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Ação de Dano moral e Material cc pedido de liminar com bloqueio de veículoAparecido da Silva

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ SUPERVISOR DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE APUCARANA, ESTADO DO PARANÁ.
				GLEISE CRISTINA MENDES DOS SANTOS, brasileira, casada, auxiliar de produção, portadora da cédula de identidade R.G. n. 000SSP/PR, inscrita no CPF/MF sob n. 000, residente e domiciliada na Rua Gilberto Dias Moreira, Q 01 Lt 03, distrito Correia de Freitas, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, por intermédio de seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), com endereço profissional constante no rodapé desta, onde recebe notificações e intimações, vem, mui respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 5.º, Inciso V e X, da Constituição Federal propor
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DE DANOS MORAIS E MATERIAIS C/C PEDIDO DE LIMINAR DE BLOQUEIO DE VEÍCULO
				em face de JOSE APARECIDO DA SILVA, brasileiro, Est. Civil ignorado, profissão ignorada, nº. de documentos ignorados, residente e domiciliado na Rua Arthur Bernardes, n. 000, bairro Vila do Colégio, no Município de Apucarana, Estado do Paraná e FABIANA JOSEMEIRE DE LIMA, brasileira, casada, professora, nº. documentos ignorados, residente e domiciliada na Rua Pio X, n. 000, Jardim Paulista, na cidade de Apucarana, Estado do Paraná, pelos motivos de fato e direito que passa a expor:
DOS FATOS	
Na data de 22/01/2013 a requerente conduzia responsavelmente sua motocicleta Honda CG 150 Titan ano 2007/2008 de cor preta, Placa API-3926, RENAVAM n. 939095947, pela Rua cons. Zacarias Goes de Vasconcelos, no sentido bairro-centro, nesta cidade, quando em um ato repentino e de total imprudência, a segunda requerida abriu totalmente a porta de seu veículo um Renault/ Scenic, cor branca, placas _____________, que estava estacionado, fazendo com que a requerente viesse a colidir com o automotor, sofrendo uma queda violenta e brusca de sua motocicleta.
Devido a queda a requerente necessitou de atendimento médico que inicialmente viera a ser prestado no local pelo Siate, sendo posteriormente conduzida ao Hospital da Providência, nesta cidade, para realização de alguns exames.
Ao ser realizados os devidos exames foi constatado que a mesma viera a sofrer sérias lesões em seu joelho e pé, tendo inclusive que passar por cirurgia em ambos, caracterizando um verdadeiro prejuízo para a requerente que a partir de então teve que conviver com as sequelas causadas em decorrência do acidente, conforme demonstra fotos apensas.
Cumpre salientar que o acidente ocorreu devido ao fato de ter a requerida aberto inteiramente a porta do veículo, em um movimento brusco e imprudente, não dando quaisquer condições da requerente realizar uma manobra que pudesse evitar uma colisão entre os dois veículos.
Importante salientar que o local possui estacionamento de ambos os lados e trânsito no sentido contrário, ou seja, de mão dupla, o que faz com que seja diminuído o espaço de trânsito da requerente.
Notório também é que no momento dos fatos supra narrados a requerente trafegava em baixa velocidade, pois no local da colisão existe um quebra-molas e uma faixa de pedestres, tendo em vista que fica em frente a uma creche e a um posto de saúde, respectivamente.
Curioso ou até mesmo espantoso é saber que, além de ter a imprudência de abrir a porta inesperadamente e de forma irresponsável, a requerida, no momento da colisão, estava estacionada encima da faixa de pedestre que ali existe, (fotos e boletim apensos), o que demonstra ainda mais a imprudência da requerida. 
Nota-se que, de acordo com as fotos e dados do boletim de ocorrência anexo, apesar do momento do ocorrido se tratar de início de noite, havia boa luminosidade, tempo bom, pista seca, etc., o que demonstram que as condições climáticas e as sinalizações estavam ótimas, subtendendo-se que nada justifica tal fato, a não ser a falta do dever de cuidado da requerida frente ao ocorrido, pois se houvesse agido com o mínimo de cuidado e prestado atenção no fluxo de veículos a seu redor teria avistado a requerente em sua motocicleta.
Pelo dever de cuidado objetivo, a requerida deveria ter olhado pelo espelho retrovisor e prestado a devida atenção no fluxo de veículos à sua volta antes de abrir inteiramente a porta de seu veículo.
Devido a tal fato ocorreram algumas avarias na parte frontal e lateral da motocicleta da requerente que, apesar de serem de pequena monta, ocasionaram prejuízos materiais para a mesma, conforme demonstram os 03 (três) orçamentos feitos em estabelecimentos diferentes pela requerente (documentos apensos).
Ademais, em função do ocorrido a requerente ficou incapacitada para atividades laborais, tendo inclusive que dar entrada no beneficio de auxílio-doença, o que lhe fora concedido justamente por ficar constatada tal incapacidade, como demonstra documento apenso sobre comunicado de decisão da Previdência Social. 
Além do mais a requerente estava desempregada, e procurava inclusive por outro emprego e devido ao ocorrido a requerente não terá possibilidades de trabalhar por um certo tempo.
O que ocorre, é que somente o recebimento do auxilio doença é insuficiente para custear os gastos com remédios e sua subsistência, tendo em vista os gastos excessivos com medicamentos, (recibos apensos). 
Portanto, como supra narrados os gastos com medicamentos esta correndo por custas da requerente, que esta sofrendo um grande transtorno com tais gastos, uma vez que esses gastos estavam fora de seu orçamento.
Tendo a requerente procurado a requerida para que a mesma viesse a lhe “ajudar” com os gastos dos medicamentos, a requerida negou-lhe tal ajuda, dizendo para a requerente que iria procurar seus direitos, em um total ato de intolerância e humilhação para com a requerente, demonstrando uma total falta de humanidade para com a vida alheia, o que torna-se inaceitável partindo de uma educadora, já que a requerida é a diretora de uma instituição de ensino, na qual deveria dar a boa educação e ensinar os princípios básicos da boa convivência, humanidade e dignidade que gira em torno da pessoa humana, sendo que tal conduta lhe faltara exatamente no momento em negou tal ajuda e ainda no momento em que estacionou em cima da faixa de pedestre.
Porém ante a falta de consciência da requerida em ajudar a requerente com os medicamentos após a requerente ter lhe procurado diversas vezes a requerente não possui outra alternativa a não ser socorrer-se dos meios legais para ter sua pretensão satisfeita.
DO DIREITO
	Introito
Nota-se, portanto que o resultado era previsível, o que demostra a falta do dever de cuidado da requerida, e sendo o dever de cuidado uma característica do homem médio, resta-nos, porém que a requerida agiu culposamente.
Verifica-se a falta de humanidade da requerida para com a vida alheia, no momento em que negou ajuda com medicamentos para a requerente, e temos no art.949 (infra) mencionado demonstrando o dever de indenizar do ofensor para com o ofendido no caso de lesão à sua saúde.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o conceito de saúde não é apenas a ausência de doença, mas uma situação de perfeito bem-estar físico, mental e social.
Destarte em nosso Código de Transito Brasileiro em seu atr.49 infra mencionado, é claro o dever de cuidado que o condutor de veiculo deve ter antes de abrir a porta, devendo no entanto observar o fluxo de veículos a sua volta.
Do Código de Transito Brasileiro
Age com culpa quem abre a porta de automóvel, para dele sair, sem prestar atenção ao fluxo de veículos, dando causa a colisão com outro automóvel.
Art. 49. O condutor e os passageiros não deverão abrir a porta do veículo, deixá-la aberta ou descer do veículo sem antes se certificarem de que isso não constitui perigo para eles e para outros usuários da via. (GRIFO NOSSO)
Veja-se que no caso em tela não houve acatamento à devida atenção e aos cuidados indispensáveis à segurança do trânsito pela requerida, uma vez que esta executou manobra perigosa, sem levar em conta o que preceitua o supra artigo, vindoa causar a colisão com a motocicleta da requerente que andava regularmente na pista de rolagem.
Do dano moral
O termo “dano” vem do latim e significa “ofensa” ou diminuição do patrimônio moral ou material de alguém.
"dano em sentido lato, é toda diminuição dos bens jurídicos da pessoa”. Em consonância com a Carta Magna de nosso Ordenamento Jurídico a violação tanto de direito material ou moral estarão em caráter assecuratório, passíveis de indenização.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a indenização por danos morais adquiriu “status” constitucional, ao se fazer presente no artigo 5º, inc. V; X, de nossa Carta Magna. Diz assim o texto:
 “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes”:
(...)
V – é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além de indenização por dano material, moral ou à imagem.
(...)
“X – são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação.”
Destarte, ficam evidentes em nosso ordenamento as atribuições da nossa Carta Magna, fazendo assim uso o requerente de seus direitos.
				A legislação ordinária regulamenta o assunto de maneira nítida, consoante se extrai do artigo 186 combinado com o artigo 927, ambos do Código Civil, ipsis litteris:
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”
[...]
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
		
				Resta evidenciado que quem causa dano a outrem, mesmo que culposamente, tem o dever em repará-lo.
				Sobre o dano e sua consequente reparação assevera o ilustre doutrinador Carlos Alberto Bittar:
“Havendo dano, produzido injustamente na esfera alheia, surge a necessidade de reparação, como imposição natural da vida em sociedade e, exatamente, para sua própria existência e o desenvolvimento normal das potencialidades de cada ente personalizado. É que investidas ilícitas ou antijurídicas no circuito de bens ou de valores alheios perturbam o fluxo tranquilo das relações sociais, exigindo, em contraponto, as reações que o Direito engendra e formula para a restauração do equilíbrio rompido”. (Reparação Civil por Danos Morais, Ed. RT, 2ª edição, 1994, págs., 15/16).
Sobre o dano moral é oportuno trazer à baila os ensinamentos do ilustre professor Caio Mario da Silva Pereira que assim diz:
“Dano moral é qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária, e abrange todo atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legítima, ao seu pudor, à sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, a suas afeições, etc". (Traité de La Responsabilité Civile, vol.II, nº. 525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).
Assim é inegável o dano moral suportado pela requerente.
	Concernente ao dano material em matéria civil assevera a ilustre autora Maria Helena Diniz em sua obra Curso de Direito Civil Brasileiro – Responsabilidade Civil, volume 7, editora Saraiva, pág. 64, o seguinte:
“O dano patrimonial vem a ser a lesão concreta, que afeta um interesse relativo ao patrimônio da vítima, consistente na perda ou deterioração, total ou parcial, dos bens materiais que lhepertencem, sendo suscetível de avaliação pecuniária e de indenização pelo responsável. Constituem danos patrimoniais a privação do uso da coisa, os estragos nela causados, a incapacitação do lesado para o trabalho, a ofensa a sua reputação, quando tiver repercussão na sua vida profissional ou em seus negócios”. (GRIFO NOSSO)
Destarte, ante os danos patrimoniais sofridos pela requerente, conforme já apresentado na narração fática do ocorrido, não restam dúvidas que a requerida deverá reparar o prejuízo material que causou àquela, de acordo com a norma mandamental.
Diante de tal fato, e também com o respaldo do preceito constitucional, consolidou-se a Súmula 37, do STJ, que dispôs sobre a cumulatividade das indenizações por dano material ou moral, decorrentes de sua violação.
 Súmula 37, STJ:
“São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos de mesmo fato”
Da indenização
Portanto estamos diante do campo da responsabilidade civil, cujo dever de indenizar é claro em razão do dano causado a bens jurídicos tutelados pelo nosso ordenamento, decorrido exclusivamente de culpa da requerida.
Vê-se, destarte, que o dever de indenizar pela reparação de danos morais decorrentes das lesões, do sofrimento, de ter a vitima que passar por cirurgias, afastando-a de seus afazeres, diminuindo sua capacidade para o trabalho, nossa legislação é categórica ao esclarecer sobre a indenização nos arts. 949 e 950 do c/c segue: 
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo que o ofendido prove haver sofrido.
Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profissão, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
				Na presente situação encontra-se evidente o dever de indenizar pelo dano moral e material suportado pela requerente em decorrência da atitude culposa cometida pela requerida.
				Pela indenização de danos morais em razão de atos análogos ao cometido pela requerida e a negligência da mesma, o Colendo Tribunal de Justiça do Estado do Paraná tem se mostrado favorável, tal como se denota do seguinte julgado: 
“RESPONSABILIDADE CIVIL. ABERTURA DE PORTA DE VEÍCULO ESTACIONADO. COLISÃO COM MOTOCICLISTA. DANO MATERIAIL E MORAL. DEVER DE INDENIZAR. 1. O ato de abrir a porta do automóvel estacionado em via pública, sem a mínima cautela, obstruindo a passagem de motociclista, configura ato ilícito. 2. Dano moral fixado com fundamento nas circunstâncias que envolvem as partes litigantes, tais como repercussão do dano, constrangimento e idoneidade do lesado e condição financeira das partes envolvidas. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.
(TJPR - 10ª C.Cível - AC 468782-5 - Cianorte - Rel.: Nilson Mizuta - Unânime - J. 24.04.2008)”
DA LIMINAR DE BLOQUEIO DE VEÍCULO
O bloqueio administrativo do veículo do requerido restringindo-o a vendas para garantia da causa e para prevenção de terceiros a problemas oriundos do acidente, a medida liminar é a garantia de satisfazer a pretensão, em que uma vez preenchidos os requisitos para a concessão da medida, sejam eles, fumus boni iuris e periculum in mora, poderá o juiz concede-la.
Como é sabido, infelizmente é comum que, em casos análogos, ao se receber a citação para responder ações desta natureza, o requerido se desfaça do patrimônio no afã de se eximir do dever de indenizar.
Ainda, a liminar busca não causar prejuízos a terceiros de boa- fé que, no futuro, podem ver seu veículo restrito pelo acidente mencionado.
Haja vista que de acordo com o boletim de ocorrência o proprietário do veiculo é um, e o condutor era outro, têm-se assim a liminar como medida de evitar uma possível evicção, ou fraude contra credores.
Notório é o art. 942 do código civil que prevê que os bens do ofensor fiquem sujeitos à reparação dos danos causados ao ofendido, o que proporciona ao ofendido uma maior garantia.
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor,todos responderão solidariamente pela reparação.
No sentido de autorizar a concessão liminar da medida pleiteada, uma vez preenchidos os requisitos para tal, é taxativo o artigo 273 da Missiva Processual Civil, ipsis litteris:
“Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e:
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação;”
No mesmo sentido é a majoritária jurisprudência do egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Paraná:
 “AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO. LIDE ACERCA DOS LEGÍTIMOS DIREITOS SOBRE DETERMINADO VEÍCULO. DECISÃO QUE DETERMINOU O BLOQUEIO ADMINISTRATIVO DO BEM E DE OUTROS VEÍCULOS RELACIONADOS AO MESMO NEGÓCIO. PODER GERAL DE CAUTELA DO MAGISTRADO. EVITAR A TRANSFERÊNCIA DOS BENS A TERCEIROS NO CURSO DO PROCESSO. GARANTIA DA EFICÁCIA DA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO. “ (TJPR - 17ª C.Cível - AI 0634073-0 - Medianeira - Rel.: Des. Lauri Caetano da Silva - Unânime - J. 03.03.2010) 
Também assim já decidiu este r. juízo:
“Trata-se de ação de reparação de danos sofridos pelo promovente, proveniente de acidente de trânsito, requerendo no final o bloqueio do veículo do promovido junto ao Detran, a fim de garantir os danos, em caso de procedência da demanda. Cabe salientar que é cabível a antecipação da tutela em sede de Juizado Especial Cível, em vista dos princípios norteadores dessa lei (art. 2º), somados a previsão de ampla liberdade conferidos ao juiz nas questões que lhe são submetidas, que devem receber tratamento rápido e equânime. Entretanto, deve atender situações emergenciais, ou mesmo quando se verifique de plano que o autor não obterá o resultado pretendido, em caso de procedência da ação, restando ineficaz a sentença proferida. É importante frisar que o Espírito da Lei dos Juizados Especiais é no sentido da busca da justiça, e para isso, a sentença deve ser eficaz, pois do contrário não trará qualquer benefício ao postulante que tem seu direito reconhecido. O bloqueio do veículo do promovido não lhe trará maiores prejuízos, pois poderá continuar utilizando o referido bem, e ainda, a medida pode ser revogada a qualquer momento, desde que as provas assim o demonstrem. Isto posto, DEFIRO a medida liminar requerida, para o fim de determinar o imediato bloqueio do veículo indicado. Assim, determino o bloqueio do veículo através do RENAJUD.INTIMEM-SE. Demais diligências necessárias.” (Processo 007.2009. 014. 884-7. Juizado Especial Cível de Apucarana-PR. Juiz: José Roberto Silvério. 17/05/2009)
Na ora causa restou configurado o fumus boni iuris e o periculum in mora. O primeiro consubstanciado na ocorrência do prejuízo causado a requerente, conforme se extrai do incluso Boletim de Ocorrência, e o segundo cingido ao prejuízo de caráter irreparável ou de difícil reparação que poderá ser causado a requerente em razão da demora do desfecho da lide que, mesmo se tratando de juizado especial em que o procedimento costuma ser mais célere que os demais, pode ser que leve anos até o seu final em virtude das infinitas possibilidades recursais que a lei prevê.
Insta dizer que não há perigo da irreversibilidade do provimento antecipado, e que o mesmo poderá ser revogado há qualquer tempo, de acordo com os parágrafos 2ºe 4º do art.273 do CPC na qual segue:
§ 2o Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado.
§ 4o A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada.
 
Sendo assim, ad cautelam, requer digne-se Vossa Excelência em autorizar o bloqueio do veículo RENAULT/SCENIC, cor branca, placas CYB-9036, ano 2001, Renavam nº.761302000 de propriedade do 1º requerido, visando a garantia da presente ação e para evitar que este se desfaça do veículo e cause prejuízos futuros a terceiros.
DO PEDIDO
Diante do exposto, requer a VOSSA EXCELÊNCIA:
a) a citação dos requeridos, a ser efetivada na pessoa do seu representante legal para que, querendo, responda aos termos da presente, sob pena de revelia e confissão ficta;
b) em razão da verossimilhança dos fatos ora narrados, deferir liminarmente, a tutela antecipada, de forma “initio litis” e “inaudita altera pars”, para os fins de bloquear administrativamente o veículo RENAULT/SCENIC, cor branca, placas CYB-9036, ano 2001, Renavam nº.761302000 de propriedade do 1º requerido, expedindo-se o competente ofício para o Departamento de Trânsito do Paraná - DETRAN/PR e, ao final, condenando o requerido ao ressarcimento dos danos materiais causados na motocicleta da requerente. 
c) seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente demanda, a fim de que condene os requeridos ao pagamento por danos morais em valor a ser fixado por este juízo por seus próprios critérios analíticos; 
d) a condenação da requerida no pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios;
e) concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, por ser a requerente pessoa pobre na acepção jurídica do termo, nos termos da Lei nº 1.060/50.
DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, em especial pelo depoimento pessoal do representante legal do requerido, oitiva de testemunhas, prova documental e pericial e outras cabíveis a espécie.
DO VALOR DA CAUSA
				Dá-se à causa o valor de R$ 27.000,00 (vinte e sete mil reais).
Nestes termos,
pede deferimento.
Apucarana-Pr, 00 de abril de 2000.
Advogados
�PAGE \* MERGEFORMAT�13�/13

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