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Desenvolvimento Sustentável

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Prévia do material em texto

Autora: Profa. Ani Sobral Torres
Colaboradores: Profa. Elisangela Monaco de Moraes
Prof. Roberto Macias
Prof. Fábio Mesquita do Nascimento
Desenvolvimento 
Sustentável
Professora conteudista: Ani Sobral Torres
Ani Sobral Torres possui doutorado pelo IPEN – Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da Universidade 
de São Paulo na área de Sensoriamento Remoto da Atmosfera, mestrado pela Escola Politécnica da USP e 
graduação em microeletrônica pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo. Publicou diversos artigos na área de 
sensoriamento remoto e monitoração de poluentes na atmosfera e leciona diversas disciplinas em Instituições 
de Ensino Superior, entre as quais a UNIP – Universidade Paulista.
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T693 Torres, Ani Sobral
Desenvolvimento Sustentável. / Ani Sobral Torres. - São Paulo: 
Editora Sol, 2011.
108 p. il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XVII, n. 2-005/11, ISSN 1517-9230.
1.Sustentabilidade 2.Desenvolvimento Sustentável 3.Recursos 
Naturais I.Título
CDU 504.03
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona-Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Leandro Freitas
 Amanda Casale
Sumário
Desenvolvimento Sustentável 
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................7
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................7
Unidade I
1 O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL? .......................................................................................11
1.1 Relação entre homem e natureza ..................................................................................................11
1.2 As organizações não governamentais – ONGs ........................................................................ 14
2 HISTÓRICO E CONCEITO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................. 15
2.1 O desenvolvimento sustentável ..................................................................................................... 15
2.2 As dimensões do desenvolvimento sustentável ...................................................................... 17
2.3 Desenvolvimento sustentável – a expressão entra em cena .............................................. 17
2.4 O novo paradigma da gestão ambiental .................................................................................... 21
Unidade II
3 AS BASES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................................. 27
3.1 A Rio 92 .................................................................................................................................................... 27
3.2 A Agenda 21 ........................................................................................................................................... 29
3.3 A Agenda 21 brasileira........................................................................................................................ 30
3.4 O Protocolo de Kyoto .......................................................................................................................... 31
3.4.1 O Protocolo de Kyoto e os Estados Unidos .................................................................................. 31
3.4.2 Sumidouros de carbono ....................................................................................................................... 32
3.4.3 Sequestro de carbono ........................................................................................................................... 32
3.4.4 Resultado do Protocolo de Kyoto .................................................................................................... 33
3.4.5 Mecanismos de flexibilização ............................................................................................................ 33
3.4.6 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) .......................................................................... 34
3.4.7 Países pertencentes ao Anexo I do Protocolo de Kyoto .......................................................... 35
3.5 Calor e o Protocolo de Kyoto .......................................................................................................... 35
3.6 O funcionamento do mercado de carbono ............................................................................... 37
3.7 Possíveis consequências do aquecimento global .................................................................... 38
3.8 Consequências do aumento das temperaturas ........................................................................ 38
3.9 A Rio+10 .................................................................................................................................................. 40
4 DESENVOLVIMENTO SUSTENTADO ........................................................................................................... 42
Unidade III
5 O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SUAS DIMENSÕES 
SOCIAL E ECONÔMICA ...................................................................................................................................... 51
5.1 A dimensão social do desenvolvimento sustentável ............................................................. 51
5.2 A dimensão econômica do desenvolvimento sustentável .................................................. 52
5.3 A preservação do meio ambiente como princípio da atividade econômica ................ 54
5.4 Recursos naturais ................................................................................................................................. 54
5.5 Preservação dos recursos naturais ................................................................................................ 59
6 AS DIMENSÕES ECOLÓGICA, ESPACIAL E CULTURAL DO 
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL .............................................................................................................. 60
6.1 A dimensão ecológica do desenvolvimento sustentável ..................................................... 61
6.2 A dimensão espacial do desenvolvimento sustentável ........................................................ 62
6.3 A dimensão cultural do desenvolvimento sustentável ......................................................... 62
6.4 A responsabilidade ambiental das empresas............................................................................. 63
6.5 A globalização ........................................................................................................................................ 63
6.6 A responsabilidadesocial corporativa ......................................................................................... 64
Unidade IV
7 EDUCAÇÃO AMBIENTAL................................................................................................................................ 70
7.1 As normas e legislação ambiental ..................................................................................................71
7.2 A norma ISO 14000 ............................................................................................................................. 74
7.3 ISO 14001 ................................................................................................................................................ 75
7.4 A norma SA 8000: o modelo ISO 9000 aplicado à responsabilidade social ................. 77
7.5 As políticas ambientais públicas no Brasil ................................................................................. 78
7.6 A Constituição Federal de 1988 ..................................................................................................... 80
8 A ECONOMIA E O MEIO AMBIENTE .......................................................................................................... 80
8.1 Responsabilidade social e a sustentabilidade ........................................................................... 81
8.2 Desenvolvimento sustentável x recursos naturais .................................................................. 84
7
APRESENTAÇÃO
O desenvolvimento sustentável está presente em várias áreas da sociedade e se tornou uma 
preocupação mundial na atualidade. Sendo assim, possui grande relevância como objeto de estudo 
neste curso.
Na área de tecnologia de informação a preocupação com o desenvolvimento sustentável é crescente, 
sendo importante para os estudantes adquirirem conhecimento sobre o assunto bem como aplicá-lo 
no dia a dia. Não se trata apenas de contribuir para a sustentabilidade dos recursos naturais, mas para 
a melhoria da qualidade de vida da sociedade. 
Ao utilizarmos produtos na área de tecnologia de informação que contribuam para a preservação 
de recursos naturais, como menos papel, papel reciclável ou desenvolver sistemas de informação que 
necessitem de menos recursos e mesmo uso de energia são algumas das formas de promoção do 
desenvolvimento sustentável.
Esta disciplina caracteriza-se pelo estudo dos diferentes aspectos do desenvolvimento sustentável, 
relacionados a conceitos, requisitos, discussões realizadas para a implantação do desenvolvimento 
sustentável, bem como estudo dos protocolos e certificações existentes para promovê-lo.
Tem como objetivo geral propor uma visão fundamentada no que se refere à possibilidade de se 
estabelecer relações entre desenvolvimento econômico e desenvolvimento sustentado.
Como objetivos específicos desta disciplina, espera-se que você adquira conhecimentos sobre:
• o conceito histórico do desenvolvimento sustentável;
• conceitos da relação entre homem e natureza;
• o desenvolvimento das organizações não governamentais e o desenvolvimento sustentável como 
um novo paradigma.
Espera-se também que você, no curso desta disciplina, possa:
• definir e entender as bases do desenvolvimento sustentável, bem como suas dimensões;
• entender a importância dos recursos naturais, sabendo diferenciar os renováveis e não renováveis;
• entender as normas e legislações ambientais vigentes.
INTRODUÇÃO
O desenvolvimento sustentável é objeto de estudo de diversas áreas da sociedade e das 
organizações. Tornou-se uma tendência e preocupação mundial, e áreas como a tecnologia 
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de informação, por exemplo, já têm iniciativas para que o respeito ao meio ambiente e a um 
desenvolvimento sustentado ocorra. Como estudante, é importante relacionar e conectar o 
desenvolvimento sustentável com a área de formação, desenvolvendo habilidades e senso crítico 
para promover uma sociedade melhor, desenvolvendo políticas de sustentabilidade dentro da sua 
área de atuação também.
Imagine que todo o petróleo do mundo tenha sido usado e nada mais restou... Qual seria o impacto 
disso no nosso dia a dia? E na área de tecnologia de informação? Qual o impacto direto nessa área?
Como profissional da área de tecnologia de informação, o que seria possível fazer para tornar o seu 
ambiente de trabalho mais comprometido com a sustentabilidade?
Para responder a essas questões e outras de cunho ambiental, vamos estudar esta disciplina, que foi dividida 
em quatro unidades que tratam de diferentes temas dentro do contexto de desenvolvimento sustentável.
Na unidade I, temos o objetivo de situar o estudante no contexto histórico mundial e situar de onde 
surgiu a preocupação com o desenvolvimento sustentável e a relação do homem nesse processo. Sendo 
assim, serão estudados os seguintes tópicos:
• A relação entre homem e natureza.
• O meio ambiente torna-se um problema.
• A problemática ambiental após a Guerra Fria.
• O papel das organizações não governamentais.
• O desenvolvimento sustentável como novo paradigma.
• As dimensões do desenvolvimento sustentável.
Na Unidade II, são apresentadas as bases do desenvolvimento sustentável e as principais conferências, 
protocolos estabelecidos no decorrer das discussões. Entre os temas abordados, estão:
• As bases do desenvolvimento sustentável.
• Comissão Mundial do Meio Ambiente.
• A Agenda 21.
• A Agenda 21 brasileira.
• O Protocolo de Kyoto.
• A economia ambiental.
• Eco-economia.
• O mercado do carbono.
• As consequências do aquecimento global.
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Na Unidade III, novos conceitos são adicionados e estudados, eles se referem à responsabilidade das 
organizações na melhoria da qualidade de vida bem como a uma descrição das principais normas e 
certificações vigentes e alguns tópicos, entre eles:
• As empresas e o ambiente externo local.
• A responsabilidade empresarial e a legislação ambiental.
• A demanda por qualidade de vida.
• A singularidade da administração ambiental.
• A gestão ambiental nas organizações.
• A gestão ambiental.
• A família de normas ISO 14.000.
• A norma SA 8000.
Na Unidade IV, finalmente serão estudados os desafios do desenvolvimento sustentável, bem como 
a apresentação de ferramentas para a viabilização do mesmo, através da educação ambiental, normas e 
legislação. Sendo assim, os últimos tópicos a serem estudados são:
• Educação ambiental.
• Normas e legislação ambiental.
• Economia e meio ambiente.
• Responsabilidade social e sustentabilidade.
• Recursos naturais.
• Desafios do desenvolvimento sustentável.
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Unidade I
1 O QUE É DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL?
O conceito de desenvolvimento sustentável encontra-se intimamente ligado à busca pelo 
desenvolvimento econômico e pelo respeito ao meio ambiente. Trata-se de equilibrar o ritmo de 
crescimento econômico e rever práticas com o objetivo de preservar recursos naturais imprescindíveis 
para a sobrevivência de gerações futuras.
A definição de desenvolvimento sustentável surgiu durante a Comissão Mundial sobre o Meio 
Ambiente e Desenvolvimento, na qual foram discutidos meios de harmonizar o meio ambiente com o 
desenvolvimento econômico.
É necessária uma preocupação com a disponibilidade dos recursos naturais presentes para as gerações 
futuras, respeitando, ao mesmo tempo, o crescimento e desenvolvimento econômico. A prevenção 
contra o esgotamento precoce dos recursos naturais depende da consciência de sua importância, bem 
como de um planejamento estruturado para conservá-los.
Antes deestudarmos em mais detalhes o conceito de desenvolvimento sustentável, vamos estudar 
a relação entre homem e natureza, que levou e desencadeou a preocupação com o desenvolvimento da 
sustentabilidade nas atividades humanas.
1.1 Relação entre homem e natureza
No estudo da existência do planeta Terra, pode-se ter uma ideia da extensão dos períodos das 
transformações que permitiram a existência do ser humano hoje. Muito foi destruído e criado até 
chegar ao estágio atual.
A ocupação humana teve impacto na biosfera e na disponibilidade dos recursos naturais.
Só para se ter uma ideia sobre a transformação da biosfera, segundo Global Change and the Earth 
System – A Planet Under Pressure, IGBP de 2004:
Transformação da biosfera nos últimos 100 anos:
• População humana: cresceu de 1,5 para 6,1 bilhões.
• Atividade econômica: aumentou 10 vezes de 1950 a 2000.
• Maioria dos pesqueiros mundiais: sobre-explorados.
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• Atmosfera: aumento das concentrações de gases estufa.
• 40% das reservas conhecidas de petróleo exauridas.
A relação do homem com a natureza sempre aconteceu de forma bastante discrepante: de um lado 
o homem, com toda a sua inteligência gananciosa, tentando alimentar os seus desejos de consumo 
e conforto; do outro, a natureza, com toda a sua exuberância e riqueza, fonte para todas as ações 
humanas. Em alguns casos, o homem tem que escolher entre sua sobrevivência e a preservação da 
natureza, como é o caso do agricultor que tira da terra o alimento que leva à mesa. Neste caso, fica o 
dilema: a natureza ou o homem?
O que preocupa é o desenvolvimento sem limites protagonizado pelo homem em prol dos interesses 
próprios.
Por muitos anos, esse foi o tipo de relação entre o homem e a natureza, até que esta passasse a dar 
sinais de alerta.
Felizmente esse tipo de pensamento foi modificado e, segundo Camargo (2005),
a ideia de um novo modelo de desenvolvimento para o século XXI, 
compatibilizando as dimensões econômica, social e ambiental, surgiu para 
resolver, como ponto de partida no plano conceitual, o velho dilema entre 
crescimento econômico e redução da miséria, de um lado, e preservação 
ambiental de outro. O conflito vinha, de fato, arrastando-se por mais de vinte 
anos, em hostilidade aberta contra o movimento ambientalista, enquanto 
este, por sua vez, encarava o desenvolvimento econômico como naturalmente 
lesivo e os empresários como seus agentes mais representativos.
Um dos primeiros problemas ambientais ocorreu com o surgimento das cidades e a satisfação das 
necessidades dos homens, sempre utilizando os recursos ambientais.
A história das cidades e da civilização é longa. Estima-se que as primeiras cidades teriam surgido 
entre quinze e cinco mil anos atrás.
A nossa sociedade tem vivido, atualmente, uma gama de problemas decorrente direta da sua forma 
de tratar e se relacionar com a natureza. A busca desenfreada pela produção levou o homem a explorar 
intensamente os recursos disponíveis na natureza esquecendo que grande parte deles, além de não 
serem renováveis, quando retirados da natureza em quantidades excessivas, deixam na mesma uma 
lacuna, às vezes irreversível, cujas consequências são sentidas em gerações posteriores, principalmente 
em relação às mudanças climáticas.
Outros problemas ambientais foram trazidos com a Revolução Industrial. Essa Revolução consistiu 
em um conjunto de mudanças tecnológicas com profundo impacto no processo produtivo nos âmbitos 
econômico e social.
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A Revolução Industrial teve início na Grã-Bretanha em meados do século XVIII, expandiu-se pelo 
mundo a partir do século XIX.
Ao longo do processo, a era agrícola foi superada, a máquina foi substituindo o trabalho humano. 
Dessa forma, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas relações entre nações se 
estabeleceram e surgiu o fenômeno da cultura de massa, por exemplo.
Devido a uma combinação de fatores, como o liberalismo econômico, a acumulação de capital e uma 
série de invenções, tais como o motor a vapor, essa transformação foi possível. A partir daí, o capitalismo 
tornou-se o sistema econômico vigente.
O volume de produção aumentou extraordinariamente: a produção de bens deixou de 
ser artesanal e passou a ser maquino-faturada. Com o advento da Revolução Industrial, as 
populações passaram a ter acesso a bens industrializados e deslocaram-se para os centros 
urbanos em busca de trabalho fácil e abundante. Assim também, as fábricas passaram a 
concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em troca de um 
salário.
Antes da Revolução Industrial, o progresso econômico era sempre lento (levou séculos para que a 
renda per capita aumentasse sensivelmente) e, após, a renda per capita e a população começaram a 
crescer de forma acelerada nunca antes vista na história. Por exemplo, entre 1500 e 1780, a população 
da Inglaterra aumentou de 3,5 milhões para 8,5; já entre 1780 e 1880, ela saltou para 36 milhões, devido 
à drástica redução da mortalidade infantil.
As cidades atraíram os camponeses e artesãos, e se tornaram cada vez mais numerosos e mais 
importantes com a Revolução Industrial. A maneira como as populações vivem nos países que foram 
industrializados se alterou drasticamente.
Por volta de 1850, na Inglaterra, pela primeira vez em um grande país, havia mais pessoas vivendo 
em cidades do que no campo. Nas cidades as pessoas mais pobres aglomeravam-se em subúrbios 
de casas velhas e desconfortáveis, se comparadas com as habitações dos países industrializados 
hoje em dia.
O trabalho do operário era muito diferente do trabalho do camponês: tarefas monótonas e 
repetitivas. A vida na cidade moderna significava mudanças incessantes. A cada instante, surgiam novas 
máquinas, novos produtos, novos gostos, novas modas. Sendo assim, era preciso adaptar-se a essas 
novas mudanças.
A partir daí, conferências foram realizadas na tentativa de se desenvolver conceitos e decidir 
medidas para melhorar a qualidade de vida e tentar manter a sustentabilidade. Surgiram também 
organizações não governamentais interessadas em defender a causa da sustentabilidade. No texto a 
seguir, abordaremos esse assunto.
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1.2 As organizações não governamentais – ONGs
As organizações não governamentais representam entidades organizadas da sociedade civil, que 
atuam de forma bastante dinâmica na busca para a solução de vários problemas sociais. Essas organizações 
possuem um papel muito importante frente à causa que representam. A crescente preocupação das 
ONGs com os problemas ambientais globais pode garantir que esses não serão engavetados e esquecidos 
antes que se tome uma iniciativa para solucioná-los.
Muitas e eficazes são as iniciativas privadas de luta por questões ambientais administradas por 
organizações não governamentais.
Em algumas áreas, a atuação das ONGs é a única ação existente.
Segundo Kirschner (1998)
a crise econômica e o crescimento do desemprego que atingiram a Europa 
na década de 80 contribuíram para que a empresa começasse a ser 
valorizadapela sua capacidade de salvaguardar o emprego – valor essencial 
da socialização na sociedade contemporânea. O papel da empresa vai além 
do econômico: ademais de provedora de emprego, é também agente de 
estabilização social.
A preocupação ambiental, hoje, tem impactos até mesmo na competitividade comercial. 
Países, cidades ou empresas que têm em seu histórico um leque de ações voltadas para questões 
ambientais, possuem muito mais chances de fechar bons negócios, enquanto que aquelas que 
preferem não contribuir para a causa ambiental são vistas de forma pouco positiva pela maioria 
dos investidores.
Percebemos assim que não se trata de simples modismo; ao contrário, a questão ambiental representa 
uma tendência mundial capaz de mobilizar e unir pessoas e organizações dos mais diferentes tipos ou 
culturas.
 Saiba mais
Algumas ONGs possuem materiais interessantes que podem ser vistos 
nos respectivos sites de internet:
Greenpeace: <www.greenpeace.org>.
SOS Mata Atlântica: <www.sosmatatlantica.org.br/>.
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2 HISTÓRICO E CONCEITO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
O desenvolvimento sustentável é um dos temas mais discutidos neste momento em todo o mundo, 
seja pela preocupação econômica que a escassez das energias não renováveis proporciona, ou mesmo 
pelo despertar da consciência humana a respeito da necessidade de preservação do planeta para as 
gerações vindouras.
A partir do conceito básico de desenvolvimento sustentável, cujo objetivo principal é o de se obter 
um desenvolvimento que seja ao mesmo tempo eficaz e que não venha a comprometer as gerações 
futuras, realizamos nosso estudo.
2.1 O desenvolvimento sustentável
O desenvolvimento sustentável objetiva uma modalidade de desenvolvimento capaz de 
acontecer de forma a suprir as necessidades presentes, de modo a não interferir no crescimento 
das gerações futuras. Para que isso aconteça, é de fundamental importância que se respeite a 
exploração harmônica dos recursos naturais. É também de fundamental importância a preocupação 
e percepção de que alguns problemas podem acompanhar essa exploração de recursos naturais e 
ameaçar a sustentabilidade.
Atualmente, a geração de energia, principalmente elétrica, oriunda de fontes renováveis vem 
despertando o interesse de vários países, por se tratar de uma forma de obtenção mais barata e que não 
agride o meio ambiente.
Por conta das modernas tecnologias que possibilitam maior escala de economia, essa forma “limpa” 
de obtenção de energia pode se mostrar bastante competitiva. O homem vem explorando os recursos 
naturais desde a época pré-histórica e depois essa exploração aumentou com a revolução industrial, 
chegando aos dias atuais.
Quando utilizadas para geração de energia, as fontes renováveis auxiliam na diminuição da 
exploração dos recursos esgotáveis ou não renováveis, pois realizam uma exploração sustentável; assim 
também, com a exploração harmônica de fontes renováveis, pode-se cuidar de ecossistemas que são 
impactados negativamente pela geração de substâncias poluentes emitidas no meio ambiente quando 
são transformados em energias úteis para o homem, como alguns recursos não renováveis, como 
petróleo, carvão e gás
Fazendo-se uma análise sobre recursos naturais, podemos dizer que os recursos não renováveis, além 
de estarem em processo de esgotamento, são os que mais impactos negativos trazem para a natureza, 
já que sua exploração exige tecnologias especiais para extração, muitas vezes de alto custo, em virtude 
das condições de obtenção cada vez mais remotas, além de emitirem mais poluentes. Geralmente, seu 
transporte também costuma oferecer riscos extras, como, por exemplo, caso do petróleo.
Alguns recursos não renováveis, depois de serem utilizados, são ainda uma grande ameaça poluente, 
como é o caso dos resíduos radioativos provenientes de energia nuclear. Nos dias de hoje, os níveis de 
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contaminação por poluentes oferecem grande preocupação; na geração de energia elétrica, as emissões de 
dióxido de carbono são, quando se utilizam os seguintes recursos, da ordem de: carvão natural, 980 g/kWh; 
óleo combustível, 818 g/kWh e gás, 430 g/kWh aproximadamente. Esses poluentes gerados contribuem 
fortemente para o efeito estufa e a destruição da camada de ozônio (ROCHA; ROSSI, 2003).
Na tabela abaixo são descritos os níveis de emissões de CO2 no plano mundial desde 1980, com uma 
projeção para 2020.
Tabela 1 – Evolução da emissão de CO2 em milhões de toneladas no período 1980 – 2020
Anos Milhões de toneladas
1980 17.000
1990 20.000
2000 25.000
2010 28.000
2020 37.000
Fonte: Rocha; Rossi (2003, p. 245).
As questões ambientais devem estar claramente e integralmente definidas para que se possa 
alcançar o desenvolvimento sustentável, assim como a contemplação de outras políticas que auxiliem 
na obtenção do mesmo.
Aos órgãos e autoridades públicas compete adotar as medidas mais adequadas para minimizar os 
efeitos negativos dos transportes no meio ambiente, por exemplo. Cabe a eles também procurar uma 
melhoria na gestão dos recursos naturais, no combate à pobreza e à exclusão social.
Segundo Daniel Bertoli Gonçalves
esse conceito, que procura conciliar a necessidade de desenvolvimento 
econômico da sociedade com a promoção do desenvolvimento social e com 
o respeito ao meio ambiente, hoje é um tema indispensável na pauta de 
discussão das mais diversas organizações, e nos mais diferentes níveis de 
organização da sociedade, como nas discussões sobre o desenvolvimento 
dos municípios e das regiões, correntes no dia a dia de nossa sociedade 
(GONÇALVES, 2008).
 Lembrete
O desenvolvimento sustentável é aquele preocupado com a 
disponibilidade dos recursos naturais hoje para que estejam garantidos 
para as gerações futuras.
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2.2 As dimensões do desenvolvimento sustentável
Existem algumas abordagens para quantas são as dimensões do desenvolvimento sustentável. Embora 
haja um consenso que exista mais de uma, há discordância sobre o número exato: Lage e Barbieri (2001) 
citam sete dimensões: ecológica, econômica, social, espacial, cultural, tecnológica e política. Contudo, 
segundo Ignacy Sachs, as dimensões que abordam o desenvolvimento sustentável são cinco: social, 
econômica, ecológica, espacial e cultural (SACHS, 2002). A adoção de uma ou outra linha de divisão do 
desenvolvimento sustentável depende do contexto.
Assim, não só os aspectos ecológicos, mas também outros importantes devem ser considerados no 
contexto das atividades humanas para o desenvolvimento sustentável.
É importante frisar que o desenvolvimento sustentável visa conciliar desenvolvimento econômico 
– que é o desenvolvimento de riqueza material dos países ou regiões, assim como o bem-estar econômico 
de seus habitantes –; desenvolvimento social – que consiste na evolução dos componentes da 
sociedade (capital humano) e na maneira como estes se relacionam (capital social) – e preservação 
ambiental – que é minimizar a utilização dos bens ambientais (recursos naturais), conservando-oso máximo possível. Alguns autores afirmam que todo desenvolvimento é social, acrescentando que 
sem a alteração do capital social e do humano não há desenvolvimento. Segundo essa corrente, o 
desenvolvimento social só ocorre quando políticas são estabelecidas para aperfeiçoar as formas como 
os componentes de um grupo interagem entre si e com o meio externo. Esse grupo pode ser uma 
pequena comunidade, um centro urbano ou mesmo uma nação. O desenvolvimento social, diferente do 
econômico, só ocorre se todos os integrantes da sociedade forem beneficiados. Assim, uma determinada 
comunidade poderá crescer economicamente sem o consequente desenvolvimento social.
2.3 Desenvolvimento sustentável – a expressão entra em cena
Em 1983 foi criada a Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento como uma 
instituição independente. Em 1987 essa comissão produziu um dos mais importantes documentos, 
o relatório Nosso futuro comum no qual apareceram os primeiros conceitos oficiais e formais sobre 
desenvolvimento sustentável.
O segundo capítulo desse relatório, denominado Em busca do desenvolvimento sustentável, definiu 
desenvolvimento sustentável como “aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer 
a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”.
Foram apresentados dois conceitos chave:
• necessidades, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a 
máxima prioridade;
• noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõe ao meio ambiente, 
impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
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A importância da sustentabilidade em qualquer programa de desenvolvimento foi reconhecida em 1992 na 
cidade do Rio de Janeiro durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento.
Em um mundo sustentável, uma atividade econômica não deve ser praticada separadamente, porque 
tudo está inter-relacionado, em permanente diálogo nas diversas esferas do meio ambiente.
Separação entre 
o objetivo e o 
subjetivo.
Cartesiano
Preceitos 
éticos 
desconectados 
das práticas 
cotidianas.
Natureza 
entendida como 
descontínua, o todo 
formado pela soma 
das partes.
Seres 
humanos e 
ecossistemas 
separados, em 
uma relação de 
dominação.
Reducionista, 
mecanicista, 
tecnocêntrico.
Fatos e valores 
não relacionados.
Figura 1 - Paradigma cartesiano
Interação entre 
o objetivo e o 
subjetivo.
Sustentável
Ética integrada 
ao cotidiano.
Natureza 
entendida como um 
conjunto de sistemas 
inter-relacionados, o 
todo maior que a soma 
das partes.
Seres 
humanos 
inseparáveis dos 
ecossistemas, em uma 
relação de sinergia.
Fatos e valores 
fortemente 
relacionados.
Orgânico, 
holístico, 
participativo.
Figura 2 - Paradigma da sustentabilidade
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Nesse novo cenário, os empresários já perceberam que não devem mais ser passivos, e sim aprenderam 
e estão aptos a participar das mudanças estruturais na relação de forças nas áreas ambiental, econômica 
e social.
Uma nova dimensão ética e política é introduzida, uma que considera como um processo 
de mudança social o desenvolvimento sustentável, além da democratização dos recursos 
naturais.
O desenvolvimento sustentável, além de equidade social e equilíbrio ecológico, apresenta como 
terceira vertente principal a questão do desenvolvimento econômico.
Existem cinco dimensões do que se pode chamar desenvolvimento sustentável, elas foram 
apresentadas por Sachs apud Campos (2001):
• A primeira é a dimensão social, que é entendida como a criação de um processo de desenvolvimento 
sustentado por uma civilização com maior equidade na distribuição de renda e de bens, de modo 
a reduzir o abismo entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres.
• A dimensão econômica deve ser alcançada através do gerenciamento e alocação mais eficiente 
dos recursos e de um fluxo constante de investimentos públicos e privados.
• A dimensão ecológica deve e pode ser alcançada com o aumento da capacidade de utilização dos 
recursos, limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos que são 
facilmente esgotáveis, redução da geração de resíduos e de poluição por meio da conservação de 
energia, de recursos e da reciclagem.
• A dimensão espacial deve ser dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais 
equilibrada e uma melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades 
econômicas.
• A dimensão cultural inclui a procura por raízes endógenas de processos de modernização e de 
sistemas agrícolas integrados, que facilitem a geração de soluções específicas para o local, o 
ecossistema, a cultura e a área.
A construção do conceito de sustentabilidade é um processo em andamento e longe do final. Foram 
criados índices de sustentabilidade utilizados na Dow Jones. Tais índices de sustentabilidade fornecem 
marcas objetivas de nível para os produtos financeiros que são ligados aos critérios econômicos, 
ambientais e sociais.
Existem vários benefícios para as empresas que integram a lista do Dow Jones:
• O reconhecimento público da preocupação com a área ambiental e social.
• O reconhecimento dos stakeholders importantes, tais como legisladores, clientes e empregados 
(por exemplo, a obediência a esses índices pode conduzir a uma melhor lealdade do cliente e do 
empregado).
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É evidente que as empresas estão cuidando dos aspectos sociais e ambientais e muitas delas têm 
ganho econômico e maior durabilidade a longo prazo, ou seja, o risco do investidor é menor. Além 
do mais, as empresas perceberam que a sustentabilidade traz melhor relação custo-benefício para os 
produtos, além de popularidade com os consumidores.
Por outro lado, ainda assim, é necessária uma maior difusão do conceito para a disseminação de sua 
prática entre a população.
 Saiba mais
Maiores informações e uma discussão bastante interessante é 
apresentada na reportagem indicada abaixo publicada no Jornal O Estado 
de S. Paulo sobre a prática pela população do conceito de desenvolvimento 
sustentável no dia em relação a teoria.
VIALLI, A. Distância entre discurso e prática. O Estado de São Paulo. 30 out. 
2009.
Algumas dicas práticas também são encontradas no site do planeta 
sustentável disponível em: <http://planetasustentavel.abril.com.br/
movimento/> Acesso em: 31 mai. 2011.
Desafios do desenvolvimento sustentável
Equidade
Social
Desenvolvimento
Sustentável
Viabilidade 
econômica
Conservação 
ambiental
Figura 3 - Desafios do desenvolvimento sustentável
 Observação
O desenvolvimento sustentável visa conciliar:
• desenvolvimento econômico – que é o desenvolvimento de riqueza 
material dos países ou regiões, assim como o bem-estar econômico 
de seus habitantes;
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• desenvolvimento social – é a evolução dos integrantes da sociedade 
(capital humano) e nas formas como eles se relacionam (capital social);
• preservação ambiental – que é minimizar a utilização dos bens 
ambientais (recursos naturais), conservando-os o máximo possível.
2.4 O novo paradigma da gestão ambiental
A gestão ambiental pode ser definida como um aspecto funcional da gestão de uma empresa, que 
desenvolve e implanta as políticas e estratégias ambientais.
Atualmente, as instituições estão cada vez mais preocupadas em atingir e demonstrar um desempenho 
mais satisfatório em relação ao meio ambiente. Neste cenário, a gestão ambiental tem se configurado 
como uma das mais importantes atividades em qualquer empreendimento.
A problemática ambiental envolve também o gerenciamento dos assuntos pertinentes ao meio 
ambiente, por meio de sistemas de gestão ambiental, da busca pelo desenvolvimento sustentável, da 
análise do ciclo de vida dos produtos e da questão dos passivos ambientais.
Se uma empresa deseja realmente trabalhar com gestão ambiental ela deve passar por uma mudança 
em sua cultura empresarial e por uma revisão de seus paradigmas. Sendo assim, a gestão ambiental tem 
se configurado com uma das mais importantes ferramentas relacionadas com qualquer negócio.
Por outro lado, ao ser planejada, se uma unidade produtiva dispõe de ferramentas e procedimentos 
adequados, vai atender os requerimentos relativos à qualidade ambiental.
A gestão ambiental pode ser prevista em quatro níveis:
Gestão de processos Gestão de resultados Gestão de sustentabilidade Gestão do plano ambiental
A avaliação da qualidade ambiental 
de todas as atividades, máquinas e 
equipamentos relacionados a todos os 
tipos de manejo de insumo, matérias-
primas, recursos humanos, recursos 
logísticos, tecnologias e serviços 
de terceiros, como a exploração, 
transformação, acondicionamento, 
transporte e aplicação de recursos, 
detecção de quadros de riscos 
ambientais e prospecção de situações 
de emergência.
A avaliação da 
qualidade ambiental dos 
processos de produção, 
pelos seus efeitos ou 
resultados ambientais, 
ou seja, emissões 
gasosas, efluentes 
líquidos, resíduos 
sólidos, particulados, 
odores, ruídos, vibrações 
e iluminação.
A avaliação da 
capacidade resposta do 
ambiente aos resultados 
dos processos produtivos 
que nele são realizados e 
que o afetam, através da 
monitoração sistemática 
da qualidade da ar, da 
água, do solo, da flora, da 
fauna e do ser humano.
Avaliação sistemática e 
permanente de todos os 
elementos constituintes 
do plano de gestão 
ambiental elaborado e 
implementado, aferindo-
o e adequando-o em 
função do desempenho 
ambiental alcançado pela 
organização.
Gestão Ambiental
Figura 4 - Etapas da gestão ambiental
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De forma geral, todos os instrumentos de gestão ambiental têm como objetivo melhorar a qualidade 
ambiental e o processo de tomada de decisão. Devem ser aplicados a todas as fases dos empreendimentos 
e podem ser preventivos, corretivos, de remediação e pró-ativos, dependendo da fase em que são 
implementados.
O que se constata na prática é que a partir de uma adequada política de gestão ambiental as 
empresas obtêm uma série de benefícios, sejam econômicos ou estratégicos conforme representado nos 
diagramas a seguir.
Benefícios econômicos 
com a economia de 
custos
Redução do consumo de água, 
energia e outros insumos; 
reciclagem, venda e aproveitamento 
e resíduos, e diminuição de 
afluentes; redução de multas e 
penalidades por poluição.
Incremento de receita 
com aumento da 
contribuição marginal 
de “produtos verdes” que 
podem ser vendidos a 
preços mais altos.
Figura 5 - Benefícios econômicos da gestão ambiental
Outra vantagem do benefício econômico é o aumento da participação no mercado, em função da 
inovação dos produtos e da menor concorrência; além da posse de novos produtos que contribuem para 
a diminuição da poluição.
Benefícios estratégicos 
a partir da melhoria da 
imagem institucional; 
renovação da carteira de 
produtos.
Aumento da produtividade; alto 
comprometimento do pessoal; 
melhoria nas relações de trabalho; 
melhoria da criatividade para novos 
desafios.
Melhoria das relações com 
os órgãos gorvernamentais, 
comunidade e grupos 
ambientalistas; acesso 
assegurado ao mercado 
externo e melhor adequação 
aos padrões ambientais.
Figura 6 – Benefícios estratégicos da gestão ambiental
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 Lembrete
A gestão ambiental oferece benefícios econômicos e estratégicos para 
a organização, respeitando o meio ambiente e melhorando sua imagem 
institucional.
 Resumo:
Ao final desta unidade, adquiriu-se conhecimento sobre:
• o principais conceitos e definições de desenvolvimento sustentável e 
de suas bases;
• a relação entre homem e natureza e a importância do desenvolvimento 
sustentável para garantirmos um equilíbrio entre a utilização e 
disponibilidade de recursos naturais.
Em adição a isso:
• definimos as principais dimensões do desenvolvimento sustentável 
segundo diversos autores;
• estudamos o que são organizações não governamentais;
• efetuamos uma discussão sobre o novo paradigma da gestão 
ambiental e sua comparação com uma gestão cartesiana foi realizada 
enfatizando aspectos importantes da gestão ambiental atual.
 Exercícios
Questão 1. (ENADE 2008)
Quando o homem não trata bem a natureza, a natureza não trata bem o homem.
Essa afirmativa reitera a necessária interação das diferentes espécies, representadas na imagem a seguir.
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Artista desconhecido, pintura inspirada nos trabalhos de Giuseppe Arcimboldo.
Depreende-se dessa imagem a:
A) Atuação do homem na clonagem de animais pré-históricos.
B) Exclusão do homem na ameaça efetiva à sobrevivência do planeta.
C) Ingerência do homem na reprodução de espécies em cativeiro.
D) Mutação das espécies pela ação predatória do homem.
E) Responsabilidade do homem na manutenção da biodiversidade.
Resposta correta: alternativa E
Análise das alternativas:
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: não há, na figura, nenhum indício que permita associar a ação humana à clonagem de 
animais pré-históricos. Além disso, os animais apresentados na figura existem nos dias de hoje, não são 
pré-históricos. Também é importante ressaltar que a ciência ainda não conta com tecnologia suficiente 
para clonar animais já extintos.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a imagem, assim como a frase-título da questão, remete a uma profunda integração 
entre humanos e os diversos organismos que habitam o planeta, passando a impressão de que a ação 
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devastadora humana sobre os ecossistemas, ao contrário do que afirma a alternativa, tem relação direta 
com a sobrevivência do planeta.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: o contexto em que se pode inserir o tema abordado na questão é a relação entre 
homem e natureza. Logo, não se trata especificamente de manutenção e/ou reprodução de espécies em 
cativeiro.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: ao afirmar que o ser humano provoca “mutação das espécies”, a frase afirma que a 
ação predatória humana tem poder de gerar novas formas de vida. Além de esta ser uma afirmação 
errada, não se correlaciona ao contexto da questão, que é a reciprocidade característica da relação entre 
homem e natureza.
E) Alternativa correta
Justificativa: a figura apresenta, de forma criativa, a necessidade da adoção, por parte do homem, de 
práticas conscientes que prezem pela manutenção da diversidade nos ecossistemas, caso contrário sua 
própria manutenção como espécie estará ameaçada.
Questão 2. (ENADE 2005) As seguintes afirmações constituem tratamento transversal dado ao tema 
meio ambiente, exceto:
A) Não existe apenas uma crise ambiental, mas uma crise civilizatória, sendo necessária uma profunda 
mudança na concepção de mundo, de natureza, de poder.
B) A problemática ambiental implica, no âmbito social, mudanças no comportamento, na construção 
de formas de pensar e agir na relação com a natureza.
C) A questão ambiental diz respeito, sobretudo, à preservação dos ambientes naturais intocados e 
ao controle da poluição.
D) É preciso criar e aplicar formas cada vez mais sustentáveis de interação entre sociedade e natureza 
na perspectiva de buscar soluções para os problemas ambientais.
E) O crescimento econômico deve estar subordinado a uma exploração racional e responsável dos 
recursos naturais para garantir a vida das gerações futuras.
Resolução deste exercício na plataforma.
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Resolução Livro Texto 
 
Disciplina: Desenvolvimento Sustentável Unidade: I 
 
Questão 2 
 
Resposta correta: alternativa C. 
 
a) Alternativa correta. 
Justificativa: os problemas ambientais que assolam a sociedade moderna não ocorrem 
por si mesmos como em eras passadas (surgimento e desaparecimento de geleiras, 
mudanças ambientais globais etc.). Na atualidade, a origem desses problemas está no modo 
predatório e descontrolado como a sociedade humana moderna explora os recursos 
ambientais. Assim, é correto afirmar que a crise ambiental que vivenciamos no momento é 
consequência de uma crise civilizatória, que será debelada apenas com mudanças profundas 
na concepção do mundo pelas pessoas. 
 
b) Alternativa correta. 
Justificativa: complementando o que foi dito na justificativa da alternativa A, a mudança na 
concepção do mundo corresponde, em outras palavras, a mudanças no comportamento 
embasadas em uma nova mentalidade da interação do homem com a natureza. 
 
c) Alternativa incorreta. 
Justificativa: a questão ambiental é muito mais ampla e profunda do que apenas 
preservação de ambientes naturais intocados e controle da poluição. Uma mudança de 
postura generalizada do mundo civilizado com relação ao consumismo excessivo e a adoção 
de procedimentos sustentáveis e conscientes da exploração de recursos é o principal foco da 
questão ambiental, e isso resultará naturalmente no controle sobre a preservação, a poluição 
e os múltiplos outros aspectos de igual relevância na problemática ambiental. 
 
d) Alternativa correta. 
Justificativa: como já discutido na justificativa da alternativa C, a busca por práticas 
sustentáveis é de suma importância para a manutenção de ecossistemas e recursos, sem, no 
entanto, estagnar o desenvolvimento econômico das nações. 
 
e) Alternativa correta. 
Justificativa: esta sentença resume a proposta do desenvolvimento sustentável: explorar 
de modo consciente os recursos, de modo a dar continuidade ao desenvolvimento 
econômico, e, ao mesmo tempo, garantir, para as gerações vindouras, a possibilidade de 
exploração desses mesmos recursos. 
 
 
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3 AS BASES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Após a problemática da relação entre homem e natureza, ocorreram conferências, agendas e criação 
de leis importantes na tentativa de reverter os problemas causados e anteiormente demonstrados.
3.1 A Rio 92
Figura 7 – Logotipo da Rio 92
Com a intenção de introduzir a ideia do desenvolvimento sustentável, um modelo de crescimento 
econômico menos agressivo para o meio ambiente, foi realizada, também conhecida como ECO-92, de 
3 a 14 de junho de 1992,. a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento 
(CNUMAD). A cidade do Rio de Janeiro foi a sede do encontro que reuniu representantes de 175 países 
e de organizações não governamentais (ONGs) (ESTADÃO, 2007).
Essa conferência foi considerada o evento ambiental mais importante do século XX, pois a ECO-92 
foi a primeira grande reunião internacional realizada após o fim da Guerra Fria.
Entre os compromissos específicos adotados pela ECO-92, podemos incluir três convenções:
• sobre mudança do clima,
• sobre biodiversidade e
• declaração sobre florestas.
Documentos foram aprovados durante a conferência, esses com objetivos mais abrangentes e de 
natureza mais política:
Declaração do Rio e a Agenda 21
Ambos enfatizam o conceito fundamental de desenvolvimento sustentável, que combina o progresso 
econômico e material com a necessidade de uma consciência ecológica.
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Unidade II
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As relações entre países ricos e pobres têm sido conduzidas por um novo conjunto de princípios 
inovadores desde a conferência, como os conceitos de “responsabilidades comuns, mas diferenciadas 
entre os países”, de “o poluidor paga” e de “padrões sustentáveis de produção e consumo”.
Com a adoção da Agenda 21, a conferência estabeleceu, objetivos concretos de sustentabilidade 
em diversas áreas, mostrando a necessidade de se buscarem novos recursos financeiros para a 
complementação do desenvolvimento sustentável em uma escala global (SENADO FEDERAL, 1996).
Diante de tantas alterações no meio ambiente somadas às ameaças de extinção de muitos 
recursos naturais atualmente utilizados pelo homem, autoridades de 172 governos e estudiosos do 
mundo inteiro reuniram-se em 1992, no Rio de Janeiro, para a CNUMAD - Conferência das Nações 
Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida mundialmente como a “Conferência da 
Terra”. Essa conferência tornou-se, por sua singularidade, um marco na história da humanidade. Seus 
objetivos básicos giravam em torno da busca por um equilíbrio entre as necessidades ambientais, 
sociais e econômicas para gerações atuais. Outro objetivo da conferência era a construção de uma 
espécie de associação mundial que contemplasse os países desenvolvidos e em desenvolvimento para 
o estudo e compreensão das questões ambientais, interesse e preocupação igualmente comum a 
todos. Governose demais setores da sociedade civil também deveriam compor a referida associação.
Essa conferência foi popularizada com o título de Rio 92 e conseguiu reunir 108 chefes de estado 
para aprovação de documentos importantes como a Agenda 21, que consiste em uma declaração da ONU 
acerca do meio ambiente e o desenvolvimento, para definir quais são os direitos e deveres dos estados.
Somente em 2002 a ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou A Carta da Terra e comparou 
sua importância para a humanidade à Declaração Universal dos Direitos Humanos no tocante ao meio 
ambiente.
Desde então, podemos notar muito progresso em relação ao pensamento e postura das pessoas 
quanto à forma como o meio ambiente está sendo explorado. Nota-se uma urgência em tentar recuperar 
o tempo perdido e mais ainda em tentar desenvolver nas pessoas uma nova forma de pensar e agir no 
que se refere às questões ambientais. Ambientalistas, geólogos e os meios de comunicação são alguns 
exemplos de profissionais profundamente engajados em prol de uma mudança da consciência ambiental 
dos seres humanos.
As escolas têm sido de fundamental importância na educação ambiental das crianças, possibilitando 
a elas crescer com o compromisso de preservar e ajudar ao seu ecossistema.
Dez anos após a Rio 92
Relatório PNUMA 2002 sobre sustentabilidade global diz que apesar dos esforços das empresas, a 
degradação ambiental do planeta continua a aumentar.
Baseado em relatórios de sustentabilidade global de 22 setores, a humanidade já consome 25% mais 
recursos naturais do que o planeta é capaz de repor.
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Johannesburg 2002: O PII (Projeto de Implementação Internacional) apresenta quatro elementos 
principais do desenvolvimento sustentável — sociedade, ambiente, economia e cultura.
3.2 A Agenda 21
A Agenda 21 é um dos mais importantes documentos referentes ao meio ambiente e foi gerado na 
reunião de 178 nações na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento 
(CNUMAD), em 1992.
As dimensões da sustentabilidade são parte do conteúdo da Agenda 21 global, modelo para que os 
países a aplicassem e escrevessem também sua agenda 21 nacional e local. Todas essas dimensões que 
formam parte de um desenvolvimento sustentável são mostradas por pesquisadores e governantes.
A Agenda 21 representa um conjunto de requisitos recomendados para uma boa convivência da 
humanidade com o planeta, e seus 40 capítulos estão divididos em quatro seções. A primeira trata de 
aspectos sociais e econômicos de desenvolvimento; a segunda, de aspectos ambientais e gerenciamento 
de recursos naturais; a terceira, do fortalecimento do papel dos principais grupos sociais, e a última, 
discorre a respeito dos meios de implantação.
A Agenda 21, através de seus documentos, visa conciliar métodos de proteção ambiental, justiça social 
e eficiência econômica. Esses documentos estão estruturados em quatro seções que são subdivididas em 
40 capítulos temáticos.
Entre os temas tratados na Agenda 21 (SENADO FEDERAL, 1996) podemos citar:
• Dimensões econômicas e sociais, com o foco nas políticas internacionais que ajudarão o desenvolvimento 
sustentável nos países em desenvolvimento e as estratégias de combate à pobreza e à miséria).
• As mudanças necessárias a serem introduzidas nos padrões de consumo, as inter-relações entre 
sustentabilidade e dinâmica demográfica além de medidas e propostas para a promoção da saúde 
pública e a melhoria da qualidade dos assentamentos humanos.
• A questão da conservação e dos recursos para o desenvolvimento, que apresenta os diferentes 
enfoques para a proteção da atmosfera e para a viabilização da transição energética.
• A importância do manejo integrado do solo, da proteção dos recursos do mar e da gestão eco-
compatível dos recursos de água doce.
• A importância do combate ao desmatamento, à desertificação e a proteção aos frágeis ecossistemas 
de montanhas; as interfaces entre diversidade biológica e sustentabilidade; a necessidade de uma 
gestão ecologicamente racional para a biotecnologia.
• A importância prioritária que os países devem conferir à gestão, ao manejo e à disposição racional 
dos resíduos sólidos, dos perigosos em geral e dos tóxicos e radioativos.
• Requerimento de medidas para a proteção e promoção de alguns dos segmentos sociais mais relevantes, 
analisando as ações que objetivam a melhoria dos níveis de educação da mulher, bem como a participação 
g3ajes
Highlight
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da mesma, em condições de igualdade, em todas as atividades relativas ao desenvolvimento e à gestão 
ambiental. Adicionalmente, são discutidas as medidas e promoção dos direitos e proteção da juventude 
e dos povos indígenas, das ONGs, dos trabalhadores e sindicatos, da comunidade científica e tecnológica, 
dos agricultores e do comércio e da indústria (SENADO FEDERAL, 2001)
• A água, realmente, é um recurso que precisa de muito respeito por parte do ser humano, já que, 
muitas vezes, claros exemplos de poluição acontecem por esvaziamentos de hidrocarbonetos ou 
outros elementos altamente contaminadores usados na indústria. Aspectos contidos na Agenda 
21 são de alta preocupação com respeito à preservação desse recurso, por ser escasso em várias 
partes do planeta, como em algumas cidades do Brasil, e necessário para a geração de energia 
elétrica. A procura de alternativas de recursos renováveis que substituam as necessidades do uso 
da água será uma forma de seguir o contido na Agenda 21.
A Carta da Terra – preâmbulo
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época 
em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo 
torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo 
tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos 
reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas 
de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um 
destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável 
global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, 
na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, 
é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade 
uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras 
gerações (SENADO FEDERAL, 1996).
3.3 A Agenda 21 brasileira
A elaboração da Agenda 21 brasileira foi obra do trabalho da Comissão de Políticas de Desenvolvimento 
Sustentável e da Agenda 21 Nacional (CPDS). Essa comissão foi criada por decreto presidencial de 26 
de fevereiro de 1997, conformada pelo Ministério do Meio Ambiente; Ministério do Planejamento, 
Orçamento e Gestão; Ministério de Ciência e Tecnologia; Ministério das Relações Exteriores; Presidência 
da República; Fórum Brasileiro das ONGs e Movimentos Sociais; Fundação Getúlio Vargas; Fundação 
Movimento Onda Azul; Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável; e Universidade 
Federal de Minas Gerais. Teve como objetivo redefinir o desenvolvimento do País, adicionando o conceito 
de sustentabilidade, qualificando suas potencialidades e as vulnerabilidades do Brasil no quadro 
internacional (BEZERRA et al, 2002).
Dentro das estratégias para gestão dos recursos naturais estabelecidas na Agenda 21 brasileira, está o 
estabelecimento denormas e regulamentação para o uso harmônico da energia e promoção de sistemas 
alternativos de geração energética, transferindo ao consumidor orientações e escolhas feitas nos planos 
técnicos e científicos. Essas normas são de responsabilidade dos gestores governamentais, através da 
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criação de leis para promover o investimento de capitais privados em usinas alternativas, mediante 
mecanismos econômico-financeiros com incentivos fiscais e/ou econômicos e dar condições para a 
disseminação dessas tecnologias, suas vantagens, custos, facilidades e dificuldades, na atualidade.
3.4 O Protocolo de Kyoto
O Protocolo de Kyoto foi um tratado resultante de uma série de eventos e que culminou com a 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (UNFCCC) na ECO-92 no Rio de 
Janeiro (ESTADÃO, 2007).
É baseado em um tratado internacional no qual as nações signatárias assumem compromissos mais 
rígidos com o objetivo de reduzir a emissão dos gases que provocam o efeito estufa como dióxido de 
carbono, enxofre etc.
Esses gases são considerados, de acordo com a maioria das investigações científicas, como causa do 
aquecimento global. Em 1997 esse documento foi discutido e negociado em Kyoto no Japão. Foi aberto 
para assinaturas em 16 de março de 1998 com ratificação em 15 de março de 1999. Entrou em vigor 
oficialmente em 16 de fevereiro de 2005.
No tratado do Protocolo de Kyoto, um calendário é proposto pelo qual os países desenvolvidos têm 
a obrigação de reduzir a quantidade de gases poluentes em, pelo menos, 5,2% até 2012. Todos os países 
signatários teriam que colocar em prática planos para reduzir a emissão desses gases entre 2008 e 2012.
A ideia é de que a redução das emissões de gases ocorra em diversas atividades econômicas e que os 
países participantes estejam abertos a cooperarem entre si. Entre essas atividades podemos citar:
• melhoria dos setores de energia e transportes, respeitando a sustentabilidade;
• estímulo para o uso de fontes de energia renováveis;
• priorização dos mecanismos financeiros e de mercado que estejam de acordo com os objetivos da 
convenção;
• gerenciamento de resíduos e controle das emissões de metano;
• política agressiva de proteção de florestas e sumidouros de carbono.
Se implementado com sucesso, o Protocolo de Kyoto poderia reduzir a temperatura global entre 1,4ºC 
e 5,8ºC até 2100. Contudo, existe uma discussão dentro da comunidade cientifica na qual se afirma que a 
meta de redução de 5.2% em relação a 1990 não é suficiente para eliminar o aquecimento global.
3.4.1 O Protocolo de Kyoto e os Estados Unidos
Uma polêmica foi gerada em torno da não ratificação do Protocolo pelos Estados Unidos. A 
justificativa, segundo o presidente George W. Bush era de que os compromissos com as metas do 
protocolo comprometeriam de forma negativa a economia do país.
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Outro fator levado em consideração, foi o questionamento por parte da Casa Branca sobre o consenso 
científico de que os poluentes causassem ou não a elevação da temperatura global.
Por outro lago, alguns municípios e estados nos EUA, a exemplo do estado da Califórnia, começaram a pesquisar 
maneiras para reduzir a emissão de gases tóxicos, mesmo sem a assinatura dos Estados Unidos no protocolo, 
tentando também não diminuir sua margem de lucro com essa atitude e promover a sustentabilidade.
3.4.2 Sumidouros de carbono
Em Julho de 2001, na Alemanha, o Protocolo de Kyoto foi referendado ao se abrandar o cumprimento 
das metas previstas no passado com a criação de sumidouros de carbono.
A ideia é que essa proposta possibilitaria que os países que possuem grandes áreas florestadas, as 
quais absorvem naturalmente o dióxido de carbono, usassem essas áreas como crédito em troca do 
controle de suas emissões de gases.
Outra vertente da proposta é a de que os países desenvolvidos e mais industrializados, maiores 
emissores de CO2 e de outros poluentes, poderiam transferir parte de suas indústrias mais poluentes 
para países onde o nível de emissão é baixo ou investir nesses países.
Contudo é preciso realizar estudos criteriosos sobre a quantidade de carbono que uma floresta é capaz 
de absorver para evitar super ou subvalorização de valores pagos por meio dos créditos de carbono.
Após a Conferência de Johannesburg, essa proposta tornou-se inconsistente em relação aos objetivos 
do tratado, a política deve ser deixar de poluir, e não poluir onde há florestas, pois o saldo, desta forma, 
continuaria negativo para com o planeta.
Existem também os céticos com relação ao Protocolo de Kyoto que acreditam que se trata de letra 
morta, visto que a maioria das nações signatárias não vai conseguir cumprir as metas de redução de 
poluentes, além da não ratificação de países grandes poluidores como os Estados Unidos. A comunidade 
europeia, uma das grandes defensoras do Protocolo, não conseguiu ainda cumprir as metas.
3.4.3 Sequestro de carbono
Alguns países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, entre eles os Estados Unidos e a Austrália, 
têm uma política de sequestro de carbono. Trata-se de estocar o excesso de carbono, por prazo 
indeterminado, na biosfera, no subsolo e nos oceanos.
Algumas das medidas citadas a seguir são utilizadas para o sequestro de carbono:
• usar repositórios subterrâneos para sequestrar carbono;
• estocar a biomassa criada no solo e remover o dióxido de carbono com a vegetação, melhorando 
o ciclo terrestre natural;
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• dissolução de dióxido de carbono pela fertilização de fitoplâncton e colocando dióxido de carbono 
a mais de 1000 metros de profundidade;
• sequenciar o genoma de micro-organismos para o gerenciamento do ciclo de carbono;
• enviar milhares de minissatélites (espelhos) para refletir parte da luz solar, em média 200.000 
minissatélites, reduziriam 1% do aquecimento.
Esse plano está em andamento e mostra a preocupação dos que se dizem céticos em ajudar a 
remover uma das causas (embora a considerem insignificante) do aquecimento global.
3.4.4 Resultado do Protocolo de Kyoto
Na tabela abaixo são apresentados alguns dos resultados das diferenças de emissões de CFC, um dos 
principais poluidores, segundo a ONU.
Tabela 2 – Resultados das emissões de alguns países em relação ao protocolo de Kyoto:
País Diferença entre as emissões de 
CFC (1990-2004)
Objetivo a União Europeia 
para 2012
Obrigação do tratado 
2008-2012
Alemanha -17% -21% -8%
Canadá +27% Não assinado -6%
Espanha +49% +15% -8%
Estados Unidos +16% Não assinado Não assinado
França -0.8% 0% -8%
Grécia +27% +25% -8%
Irlanda +23% +13% -8%
Japão +6.5% Não assinado -6%
Reino Unido -14% -12.5% -8%
Portugal +41% +27% -8%
Outros 15 países da UE -0.8% Não assinado -8%
3.4.5 Mecanismos de flexibilização
Pelo Protocolo de Kyoto, alguns mecanismos de flexibilização formam arranjos 
regulamentados que facilitam que as partes (países) incluídas no Anexo B possam atingir limites 
e metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE). Esses instrumentos tambémtêm o propósito de incentivar os países emergentes a alcançar um modelo de desenvolvimento 
sustentável.
São três os mecanismos de flexibilização:
• O comércio de emissões que é realizado entre países listados no Anexo B, de maneira que um país, 
que tenha diminuído suas emissões abaixo de sua meta transfira o excesso de suas reduções para 
outro país que não tenha alcançado tal condição.
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• O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) é realizado em países que não têm metas de 
redução de emissões de GEE.
• A Implementação Conjunta (IC) que é a implantação de projetos de redução de emissão de GEE 
entre países que apresentam metas a cumprir (países do Anexo I).
 Observação
Desses mecanismos, apenas o MDL se aplica ao Brasil.
3.4.6 Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)
O MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), é um dos mecanismos de flexibilização criados 
pelo Protocolo de Kyoto, tem por objetivo auxiliar o processo de redução de emissão de gases do efeito 
estufa (GEE) ou de captura de carbono (ou sequestro de carbono) por parte dos países do Anexo I 
(ROCHA, 2003).
Seu propósito é prestar assistência às partes não presentes no Anexo I da Convenção-Quadro 
das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (CQNUMC, ou, com a sigla em inglês, UNFCCC) para que 
viabilizem o desenvolvimento sustentável por meio da implementação da respectiva atividade de 
projeto e contribuam para o objetivo final da Convenção e, por outro lado, prestar assistência às partes 
do Anexo1 para que cumpram seus compromissos quantificados de limitação e redução de emissões de 
gases do efeito estufa (ROCHA, 2003).
Os países em desenvolvimento podem implementar projetos de redução ou captura de emissão 
de gases causadores do efeito estufa, obtendo os Certificados de Emissões Reduzidas (CERs). Emitidos 
pelo Conselho Executivo do MDL, esses certificados podem ser negociados no mercado global. Como os 
países industrializados possuem cotas de redução de emissão de gases causadores do efeito estufa, estes 
podem adquirir os CERs de desenvolvedores de projetos em países em desenvolvimento para auxiliar no 
cumprimento de suas metas (ROCHA, 2003; DENARDI, 2010.)
Assim o MDL visa ao alcance do desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento (país 
anfitrião), a partir da implantação de tecnologias mais limpas nesses países, e a contribuição para que 
os países do Anexo I cumpram suas reduções de emissão (SOUSA, 2003).
Com essa proposta, os projetos de MDL podem ser baseados em fontes renováveis e alternativas de 
energia, eficiência e conservação de energia ou reflorestamento. Porém, para aprovação de projetos no 
âmbito do MDL, existem regras claras e rígidas. Esses projetos devem utilizar metodologias aprovadas, 
ser validados e verificados por Entidades Operacionais Designadas (EODs), e devem ser aprovados e 
registrados pelo Conselho Executivo do MDL. E ainda, os projetos devem ser aprovados pelo governo 
do país anfitrião pela Autoridade Nacional Designada (AND), assim como pelo governo do país que 
comprará os CERs. A Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, estabelecida em 1999, atua 
como AND no Brasil.
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3.4.6.1 Categorias de projetos MDL
Foram enumerados pelo Conselho Executivo (CE) do MDL os seguintes setores nos quais projetos 
MDL podem ser desenvolvidos, com base no Anexo A do Protocolo de Kyoto.
É importante destacar que uma atividade de projeto MDL pode estar relacionada a mais de um setor.
Os projetos MDL devem ser desenvolvidos a partir das seguintes etapa.
Concepção do projeto (preparo da nota de ideia do projeto)
Concepção do documento de comcepção do projeto (DCP)
Obtenção da aprovação do país anfitrião
Validação
Registro
Implementação do projeto
Monitoramento
Verificação e certificação
Emissão dos CERs
Figura 8 - Etapas para a concepção de um projeto para MDL
3.4.7 Países pertencentes ao Anexo I do Protocolo de Kyoto
São os países que têm metas em relação ao Protocolo de Kyoto
Estão divididos em dois subgrupos:
(1) aqueles países que necessitam diminuir suas emissões e, portanto, podem tornar-se compradores 
de créditos provenientes do MDL, como a Alemanha, Japão, Holanda; e
(2) os países que estão em transição econômica e por isso podem ser anfitriões de projetos do tipo 
Implementação Conjunta (que é outro mecanismo do Protocolo de Kyoto), como a Ucrânia, Rússia, 
Romênia etc. (DENARDI, 2010).
3.5 Calor e o Protocolo de Kyoto
O protocolo de Kyoto apresenta uma peculiaridade interessante: ele não exige a mesma meta de todas 
as nações que assinaram o protocolo. Os países desenvolvidos estão obrigados a perseguir um corte de 
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5% das emissões de dióxido de carbono. Já os países em desenvolvimento (Brasil e Índia, por exemplo) 
têm que diminuir as emissões quanto for possível mas sem limites preestabelecidos. As empresas de países 
industrializados estão autorizadas a financiar o desenvolvimento “limpo” em países de terceiro mundo.
Existem várias áreas e projetos dos países de terceiro mundo que podem ser investidos. Em média, 
cada 6 dólares investidos nesses projetos permitem à empresa produzir 1 tonelada a mais de dióxido de 
carbono. Isso pode gerar grandes negócios para as empresas brasileiras, que não irão mais encarar os 
projetos ambientalistas como uma obrigação que só gera prejuízo.
Mesmo fora do Protocolo de Kyoto, muitas empresas nos Estados Unidos estão preocupadas com 
o perigo que representa o aquecimento global e, dessa forma, já adotam medidas para reduzir suas 
emissões de dióxido de carbono ou a de seus produtos.
Alguns exemplos de empresas são mencionados a seguir:
• a General Motors, investiu milhões de dólares no desenvolvimento de veículos movidos a 
hidrogênio;
• a General Eletric, por exemplo, conta com uma divisão de energia eólica;
• a American Electric Power, a maior distribuidora de eletricidade do país, decidiu adotar as normas 
do tratado e comprometeu-se a reduzir suas emissões de dióxido de carbono em 10% até 2006;
• desafiando a posição da Casa Branca, o governo do estado de Massachusetts anunciou um plano 
de diminuir suas emissões em 10% até 2020.
Na União Europeia, que é a maior defensora do Protocolo, seus países estabelecem cotas de redução 
de emissões ainda mais ambiciosas do que as definidas pelo acordo:
• a Inglaterra acredita em um índice de redução de 60% até 2050;
• a Alemanha quer reduzir suas emissões em 21% até 2012 – contando com o fechamento de 
indústrias altamente poluentes que ainda restam da antiga parte oriental do país.
Apesar da mobilização mundial em torno do controle do dióxido de carbono, é grande a comunidade 
de cientistas que não acredita na causa. Eles se dividem em dois grupos:
• O que considera que o aquecimento global simplesmente não constitui ameaça alguma, sendo 
apenas mais uma das alterações que ocorrem no clima do planeta de tempos em tempos e que o 
dióxido de carbono possivelmente tem pouca influência no fenômeno. E mais: caso o aquecimento 
venha no futuro a alterar substancialmente

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