguida, insira os seguintes elementos 
linguísticos, de forma a tornar o texto coeso e coerente: AINDA QUE – POIS – SE – MAS – OU – PARA – QUE – 
QUANDO – PORTANTO – QUANDO - E. 
 
7 pecados capitais na hora da entrevista de emprego 
 1) Chegar atrasado 
É considerado um pecado quase que mortal. Trata-se de um filtro de eliminação de candidatos em muitas 
empresas. O trânsito já não é mais considerado desculpa. _______________ o candidato não chega no horário 
para uma entrevista de emprego, o que dirá trabalhando na empresa? Saia de casa mais cedo, ______________ 
chegar com antecedência fará você se preparar melhor psicologicamente, não ficar ansioso, estressado nem 
aparecer todo suado. 
2) Ir trajado de forma inadequada 
Na dúvida, se não estiver certo de qual traje usar, procure optar pelo mais formal. Isso evita comer gafes. No caso 
dos homens, o ideal é o terno com gravata, ____________________ venha crescendo a tendência do blazer sem 
gravata. Para mulheres,terninho clássico ___________________ saia discreta, na altura dos joelhos. 
3) Demonstrar nervosismo excessivo 
Faz parte da dinâmica o selecionador quebrar o gelo no início. ___________________, se no decorrer da 
entrevista, perante o questionamento do entrevistador, o candidato demonstrar nervosismo ou titubear nas 
respostas, pode demonstrar insegurança dos aspectos ________________ estão sendo levados em conta. Tente 
manter a calma. Encare a entrevista como uma oportunidade, mas lembre-se que não é a última. 
4) Atender o celular 
Por mais incrível que possa parecer, há candidatos que não desligam o telefone e, _______________ chega 
mensagem ou alguém liga, ainda pedem licença ___________________ atender. Se o entrevistador for muito 
educado, até deixa o candidato atender e depois termina a entrevista, mas as chances do entrevistado seguir 
adiante são mínimas. Se for o caso, deixe o celular com alguém da recepção antes de entrar na sala ou coloque-o 
no modo silencioso ou vibra call. 
5) Usar gírias e/ou palavrões 
Numa entrevista, a clareza na comunicação é fundamental. O uso de linguagem de grupos é inapropriado, pois às 
vezes fica até difícil para o selecionador entender uma mensagem. Seja claro, educado _____________ demonstre 
boa postura. 
6) A postura/comunicação não-verbal 
Inclui o olhar, o acenar de cabeça, o suspiro... E não olhar nos olhos ao responder as questões do entrevistador é 
um pecado capital. Demonstra insegurança, além de falta de respeito. 
7) Mentir 
Com uso de alguns instrumentos, ________________ avaliações e referências, além da própria entrevista e do 
currículo, os selecionadores experientes pegam logo de cara uma contradição. E, claro, eliminam o candidato do 
processo. Honestidade, integridade e caráter são aspectos muito valorizados pelas organizações. _____________, 
seja sincero, ainda que a sua resposta não vá ao encontro do que o entrevistador espera ouvir. 
 
 31 
Os elementos novos inseridos no texto são conectores ou conectivos. Eles são também responsáveis 
pela coesão de nosso pensamento e tornam a leitura mais fácil e fluente. Por isso, temos de saber usá-los com 
precisão, tanto no interior da frase, quanto ao passar de um enunciado a outro, se a clareza assim o exigir. Sem 
esses conectores ― preposições, advérbios, conjunções, termos denotativos, pronomes relativos ―, o pensamento 
não flui, muitas vezes não se completa, e o texto torna-se obscuro, sem nenhuma coerência. 
 Antes de tudo, precisamos saber em quantos segmentos divide-se a frase. Cada segmento deve estar 
bem conectado com o outro. Para sabermos quais os segmentos principais de uma frase, basta observar os verbos 
nela existentes e seus respectivos sujeitos. A frase expande-se a partir desses dois componentes. Cada par 
sujeito/verbo constitui o núcleo de um segmento de frase. O período nasce da expansão dos segmentos articulados 
entre si. A coesão e a coerência de um período dependem da boa conexão entre eles. 
 
1- Os principais conectivos 
 
 Uma preocupação de quem escreve é ver se os conectores estão empregados com precisão. A toda hora 
estamos fazendo uso deles. Por isso, damos a seguir uma lista sucinta desses conectivos e suas respectivas 
funções: 
 
 
 
 
→ Conjunções, locuções conjuntivas, preposições e locuções prepositivas: 
 
1- Adição – e, nem, também, não só...mas também. 
2- Alternância – ou...ou, quer...quer, seja...seja. 
3- Causa – porque, já que, visto que, graças a, em virtude de. 
4- Conclusão – logo, portanto, pois. 
5- Condição – se, caso, desde que, a não ser que, a menos que. 
6- Comparação – como, assim como. 
7- Conformidade – segundo, conforme. 
8- Consequência – tão...que, tanto...que, de modo que, de sorte que, de forma que. 
9- Explicação – pois, porque. 
10- Finalidade – para que, a fim de que; para (+ infinitivo). 
11- Oposição – mas, porém, entretanto; embora, mesmo que; apesar de (+ infinitivo). 
12- Tempo – quando, logo que, assim que, toda vez que. 
 
→ Pronomes relativos: que – quem – cujo – onde. 
 
 
ATIVIDADES 
 
1) Junte as duas sentenças, subordinando a segunda à(s) palavra(s) em negrito na primeira. Observe o exemplo: 
→ Estava lotado o cinema. Fomos ao cinema ontem. = Estava lotado o cinema a que fomos ontem. 
a) Revoltamo-nos contra o vendedor. Havíamos sido enganados por ele. 
_________________________________________________________ 
b) Aqui estão os documentos. Você se esqueceu dos documentos. 
_________________________________________________________ 
c) Peço desculpas às pessoas. Às vezes fui ingrato com essas pessoas. 
_________________________________________________________ 
 32 
d) Muito elegante estava a colega. Cedi o lugar a ela na condução. 
_________________________________________________________ 
e) Atente para os detalhes. O desenhista nos falou sobre esses detalhes. 
_________________________________________________________ 
2) "Não tenho dúvidas de que a reportagem esteja à procura da verdade, mas é preciso ressalvar de que a história 
não pode ser escrita com base exclusivamente em documentos de polícia política.” (O Estado de S. Paulo, 
30/8/11.) 
 Das duas ocorrências de “de que”, no excerto acima, uma está correta e a outra não. 
Justifique a correta e corrija a incorreta, dizendo por quê. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
3) Observe que a clareza do trecho seguinte é prejudicada porque a associação entre preposição e pronome 
relativo (“com + que” e “em + quem”) está inadequada. Proponha uma reescrita desse trecho de forma a torná-lo 
coeso e coerente, utilizando, para isso, apenas pronomes relativos (que, quem, onde, cujo, o qual, a qual) e 
preposições (a, com, de, em, para, por, sobre etc.). 
 
→ Depois da palestra, o economista reuniu alguns participantes e apresentou as estatísticas com que discordava. 
Dirigi-me ao grupo porque queria conhecer esse profissional, em quem tenho uma inestimável admiração. 
_________________________________________________________
_________________________________________________________ 
 
4) Nas frases abaixo, preencha o espaço com o pronome que, quem ou o(a) qual antecedido ou não de preposição, 
conforme o caso: 
 
a) Eles têm consciência dos limites ____________ podem chegar. 
 
b) Tratava-se de pessoas _____________ podia encontrar-me mesmo a altas horas da noite. 
 
c) Reencontrei Marcelo, o rapaz ___________ havia conversado dois dias antes. 
 
d) O fundo de ações ___________dependia minha remuneração havia rendido oito por cento naquele mês. 
 
 
5) Nos enunciados a seguir, destaque os conectivos que relacionam orações e, depois, substitua-os por outros de 
valores idênticos: 
 
a) Sacrificaram todo o rebanho bovino daquela região, porque temiam um surto de febre aftosa. 
_________________________________________________________ 
 
b) Paulo teria comparecido à reunião de posse da nova diretoria, se o tivessem convidado com mais antecedência. 
_________________________________________________________ 
 
c) Embora nunca tenha passado por aquela avenida, o motorista foi multado por excesso de velocidade. 
_________________________________________________________ 
d) A vacinação promete prevenir muitas epidemias, mas crescem as suspeitas de doenças causadas por vacinas. 
_________________________________________________________ 
 
 33 
Oficina de Texto 
 
Foram acrescidos ao texto a seguir desvios de acentuação gráfica, pontuação, ortografia, crase, regência 
e concordância verbais. Você também encontrará problemas de coesão e inadequações vocabulares. 
 Mantendo as ideias do autor, reescreva o texto, tornando-o mais adequado à língua culta. Atenha-se, 
principalmente, aos defeitos citados. 
 
“O jornalismo

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