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Infecção Hospitalar e Biossegurança

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SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR I
Fundamentos conceituais de infecção hospitalar e biossegurança
Professores Ruth Cristini Torres de Meneses e Lino Eduardo Farah
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Caracterizando as infecções
Portaria MS 2.616 / 98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país;
Infecção comunitária versus infecção hospitalar.
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Infecção Comunitária
É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital, ou ainda:
1) A infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos com sinais ou sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção;
2) As infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior e 24 horas;
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3) A infecção em recém-nascido é aquela cuja aquisição por via transplacentária é conhecida ou foi comprovada e que tornou-se evidente logo após o nascimento (exemplo: herpes simples, toxoplasmose, rubéola, sífilis, HIV/AIDS).
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Infecção Hospitalar
[...] é aquela adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
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INFECÇÃO HOSPITALAR
Quando se desconhecer o período de incubação do microorganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar a partir de 72 (setenta e duas) horas após a admissão.
Esta infecção pode se manifestar em até 30 dias após sua alta. Quando há implante de prótese, este período se prolonga para um ano (GARNER, 1988).
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A ENFERMAGEM NA INFECÇÃO HOSPITALAR
	Nos ultimos 50 anos, o espectro de sensibilidade de alguns microorganismos para os antimicrobianos , vem se modificando. Vários fatores são apontados como responsáveis: 
 o uso abusivo desses medicamentos;
 avanços tecnológicos que permitem a manutenção da vida por tempo prolongado, porém com altas taxas de invasividade;
 elevação da faixa etária dos pacientes hospitalizados e aumento na gravidade dos casos internados;
quebra de técnicas assépticas durante procedimentos invasivos, o uso indiscriminado de antibioticos, favorecem a infecção cruzada. 
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PRINCIPAIS CONCEITOS EM INFECÇÃO HOSPITALAR
CONTAMINAÇÃO
	Presença transitória de microrganismos em superfície sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. Ex: Flora transitória das mãos.
COLONIZAÇÃO
	Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica 
Ex: Microbiota humana normal.
INFECÇÃO
	Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica.
INTOXICAÇÃO
	Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos que também podem ser de origem microbiana.
		Ex: Toxinfecção alimentar.
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PORTADOR Indivíduo que alberga um microrganismo específico, sem apresentar quadro clínico atribuído ao agente e que serve como fonte potencial de infecção.
DISSEMINADOR
	É o indivíduo que elimina o microrganismo para o meio ambiente. Pode se tornar um disseminador perigoso quando passa a ser fonte de surtos de infecção. Sendo um profissional de saúde, deve ser afastado das atividades de risco até que se reverta a eliminação do agente.
Diagnóstico das Infecções Hospitalares:
		- Evidência clínica
		- Exames laboratoriais
		- Evidências de estudos com métodos de imagem
		- Biopsias, entre outros
	
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INFECÇÃO NÃO PREVENÍVEL
	É aquela que acontece a despeito de todas as precauções tomadas.
INFECÇÃO ENDÓGENA
	É a infecçào causada pela microbiota do paciente.
INFECÇÃO EXÓGENA
	É a infecção que resulta da transmissão a partir de fontes externas ao paciente.
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SUBCLÍNICA: assintomática; 
COLONIZADA: multiplicação de micróbios que não produz sinais, sintomas ou respostas imunes; 
DORMENTE/LATENTE: o microorganismo ficou latente por anos; 
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VETOR – é um portador intermediário como uma pulga ou um mosquito, que transfere um organismo. 
VEÍCULO - A transmissão por veículo acontece quando água, alimento, hemocomponentes ou hemoderivados introduzem os organismos em um hospedeiro suscetível por meio da ingestão ou inoculação. 
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COMISSÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH)
Órgão de assessoria da direção da instituição composta por profissionais de nível superior, formalmente designados, constituída por:
	- Membros Consultores (representantes dos serviços médico, de enfermagem, farmácia hospitalar, laboratório de microbiologia e da administração do hospital).
	- Membros Executores (obedecendo à relação de 2 profissionais de nível superior-> 200 leitos, sendo um dos membros preferencialmente da enfermagem).
	
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COMPETÊNCIAS DA CCIH
Elaborar o Regimento Interno da CCIH.
Manter e avaliar o PCIH.
Implantar Sistema de Vigilância Epidemiológica.
Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas.
Promover educação em serviço.
Implantar política de uso racional de antimicrobianos.
Cooperar e notificar as infecções ao órgão de gestão do SUS.
Interagir com os demais setores e serviços do hospital.
Aplicar medidas que visem controlar a IH.
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Resistência bacteriana
A resistência bacteriana aos antibióticos reflete a capacidade das bactérias em evitar a ação inibitória ou letal das drogas.
Bactérias multirresistentes são definidas como microorganismos resistentes a uma ou mais classes de antimicrobianos.
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Epidemiologia
A internação e a permanência hospitalar fazem surgir microorganismos resistentes.
Os protocolos de precauções e isolamentos definem como cuidar dos pacientes de acordo com a forma de transmissão da doença que possuem.
Com objetivo de controlar o aumento de microorganismos multirresistentes, seis medidas preventivas devem ser implementadas: 
educação da equipe de saúde,
uso criterioso de antimicrobianos, 
vigilância constante, 
estabelecimento de precauções, 
medidas ambientais e descolonização. 
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Medidas de controle
Higiene das mãos
Luvas, utilizadas por três importantes razões:
Prover barreira protetora e prevenir contaminações grosseiras das mãos ao tocar sangue, fluídos corporais, secreções, excreções, membranas mucosa e pele não íntegra, para proteção do funcionário;
Reduzir a possibilidade das mãos contaminadas com microorganismos de pacientes ou fômites serem veículos de transmissão a outros pacientes. 
Reduzir a possibilidade dos microorganismos presentes nas mãos da equipe de saúde serem veículos de transmissão, durante procedimentos invasivos.
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CONCEITOS
INFLAMAÇÃO
Processo de proteção vascular. É importante observar sintomas específicos (sinais flogísticos):
Calor
Rubor
Dor
Edema
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AGENTES CAUSADORES DE INFECÇÃO
Bactérias: infecções locais até choque séptico
Vírus: menores organismos conhecidos
Fungos: as doenças são chamadas de micoses
Helmintos: Tênias e outros
Protozoários: unicelulares.
MATERIAL DA ESTÁCIO- ESTUDAR
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Biossegurança
Biossegurança é o conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde em atividades que oferecem risco de adquirir doenças profissionais”
Objetivo:
Prevenir ou eliminar riscos a saúde do homem, do meio ambiente ou a qualidade do trabalho desenvolvido.
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Promover a biossegurança
Elaborar Manual de Biossegurança (Resoluções, Normas e Instruções Normativas)
Treinar toda equipe
Plano de ação para os acidentes
Programa de educação continuada
Controle de Qualidade de insumos
Validar processos e resultados
Prevenir e/ou minimizar o risco de acidentes
Proteger a saúde do homem e do meio ambiente
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Medidas preventivas
Vacinação para:
 Hepatite B
 Tétano
Higienização das mãos sempre:
 Ao entrar e ao sair da unidade
de saúde,
 Antes de calçar as luvas 
 Ao retirar as luvas
Antes e após qualquer atividade no hospital... 
Não utilizar EPIs em:
 Refeitórios
 Em ambientes coletivos (salas de reunião, secretárias, restaurantes e na rua)
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Vestuário:
 Calça comprida 
 Calçado fechado (sapato ou tênis) preferencialmente de couro. 
 Usar sempre uma roupa (Blusa ou camisa por baixo do Jaleco)
Adereços:
 Brincos, usar somente tamanho discreto
 Anéis, pulseiras e relógios devem ser evitados 
 Maquiagem deve ser discreta (ex. batom), evitar bases, e outras em forma de pó.
Cabelos e unhas:
 Cabelos compridos, devem estar presos e alguns setores é recomendado uso de touca.
 As unhas devem ser curtas e se pintadas utilizar esmalte claro
 Barba deve ser evitada ou estar sempre bem aparada.
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Equipamentos de Proteção Individual - (EPIs)
A portaria 32/4-NR-6 do Ministério do trabalho regulamenta os EPIs, define: EPI é todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho. 
O uso de EPIs é obrigatório para o exercício de qualquer atividade que envolva material biológico ou químico. 
Os EPIs devem possuir certificado de aprovação junto ao Ministério do trabalho. 
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Jaleco
De manga longa, deve estar sempre fechado e limpo.
Abaixo do Joelho
 Não circular com jaleco fora do hospital como refeitório e locais públicos. 
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Luvas
Usar uma única vez, devem prender a manga do jaleco para que a pele seja totalmente protegida. 
O tamanho deve ser exato, quando estão frouxas, diminuem a sensibilidade, podendo causar acidentes.
Trocar sempre que furar, rasgar ou perceber que estão sujas.
 Não tocar maçanetas, objetos ou locais que possam ser tocados por indivíduos que não estejam protegidos inclusive você. 
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. Óculos de segurança: protege contra respingos e aerossóis. 
. Máscaras: para proteção contra respingos e aerossóis. As máscaras devem estar bem ajustadas. 
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Gorros/sapatilhas
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Sequência de colocação dos EPI
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Retirada correta dos EPI
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Equipamentos de proteção coletiva - (EPCs) 
Os EPCs são utilizados para proteger: 
 O profissional;
 A equipe;
 O meio ambiente; 
 Os equipamento;
 Minimizam a exposição dos trabalhadores aos riscos e, em caso de acidentes, podem reduzir suas consequências. 
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EPC
Lava-olhos: 
para casos de acidentes com produtos biológicos ou químicos (compatíveis com água) 
lavar os olhos abundantemente com água.
Extintores de Incêndio: 
É recomendado que toda equipe faça um treinamento para utilização dos extintores em situações de emergência.
Os extintores devem estar sempre na validade em locar demarcado e de fácil acesso. 
Antes de usar verificar se o extintor é adequado, ao tipo de incêndio.
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EPI/EPC
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Resíduos de serviços de saúde
Grupo A – Infectante
Grupo B – Químico
Grupo C – Nuclear
Grupo D – Doméstico
Grupo E - Pérfuro-cortante
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Grupo A - infectante 
 Abrange os materiais com possível presença de agentes biológicos que podem apresentar risco de infecção.
 Sub Grupo A1:
Resíduos infectantes que necessitam de tratamento prévio, que devem ser acondicionados de forma compatível com o processo de tratamento a ser utilizado.
 Classe 4:
Amostras de sangue 
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 GRUPO E 
 pérfuro-cortantes
 Bisturis, agulhas, lâminas, lamínulas, scalps e outros
 Segregação:
Utilizar embalagem adequada em tamanho e resistência para a coleta dos pérfuro-cortantes, NBR 13853 publicada em 01/05/1997
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PREVENÇÃO DE ACIDENTES
NÃO REINCAPAR AGULHAS
DESCARTE DE PÉRFURO-CORTANTES
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Descarte dos resíduos do 
Grupo A e Grupo E
Infectante
Pérfuro-cortantes
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Referências
ANVISA, RDC 33 – Gerenciamento de Resíduos de Saúde – 25 Fevereiro 2003
BIOSSEGURANÇA, Uma Abordagem Multidisciplinar, Pedro Teixeira e Sílvio Valle, Ed. Fiocruz,1996
CONAMA, Resolução Nº 5, de 5 de agosto de 1993
MINISTÉRIO DA SAÚDE, Manual de Procedimentos em Exposição à Material Biológico
MINISTÉRIO DO TRABALHO, 32/4 NR-6 
ANVISA,Cartilha do PGRSS,Ricardo Bruno Rio,2006
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Fernandes AT (ed). Infecção Hospitalar e suas Interfaces na Área da Saúde. São Paulo, 2001p. Atheneu, 2000.
Mayhall CG (ed). Hospital Epidemiology and Infection Control. Philadelphia, 1565p. Lippincott Williams & Wilkins, 1999.
Bennett JV, Brachman PS (ed). Hospital Infections. Philadelphia, 778p. Lippincott Raven, 1998.
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